monilovely Sai Daqui

Na calada da noite, Tori resolve se esgueirar ao quarto de sua soldada mais confiável para lhe fazer uma interessante proposta.


Fanfiction Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Meu soldado mais confiável

Não foi fácil convencer Tamara a se juntar ao exército. A garota de olhos inexistentes foi a última do grupo de amigas a ceder às tentações e promessas de Tori, sempre desconfiando de suas palavras e estreitando os olhos em sua direção.

Era estranho pensar que, depois de tanta discussão e bate-boca entre as duas rivais, ela agora fosse uma das melhores soldadas da Red Leader, do seu grupo de melhor treinamento e mais alta confiança.

Grupos enormes da elite formada pela norueguesa agora a reverenciavam. Se ela mandasse, eles obedeciam, comiam na palma de sua mão, e quem a contrariasse tinha a permissão da própria Red Leader para ser demitido.

Tamara não concordava completamente com os métodos de Tori, mas ela aprendeu a não misturar trabalho com relacionamento. Essas coisas podiam ser discutidas em um lugar que não fosse seu quarto, o único lugar onde ela e Tori podiam ficar sozinhas e em paz, como se tudo que estivesse acontecendo lá fora desaparecesse.

O quarto da inglesa era o lugar mais tranquilo de toda a base, onde ela podia se jogar de costas na cama e não fazer absolutamente nada além de ficar olhando o teto. As preocupações ficavam do lado de fora e ela do lado de dentro, nada mais além de sua cama e uma garrafa de Smirnoff, aproveitando o breve momento em que podia respirar sem nenhum peso no peito.

Como estava fazendo agora.

Ao menos, até Tori invadir seu quarto de supetão.

- Ah, Tam, minha soldada mais confiável, minha melhor combatente. - Tori cantarolou e anunciou sua presença no quarto da mulher de olhos inexistentes.

- O que você quer, Tori? - cuspiu, estresse mais do que evidente em sua voz. Tamara odiava quando alguém, quem quer que seja, interrompia seu momento de relaxamento a sós com sua bebida alcoólica.

A norueguesa fechou a porta de metal e cruzou os braços.

- Credo, que azeda! - a norueguesa reclamou, mão na cintura. - Não posso mais entrar no meu quarto e mimar minha namorada?

Tamara revirou os olhos com o “meu quarto”, sendo que o quarto não era dela, mas não disse nada e escorregou para o lado para deixá-la se sentar na beira da cama.

O silêncio entre as duas parecia se estender conforme a troca de olhares perdurava, olhos cinza olhando para o abismo que eram as órbitas de Tamara, mas onde Tori caía todas as vezes.

Sendo a primeira a colocar um sorriso em seu rosto, a norueguesa puxou Tamara para um abraço, prendendo-a em seu colo e o calor de seu peito.

- É bom te ver salva, Tam.

A máscara de teimosia da menor começou a cair, cedendo ao amor e às carícias de sua líder e dona de seu coração.

Ela retribuiu o abraço.

- É bom te ver salva também, Tori.

- Eu senti sua falta. Muito. - disse com a voz carregada de sotaque ao esconder o rosto no vão do pescoço de Tamara.

- Também senti, my love.

Sentadas à beira da cama, fizeram o que mais gostavam de fazer quando a noite caía e todos os soldados abandonavam seus postos para descansar: conversar.

É claro, também trocavam beijos e carícias no meio tempo em que o silêncio tomava conta do quarto, mas não havia nada que elas não amassem mais do que aproveitarem aquelas horas juntas, era o único momento em que podiam.

O trabalho diário e rotina corriqueira de ambas as militares as impedia de passar todo o tempo que gostariam juntas. Muitos eram os momentos em que iam se deitar, cada uma no próprio quarto, sem sequer dar boa noite uma à outra, o máximo que conseguiam era por mensagem. Portanto, momentos assim eram cada vez mais difíceis de acontecer, ainda mais com tantos esquadrões e soldados para comandar, tornando cada segundo ao lado uma da outra mil vezes mais especial.

Em algum momento, Tori levantou da cama e caminhou até algo na mesa de estudos de Tamara, atraindo a atenção da de olhos inexistentes, curiosa.

- O que você tá fazendo?

Sorrindo, a norueguesa pressionou alguns botões em uma pequena caixa de som e, com o barulho de seus saltos ecoando pelo quarto, estendeu a mão para sua namorada.

- Me concede essa dança, min kjælighet?

Tamara arregalou os olhos e piscou duas vezes, encarando a mão de Tori como se fosse um pedaço de diamante.

- Se conseguir não pisar nos meus pés, concedo. - brincou com um sorriso travesso no rosto.

- Cala a boca, isso foi uma vez!

Com um riso escapando de seus lábios, sem muito esforço para contê-los, Tamara aceitou a mão de Tori e a permitiu puxá-la da cama onde estava sentada até o meio do quarto.

Seu braço mecânico era frio entre seus dedos enquanto seu orgânico era quente, um contraste desconfortante, mas fácil de ignorar quando se tinha olhos cinza reluzentes penetrando a escuridão de suas órbitas vazias.

A melodia de All of Me de John Legend encheu o quarto, e as duas mulheres colaram seus corpos e rodaram suas cinturas com os braços, os pés movendo-se com a leveza de uma pluma ao som da música.

Em perfeita sincronia, seus olhares se perdiam enquanto os pés as guiavam por todo o quarto, como se flutuassem nas nuvens ao mesmo tempo que envoltas pelo calor da pessoa amada à sua frente.

- Eu amo dançar com você, Tam.

- Eu amo quando você me chama pra dançar com você. - sorriu, capturando os lábios da mais alta em um selinho demorado.

- Sinto muito, não tenho tido mais tanto tempo para passar com você, meu amor. Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo não está tornando as coisas mais fáceis para ninguém, e não é por ser de posição mais alta que eu estou isenta disso.

- Eu entendo, mas, mesmo assim, você faz falta sabia? - Tamara admitiu, abaixando o olhar e tentando esconder a vergonha. - Faz tanto tempo que não saímos juntas; eu, você e a Ell e a Matilda.

Tori soltou um suspiro pesado, apertando a cintura de Tamara entre seus braços.

- Eu sei… Mas, ei, ainda podemos nos divertir arrancando as cabeças de nossos inimigos.

- Você entendeu o que eu quis dizer, Tori. - disse ela, revirando os olhos, porém com um sorriso no rosto.

A norueguesa suspirou.

- Sim, eu sei. Eu… Vou ver o que posso fazer. Talvez possamos adiar as tropas e tirar férias por um fim de semana, apenas um intervalo para refrescar a cabeça. O que acha?

Tamara estreitou os lábios, ponderando a proposta.

- Me parece uma boa pedida. Para onde iríamos?

Tori sorriu, sem perceber que a música já havia acabado e elas continuavam balançando de um lado para o outro.

- Eu ouvi dizer que Oslo é lindo essa época do ano. - Tamara revirou os olhos com um sorriso no rosto. Sempre a economista, óbvio que Tori escolheria justamente o lugar em que poderia pegar mil e um contatinhos e cobrar todos os favores que quisesse. Não que ela estivesse reclamando; uma economia nunca é demais. - Ah, faz tanto tempo que não visito minha terra natal. Imagino como eles estão se virando sem mim. Devem estar completamente perdidos.

A de olhos inexistentes conteve uma risada e ergueu as mãos aos ombros de Tori. Ela não podia reclamar, afinal, também estaria perdida sem essa mulher em sua vida.

- Tamara, quando estivermos lá, eu quero te apresentar pros meus pais. Eu quero que eles vejam a parceira incrível e maravilhosa que eu consegui na minha vida, e esfregar na cara do meu irmão que minha namorada é melhor que a dele.

Tamara não sabia muito sobre os pais de Tori, só algumas coisas superficiais aqui e ali que a norueguesa soltara durante suas conversas noturnas. Porém, pelo que conhecia, sabia que ela não era muito próxima dos pais ou do irmão, portanto a presença dela em uma reunião de família serviria apenas para que ela se exibisse para sua família, algo como: “Haha, eu tenho um exército, uma namorada e ainda vou dominar o mundo, beijem minha bunda!”. Clássica e estúpida Tori, do jeitinho que Tamara a amava.

- Se vai te fazer feliz, Tori, eu não me importo. - deu de ombros, as duas enfim se separando do abraço e parando de dançar.

Mas havia algo errado, ela soube quando, sem mais nem menos, a norueguesa abaixou a cabeça e sua expressão de felicidade se esvaiu, dando lugar à uma outra estranhamente neutra. Tamara não estava gostando.

- Tem algo errado? - perguntou ela, um tanto nervosa. Se Tori de repente ficava séria, geralmente era porque tinha algo errado. Mas ela não disse nada de errado, disse?

- Não é errado, é mais como um detalhe que eu esqueci de mencionar. - a de olhos inexistentes estreitou os lábios e gesticulou com a mão para que articulasse. - Eu não gostaria de te apresentar como minha namorada, quero te apresentar como minha noiva.

Tamara arregalou os olhos ao ver Tori se ajoelhar e tirar uma caixinha de veludo do bolso de seu casaco.

Em seu rosto, ela usava um sorriso. Exatamente aquele sorriso que sabia que Tamara odiava amar.

- E então, Tamara? O que me diz? Quer conquistar o mundo comigo?

Ela estava pasma, literalmente de boca aberta enquanto encarava o anel reluzente no fundo da caixinha. Sua respiração travou e seu coração pareceu parar de bater, ela não sabia o que fazer, como reagir, foi tudo tão repentino que ela nem percebeu quando o elástico de seu cabelo arrebentou e seus cabelos caíram ao lado de seu rosto.

Tori mordeu os lábios, contendo a risada. Aquele era para ser um momento sério, não era para ela estar dando risada da cara de sua talvez futura esposa - apesar de Tamara ser previsível o suficiente para ela não se surpreender com o ocorrido.

- Então…? Tam, eu não tenho a noite toda.

Piscando algumas vezes para sair do transe, a menor rapidamente respondeu, rindo de nervoso:

- Ah...! Sim, sim, eu aceito! Meu Deus, que lerda… - murmurou a última parte, culpando-se por pagar mico na frente de sua noiva logo no primeiro segundo em que seu relacionamento evoluiu.

Tori sorriu e se ergueu do chão, tomando a mão de Tamara para si e colocando o anel em seu dedo anelar.

- Assim que o mundo for nosso, quero que você coloque um desses no meu dedo também, viu? - sussurrou a norueguesa no ouvido de sua nova noiva, clamando seus lábios em um selinho e roubando a risada que escapou deles para si.

Levando uma mão à bochecha de Tori, Tamara sorriu.

- Mal posso esperar.

22 Avril 2020 19:57 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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Sai Daqui Eu não quero o seu verificado. Sai.

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