ATO I — Atração entre iguais
— Você precisa sair de casa e arranjar um namorado — Namjoon diz do outro lado da linha. — Ou vai morrer solteiro com burnout. É uma recomendação médica.
Taehyung revira os olhos. Namjoon nunca hesita em usar a carta "sou-formado-em-medicina" sempre que convém. É verdade que está levando muito trabalho para casa ultimamente. Mas ele ama ser um editor de livros. Que mal faz trabalhar um pouco mais do que os outros? Ele faz o que quiser com o seu tempo livre.
— A cura para o burnout é ficar em casa assistindo k-drama. Homem só dá problema. Pra quê vou querer um? — replica conforme rola pelos sites de busca.
Está procurando um local para sediar o evento de lançamento do livro em que está trabalhando. A equipe de marketing deveria se encarregar disso, mas Taehyung gosta de participar de todo o processo. Além disso, conhece o autor e o livro melhor do que ninguém. Então saberá que encontrou o local perfeito assim que colocar os olhos nele.
— Confie em mim — Namjoon insiste. — Esse amigo do Jimin é realmente um cara legal. Ele é louco por livros como você, e é gostoso também.
— Mais gostoso do que o Jimin? — Taehyung arqueia a sobrancelha, apesar de Namjoon não poder vê-lo.
— Ninguém é mais gostoso do que o meu bebezinho. — A voz de Namjoon adquire um tom altamente doce ao pronunciar o apelido.
— Não sei... — Taehyung hesita. — Detesto sair com vocês dois.
Não é que Taehyung seja um cara amargo. O problema é que Namjoon e Jimin são o casal mais doce que conheceu em toda a sua vida. Doce ao ponto de causar diabete. Ele se sente uma tocha olímpica na companhia deles. Pior, Taehyung se sente profundamente solitário, porque nunca viverá um amor como o deles.
— Eu aposto que você e o Jeongguk vão esquecer da nossa existência rapidinho.
— Esse é o nome dele?
— É — diz. — Vamos lá. Se tudo der errado, pelo menos você fez um amigo novo.
— Tô precisando mesmo de novas amizades — Taehyung reflete. — Porque meu melhor amigo tá preso em uma lua de mel interminável.
— Então, você vai? — a voz dele se ilumina.
Taehyung emite um suspiro profundo.
— Vou — cede finalmente. — É na boate Le boy, às 20h, certo?
Namjoon confirma as informações e diz para Taehyung não esquecer de levar camisinha e lubrificante, porque vai que rola... Taehyung desliga na cara dele antes que termine aquela sentença. Ele o ama. Mas, às vezes, Namjoon é intrometido demais.
Taehyung olha para o relógio e percebe que tem exatamente uma hora para estar na boate. Ele enrola no sofá, continuando sua difícil caça ao local perfeito para o lançamento do livro. Quando desiste de procurar, faltam apenas vinte minutos para as oito. Ele corre para o banheiro. Veste uma camiseta preta de veludo, gola alta e de mangas longas, com uma calça de couro e botas chelsea. Coloca uma corrente de ouro no pescoço e um relógio caro. Ele reparte ao meio seu cabelo liso, tingido de um tom de loiro-escuro, quase marrom. Então, antes de sair, enfia uma camisinha e um pacote de lubrificante na carteira por precaução. Como dizem, é melhor prevenir do que remediar.
Meia-hora mais tarde, Taehyung está descendo do táxi em frente à boate Le Boy. Aquele lugar remetia aos seus anos de faculdade, quando cursava Letras, e sonhava em trabalhar em uma editora. Não sabe quantas vezes perdeu a sobriedade no bar daquela boate ou quantos corpos fundiu ao seu nas cabines dos banheiros. O salão é iluminado por corpos dançantes, que refletem o jogo de luzes em tons de vermelho, rosa e púrpura, enquanto a música eletrônica vibra nas correntes sanguíneas. A mobília da boate é marrom, com mesas e sofás distribuídos de forma aparentemente desordenada. Há um bar de cado lado do salão, em que barmans seminus servem alcoólicos.
Ele encontra Namjoon e Jimin na mesa "de sempre" — conforme haviam dito. A mesa fica estrategicamente próxima ao bar e à pista de dança. Há duas taças de drinks meio vazias descansando sobre a mesa, enquanto Namjoon suga os lábios de Jimin como se a vida dele dependesse disso. Não identifica nenhum "amigo gostoso" junto à mesa. Quem quer que fosse o cara, não suportou ser feito de castiçal.
Taehyung puxa a cadeira do modo mais ruidoso possível, e Jimin praticamente pula de cima de Namjoon.
Ele está com os lábios vermelhos como cerejas, as bochechas rosadas e os olhos escuros. Taehyung aposta que, se tivesse atrasado mais dez minutos, encontraria aquela mesa vazia, porque seus amigos estariam transando em alguma parte da boate.
— Desculpe estar interrompendo o casalzinho — Taehyung diz, sentando-se na cadeira. — Mas onde tá o tal "amigo-super-gostoso"?
— Amigo super gostoso? — Jimin repete, estreitando os olhos. — Foi assim que você descreveu ele? — questiona a Namjoon.
— Eu disse que ele é gostoso — Namjoon corrige, alternando o olhar entre eles, como um cervo preso entre faróis. — Como uma forma de incentivo pro Tae. Você sabe que tirar ele da toca é quase uma missão impossível... — explica. — Além disso, eu só tenho olhos pro meu bebezinho — diz, esfregando os narizes deles e selando os lábios de Jimin.
Um selinho se transforma em dois, três, quatro; então em outro beijo digno de desentupidor de pia, e Taehyung percebe que precisa interrompê-los.
— Vidas solteiras importam, sabiam?
Jimin solta uma risadinha, daquelas que fazem os olhos dele se transformarem em luas-crescentes, e se ajeita no sofá, soltando Namjoon.
— Só até você não ser mais solteiro...
— Onde o Jeongguk se meteu mesmo? — Namjoon pergunta, olhando em volta.
— Ele disse que ia dançar. — Jimin analisa a pista. — Mas não tô vendo ele.
— Nem conheço o cara, e ele já me deu um toco.
— Por que você não se diverte um pouco? — Namjoon sugere. — Dança, bebe, beija na boca. A vida é muito curta pra você ficar aqui reclamando.
— Você deveria largar a medicina e virar couch — ironiza.
— Ele deveria se especializar em psiquiatria — Jimin atalha com um tom orgulhoso. — Ele seria excelente nisso, né?
Taehyung resolve, sabiamente, não se envolver naquela conversa.
Namjoon pretendia tirar um ano sabático após a formatura. Porém, conheceu Jimin, e um ano se transformou em dois e, agora, em quase três. O tópico da especialização é uma área restrita. Namjoon fica sensível sempre que adentram nela, porque não consegue decidir qual especialização fazer.
— Já que tô aqui, vou encher a cara. Com licença.
Como Taehyung é um bom amigo, que não se mete nos negócios dos outros — ao contrário de Namjoon —, ele caminha até o bar e pede um drink de gim e morangos. Em seguida, se perde na pista de dança, onde é recebido pelos corpos suados e dançantes, que contagiam seu próprio corpo a seguir o ritmo da música.
Algumas músicas mais tarde, o suor escorre pela sua testa, fazendo sua franja grudar na pele. Ele sente um par de mãos segurarem os seus quadris com firmeza, e um peito robusto pressionar suas costas. Uma respiração quente acaricia seu ouvido, seguida por uma voz melódica, que sussurra:
— Não consegui tirar meus olhos de você.
Taehyung vira o rosto para encarar o estranho. Ele é dono dos olhos mais redondos e brilhantes que já viu. Tem um nariz preponderante e uma boca pequena, com um piercing no lábio inferior, que Taehyung prenderia entre os dentes. O cabelo dele é ondulado e preto, na altura dos ombros, com uma franja rebelde. Ele parecia ter saído de um catálogo da Calvin Klein, com aquela jaqueta e calças jeans despojadas, combinadas com uma regata branca.
— Quer companhia, lindo? — pergunta, sincronizando os seus quadris num movimento sensual.
— Apenas se isso terminar com uma foda — diz ao virar de frente para ele.
— Posso satisfazer essa condição. — O moreno sorri de lado e conecta seus quadris de um jeito que faz Taehyung estremecer.
Taehyung segura os bíceps dele, sentindo os músculos inchados sob o jeans e o peito robusto contra o seu. Ele encaixa a perna entre as suas de modo que suas virilhas pressionam a coxa um do outro, enquanto seus quadris vêm e vão numa dança vulgar. Além do rosto bonito, o homem tem um corpo definido e uma cintura solta.
— Acha que pode realmente me satisfazer? — Taehyung pergunta junto ao ouvido dele conforme desliza a mão até a bunda firme.
— Sim, porra, vou te adorar como o deus que você é — pragueja, rolando os quadris contra os seus quando aperta a bunda dele.
— Então me convença disso.
Em resposta, o moreno o agarra pela nuca, e molda seus lábios em um beijo profundo. Suas bocas se namoram como velhas amantes, encaixam-se perfeitamente uma na outra, em uma dança tão sensual quanto a que seus corpos executam. A língua dele desliza sobre a sua, e Taehyung emite um gemido do fundo da garganta quando sente o piercing nela.
Bendito seja Namjoon por tê—lo arrastado para aquela boate.
Esse homem é a materialização de todos os seus sonhos molhados.
Um remix de Earned it, do The Weeknd, embala sua dança imoral. Suas calças ficam mais apertadas a cada rolar de quadris. Sente a ereção dele contra a sua virilha, então contra a sua coxa, e aperta a bunda dele com mais força, incentivando-o a continuar se movendo daquele jeito. A boca dele desliza pela sua mandíbula com destino à orelha, onde suga e morde o lóbulo, contorna a concha com a língua, antes de mergulhar nela.
Taehyung se contorce de prazer nos braços dele.
Precisa foder agora, ou vai molhar as calças ali mesmo.
Faz muito tempo desde que teve algo além da própria mão para satisfazê-lo. Agora, sente o peso de meses sem sexo sobre os ombros. Nunca esteve mais sensível.
— Porra — Taehyung xinga. — Eu preciso de você. Agora.
— Quer ir pra um hotel? — sugere, beijando a parte de trás da sua orelha.
Nega com a cabeça.
— Banheiro. Não posso mais esperar.
— Como quiser, lindo — responde.
Então Taehyung segura a mão dele e o arrasta para o banheiro, como fez tantas vezes nos seus anos dourados como universitário. Ele se tranca com o moreno na última cabine. É empurrado contra os ladrilhos num piscar de olhos. O homem o beija como se estivesse fodendo sua boca com a língua, e Taehyung suga o piercing dele. As mãos dele abrem a braguilha das calças agilmente, e Taehyung geme quando ele o agarra embaixo da cueca boxer.
— Ficou todo molhado por minha causa, lindo? — pergunta, entredentes, ao se ajoelhar na sua frente.
Taehyung não consegue articular uma resposta antes do moreno abaixar as suas calças e cuecas de uma vez, até a roupa ficar presa nas suas canelas.
— Quero provar você.
Com essas palavras, ele segura seu pau pela base e o abocanha. Taehyung revira os olhos quando o piercing desliza pela cabeça do seu pau. Ele o aperta com os lábios, o massageia com a língua e o suga até as bochechas ficarem fundas.
— Porra — Taehyung geme, agarrando os cabelos. — Vou foder sua garganta — avisa antes de balançar os quadris.
Ele assente, afundando no seu pau, até o nariz tocar os seus pelos escuros. Taehyung movimenta a pélvis. Inicialmente, mantém um ritmo regrado. Mas se descontrola quando o piercing dele pressiona o frênulo do seu pau, então fode a boca dele com o vigor de quem persegue um orgasmo. O homem engasga e baba com os golpes em sua garganta.
Quando se torna demais para suportar, ele dá três tapinhas no seu quadril, e Taehyung libera o cabelo dele. O moreno solta o seu pau com um "ploc" imoral. Uma linha de saliva interliga seu pau aos lábios vermelhos como morangos suculentos. As bochechas dele estão coradas e as pupilas, dilatadas e molhadas.
— Goza na minha boca — diz, cuspindo na própria mão. — Vou engolir tudo que você me der.
— Ah, meu deus! — Taehyung joga a cabeça para trás quando ele mama a cabeça do seu pau com fome.
Ele sequer percebe quando a mão dele desliza pelos seus testículos e períneo, em direção ao seu ânus, enquanto o calor do orgasmo queima no estômago. Taehyung não tem forças para protestar quando um dedo desliza pelo anel de músculos apertados como se não fosse nada. E, imediatamente, pressiona algo dentro de Taehyung que faz suas costas arquearem e seu corpo explodir no orgasmo mais intenso da sua vida.
Não. Ele não diz ou faz nada, enquanto seus músculos contraem em volta do dedo, e aquela mesma coisa dentro dele faz seu pau jorrar sêmen de novo. O moreno se afasta após engolir todo o seu gozo. Ele se ergue do chão sujo, pressiona Taehyung contra a parede com mais força e o beija como um homem faminto.
— Você é tão apertado — geme, contornando sua entrada com o mesmo dígito úmido de cuspe. — Vou abrir você com meu pau.
Essas palavras ativam um alerta vermelho no seu cérebro, que o faz acordar imediatamente daquele sonho orgásmico. Taehyung espalma as mãos no peito dele e o encara com as sobrancelhas franzidas.
— Me abrir? — pergunta, afastando as mãos dele. — Eu acho que houve um mal-entendido aqui. Eu não corto pra esse lado.
— O quê? — Ele expressa confusão. — Você não é passivo? — Ele recua um passo.
— Não. — Taehyung balança a cabeça com veemência. — Sempre fui ativo. Então, exceto se você for versátil, não vai rolar.
Ele franze as sobrancelhas.
— Eu sou ativo também. — Está claramente decepcionado. — Mas nada impede você de devolver o favor, certo? Ainda podemos fazer uma boa guerra de espadas — tenta contornar a situação a favor dele.
— Eu dispenso — Taehyung nega, puxando as calças e a cueca para cima. — Encontra outro buraco pra enfiar o pau — diz, mal-humorado.
De repente, o seu sonho molhado se transformou em pesadelo, e Taehyung está desesperado para acordar.
Nunca se vestiu tão rápido. Está prestes a cruzar a porta da cabine, quando o moreno o segura pelo cotovelo.
— Você realmente vai me deixar assim? — Aponta para o volume nos jeans dele.
— Vou. — Taehyung puxa o braço. — Valeu pelo boquete. Até nunca mais.
Dessa forma, Taehyung marcha para fora do banheiro, enquanto seu coração quase pula pela garganta. Ele encontra Namjoon e Jimin dando um amasso no mesmo sofá. Suspira fundo, sem se importar em segurar vela. Bebe um copo de whisky conforme sua mente processa o que aconteceu naquele banheiro.
O que há de errado com ele? Por que seu corpo reagiu daquela forma? É normal gozar desse jeito com uma dedada? É verdade que aquele cara chupou seu pau muito bem, mas aquela dedada... Isso nunca aconteceu antes. Ele gozou como a porra de uma fonte, e nem é passivo para curtir tanto uma dedada. Nunca sequer se tocou lá — além do absolutamente necessário para a manutenção de uma higiene e saúde impecáveis, é claro.
Seu fluxo de pensamentos é interrompido quando escuta Jimin gritar:
— Jeongguk! — Ele se levanta do sofá. — Onde você se meteu? O Taehyung tá esperando há horas!
Taehyung só ergue o rosto para olhar para aquele outro idiota quando ele está bem na sua frente, com a mão esticada.
— Prazer conhecê-lo, Taehyung-ssi. Eu sou Jeon Jeongguk.
Arregala os olhos quando encontra o mesmo homem, com quem tentou foder no banheiro, na sua frente. O moreno carrega um sorriso enviesado nos lábios vermelhos à medida que o estuda de cima a baixo com o olhar escuro.
— Devia ser meu destino conhecer você hoje.
— Balela — Taehyung retorque. — Só perdi tempo vindo aqui.
— Ainda posso fazer você mudar de ideia.
— Tarde demais — diz, levantando-se da cadeira. — Vou dormir que ganho mais.
Então Taehyung se despede de Namjoon e Jimin com um abraço. Ele promete avisar quando chegar em casa. E, assim, encerra a noite embaixo dos seus cobertores após se refrescar com um banho.
Ele desperta por volta das dez horas da manhã, com o seu celular zumbindo embaixo do travesseiro. Sequer verifica o identificador de chamadas antes de aceitar a ligação.
— Bom dia, Taehyung-ssi — uma voz melódica ecoa do outro lado.
— Quem é? — pergunta grogue de sono.
— Jeongguk — responde. — Eu te acordei?
Taehyung geme no telefone.
— Por que diabos você tá me ligando?
— Os caras com quem você transa não costumam ligar no dia seguinte? — Jeongguk replica com outra pergunta.
— Sim, mas isso não vem ao caso...
— Tô ligando pra marcar um encontro — responde como se fosse óbvio.
— Por quê?
Seu cérebro sonolento não encontra lógica naquilo. Está preso em um daqueles sonhos bizarros que parecem reais demais?
— Porque você é o homem mais lindo que eu já chupei e, pelo que o Namjoon e o Jimin falaram, temos muito em comum.
Modéstia parte, Taehyung sabe que é lindo. Ele tem um rosto perfeito, com formato oval, mandíbula definida, nariz alto, lábios carnudos e rosados e grandes olhos castanhos-escuros. Está acostumado com pessoas se atirando nele o tempo todo. Principalmente mulheres.
— Esse é exatamente o problema — Taehyung atalha. — Temos tanto em comum que não funciona.
— Eu soube que você trabalha numa editora. — Jeongguk muda abruptamente de assunto. — Por acaso, eu sou dono de uma caféoteca. É basicamente uma livraria onde vende cafés e sobremesas. Inauguramos há três meses. Quero que você conheça o meu espaço.
— Então é um encontro profissional? — Taehyung se senta na cama. — Quão grande é o local? O suficiente para sediar eventos?
— Depende do tamanho do evento.
— É um lançamento de livro com sessão de autógrafos.
— Não sei... É melhor você avaliar pessoalmente, não acha?
— Tudo bem — Taehyung suspira. — Vocês abrem aos domingos? Posso ir hoje? Preciso urgentemente encontrar um local pra um evento de lançamento de livros com sessão de autógrafos.
Ele concorda, e Taehyung diz "ótimo", pulando da cama, pronto para começar o dia.
— Então temos um encontro — cantarola, vitorioso, do outro lado da linha. — Te vejo às dezesseis horas, lindo.
Ele encerra a ligação sem permitir que Taehyung discuta.
E, assim, marcam o primeiro encontro.
ATO II — Ativo vs. Ativo
Taehyung escolhe uma roupa que informa "estou-aqui-a-trabalho" para encontrar Jeongguk. Isso significa que veste uma camiseta social, com uma gravata azul e verde e um suéter verde—escuro, combinada com uma calça reta e sapatos oxfords. Ele divide seu cabelo ao meio, coloca seus óculos redondos de grau, carrega uma pasta com seu iPad dentro e um casaco marrom para o caso da temperatura abaixar.
Ele atravessa a cidade de metrô. A caféoteca de Jeongguk fica próxima da Universidade Nacional de Seul, e Taehyung é lembrado, novamente, dos seus dias dourados, quando sua vida não se resumia ao trabalho e o amor não parecia existir apenas nos seus livros de romance. Ele navega pela vizinhança da universidade com facilidade, e para em frente ao prédio de três andares.
A fachada do prédio é cor-de-café, com uma grande placa preta acima das portas duplas, em estilo gótico, que diz "Café com livros", em letras brancas cursivas. Uma campainha ecoa quando entra na livraria.
Taehyung caminha até o balcão enquanto avalia o local. Parece que está em uma biblioteca centenária europeia. A mobília consiste em estantes gigantescas de madeira, repletas de livros novinhos. Mesas com cadeiras acolchoadas, poltronas, baús, sofás, divãs e puffs de couro se espalham aparentemente aleatório pelo salão. Há três caixas para pagamento alinhados próximo à entrada. No coração da livraria, há uma cozinha de plano aberto, cerceada por um balcão com tampo de madeira e uma vitrine de guloseimas. Nela, uma equipe de três funcionários prepara cafés e sobremesas frescas, todos engravatados de preto e branco.
Uma escada de madeira leva ao segundo andar, que se ergue em colunas acima de suas cabeças. Taehyung tem uma boa visão do que há lá em cima: mais mesas e cadeiras, ordenadas como em um restaurante, com expositores de livros entre elas.
Imagina nitidamente Yoongi autografando livros atrás de uma mesa de madeira, próximo aos vitrais em estilo gótico do chão ao teto. Há espaço suficiente para receber os leitores e a imprensa. A capa vermelha do livro se destacaria nas prateleiras maciças de madeira. Além disso, aquela estética gótica combina perfeitamente com os romances de horror e suspense de Yoongi.
Ele encontra Jeongguk do outro lado do balcão de madeira. O cabelo comprido está preso em um rabo de cavalo, enquanto a franja rebelde emoldura o rosto dele. Jeongguk é mais impressionante à luz do dia. Principalmente, vestido naquela camiseta social branca, com as mangas arregaçadas até o cotovelo, um avental em torno da cintura, calças retas e sapatos lustrosos pretos. Seu coração pula quando nota as tatuagens pretas nos braços dele. Há um corvo sobre uma estátua, um gato preto caolho, um porco de expressão sanguinária, uma noiva-cadáver e a cabeça decepada da criatura de Frankenstein à vista, todos em um sinistro estilo gótico.
— Esse é O Corvo do Edgar Allan Poe? — Taehyung pergunta, ao deslizar em um dos altos bancos de madeira que cercam o balcão.
— Oh, você chegou... — Jeongguk expressa surpresa por um instante, e Taehyung arqueia a sobrancelha como se dissesse "óbvio". — Como sabia? — pergunta, expondo seu antebraço para mostrar a tatuagem. — Também gosta dos clássicos góticos?
— Não sou louco por eles — esclarece. — Mas li todos quando estava na faculdade. Esse gato é aquele do Poe, também?
Ele confirma, com um sorriso orgulhoso, exibindo a outra tatuagem.
— Peguei todas as referências, menos a do porco — comenta com as sobrancelhas franzidas.
— Você não conhece o conto de estreia do Min Yoongi-ssi? — Jeongguk pergunta como se aquilo fosse um crime literário. — Aquele em que a mãe alimenta os porcos com o cadáver da filha recém-nascida.
— Você gosta do Yoongi? — Taehyung se ilumina como uma árvore—de—natal.
— Gostar é pouco. Eu casaria com ele.
— Tenho uma má notícia pra você: ele é comprometido — usa um tom apologético. — Mas a boa notícia é que quero fazer o lançamento do livro dele aqui.
— Ah, meu deus... — Ele arregala os olhos e entreabre a boca. Ah! Meu Deus! — repete, pausadamente, como se tentasse controlar um surto. — Você conhece ele? Eu vou conhecer ele?
— Sou o editor dele — Taehyung informa, com o peito estufado de orgulho.
— Isso significa que você leu o novo livro dele?
— Cada palavrinha. — Sorri, presunçoso.
— Eu mataria pra estar no seu lugar — Jeongguk diz, com um tom sério, e Taehyung se pergunta até que ponto é sério. — Figurativamente — acrescenta ao perceber como soou estranho.
— Que bom — diz. — Porque só gosto de assassinos ficcionais.
— Eu também — garante. — Você quer um café?
Taehyung nega com a cabeça.
— Não gosto de café.
— Então saia do meu estabelecimento agora. — Jeongguk aponta para a saída, com uma expressão séria.
Taehyung alterna o olhar entre ele e a porta, com os lábios entreabertos de incredulidade. Jeongguk o convidou para conhecer a livraria dele, e agora está lhe expulsando simplesmente porque não gosta de café? Nunca deveria ter aceitado aquele convite. Está prestes a se levantar quando Jeongguk sorri, exibindo seus dentinhos avantajados, em uma expressão jovial.
— Brincadeira — diz, inclinando-se sobre o balcão. — Diga o que você gosta, lindo, que eu preparo mesmo se não estiver no cardápio.
Ele hesita por um instante, incerto se deve ou não ir embora, mas reajusta sua posição no banco, enquanto corre os olhos pelo cardápio.
— Você faria um milk shake de morango pra mim? — pede, mordiscando o lábio.
— Seu pedido é uma ordem, lindo.
Então Taehyung assiste Jeongguk navegar pela cozinha com uma agilidade prática. O som da faca batendo na tábua de cortar é seguido pelo zumbido do liquidificador enquanto prepara o seu pedido. Poucos minutos depois, Jeongguk coloca uma bandeja na sua frente, com um enorme copo decorado com uma calda vermelha e uma nuvem de chantilly em cima, preenchido pelo líquido cor-de-rosa repleto de minúsculos pedaços de morangos. Ao lado, há um prato com bolinhos recheados de chocolate.
— O que acha de irmos para uma mesa mais reservada? — Jeongguk sugere ao desatar o nó do avental dele, e Taehyung aceita o convite.
Eles escolhem uma mesa próxima aos vitrais góticos, em um canto bastante reservado do salão, onde podem conversar à vontade. Taehyung se delicia com o milk shake e os bolinhos. Jeongguk sorri mais largo a cada elogio à comida. Inicialmente, discutem sobre o lançamento do livro. Taehyung entrega a Jeongguk o seu cartão profissional, e diz que a equipe de marketing irá contatá-lo no dia seguinte para conversar sobre a divulgação do evento. Em seguida, retomam a conversa sobre literatura, que se transforma em um diálogo animado sobre seus gostos em geral.
— Então, basicamente, você é apaixonado por terror — conclui, após Jeongguk falar sobre seu amor por filmes cult de terror, que vão desde Nosferatu — que tatuou no bíceps — à Chucky, o boneco assassino — que tatuou no tríceps.
— E você é um romântico incurável que por acaso trabalha com um autor do gênero horror e suspense.
É verdade. Taehyung é mais um cara de Orgulho e Preconceito e de Jane Eyre do que de Frankenstein e Drácula. Por isso, seu passatempo favorito é assistir a k-dramas de comédia romântica quando não está com o nariz enfiado em um livro de romance aquileano.
— Exatamente — cantarola, mordendo o último bolinho recheado de chocolate. — Queria um Sr. Darcy, mas ele não existe.
— Posso ser o Sr. Darcy, se você for a minha Elizabeth Bennet — flerta, em um tom baixo, ao levar a mão à sua boca e limpar o recheio no canto dos seus lábios com o polegar. E, como nos seus adorados romances, lamber o próprio dedo da forma mais sensual possível.
Taehyung sente uma fisgada na virilha com aquela imagem. É lembrado, imediatamente, de como Jeongguk o chupou na noite anterior.
Esse homem é um perigo para a sua sanidade.
— Eu sou um homem.
— E eu quero foder você.
Ele o encara como se estivesse o fodendo agora mesmo na imaginação, e Taehyung se remexe na cadeira, excitado pelo desejo explícito naqueles olhos negros.
— Mas não vai — Taehyung esclarece. — Eu nunca fui passivo, nem tô a fim de experimentar.
— Eu me satisfaria com essa boca e estas mãos lindas — diz, inclinando-se sobre a mesa, deslizando os dedos entre os seus. — Na verdade, apenas olhar pra você já me deixa com tesão. Quero te provar de novo.
— Então, você me atraiu aqui pra foder? — pergunta com um olhar crítico.
— Não. — Balança a cabeça. — Eu te trouxe aqui pra te cortejar antes de foder. Sou um cavalheiro, afinal.
A boca dele se curva num sorriso enviesado, ao que leva sua mão aos lábios e planta um beijo no torso dela, sem nunca desviar o olhar.
— Nesse caso, precisa se empenhar mais pra causar aquela "guerra de espadas".
— Eu tenho muita experiência com guerras de espada. — Ele arrasta os lábios até o seu pulso, onde planta um beijo molhado. — Quer ir pra minha casa?
— Não hoje — Taehyung recusa. — Eu não misturo trabalho com prazer, baby. Tá na hora de ir embora. Quanto mais tarde, mais cara a tarifa do táxi.
— Fica mais um pouco — insiste. — Eu te sirvo uma torta de nozes e te dou uma carona. Sem segundas intenções.
— Você tá tão a fim de mim assim? — provoca em um tom brincalhão.
— Não — Jeongguk brinca. — Eu tô planejando roubar uma cópia do novo livro do Yoongi—ssi.
Poucas horas mais tarde, eles estacionam na frente do prédio em que Taehyung mora. O carro de Jeongguk é uma minivan adesivada com a logomarca da "Café com livros". Ele passou o percurso todo cantarolando um rap que tocava no rádio, fazendo Taehyung gargalhar ao ponto da barriga doer. Ele destrava as portas e desliga o rádio ao declarar:
— O príncipe está entregue.
Taehyung fica triste ao perceber que é hora de se despedir dele. Jeongguk é bonito, inteligente e cativante. Se não fosse pela incompatibilidade deles na cama, Taehyung se apaixonaria por ele no primeiro encontro.
— Esse cinto de segurança sempre dá problema. Deixa eu tirar pra você.
Ele se inclina na sua direção, destravando o cinto após algumas tentativas, e Taehyung prende a respiração quando o perfume amadeirado dele o engolfa. Seu coração dispara no peito, retumba tão escandalosamente alto que acha que Jeongguk pode escutar. Quando o cinto solta, Taehyung tem certeza de que vão se beijar, mas Jeongguk se endireita no banco do motorista e diz:
— Até mais, lindo.
Taehyung fica lá, tentando controlar seu coração rebelde pelo que parecem minutos, mas são apenas segundos. Ele se despede de Jeongguk, com as orelhas pegando fogo, e praticamente corre para dentro do prédio.
A próxima vez que se encontram é para discutir a organização do evento com a equipe de marketing. Jeongguk é simpático e profissional. Taehyung fica aliviado por isso no começo, mas, quando Jeongguk mantém a mesma atitude nos próximos encontros, começa a se questionar se continua interessado nele.
É como se estivesse caminhando em uma corda bamba. Taehyung não sabe o que esperar de Jeongguk. Uma hora ele é sedutoramente encantador, na outra, simpaticamente profissional. É frustrante. Sua insegurança cresce quando Jeongguk conhece Yoongi no dia do grande lançamento. Ele faz Yoongi autografar o braço dele, dizendo que fará uma tatuagem em cima, e traz cafés e sobremesas para Yoongi a toda hora, agindo como um cachorrinho devoto ao dono.
Taehyung está física e emocionalmente esgotado quando se despede de Yoongi naquela noite. Está tarde. Taehyung e Jeongguk são as únicas pessoas na "Café com livros". Ele pega sua bolsa, sacando o celular para chamar um táxi, quando um peito robusto pressiona suas costas.
— Finalmente sós. — Jeongguk suspira contra a sua orelha e arrasta o nariz no seu pescoço conforme o agarra pelo quadril. — Pensei que ele nunca fosse embora.
— O quê...
— Me beija — demanda, virando Taehyung de frente para ele.
— Você me confunde pra caralho, sabia? — reclama, mergulhando naqueles olhos escuros, quando a respiração dele acaricia seus lábios.
— Por quê? — Jeongguk esfrega seus narizes. — Deixei minhas intenções claras desde o início.
— Mas não tomou nenhuma atitude.
— Você foi profissional — Jeongguk diz, com a voz baixa como um sussurro, enquanto encara a sua boca. — Então eu me esforcei pra ser profissional também. Mas, agora, o profissionalismo acabou.
— Acabou? — Taehyung captura o piercing dele entre os dentes, e Jeongguk faz que sim. — Você se comportou bem.
— É? — Jeongguk o encurrala entre o balcão e um banco. — Então eu mereço ser recompensado, não acha?
— Sim — concorda. — Quando você me levar pra um encontro, eu devolvo aquele favor.
— Eu não ganho nem um beijo antes disso? — pergunta, seduzindo-o com um selinho bem no canto da sua boca.
Como Taehyung não suporta mais esse chove e não molha, agarra o rabo de cavalo na nuca de Jeongguk e o beija desesperadamente. Os dedos dele afundam na sua cintura, e Jeongguk se senta no banco, acomodando Taehyung entre as coxas dele.
O beijo deles se torna mais quente, molhado, carente. Taehyung tira o elástico do cabelo de Jeongguk e inclina a cabeça dele para trás, mergulhando a língua na boca dele. Enquanto as mãos dele escorregam até a sua bunda, agarrando uma banda em cada mão, ao apertá-las com força. Sua pélvis se move contra a dele por instinto, enquanto todo o seu sangue corre para o sul.
— Sua bunda fica deliciosa nessas calças sociais, sabia? — Jeongguk diz, amassando sua bunda. — Quero comer você com a língua.
— Com a língua? — Taehyung franze as sobrancelhas, com o raciocínio afetado pela boca de Jeongguk na sua garganta.
— Sim. — Ele suspira contra a sua pele. — Quero enfiar a língua, beijar e chupar você — enfatiza, pressionando os dedos entre suas bochechas, e Taehyung entende finalmente o que ele está dizendo.
— Eu disse que sou ativo.
Ele afasta Jeongguk pelos ombros.
— Mas isso não tem nada a ver com ser ativo ou passivo — argumenta, segurando os seus quadris para mantê—lo próximo. — Tem a ver com dar e receber prazer.
Taehyung nunca ofereceu um beijo grego aos seus parceiros porque sempre considerou muito nojento. Apesar do alarde sobre a próstata ser o "ponto G" masculino, nunca fez o teste drive. Ele já viu um homem adulto chorar de dor ao ser penetrado. Então ninguém o convencerá de que vale a pena.
— Você já recebeu um beijo grego? — pergunta por pura curiosidade.
— Obviamente.
— E gostou?
Jeongguk faz que sim.
— Eu já experimentei tudo o que tinha para experimentar — enfatiza, com um sorriso enviesado.
— Então você já foi passivo? — Taehyung se certifica de que tudo quer dizer tudo mesmo.
Jeongguk faz que sim outra vez.
— E aí?
— Foi muito incômodo nas vezes que tentei — explica, e Taehyung interpretou incômodo como doloroso. — Mesmo fazendo tudo certinho e usando muito lubrificante, não foi bom. Eu gosto de estímulo na próstata, como todo homem, mas a penetração em si... — Ele torce o nariz.
— Viu? — Taehyung diz, aterrorizado com as lembranças da sua primeira experiência sexual e pelos testemunhos quase unânimes de que dar o cu dói. — É por isso que eu sou ativo.
— Não é assim com todo mundo — argumenta com uma risadinha. — Alguns nem sentem dor, apenas prazer.
— Eu não sou uma dessas pessoas — afirma com convicção. — Eu desmaiei de medo quando tentei colocar piercings nas orelhas. Não suporto ver uma agulha na minha frente. Se doer, eu tô fora.
Jeongguk inclina a cabeça para trás em uma gargalhada alta, enquanto Taehyung mantém uma expressão séria.
— Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
— Tem tudo a ver.
— Então todos os seus parceiros só sentiram dor quando você fodeu eles? — Jeongguk arqueia a sobrancelha.
— Mas é porque eles gostam.
— Da dor?
Jeongguk sustenta o olhar inquisidor, que faz Taehyung encerrar aquela discussão da forma mais madura possível: com um bufo alto. Então ele se oferece para deixar Taehyung em casa. Dessa vez, ele realmente o beija após destravar o teimoso cinto de segurança da minivan. Taehyung flutua até o seu apartamento, mal-tocando o chão com a sensação remanescente do beijo de Jeongguk formigando nos lábios. Quando deita na cama, com o coração pulsando nos ouvidos, percebe que está apaixonado.
Talvez, os iguais se atraiam tanto quanto os opostos.
Ele recebe uma mensagem de Jeongguk que diz: "quer conhecer meu gato?", com uma imagem anexada de um gato preto de olhos verdes brilhantes e uma longa cauda felpuda. Taehyung pergunta se o nome dele é Plutão, como O Gato Preto de Edgar Allan Poe, e Jeongguk confirma sua suposição. Ele concorda em jantar na casa de Jeongguk no final de semana. É um encontro Netflix and Chill, mas, sinceramente, Taehyung não está a fim de seguir a tradição romântica.
Uma guerra de espadas parece o encontro ideal.
Os dias se arrastam até o final de semana. Taehyung assume um novo projeto na editora e tenta se distrair com o trabalho. Ele troca mensagens diariamente com Jeongguk, discutindo amenidades que vão desde as chuvas repentinas de outono a análises literárias profundas — porque Jeongguk jura que o terror psicológico no novo romance de Yoongi é uma metáfora queer sobre a vida no armário.
E, a cada conversa, Taehyung se enreda mais ao feitiço de Jeongguk.
Quando o encontro tão aguardado chega, Taehyung está um jardim de nervos à flor da pele. Ele nunca tomou um banho tão longo ou demorou tanto para escolher uma roupa. Não quer se arrumar demais, mas também não quer parecer desleixado. Então veste um suéter amarelo, com uns jeans de lavagem clara e tênis brancos. Ele exagera um pouco no perfume, mas espera que Jeongguk não se incomode.
Ele contorna a fachada do "Café com livros", até a rua de trás, onde fica o endereço que Jeongguk enviou mais cedo. Jeongguk desce as escadas correndo quando escuta a campainha. Ele abre a porta para Taehyung, com o cabelo molhado e o cheiro fresco de sabonete. Ele está vestindo calças de moletom cinza, uma camiseta preta e pantufas em formato de patas de gato. Taehyung deseja beijá-lo imediatamente, mas se contém.
— Oi — diz, com um sorriso charmoso, ao escancarar a porta para Taehyung passar.
— Oi — Taehyung replica nervosamente.
Ele se depara com um lance de escadas de madeira no interior de uma garagem, em que a minivan de Jeongguk está estacionada. Reconhece aquele espaço como a parte traseira do prédio da caféoteca dele.
— Por que não me disse que a sua casa fica em cima da caféoteca? — Assume que a casa dele fica no terceiro andar.
— Você descobriria se tivesse aceitado na primeira vez que te convidei.
Taehyung revira os olhos, então começa a subir as escadas. Jeongguk fica propositalmente para trás, com a justificativa de que "a vista é maravilhosa ali debaixo". Isso o faz subir as escadas de dois em dois degraus. Assim que entra, Taehyung encontra Plutão dormindo em cima do aparador.
— Uau. — Taehyung arregala os olhos. — Ele é enorme pessoalmente.
— Cuidado — adverte. — Ele é ranzinza com estranhos.
Mas é tarde demais, porque Taehyung já está deslizando os dedos entre as orelhas do gato, que entreabre os olhos e boceja, inclinando o rosto em sua mão.
— Vai me fazer passar de mentiroso, seu falso? — Jeongguk pressiona o peito contra suas costas, e passa a mão ao longo do corpo de Plutão. — Ele gostou de você — diz, próximo ao seu ouvido, e Taehyung estremece.
— Esperei a semana toda pra te beijar — Taehyung segreda, ao virar o rosto na direção dele.
— E o que tá esperando agora?
Assim, Taehyung se volta para ele, e envolve Jeongguk pela cintura. É um beijo apaixonado, repleto de promessas do que está por vir naquela noite. Plutão emite um miado de protesto e salta do aparador, como se estivesse farto de segurar vela.
Jeongguk interrompe o beijo com um sorriso e diz:
— Espero que esteja com fome. Eu cozinhei um jantar tradicional coreano e comprei makgeolli.
Então Jeongguk agarra sua mão e o conduz até a sala.
A casa de Jeongguk parece uma extensão da caféoteca. Ele tem janelas com vitrais góticos do chão ao teto da sala. Os móveis são de madeira maciça, com estantes recheadas de livros com marcas evidentes de uso, como se Jeongguk tivesse lido cada um deles até a capa soltar. Ele tem um enorme sofá de couro preto na sala e uma tevê de sessenta polegadas fixada na parede. Há uma réplica do Chucky, o boneco assassino, sentado em um expositor, acima de figures actions de personagens de filmes de terror e uma coleção de DVDs Blu-ray que inclui todos os filmes dirigidos por Hitchcock.
A cozinha dele é separada da sala por um balcão. Os armários também são de madeira, em estilo retrô, que contrasta com os aparelhos eletrônicos nela. Há um corredor com três portas de madeira. Taehyung deduz que uma leva ao banheiro, outra, ao quarto e a última, a algum cômodo inexplorado.
Ele senta no sofá ao lado de Jeongguk. Há uma mesa de centro recheada com comidas e acompanhamentos, servidos em louça de porcelana, na frente deles.
— Eu não conseguiria dormir se tivesse uma coisa dessas em casa. — Taehyung aponta para o boneco assassino, com o rosto desfigurado e uma faca suja de sangue falso na mão.
— É só um boneco. — Jeongguk ri.
— Pelo que sei, é nisso que todo mundo acredita até o Chucky esfaqueá-los nos filmes — argumenta, servindo-se da comida disposta na mesa.
— Eu convivo com esse Chucky há cinco anos e garanto que ele não está possuído pelo Charles Lee Ray.
— Tenho certeza que esse boneco custou uma fortuna. — Taehyung estreita os olhos enquanto avalia a réplica. — É idêntico ao do filme.
Jeongguk faz que sim, com a boca cheia demais de comida para falar.
— Você é rico, não é? — Taehyung volta seu olhar para ele. — Porque eu tenho trinta anos e pago aluguel. Não conheço ninguém que tenha o que você tem aos vinte e oito.
— Meu avô era rico — responde após engolir a comida. — Esse prédio faz parte da herança que ele deixou pra mim.
— Hum... — Taehyung geme enquanto mastiga a comida. — Você fez faculdade? — muda de tópico, tentando colher informações básicas de um primeiro encontro.
— Gastronomia — diz de boca cheia.
— Por isso comer sua comida é como ter um orgasmo.
É só bulgogi. Como pode ser tão bom?
— Estou feliz por proporcionar experiências sexuais com minhas habilidades culinárias. Foi pra isso que fiz faculdade por cinco anos.
Taehyung acerta um tapa nele de brincadeira, e Jeongguk gargalha.
— Você cumpriu o serviço militar?
Jeongguk serve uma dose de makgeolli para eles ao responder: — Sim. — Ele entrega o pequeno copo de porcelana nas suas mãos. — Foram os piores anos da minha vida.
— O mesmo pra mim — Taehyung diz, bebericando o líquido leitoso.
— Você sempre quis ser editor? — Jeongguk pergunta.
— Na verdade, eu queria ser escritor. Mas não tinha talento o suficiente pra isso, então decidi ajudar quem têm.
— O que você escreve? — Os olhos dele reluzem com interesse.
— Nada que você gostaria de ler.
— Apesar da minha paixão por terror, eu leio de tudo.
— Anram. — Taehyung finge que acredita. — O que vamos assistir? — Estica—se para pegar o controle da tevê, que exibe o catálogo de um programa de streaming.
— Não fuja do assunto. — Jeongguk rouba o controle da sua mão. — O que você escreve?
Taehyung o encara nos olhos por alguns segundos. Ele conclui que Jeongguk não o deixará em paz até descobrir aquilo.
— Romance — responde, tentando pegar o controle de volta.
— Que tipo de romance? — Jeongguk insiste, tirando o controle do seu alcance.
Taehyung emite um som frustrado ao dizer: — Romances aquileanos. Agora, me devolve o controle.
Ele se estica para alcançar o controle, mas Jeongguk se inclina para trás, deitando-se no sofá conforme Taehyung escala o corpo dele. Ele sabe exatamente o que estão fazendo. Sua perna desliza deliberadamente entre as dele, uma das mãos de Jeongguk se molda à sua cintura, enquanto a outra se estica para além do sofá.
— Depois que você me beijar — Jeongguk diz, arrastando o nariz pela sua mandíbula.
Taehyung procura pela boca dele. Seus lábios se encaixam perfeitamente, em um beijo lento e sensual, diferente dos que trocaram antes. Ele acaricia cada canto da boca de Jeongguk com a língua, mordisca o piercing no lábio inferior dele e suga aquele que perfura a língua.
Então Jeongguk enrola suas línguas, puxando a de Taehyung para fora da boca, para deslizar a língua dele sobre a sua. A sensação do metal arrastando contra sua língua faz Taehyung suspirar. Sua mão sobe pelo antebraço dele e captura o controle. Jeongguk usa a mão livre para segurá—lo pelos cabelos e mergulhar na sua boca.
Estão no meio de uma quente troca de amassos quando uma cauda peluda acaricia os seus rostos. Taehyung se depara com a bunda de Plutão quando abre o olho. O gato caminha entre eles no sofá, exigindo que se separem, e Jeongguk range de frustração.
— Desculpa — diz, tirando Plutão de cima deles. — Acho que ele tá se vingando por eu castrar ele.
— Não tem problema. — Taehyung sorri, ao sentar no sofá, e puxar Plutão para o seu colo. — Eu gosto de animais.
— Então, vamos assistir ao filme ou...?
Taehyung responde pegando o controle da tevê e rolando pelo catálogo do programa de streaming, acariciando as orelhas de Plutão.
— Quero ver A Criada.
Jeongguk suspira, enquanto repete "tudo bem" para si mesmo. Ele se ajeita no sofá e coloca uma almofada no colo. Encara o gato com um olhar ressentido. Ele deveria estar empoleirado no colo de Taehyung em vez de Plutão. Mas a vida é injusta.
Taehyung coloca o filme, e Jeongguk abraça os ombros dele, puxando—o para perto. Ele enrola os dedos nos cabelos de Taehyung conforme o romance se desenrola na tela da tevê. O enredo cativa Jeongguk, que não desgruda os olhos da tela. Apesar de Taehyung ter decidido assistir ao filme, não pensou que fossem realmente prestar atenção.
Ele decide tomar o controle da situação uma hora depois, quando acaricia o interior da coxa de Jeongguk e arrasta o nariz pelo pescoço dele. Jeongguk inclina a cabeça e entreabre as pernas, mas mantém o foco no filme. Taehyung afaga a virilha dele por cima do moletom e beija o sinalzinho no pescoço dele. Ele escuta um gemido e, quando olha para a televisão, as personagens estão fazendo sexo, em uma posição de tesoura, esfregando-se uma na outra.
Então atravessa o elástico da calça dele e o segura em sua mão. Jeongguk vira o rosto para Taehyung, mas ele ordena:
— Continue assistindo ao filme.
Jeongguk obedece, mantendo os seus olhos na tela. Taehyung desliza o prepúcio de Jeongguk para baixo e as primeiras gotas de pré-sêmen molham sua mão. Ele o acaricia suavemente, sentindo a pele macia e depilada da virilha dele. O pau de Jeongguk cresce sob seus afagos e beijos no pescoço, gotejando o líquido seminal, tornando a masturbação mais gostosa.
— Eu sabia que você era menor do que eu. — Taehyung puxa a ereção de Jeongguk para fora. — Mas não imaginei que o seu pau fosse gordo desse jeito — comenta, puxando ainda mais o prepúcio para baixo, fazendo a ponta vermelha emergir do interior do seu punho.
— Hum... — Jeongguk suspira, rolando a pelve contra sua mão. — Tenho certeza que você ficaria lindo com essa boquinha esticada em volta do meu pau. — Ele sela os seus lábios.
— Você quer ver? — provoca, mordiscando o piercing no lábio dele, e Jeongguk faz que sim.
Então Taehyung desliza para o chão da sala, ajoelhando-se entre as coxas dele. Ele prende os dedos no cós da calça e a puxa com a cueca, despindo-o da cintura para baixo. O pau de Jeongguk se ergue orgulhosamente ereto na frente do seu rosto. A pele dele é mais escura naquela região. Parece que ele se depilou no banho hoje, porque não há nenhum pelo na virilha dele.
Taehyung acaricia e aperta as coxas musculosas conforme trilha um caminho de beijos molhados até os testículos dele. Ele lambe e beija um por vez, antes de sugá-los para dentro de sua boca. Jeongguk enreda os dedos no seu cabelo em uma carícia reconfortante, e Taehyung envolve o pau dele em sua mão, masturbando-o enquanto brinca com os testículos.
— Agora coloca meu pau na boca — comanda, penteando uma mecha de cabelo para trás da sua orelha.
Taehyung solta as bolas dele com um barulho molhado. Então, com os olhos cravados em Jeongguk, contorna a cabeça do pau dele com sua língua.
— Porra — Jeongguk xinga. — Você é perfeito. Poderia gozar só olhando pra você.
Isso o incentiva a mergulhar no pau dele, sugando a ponta com força e acariciando o comprimento com a língua. Jeongguk inclina a cabeça para trás e geme de prazer. Ele o encara por entre os cílios, massageando o seu cabelo enquanto o elogia. Taehyung floresce sob aquele tratamento carinhoso. Fica tão excitado que leva Jeongguk até o fundo da sua garganta.
Ele engasga em volta de Jeongguk, mas não recua. Deixa que Jeongguk role a pélvis contra a sua boca e se enterre profundamente nela. Taehyung só solta o pau dele, quando não consegue mais respirar. Ele tosse escandalosamente à medida que Jeongguk recolhe suas lágrimas com os polegares e o cobre com palavras doces.
— Você não precisa se forçar. — Jeongguk acaricia o seu cabelo. — Faça do jeito que é confortável pra você, tá?
Taehyung concorda com a cabeça, recompensado com um beijo amoroso.
Em seguida, acomoda o rosto entre as coxas de Jeongguk, e segura o pau dele pela base. Sua outra mão desce pelos testículos e períneo dele, aproximando-se do ânus.
— Posso dedar você? — pergunta, contornando—o com o indicador.
— Sim — Jeongguk consente com a voz grave de excitação. — Por favor.
Então Taehyung umedece seus dedos de cuspe antes de deslizar o indicador dentro dele. Jeongguk aperta seu dedo com força. O calor dele faz o seu pau pulsar nas calças. Ele entra e sai com dificuldade, arrancando suspiros e ôfegos sensuais quando massageia a próstata dele. Jeongguk fica impaciente. Ele o puxa pelo cabelo pela primeira vez, e faz Taehyung chupar o pau dele, arremetendo contra sua boca cada vez que atinge a próstata dele, emitindo gemidos mais agudos. Taehyung sente ele latejar em sua boca, e sabe que está perto de gozar.
Mas, por algum motivo, Jeongguk o puxa para longe antes que o orgasmo dele exploda. Ele faz Taehyung ficar de pé e arranca as suas calças com impaciência. Quando está parcialmente nu, Jeongguk o senta escarranchado no colo dele. Não tem tempo de reclamar da posição, porque logo seu suéter é arrancado do seu corpo e jogado em um canto aleatório da sala.
O beijo de Jeongguk é bagunçado, cheio de dentes, língua e saliva. A boca dele desce pela sua garganta, molhando sua pele a caminho do mamilo. Ele o suga, morde e lambe, como se estivesse faminto. Mas Taehyung não reclama, porque o punho dele envolve sua ereção, aliviando parte da excitação. Ele alterna para o outro mamilo, explorando-o com o mesmo desejo abrasador.
Taehyung arqueia a coluna e geme. Ele não sabia que seus mamilos eram tão sensíveis. Está acostumado a desempenhar o papel de ativo. Isso significa que é responsável por explorar as zonas erógenas de outra pessoa, enquanto o seu prazer se resume à penetração. Mas, agora que não está nesse papel, pode sentir prazer de outras maneiras.
Jeongguk gasta um longo tempo mapeando o seu corpo, como se fosse uma terra nova e inexplorada. Ele beija, morde e lambe todos os lugares que a boca dele alcança naquela posição. Enquanto as mãos dele acariciam, apertam e arranham o seu corpo, indo dos seus ombros à bunda, das clavículas à virilha, dos quadris aos pés, em um passeio sem destino certo.
Então Taehyung tira a camiseta dele, querendo descobrir o corpo de Jeongguk também.
— Porra, Jeongguk — geme, ondulando a pélvis de excitação. — Você é fodidamente sexy — diz, surpreendido pelo par de piercings de metal nos mamilos escuros.
Ele torce os mamilos perfurados entre o indicador e o polegar. Jeongguk emite um gemido doce, e Taehyung não resiste ao impulso de mordê-los. Enquanto Taehyung brinca com os mamilos dele, Jeongguk começa a se masturbar. Taehyung o imita, acariciando o próprio pau.
Isso excita Jeongguk, porque ele o puxa para um beijo febril e reúne suas ereções, pressionando os seus paus dentro do punho dele. Seu corpo estremece quando vê seu pau entrar e sair do punho dele. Sua pélvis se move por conta própria, e Jeongguk acompanha o seu ritmo, gemendo contra a sua boca. O líquido branco desliza por entre os dedos dele, produzindo um som imoral, conforme seus paus escorregam um contra o outro, apertados dentro do mesmo punho.
— Eu vou gozar, porra! — Taehyung adverte, com um último golpe, e seu pau expele gozo pelo abdômen de Jeongguk.
— Eu também, lindo — Jeongguk diz, ofegante, apertando seus paus com força, ao que o líquido quente e cremoso jorra pelo pau dele.
Apesar da sensibilidade do orgasmo, Jeongguk continua masturbando os dois, até o seu gozo se tornar um só com o dele e o estímulo se tornar uma doce tortura. Taehyung descansa a cabeça no ombro dele, enquanto Jeongguk afaga seu cabelo com a outra mão, suspirando de prazer no seu ouvido.
— Nada como uma boa guerra de espadas.
Jeongguk sorri, e beija sua bochecha.
— Agora, vamos tomar banho e dormir.
— Só mais cinco minutos — Taehyung implora. — Minha alma ainda não voltou pro corpo.
— Nem mais um segundo — Jeongguk diz, agarrando a parte debaixo das suas coxas e levantando do sofá como se Taehyung não pesasse nada.
Ele protesta durante o caminho até o banheiro. Nunca foi carregado no colo por outro homem. Entretanto, não consegue reprimir a excitação em seu estômago quando percebe o quão forte Jeongguk é por conseguir fazer isso. Eles tomam banho juntos e, em seguida, Jeongguk empresta um pijama para ele dormir.
Eles discutem pelo posto de "conchinha maior" quando se enrolam embaixo dos cobertores. Taehyung ganha a discussão, porque não consegue dormir sem abraçar alguma coisa, e Jeongguk se contenta em ser a "conchinha menor" naquela noite para causar uma boa impressão.
Está quase adormecendo quando Plutão salta em cima deles. O bichano esfrega o nariz contra o de Jeongguk e aconchega a cabecinha no tríceps dele, como se fosse seu travesseiro particular. Ele encara Taehyung com os olhos verdes de ciúmes, que dizem "ele é meu", quando Jeongguk beija o rosto do gato.
Plutão precisa aprender a compartilhar o papai dele, pensa Taehyung, antes de adormecer, embalado pelo cheirinho do xampu de Jeongguk.
Na manhã seguinte, Jeongguk o acorda com panquecas e suco servidos na cama.
E, assim, Taehyung conclui que ele é um homem para casar.
Seu relacionamento progride de forma natural a partir daí. Eles saem em encontros durante um mês. Taehyung leva Jeongguk para uma exposição de arte, e Jeongguk o leva para jogar boliche. Eles vão ao cinema e ao parque de diversões juntos. Fazem todas as coisas que um casal deveria fazer, e terminam pelados na cama todas as noites.
São os melhores trinta dias da sua vida. Taehyung sente que está em um livro de romance. Seu coração incha de amor a cada nova página. Em seus delírios, Jeongguk nasceu para ele. É difícil não confessar sua paixão quando encara aqueles olhos escuros como azeviche. Em vez de pronunciar as três palavrinhas mágicas, Taehyung grava elas na pele de Jeongguk, beijando cada linha preta tatuada nos braços dele, desde os pulsos até os ombros.
Jeongguk transforma o seu mundo sem nem perceber. Agora, Taehyung trabalha apenas em horário comercial. Ele preenche todas as suas horas vagas com beijos, conversas profundas, carícias sutis, sexo apaixonado e sorrisos que não acabam mais. Ele até dorme e se alimenta melhor, porque Jeongguk não sai do seu pé, falando sobre como ele precisa manter uma dieta saudável e descansar bastante.
Então, oficializam o namoro durante um jantar em um restaurante chique. Jeongguk comprou um par de alianças de prata para eles. Taehyung fica emocionado quando ele coloca o anel no seu dedo e diz "eu te amo". Ele não se contém depois disso. Arrasta Jeongguk para o seu apartamento e o empurra em sua cama, dizendo que precisa fazer amor com ele.
Isso os leva ao presente momento, em que Jeongguk está com a cabeça entre suas pernas abertas. Ele fez Taehyung se contorcer na cama, chupando os seus testículos até ficarem vermelhos. A língua dele acaricia o seu períneo, em um beijo provocante, e Taehyung arranha a cabeça dele.
— Amor — Jeongguk chama, e aquela palavra é suficiente para fazê-lo derreter. — Você confia em mim?
Taehyung solta um "sim" ofegante.
— Eu quero tentar algo novo — diz, beijando seu períneo. — Se você não gostar, prometo que paro.
Taehyung assente com a cabeça. O caminho que a boca de Jeongguk toma o deixa tenso. Ele assopra o hálito quente contra o seu cu. Taehyung teme o que fará, mas não o impede, porque confia nele. Precisa confiar. Em seguida, a língua dele desliza pela sua entrada. É estranho. Ela contorna o anel enrugado, fazendo os músculos relaxarem sob seus beijos e carícias, e Taehyung descobre um novo prazer naquilo. Então pressiona os lábios em volta do seu cu e o penetra com a língua. Sente cócegas no começo, mas a língua dele atinge algo próximo da sua entrada, que faz seu corpo arquear na cama.
Ele puxa o cabelo de Jeongguk por instinto. Seu namorado continua metendo a língua dentro dele, cutucando sua próstata, lambendo seu interior. Ele suga a sua entrada com vigor. Taehyung nunca experimentou nada assim. Cada vez que toca a sua próstata, uma corrente elétrica dispara pelo seu corpo, e seu pau pulsa, como se fosse explodir em um orgasmo.
Jeongguk o reduz a uma bagunça em questão de minutos. Taehyung perde o controle sobre o próprio corpo. O prazer é tão avassalador que o assusta. Ele tenta afastar Jeongguk quando seu corpo sofre espasmos em cima da cama. Mas seu namorado afunda mais o rosto entre suas bochechas, e come a sua bunda como se fosse a melhor coisa que já experimentou.
Quando finalmente goza, seu pau expele sêmen como uma fonte, enquanto seu quadril emerge da cama e sua cabeça mergulha no travesseiro. Seus lábios se partem em um gemido estrangulado e seus olhos reviram dentro das órbitas. Então despenca na cama, sentindo a adrenalina se dissipar na sua corrente sanguínea.
Jeongguk beija sua pele, fazendo o caminho até sua boca. Ele o masturba languidamente, espalhando o gozo em seu cumprimento, enquanto espera Taehyung se recuperar.
— Você é delicioso por dentro — ronrona ao seu ouvido. — É tão apertadinho, amor.
— Aposto que tá pensando em me abrir com esse pau gordo — Taehyung usa um tom de brincadeira.
— Com certeza — Jeongguk confessa. — Ainda vou arrombar você.
— Se acalme, pequeno gafanhoto — diz, beijando a boca dele com carinho. — O que acha de inaugurarmos aquele masturbador? Hum?
Taehyung aprendeu que a melhor estratégia para desviar a atenção de Jeongguk, quando começa a fantasiar sobre foder sua bunda, é oferecer outra coisa "penetrável". O mesmo funciona para ele. Por isso, chupam o pau um do outro diariamente. Decidiram comprar um masturbador por causa disso. A mera ideia de enfiar seus paus no mesmo buraco é suficiente para deixar os dois eretos.
O brinquedo não decepciona. Taehyung descobre que Jeongguk se descontrola quando tem realmente algo para penetrar. Ele fica extremamente sexy com aqueles olhos selvagens e cabelos ondulados grudados na testa. O ritmo agressivo que ele estabelece, enquanto bate os quadris contra os seus e esfrega suas ereções dentro do objeto de silicone, faz Taehyung gritar o nome dele como um mantra.
Jeongguk se desmancha com ele. Repetindo o nome de Taehyung, enquanto agarra seus quadris com força suficiente para causar um hematoma.
Mais tarde, quando se enrolam na cama de Jeongguk, com Plutão em cima do peito do papai dele — porque o bichano sempre fica territorial quando Taehyung dorme ali —, sua mente o atormenta com questionamentos.
Ele nunca sentiu tanto prazer como sentiu com o beijo grego de Jeongguk. Já dormiu com muitos homens, e nenhum deles gozou só de Taehyung meter os dedos ou o pau neles. Sempre precisava masturbá-los para alcançarem o orgasmo. Taehyung se pergunta se tem alguma coisa errada com ele. Não pode ser normal desfrutar tanto disso.
Jeongguk está babando no travesseiro ao seu lado. Ele é a coisinha mais fofa do mundo quando está dormindo. Taehyung beija a bochecha dele antes de levantar da cama. Decide procurar respostas na internet, já que não está conseguindo dormir. Ele pega o seu celular e se senta no balcão da cozinha, bebericando um copo d'água.
Taehyung navega por fóruns gays. Há algumas publicações sobre o assunto. Encontra uma postagem de um cara que disse estar viciado em massagem na próstata. Aparentemente, não consegue gozar de outra forma, o que deve ser um grande problema. Em seguida, encontra um senhor de idade dizendo que descobriu sua próstata aos sessenta anos devido a um tratamento médico. Ele, supostamente, nunca gostou de homem, mas quer encontrar um para fodê-lo, porque paus de borracha não são mais o bastante. Então, encontra um ex-ativo dizendo que virou versátil depois que descobriu os massageadores de próstata.
Ele lê vários fóruns semelhantes, mas nenhum responde ao seu problema. Resolve digitar no Google: "é normal gozar só com estímulo na próstata", e se depara com vários sites que dissertam sobre como a próstata é o ponto G masculino. Ele revira os olhos. Daí reformula a pergunta: "é normal gozar só com beijo grego". A resposta é sim, é normal gozar só com beijo grego, porque o ânus é uma zona erógena e a próstata é responsável justamente pelo orgasmo.
Taehyung acaba de confirmar que está perfeitamente saudável, quando Jeongguk se arrasta até a cozinha. Os cabelos dele formam um ninho em volta da cabeça, ele mantém um olho aberto e outro, fechado, enquanto franze o rosto de sono.
— O que tá fazendo fora da cama? — pergunta, deslizando entre suas pernas para abraçá—lo.
Ele deita a cabeça no seu ombro, e Taehyung beija a testa dele.
— Nada — mente, abraçando seu namorado. — Eu já ia voltar pra você.
— Senti saudade do seu abraço de urso — Jeongguk reclama, com um beicinho, e Taehyung precisa beijá—lo.
Então retornam para o quarto. Taehyung aconchega Jeongguk contra o seu peito, e afaga os cabelos dele até adormecer de novo. Plutão deita sobre a sua barriga, com a cabecinha apoiada no braço de Jeongguk, e Taehyung considera aquilo uma pequena vitória.
Taehyung sai para fazer compras com Jimin, uma semana após confirmar que não estão exagerando quando dizem que a próstata é o ponto G masculino. Jimin o arrasta para um sexy shop, que tem uma coleção de lingeries para todos os gostos, gêneros e tamanhos. Ele está preparando uma surpresinha para comemorar o ingresso de Namjoon na bendita especialização em psiquiatria, depois de muita insistência de Jimin.
— Você prefere preto ou vermelho? — Jimin pergunta, com um conjunto de lingeries nas mãos, com direito a espartilhos, meias-calças e aquelas ligas de prender na calcinha.
— Preto?
— Ok. — Jimin coloca a lingerie na cestinha. — Agora, preciso de um dildo, um anel peniano e um lubrificante novo, porque o nosso tá quase acabando — lista em voz alta.
— Eu achei que você ia comprar um presente normal pra ele. — Taehyung suspira, arrependido por aceitar aquele convite. Ele adora comprar presentes para as pessoas, mas tudo tem limite.
— Para de ser chato — reclama, enquanto avalia dildos de diferentes tamanhos e formatos. — Escolhe alguma coisa pra apimentar sua relação com o Jeongguk.
— Estamos namorando há uma semana — argumenta como se não precisasse disso.
— Nunca é cedo demais pra começar.
Jimin escolhe um pau de borracha preto que Taehyung aposta que tem mais de vinte centímetros.
— Vou levar esse.
— Você só pode tá de brincadeira. — Ele arregala os olhos. — Esse negócio é gigante.
— O Namjoon gosta quando eu tô bem dilatado e molhado — informa, com um sacolejar de ombros, despreocupado.
— Você é o passivo da relação? — Taehyung pergunta.
— Versátil — Jimin responde. — Mas eu prefiro ser passivo, porque dá menos trabalho e é mais gostoso. Então pulo no pau dele sempre que posso, mas às vezes ele quer pular no meu, aí eu deixo.
Ele fala com tanta naturalidade que Taehyung o encara como se fosse um alienígena.
— Agora, falta só o anel peniano. Eu quero um daqueles que apertam os ovos e o pau ao mesmo tempo, sabe?
— Você já gozou só com estimulação na próstata? — Taehyung pergunta, mantendo o tom baixo, para que as outras pessoas não escutem.
— Quase todo dia — Jimin responde. — Por quê?
Taehyung mordisca o lábio, ponderando se deve ou não contar a Jimin o que aconteceu com ele. Jimin se entretém com os anéis penianos. Ele escolhe um roxo, dizendo que vai ficar bonito em Namjoon.
— O Jeongguk me deu um beijo lá — Taehyung murmura, tímido, quando param na frente da prateleira de lubrificantes. — E eu gozei sem ele tocar no meu pau.
— E qual é o problema?
— Isso nunca aconteceu comigo antes. Eu sou ativo.
— Ah. — Jimin o encara como se Taehyung fosse um homem das cavernas. — Você deveria comprar um massageador de próstata. Isso vai mudar sua vida.
— Você não entendeu — Taehyung insiste. — Eu não deveria gostar disso.
— Por que não? — retruca. — Você é um homem gay no auge dos seus trinta anos. Se fosse tão bom ser ativo, a maioria dos gays não preferiria dar o cu.
— Nunca pensei por esse lado.
— Pois é — Jimin cantarola. — Vai escolher um massageador de próstata e um pau de borracha pra adoçar sua vida.
— Meu namorado já adoça a minha vida.
— Confie em mim — argumenta. — Você precisa explorar sua sexualidade sozinho antes de foder com ele. Meu sexo com o Namjoon só é maravilhoso porque eu sei exatamente como quero que ele use o pau.
— Sempre que você e o Namjoon falam "confie em mim", é sinal de que eu não deveria confiar.
Apesar de suas palavras, Taehyung compra um massageador de próstata e um pau de borracha pequeno — o tamanho ideal para "iniciantes", segundo Jimin. Ele também repõe seu estoque de lubrificantes e camisinhas, que tem acabado cada vez mais rápido, porque estão fazendo sexo como coelhos.
Ele aproveita que terá a noite livre para testar seus novos brinquedos. Toma um banho demorado antes de deitar na cama. Começa acariciando o próprio corpo, apenas sentindo sua pele macia. Sua mão viaja para o seu pau, e o rosto de Jeongguk aparece sob suas pálpebras. Pensar nele é suficiente para deixá-lo ereto. Em seguida, Taehyung lubrifica suas mãos, e desliza o dedo dentro do seu cu. Ele cede facilmente aquele vai e vem, moldando-se ao seu dedo. Sente o mesmo choque de prazer quando cutuca sua próstata e decide que está na hora de testar o massageador.
O massageador entra com facilidade. Taehyung arqueia a coluna quando o dispositivo ganha vida dentro dele. É mais intenso do que o beijo grego de Jeongguk. Cinco minutos depois, Taehyung está gozando. Ele não tem forças para desligar aquela coisa. Por isso, continua convulsionando de prazer na cama, enquanto seu pau expele um líquido aquoso. Ele só remove o massageador quando sente que está prestes a urinar sobre si mesmo.
Então fica estirado na cama, com o peito subindo e descendo, o coração batendo tão rápido que parece que irá infartar e o corpo sofrendo espasmos de prazer.
Resolve que o pau de borracha terá que esperar.
Mas, quando finalmente o testa, Taehyung se recusa a aceitar que gozou pulando em um pau de borracha. Mas contra fatos não há argumentos. Ele continua explorando sua sexualidade em segredo. Se Jeongguk percebe alguma mudança em seu comportamento, ele não comenta.
O sexo entre eles continua tão bom quanto antes. Porém, agora que Taehyung sabe como é ter alguma coisa golpeando sua próstata, não consegue ficar satisfeito apenas com o que costumavam fazer.
Ele se descobre fantasiando com Jeongguk o fodendo enquanto pula em um pau de borracha de dezesseis centímetros, que Taehyung encomendou porque tinha o mesmo comprimento que Jeongguk, apesar de ser mais fino.
Taehyung sente que retornou à adolescência. Em poucas semanas, ele tem uma coleção de paus de borracha escondida no guarda-roupa. Todas as noites, antes de dormir, Taehyung se fode com um deles. Normalmente, isso o ajuda a adormecer. Porém, algumas vezes, Taehyung fica um longo tempo se fodendo, sem conseguir se satisfazer, porque seu pulso está doendo ou porque não encontra o ângulo certo. Ele tem certeza de que Jeongguk o foderia melhor do que é capaz de se foder com um pau de borracha. Mas ainda tem um longo caminho para percorrer antes de admitir que quer ser passivo.
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Jeongguk percebeu a mudança de comportamento de Taehyung. Primeiro, o apetite sexual dele diminuiu. Eles costumavam fazer sexo duas vezes ao dia no início. Agora, quando chega em casa, Taehyung está dormindo, feliz como um bebê, sem nenhum apetite sexual. Em seguida, Taehyung sugeriu que tentassem algo novo na cama, dando a entender que estava entediado com o sexo. Jeongguk fez algumas sugestões, mas Taehyung se chateou porque todas envolviam algum brinquedo sexual, e não era isso que queria. Então, no dia seguinte, Taehyung sentou no seu colo, no meio de um encontro duplo com Namjoon e Jimin, e se esfregou no seu pau até Jeongguk ser obrigado a se aliviar no banheiro.
Ele não sabia o que isso significava. Talvez, Taehyung se cansou dele, agora que o fogo do início de namoro cedeu. Talvez, ele queria terminar, mas não sabe como dispensá-lo sem quebrar o seu coração em minúsculos pedacinhos.
Estão comemorando três meses juntos na próxima semana.
A relação deles é ruim ao ponto de Taehyung terminar após tão pouco tempo juntos? — Jeongguk suspira, enquanto limpa uma mesa, decepcionado. É impossível superar uma paixão como Taehyung. Mesmo se terminarem, Jeongguk tem certeza de que passará o resto da vida imaginando como poderiam ter sido felizes juntos se...
— Chega — Namjoon declara, fechando a enorme coletânea dos escritos de Freud. — Cansei de ver você se arrastando por aí como se alguém tivesse morrido. O que aconteceu?
— Não é nada, hyung — Jeongguk diz, com outro suspiro pesado.
— Sempre é alguma coisa — Namjoon retruca. — Senta aí. Aproveita enquanto não cobro nada pra ouvir suas lamentações.
Jeongguk encara Namjoon nos olhos. Namjoon transformou sua caféoteca na sala de estudos dele. Segundo ele, sua casa ou fica muito silenciosa quando Jimin não está lá ou muito barulhenta quando ele está lá. Ele precisa de equilíbrio entre uma coisa e a outra para se concentrar na leitura. Além disso, a caféoteca fica próxima da Universidade Nacional de Seul, onde faz a especialização.
Então decide que precisa desabafar com alguém, para ter certeza de que não está ficando paranoico.
— Eu acho que o Tae vai terminar comigo — diz, assim que senta na cadeira, e é como retirar um peso dos ombros.
— Por quê? — Namjoon pergunta. — Na última vez que chequei, ele tava apaixonado.
— Pelo sexo — desabafa. — Eu e ele somos ativos. O Tae morre de medo de fazer sexo anal, porque diz que dói, e eu realmente não gosto de ser passivo. Então, imagino que ele não tá muito feliz comigo.
— Por que você não gosta? — Namjoon pergunta, franzindo a testa.
— Porque não — responde, simplesmente. — Preciso ficar me preparando por horas pra penetração, dói quando entra, é desconfortável quando sai, e eu tenho que me masturbar o tempo todo pra aliviar. No final, minha mão me dá mais prazer do que o pau do cara e eu preciso de um boquete pra gozar. Ah, sei lá, eu só prefiro meter mesmo.
— Pensei que todo homem gostasse de estímulos na próstata.
— Eu gosto — Jeongguk retruca. — O problema é aquele negócio grande entrando e saindo. Quanto maior, pior.
— Isso é realmente um problema — Namjoon reflete. — Pelo que lembro, o Taehyung é bem grande.
— Por isso que não vou nem tentar. Eu amo ele, e ele merece que eu dê tudo de mim nessa relação, mas tenho certeza que isso não faria o sexo melhor.
Jeongguk balança a cabeça para afastar aquela ideia indesejada.
— O amor não tem que ser um sacrifício. Principalmente no âmbito sexual — Namjoon concorda. — Já tentou convencer o Tae a experimentar?
— Eu jogava umas indiretas no começo, ofereci até um beijo grego pra ele, mas aí percebi que o Tae detesta provavelmente a ideia de ser fodido, então parei.
— Você não deveria desistir assim — Namjoon aconselha. — Eu conheço o Tae há anos. Ele resiste às mudanças, à qualquer coisa fora da zona de conforto dele. Então você precisa pressionar ele um pouco, mostrar que a vida é mais colorida do outro lado, e, depois, deixar que ele tome a iniciativa.
— Tenho medo de pressionar demais, e ele me detestar — murmura, cabisbaixo, enquanto desenha um padrão aleatório no tampo da mesa de madeira.
— Como ele reagiu ao beijo grego? — pergunta, colocando os cotovelos na mesa.
— Ah, ele enlouqueceu... — Jeongguk responde, sorrindo maliciosamente com a memória. — Mas depois ele ficou estranho. Quase não dormiu comigo naquela noite.
— Por que você não tenta de novo?
Jeongguk pesa os prós e os contras. Na melhor das hipóteses, Taehyung irá se contorcer de prazer na cama dele, emitindo os gemidos mais bonitinhos e roucos que já ouviu. Na pior das hipóteses, Taehyung irá terminar o namoro porque Jeongguk continua perseguindo a bunda dele.
— Porque se ele terminar comigo, eu nunca vou amar de novo — choraminga, deitando a cabeça na mesa.
— Basta fazer ele gozar, e tenho certeza que ele não vai reclamar.
Jeongguk suspira, garantindo a Namjoon que tentará mais uma vez. Então volta ao trabalho. Há muitos clientes para atender, bolos para assar, bebidas para preparar e livros para vender. Após o expediente, Jeongguk irá visitar o apartamento de Taehyung, e se sufocar entre as bochechas da bunda dele, como se fosse a boia salva—vidas do seu relacionamento.
As luzes estão apagadas quando entra no apartamento de Taehyung, por volta da meia-noite. Jeongguk está familiarizado com tudo, ao ponto de se mover pelo loft no escuro. Ele liga a luz da sala. A única coisa que separa aquele cômodo da cozinha é um balcão, que Taehyung usa como mesa de refeições. Dali, Jeongguk vê seu namorado adormecido na cama, que ficam quatro degraus acima do piso do restante da casa. O único cômodo realmente fechado é o banheiro. A porta branca dele se confunde com as portas de correr do guarda-roupa embutido na parede.
A casa de Taehyung é bem decorada, com uma paleta em tons de branco, marrom e creme. Há uma grande estante na sala, com uma tevê de quarenta e duas polegadas nela, e livros bem organizados. Uma mesinha de centro e um sofá grande de camurça marrom. A cozinha dele é bem equipada para alguém que não sabe fazer nada além de miojo e ovo frito. E Taehyung tem uma cama enorme, com um colchão mil vezes mais confortável do que o seu.
Jeongguk resolve tomar um banho antes de rastejar, completamente nu, para dentro dos edredons de Taehyung. Ele acorda Taehyung assim com frequência, por isso, recebeu consentimento prévio de que carícias e estímulos sexuais durante o sono são permitidos. Seu namorado costuma dormir cedo devido ao trabalho, enquanto Jeongguk volta para casa tarde e tem um sono pesado de manhã, então o incentivo certo sempre ajuda a construir o clima sexual entre eles e deixá-los bem acordados, e é justamente do que precisa agora.
Taehyung se remexe, balbuciando para Plutão deixá-lo em paz, enquanto Jeongguk puxa as calças dele para baixo. Esfrega o nariz na trilha escura de pelos pubianos que adorna a virilha dele. Taehyung cheira a sabonete de baunilha. Planta beijos molhados naquela região e contorna o formato do pau dele com a língua.
Ele emite um gemidinho fofo quando beija a cabeça do pau dele. Jeongguk o abocanha, sugando-o até ficar completamente ereto, dando especial atenção à cabeça sensível.
— O quê...? — Taehyung pergunta, confuso ao ser acordado daquela maneira.
Jeongguk o leva ao fundo de sua garganta, e Taehyung torce a pélvis por instinto, mergulhando na boca molhada.
— Porra, baby! — geme, descobrindo Jeongguk debaixo dos edredons. — Você é um garoto tão bom — elogia, acariciando seus cabelos, enquanto os penteia para trás. — Não podia esperar pra me chupar, não é?
Jeongguk solta o pau dele com um barulho molhado.
— Eu quero comer você — diz, arrastando os lábios pelos testículos dele. — Posso?
Ele faz que sim, e acrescenta: — Por favor.
Então Jeongguk lambe o períneo dele, sugando a região sensível. Está prestes a colocar os lábios em volta do cu dele, quando Taehyung agarra seus cabelos e o afasta.
— Espera — ofega. — É mais fácil pra você se eu ficar de bruços.
E, com essas palavras, Taehyung vira de costas para ele, com a bunda no ar e o rosto espremido no travesseiro. Nada poderia prepará-lo para a imagem de Taehyung de quatro, com a coluna arqueada, as bochechas rosadas e o pau duro entre as coxas. Taehyung é, definitivamente, o homem mais sexy do mundo.
Jeongguk se ajoelha na cama, enquanto afaga as bochechas da bunda dele, apertando a carne entre os dedos. O cu dele abre e fecha em torno de nada, e Jeongguk não resiste à tentação de preenchê-lo com seu dedo.
Taehyung ofega com a invasão inesperada.
Ele está solto e relaxado em torno do seu dedo, que entra e sai sem nenhuma resistência. Jeongguk se pergunta se Taehyung estava tenso na primeira vez, porque tem a impressão de que era mais apertado.
— Jeongguk — seu nome tem um gosto doce na voz dele. — Me beija.
Então, cobre o corpo de Taehyung com o seu, captura o queixo dele e o beija da forma mais profunda que consegue. Taehyung suspira em sua boca, procurando pela sua língua, chupando o seu piercing. Seu dedo desliza dentro e fora dele, e ele balança o quadril, ditando o ritmo a seguir.
— Lubrificante — Taehyung arfa, afundando o rosto no travesseiro.
— Não se preocupa, amor. — Jeongguk beija a bochecha dele. — Vou te deixar molhadinho.
Assim, retoma sua posição atrás da bunda dele. E, sem hesitar, arrasta a língua pela entrada. Ele a contorna com a ponta da língua e beija o anel enrugado como se fosse a boca de Taehyung. Quando está coberto de saliva, Jeongguk substitui o seu dedo pela língua.
— Ah, meu deus... — Taehyung se agarra ao travesseiro. — O seu piercing... Eu... Porra... — balbucia, incoerentemente, e puxa sua franja com força. — Isso! — Ele rebola contra o seu rosto, sufocando-o entre aquelas bochechas carnudas.
Taehyung está mais exigente do que na primeira vez. Ele move os quadris por conta própria, força sua cabeça contra a bunda dele, geme sem vergonha nenhuma. Quando fica sem ar, Taehyung manda Jeongguk pegar o lubrificante para dedar ele, instruindo que comece com três dedos. Jeongguk não o questiona, apenas obedece.
Seus dedos deslizam dentro dele com facilidade, enquanto o lubrificante escorre pelo períneo de Taehyung. Ele se fode praticamente por conta própria nos seus dedos, balançando o corpo para frente e para trás, fazendo círculos com o quadril. Jeongguk alcança seu próprio pau enquanto fode Taehyung com os dedos.
Seus olhares se encontram, e Taehyung fica mais excitado quando percebe Jeongguk se masturbando, por isso o imita. Ele aperta e suga seus dedos com força, os músculos das pernas dele tremem, e Taehyung goza com um grito abafado pelo travesseiro.
Jeongguk alcança o orgasmo pouco depois, derramando seu prazer entre as bochechas dele, enquanto fantasia que está fodendo Taehyung contra o colchão como um animal. Preso nessa fantasia, Jeongguk desliza os dedos melecados de sêmen dentro de Taehyung, que estremece debaixo dele, sussurando:
— Agora, você tá cheio de mim.
Então beija a parte de trás da orelha de Taehyung e puxa os dedos para fora dele.
Em seguida, Jeongguk os limpa com lenços umedecidos que cheiram a perfume de bebê. Ele abraça o corpo do seu namorado, e eles ficam lá, em silêncio, por quase meia-hora, enquanto trocam carícias e beijos preguiçosos.
Entretanto, não demora para que a consciência de Jeongguk pese.
— Desculpa, amor.
— Por quê? — Taehyung pergunta ao erguer o rosto para encará-lo.
— Eu passei dos limites hoje, não foi?
— Não. — Ele beija o seu queixo. — É fofo como você se preocupa comigo.
— É que eu nunca amei tanto assim.
Jeongguk o abraça mais forte e beija os lábios dele com carinho. Taehyung prende o piercing no seu lábio entre os dentes e solta lentamente.
— Você gostou do que fizemos hoje? — Jeongguk pergunta, penteando os cabelos dele para trás.
Taehyung faz que sim, e sela seus lábios.
— Então podemos repetir? — certifica-se, enquanto Taehyung rouba selinhos dele.
— Baby — pronúncia com afeto. — Você sempre pode me fazer gozar. É a sua função.
— É que você anda tão distante — Jeongguk murmura, escondendo o rosto no cabelo dele. — Eu tava com medo de você terminar comigo pelo sexo.
— Jeon Jeongguk, olhe pra mim. — Taehyung segura seu rosto entre as mãos. — Eu te amo. Amo, amo, amo — pontua cada palavra com um selinho. — E eu amo fazer sexo com você. Nunca fiz tanto sexo na vida.
— Você não preferia estar com um passivo?
— Eu quero estar com você — retruca, encarando-o profundamente nos olhos. — Só com você — enfatiza com um beijo apaixonado.
Quando se separam, Taehyung diz:
— Agora, seja uma boa conchinha menor, porque eu só tenho mais cinco horas de sono.
Taehyung enrola seus grandes membros em volta dele como uma jiboia, e Jeongguk adormece com o calor da respiração dele em sua nuca, sentindo-se seguro no abraço dele.
Após esse episódio, sua dinâmica sexual recuperou a vivacidade do início do namoro. Eles fazem sexo de manhã, logo que acordam, e de noite, antes de dormir. No final de semana, passam o dia alternando entre as tarefas domésticas e o sexo. Isso acalma suas inseguranças, porque Taehyung continua cem por cento interessado nele, afinal. Para apimentar a relação, Jeongguk comprou dois massageadores de próstata pequenos para eles, e tiveram uma noite de sexo bastante selvagem no domingo.
Taehyung estava mais confiante sobre suas preferências e desejos na cama. Ele sempre foi assertivo, porém, era como se uma nova persona tivesse desabrochado nele. Jeongguk estava à mercê dele na cama, como um servo ansioso para agradar seu mestre.
Mas nem só de sexo se sustenta uma relação. Por isso, Jeongguk mantinha a chama acesa de outras formas. Ele servia o café da manhã na cama sempre que acordava mais cedo do que Taehyung. Massageava as costas dele após um longo dia de trabalho — o que criava o clima perfeito para o sexo, aliás. Ficava abraçadinho com ele no sofá, trocando beijos e carícias inocentes, enquanto Taehyung reprisava o mesmo k-drama pela milésima vez, e Plutão se esticava no colo deles. Pesquisava lugares diferentes e ideias novas para levar Taehyung em encontros, apesar de serem muito caseiros.
Taehyung o recompensava sendo um verdadeiro ursinho carinhoso e comprando presentes aleatórios para Jeongguk, porque, aparentemente, muitas coisas o lembravam de Jeongguk, desde grãos de café produzidos em diferentes partes do globo terrestre à mangás de Junji Ito.
Nesse ritmo, Taehyung e Jeongguk completaram quatro meses juntos e três de namoro. Estava tudo correndo perfeitamente bem. Jeongguk vivia sorrindo de orelha a orelha, porque haviam juntado suas escovas de dentes e, agora, estava em lua de mel com o homem mais perfeito do universo. Poderia parecer cedo para quem estava de fora, mas foi um sacrifício morar em casas diferentes nos últimos dois meses.
Jeongguk queria dormir e acordar com Taehyung todos os dias, e Taehyung se sentia da mesma forma. Por isso, alternavam entre a casa um do outro semanalmente. Mas era difícil manter esse ritmo, porque Taehyung morava em um distrito afastado do epicentro de Seul — onde os aluguéis não custam um rim.
Por isso, foi um ganha-ganha quando Taehyung sugeriu que morassem juntos. A casa de Jeongguk era a escolha mais óbvia porque é um imóvel próprio e bem localizado. Eles passaram um mês organizando a logística da mudança. E, agora, Taehyung estava mais para seu marido do que para namorado. Afinal, morar juntos é o auge de um relacionamento gay.
— É perturbador como você é um livro aberto — Namjoon comenta após Jeongguk servir um cappuccino na mesa dele.
Há uma pilha de livros ao lado dele, que vão de Freud à Lacan. Ele parece cansado de tanto estudar, pois há olheiras profundas sob os olhos dele.
— Seus problemas no paraíso acabaram? — pergunta, parecendo desesperado por uma distração daqueles livros.
— Não exatamente — Jeongguk responde. — Mas o Tae se mudou pra minha casa nesse fim de semana.
— E você com medo de ele terminar — Namjoon zomba, bebericando o cappuccino.
Jeongguk emite uma risadinha envergonhada.
— Hyung... — Puxa a cadeira, sentando-se na frente de Namjoon. — Eu preciso de uma opinião sincera sobre aquele assunto.
— Que assunto?
— Sobre ser ativo, lembra? — diminui o tom para que os clientes não escutem a conversa deles.
Namjoon faz um "ah...", e Jeongguk continua:
— Você acha que eu tô errado por não ser passivo pelo Tae? — pergunta, com uma expressão incerta. — É que ele tem se esforçado tanto pra ser mais versátil comigo que tô me sentindo culpado.
— Eu acho que você tá pisando em ovos com ele — Namjoon comenta, inclinando-se na cadeira. — Mas é impossível agradar alguém em todos os aspectos. Tentar atender às expectativas dele assim vai fazer mais mal do que bem, porque é emocionalmente desgastante.
Jeongguk reflete em silêncio sobre as palavras de Namjoon. Ele se esforça para agradar Taehyung nas pequenas coisas do dia a dia, como cozinhar uma refeição saudável, preparar um banho quente, massagear as costas dele. Eles passam muito tempo de qualidade juntos, seja conversando, lendo o mesmo livro, assistindo às mesmas coisas. Estão sempre se abraçando, se beijando, fazendo carinho. Jeongguk diz "eu te amo" e o elogia o tempo todo, e sabe que Taehyung o ama, ainda que não diga isso com a mesma frequência. Então não é como se não estivesse se esforçando o bastante pelo relacionamento deles.
— Eu entendo que você quer fazer o Tae feliz. Mas você precisa dar a ele a oportunidade de fazer o mesmo por você — aconselha, limpando os cantos da boca após bebericar o cappuccino. — Talvez você esteja se cobrando algo que o próprio Tae não tá esperando por causa dessa idealização de como a relação de vocês precisa ser.
Jeongguk assente com a cabeça, considerando os conselhos do seu amigo.
— Eu vou conversar com o Tae — resolve. — Eu acho que você vai ser um bom psiquiatra. Continue estudando, hyung — conclui com um sorriso encorajador.
— Se você fosse meu paciente, eu não poderia te dar esses conselhos. — Namjoon ri. — Meu trabalho é escutar e fazer perguntas perturbadoras.
— Sempre pensei que era dar respostas e conselhos pra ajudar as pessoas. — Jeongguk franze a testa.
— Mas aí não teria graça alguma.
ATO III — Ativo vs. Passivo
Jeongguk passa o restante do dia ensaiando a conversa que terá com Taehyung na sua cabeça. Ele precisa escolher bem as palavras para não fazer o próprio Taehyung se sentir inseguro. Fecha a caféoteca às dez horas da noite como de costume. Está cansado por passar o final de semana ajudando Taehyung com a mudança, e a segunda-feira foi agitada.
Ele se arrasta por três lances de escadas. Sabe que encontrará seu amor em casa assim que abrir a porta. Essa foi a sua principal motivação para suportar o dia de trabalho.
Está sorrindo com essa ideia quando entra em casa. Mas seu sorriso fenece quando é recebido por nada além da escuridão. Ele tira os sapatos e enfia os pés dentro de suas pantufas. Há uma frágil luz amarelada iluminando a sala e um cheiro de lavanda permeando o ar.
Jeongguk se move cautelosamente pela casa. Há velas aromáticas espalhadas pelos móveis e piso de madeira. Plutão está quase derrubando uma vela do balcão da cozinha com sua patinha. Jeongguk repreende aquele pestinha ao tirar a vela do alcance dele, e Plutão se senta no balcão, lambendo as patas como se fosse inocente.
— Amor? — Jeongguk dá passos cautelosos em direção ao corredor. — Onde você tá?
— Quarto — Taehyung responde lá de dentro, e Jeongguk abre a porta.
Taehyung está deitado na sua cama, apoiado em um mar de travesseiros junto à grande cabeceira preta da cama em estilo retrô. Ele veste um robe vermelho de seda, enquanto bebe uma taça de vinho tinto. A pele dele reluz como bronze sob a luz amarelada das velas que se acumulam ao redor da cama. A perna dele está dobrada em uma pose sensual, que revela a nudez dele por baixo do tecido sedoso.
Há uma garrafa de vinho sobre a mesa de cabeceira e uma taça vazia ao lado, acompanhada por uma vasilha de vidro repleta de morangos e outra com calda de chocolate.
Jeongguk lê o clima sensual e romântico que Taehyung construiu, e sorri de lado, escorando-se na porta.
— É assim que você me recebe, amor?
Seus olhos viajam pelas pernas dele, escurecendo conforme alcançam o cerne da intimidade dele.
Taehyung percebe seu olhar e dobra mais a perna para lhe dar uma visão completa.
— Eu preparei um banho de espuma pra você — diz, pousando a taça na mesa de cabeceira. — Quero que fique cheiroso e perfumado pra mim.
— O que eu ganho por isso? — pergunta, umedecendo os lábios com a língua. — Preferia chupar você agora mesmo.
— Não seja malcriado agora. — Clica a língua. — Ou vai ficar chupando o dedo.
Como Jeongguk é um bom garoto, caminha obedientemente até o banheiro, onde uma banheira repleta de espuma e água quente o espera, assim como um roupão idêntico ao que Taehyung está vestindo. Velas aromáticas iluminam o ambiente, preenchendo-o com o perfume relaxante de lavanda.
Ele desfruta do banho quente por quase trinta minutos. Afinal, Taehyung optou pela espera, então, que espere.
Retorna para o quarto com o roupão preso frouxamente na cintura e o cabelo úmido do banho. Desta vez, quando abre a porta, Taehyung está se deliciando com um morango coberto de chocolate, enquanto faz carinho no queixo de Plutão, que derrete sob as mãos dele.
Jeongguk se aproxima da cama e rouba o morango de Taehyung, que protesta inutilmente. Ele cala Taehyung com uma lambida no canto da boca dele, recolhendo o chocolate com a língua. Taehyung fecha os olhos e arqueia o queixo, à espera de um beijo apropriado. Mas, em vez de beijá-lo, Jeongguk captura Plutão com um braço.
O gato solta um miado ofendido quando diz: — Tá na hora de vazar, amiguinho —, enquanto o carrega para fora. Ele deposita Plutão no chão do corredor, acrescentando: — Desculpa, mas vamos fazer coisas inadequadas para menores de dezoito anos —, antes de fechar a porta na cara dele.
— Finalmente sós — declara, ao virar de frente para Taehyung, que mergulha outro morango no chocolate e o chupa de modo excessivamente sexual, mantendo os olhos cravados nos seus.
— Você demorou... — Taehyung diz, mordendo a fruta. — Pensei que teria que me satisfazer sozinho.
— Estava aproveitando o banho que o meu amor preparou — o cinismo desliza em sua voz conforme sobe no colchão.
Ele beija o peito do pé de Taehyung, arrastando o nariz pelas canelas dele até a dobra do joelho, onde planta um beijo suave. Taehyung abre as pernas para recebê—lo à medida que beija o interior das coxas dele. Seus olhares não se desviam nem por um instante. Taehyung oferece um morango a Jeongguk, que abocanha a fruta inteira, sendo puxado para cima pelos cabelos.
Taehyung passa a língua entre seus lábios para explorá-los. A língua dele desliza na sua, sorve o suco do morango, provoca o piercing preso nela. Jeongguk suspira quando Taehyung aperta os cabelos da sua nuca, abrindo mais a boca para ele.
Sua mão desliza pelas coxas dele em direção ao osso do quadril, erguendo o quadril dele para se encaixar no seu. Seus paus deslizam juntos e seus testículos se chocam da forma mais deliciosa possível. Eles se movem por instinto, sincronizando com o ritmo do outro, em busca do ponto de fusão dos seus corpos.
Jeongguk chupa a língua de Taehyung, movendo a cabeça para cima e para baixo, arrancando um gemido excitado do fundo da garganta dele. Ele ofega, com as bochechas coradas, as pálpebras entreabertas e os olhos enevoados de luxúria quando solta a língua dele. Sua boca se encaminha pelo queixo e a garganta, contornando o pomo de Adão com a língua.
— Meu deus, baby. — Taehyung arranha seu couro cabeludo e ôndula a pélvis contra ele. — Espere. Nem consegui conversar com você direito — diz à medida que adora o osso da clavícula dele com a boca.
— Sou todo ouvidos. — Ele arrasta a ponta da língua até o mamilo escuro. — Pode falar enquanto eu te beijo.
Então captura o mamilo dele entre os lábios, chupando suavemente conforme pressiona o bico sensível com a língua, fazendo Taehyung se contorcer embaixo dele.
— Gukie... — a voz dele se transforma em um gemido doce. — É importante.
— Tudo bem — cede, pressionando um selinho no peito dele. — O que você quer conversar, amor? — pergunta ao ficar face a face com ele.
— Eu tenho pensado nisso há um tempo — Taehyung começa, hesitante, enquanto Jeongguk acaricia o rosto dele. — E agora sinto que tô realmente pronto... — Mordisca o lábio.
— O quê?
— Ser passivo — murmura, desviando o olhar. — Eu quero ser passivo — repete mais alto e claro.
— O quê? — Jeongguk pisca, sem acreditar. — Por quê? — Ele se ajoelha na cama, e Taehyung se senta. — Você não precisa fazer isso.
— Você não quer? — Taehyung se cobre com o robe como se, de repente, se sentisse nu.
— Eu seria louco se não quisesse — responde, negando com a cabeça. — O problema não é esse. Eu não quero que você se sinta obrigado a fazer isso pra me agradar, entende?
— Mas eu gosto — Taehyung argumenta, com as sobrancelhas franzidas. — Eu experimentei sozinho por meses. Testei brinquedos de diferentes tamanhos. E, se eu gostei tanto de me foder com um pau de borracha, tenho certeza que com você vai ser mais gostoso.
Jeongguk pisca várias vezes, enquanto seu cérebro rebobina aquelas frases. Taehyung estava experimentando sozinho? Com brinquedos de "diferentes tamanhos"? Ele gostou de se foder com um pau de borracha? E, agora, após se foder com brinquedos, quer ser fodido por ele?
— Você não me deseja dessa forma, não é? — pergunta após um minuto sem resposta. — Tudo bem. Eu entendo — fala, levantando-se da cama com uma expressão magoada.
— Volte bem aqui, Kim Taehyung — dita, entredentes, e o empurra na cama.
Ele rende o corpo de Taehyung contra o colchão, pressionando a sua pélvis entre as coxas dele, e prende os pulsos dele acima da cabeça com as duas mãos.
— Você é tão egoísta, amor — diz, com os olhos refletindo luxúria e ciúmes. — Eu queria tanto foder a virgindade do seu cuzinho. — Ele move os quadris contra Taehyung, deslizando entre as bochechas dele. — Mas você se arrombou com os seus brinquedinhos e ficou com toda a diversão, não foi?
Taehyung o encara com um sorriso perverso. — Se você quisesse mesmo, bastava meter em mim.
Ele abraça a sua cintura com as pernas e angula a bunda de modo que a cabeça do seu pau pressione a entrada dele, que se abre para recebê-lo.
— Pare de me provocar — grunhe e prende os quadris dele no colchão. — Eu não quero machucar você, amor.
— Viu? — zomba. — Você é doce demais.
Ele captura o piercing no seu lábio entre os dentes com uma expressão provocante.
— É porque eu te amo — retruca, com um vinco entre as sobrancelhas escuras.
— Ama? — Taehyung pergunta, com um ar sapeca. — Então me fode. — Ele balança os quadris à sua revelia. — Prometo que continuo apertado como um virgem — murmura contra a sua boca.
Jeongguk produz um som desesperado ao atacar os lábios de Taehyung com um beijo violento. Ele inclina a cabeça de Taehyung para trás e morde os lábios carnudos para então mergulhar a língua na boca dele. Taehyung corresponde ao beijo com a mesma intensidade.
Ele arrasta a boca pela mandíbula de Taehyung, marcando o pescoço dele com beijos avermelhados. Seu corpo se move contra o dele, ensaiando o que seguirá, quando simula estocadas na bunda dele. Ele se esfrega entre as bochechas, força o cu dele até o ponto de ruptura, sem penetrá-lo de fato. Está babando por ele, latejando de desejo, doendo para meter nele. Suas mãos percorrem as pernas dele, apertam as coxas com força, alcançam a bunda e afundam os dedos nela, separando as bochechas.
Enquanto isso, Taehyung afaga e arranha seu couro cabeludo, puxa suas mechas e desliza os dedos por elas. As mãos dele descem pela sua nuca e apertam os seus ombros, fincando as unhas na pele para descontar seu prazer. Ele começa a empurrar o seu robe para baixo conforme apalpa os seus bíceps, até que o tecido fica preso na altura dos cotovelos.
— Tira isso — ordena, puxando as mangas como se quisesse rasgá-las. — Não quero nada entre nós.
Jeongguk se ajoelha na cama para remover o robe, e Taehyung se senta para fazer o mesmo. Seus olhos se encontram assim que se desfazem daquela camada de roupa. Há um momento de contemplação entre eles, em que Jeongguk admira Taehyung, desde os cabelos loiro-escuros aos pés pressionados no colchão, e Taehyung faz o mesmo com ele.
— Eu te amo — Jeongguk diz, acariciando a bochecha dele, como se Taehyung fosse talhado em ouro.
Ele sorri, amoroso, e segura a sua mão para plantar um beijo na palma.
— Eu também te amo, baby — responde, docemente, ao que desliza para o seu colo e abraça os seus ombros.
Seus lábios se encontram em um beijo delicado. Jeongguk se demora no lábio inferior de Taehyung, enquanto Taehyung contorna o arco do cupido do seu lábio com a língua, então alternam. Ele abraça a cintura de Taehyung, acariciando a pele macia das costas dele. Seus paus deslizam juntos, em um movimento deliberado e sensual, que faz os dois arfarem em meio ao beijo.
Taehyung abaixa o olhar, enquanto mantém suas testas unidas. Jeongguk segue o movimento da mão dele, que envolve seu pau e empurra o prepúcio. O líquido seminal transborda de dentro dele. Então balança o punho para cima e pressiona a fenda com o polegar, arrancando um gemido carente dos seus lábios.
— Eu nunca te vi assim, baby — Taehyung observo, fazendo mais sêmen transbordar da ponta enquanto o masturba. — Toda essa porra é pra me foder? Pra meter esse pau gordo em mim?
Seu pau pulsa na mão dele e expele uma quantidade vergonhosa de sêmen em resposta.
— Own — Taehyung arrulha. — Você é tão fofo, baby, se molhando inteiro por mim.
Suas bochechas queimam de constrangimento.
— Eu tô literalmente de pau duro, e você diz acha fofo? — Jeongguk se ofende.
— É fofo porque significa que você me deseja pra caralho — Taehyung explica, empurrando-o até que se deite de costas na cama. — Tipo, eu sei que você ficou duro por outras pessoas antes de mim, mas não nesse nível.
Ele senta escarranchado sobre as suas coxas à medida que as mãos dele sobem e descem do seu peito até a virilha.
— Isto... — Taehyung agarra o seu pau pela base. — É por minha causa. É meu.
Impulsiona sua pélvis por reflexo, ao que seu corpo vibra em resposta àquela demonstração de possessividade.
— Sim, amor — Jeongguk geme, afundando os dedos nas coxas dele. — É seu. Eu sou seu.
— Eu sei — diz. — Você é meu homem.
Jeongguk faz que sim com a cabeça e arfa "eu sou".
— Então me chupa — Taehyung ordena. — Eu vou sentar sobre o seu peito e foder a sua boca. Quero que você me abra com os dedos enquanto isso.
— Eu gosto desse seu lado mandão. — Sorri, massageando as laterais dos quadris dele. — É sexy. Sempre imaginei que você seria um passivo dominante.
Taehyung revira os olhos. Ele se estica para pegar dois travesseiros e o frasco de lubrificante que estava escondido embaixo deles.
— Se você ficar comentando essas coisas, vou te substituir por um pau de borracha — ameaça, conforme posiciona os travesseiros sob a sua cabeça, para ficar no ângulo correto.
— Você diz isso porque eu nunca te fodi de verdade.
Jeongguk sorri, presunçoso, enquanto reveste os dedos com uma quantidade generosa de lubrificante.
— Você fala demais, baby — retruca.
Ele engatinha sobre Jeongguk até estar escarranchado sobre o peitoral dele, com os joelhos apoiados no colchão. Jeongguk o encara com as pupilas dilatadas de desejo. Suas mãos contornam a bunda redonda e macia, espalhando o lubrificante entre as bochechas, naquele buraquinho apertado.
— Você sabe como me calar, amor — diz, beijando o osso ilíaco dele.
— Coloque a língua pra fora — Taehyung ordena, ao segurar a ereção dele pela base, movendo a mão em uma carícia superficial.
Jeongguk estica a língua e abre a boca ao máximo. O piercing prateado se destaca em sua língua rosada. Taehyung solta um xingamento entre dentes. O pré—sêmen goteja em sua boca, e ele desliza a cabeça vermelha sobre sua língua, preenchendo suas papilas gustativas com o gosto agridoce.
— Senhor! — Taehyung ofega, hipnotizado pela imagem do piercing subindo a cada vez que fricciona o pau contra ele. — Eu amo a sua língua, baby.
Ele o envolve com os lábios e inclina a cabeça para frente, abocanhando metade do pau dele de uma vez. Fecha os olhos ao saborear o gosto dele, a textura, o calor, o peso em sua língua. Ele aumenta a pressão em torno da ponta, sugando-a até suas bochechas afundarem, e Taehyung atira a cabeça para trás, com um gemido profundo.
— Meu deus, baby! — Enreda os dedos na sua franja, e balança o corpo para frente e para trás. — Você chupa pau como ninguém.
Jeongguk afunda os dedos na carne dele e o puxa contra o seu rosto. Ele encara Taehyung por baixo dos cílios escuros como se dissesse para foder sua boca.
— Ah, baby! — Taehyung geme, rouco e profundo, quando mergulha na sua garganta. — Você é tão gostoso... — Morde o lábio, ao golpear sua boca com uma estocada firme, que faz lágrimas deslizarem pelas suas bochechas.
Ele estabelece um ritmo severo, estocando sua garganta, porque sabe que Jeongguk aguenta. Seu dedo irrompe pelo anel de músculos rígidos, sendo envolvido pelo calor dele. Os quadris de Taehyung gaguejam quando o penetra. Ele aumenta a pressão no seu cabelo e geme quando seu dedo se movimenta dentro dele.
— Mais um — pede quase imediatamente, rebolando contra o seu dedo.
Então Jeongguk pressiona o dedo médio nele, e Taehyung entreabre os lábios em um gemido mudo. O corpo dele busca prazer em sua boca e dedos ao mesmo tempo, movendo—se para lá e para cá, girando a cintura em busca de mais, com os olhos fechados em uma expressão extasiada.
Jeongguk engasga e baba em torno do pau dele; faz de si mesmo uma bagunça para agradá—lo, enquanto balança a cabeça para frente e para trás na tentativa de se ajustar ao ritmo inconstante de Taehyung.
Ele enfia o terceiro dedo quando sente que Taehyung está solto e relaxado o bastante, e executa um movimento de gancho. Taehyung empurra a bunda ao encontro da sua mão e o pau dele salta para fora da sua boca com um barulho molhado. Um gemido agudo rasga os lábios dele ao que estremece inteiro de prazer.
— Porra, baby! — geme ao ter a próstata atingida com força. — Assim, por favor, eu vou gozar! — implora, alcançando o próprio pau para se masturbar em um ritmo compulsivo.
— Goza na minha boca, amor — pede, com a voz áspera, após abusar de sua garganta.
Ele estende a língua para fora novamente, e Taehyung alinha a cabeça do pau dele com a sua boca. Enquanto seus dedos fazem movimentos de gancho dentro dele, massageando a próstata com insistência.
Há algo profundamente lascivo no olhar dele, no rubor das bochechas, nos lábios inchados preso entre os dentes perolados. O suor faz a pele dele reluzir como bronze sob a luz amarelada das velas. Os músculos do abdômen e pernas dele tremem, quando a crise do orgasmo o assola. Taehyung produz o som mais bonito do mundo ao se derramar em sua boca.
Jeongguk sorve o prazer quente e agridoce dele.
— Tão delicioso, amor. — Lambe os lábios, recolhendo os últimos resquícios do gozo dele. — Nunca tenho o suficiente de você — diz, removendo os dedos de dentro dele.
Taehyung emite um som de protesto, ainda sensível devido ao orgasmo recente.
— Você é perfeito — sussurra, suavemente, conforme acaricia a entrada dele com as pontas dos dedos. — Bem apertadinho. — Enfia os dedos nele de novo, executando movimentos circulares.
— Ah, baby... — Ele se fode nos seus dedos. — Isso é tão gostoso, porra.
— É? — pergunta, segurando o quadril dele com sua mão livre. — Você tá pronto pra mim, amor?
Taehyung assente com a cabeça, balbuciando um "por favor", desesperado.
Então Jeongguk remove seus dedos de dentro dele e segura o quadril dele com ambas as mãos. Ele maneja Taehyung para que sente sobre a sua virilha, com os joelhos apoiados no colchão. Ele se senta na cama, abraçando a cintura dele, enquanto Taehyung descansa a testa contra a sua.
Eles compartilham um beijo íntimo. Seus lábios se namoram, em um compasso lânguido, à medida que suas línguas giram ao redor uma da outra. Uma de suas mãos desliza pelas costas de Taehyung, massageia a lombar dele, mergulha no cóccix; ao passo que a outra, sobe e desce pela coxa dele.
Taehyung inclina a cabeça para trás quando seus lábios enveredam pela garganta dele. Ele penteia seus cabelos com os dedos, empurrando sua franja, e abraça seus ombros. Os quadris dele rolam timidamente sobre os seus.
— Ah, baby — arqueja quando captura o mamilo dele entre os dentes. — Eu quero você, por favor.
— Como você me quer, amor? — pergunta. — Basta mandar, e eu vou obedecer.
— Eu... — Taehyung suspira quando mordisca o mamilo dele. — Eu costumo me imaginar cavalgando você, assim... — Morde o lábio ao rolar a bunda para baixo, fazendo seu pau escorregar entre as bochechas molhadas.
Jeongguk afasta as bochechas gordas e as aperta com força.
— Então você quer me montar como se eu fosse o seu pequeno pônei, hein? — provoca, esfregando—se na entrada dele, numa tortura sensual.
— Baby! — protesta, mortificado com aquela comparação.
— Mas não espere que eu me comporte, amor — adverte. — Eu sou aqueles pôneis selvagens que enlouquecem quando montam neles.
Enfatiza o que quer dizer ao erguer o quadril da cama, simulando uma estocada forte o bastante para desequilibrá-lo, e fazer Taehyung se agarrar aos seus ombros.
— Você acha que consegue me montar, amor? — sussurra contra a orelha dele. — Eu vou meter bem fundo em você nessa posição.
— Meu deus, baby! — Taehyung estremece de desejo. — Basta de me torturar.
Ele olha para onde seus corpos se conectam por cima do ombro. Emite um barulho impaciente ao encaixar seu pau na entrada dele, enquanto Jeongguk segura a si pela base para auxiliar na penetração. Taehyung vira o rosto para Jeongguk quando a cabeça do seu pau passa pelo anel de músculos rígidos. Ele suspira um "baby" sobre os seus lábios ao selá-los em um beijo febril.
Jeongguk impulsiona a pelve para cima, abrindo Taehyung com um só golpe, que o faz gemer em meio ao beijo. Ele morde o piercing no seu lábio inferior e aperta os seus ombros. Taehyung rola a bunda em um movimento sensualmente sinuoso, enquanto se acostuma à penetração.
Ele é apertado ao ponto de doer. Taehyung se contrai à sua volta, pressionando-o com força, ameaçando derretê-lo naquele calor abrasador. Ele está pingando, absurdamente molhado por dentro, ao ponto do lubrificante escorrer pelas coxas suadas. Seu primeiro impulso é de fodê-lo como um animal selvagem, até Taehyung se soltar à sua volta, moldado ao formato do seu pau.
— Ah, meu Taehyung... — Jeongguk geme ao soltar o lábio dele. — Meu amor... — arfa, erguendo os quadris da cama, e o estimulando a dar um salto tímido. — Porra, você não imagina o que eu quero fazer com você agora...
Taehyung o encara por entre os cílios longos, com as pupilas dilatadas e os lábios cobertos de saliva.
— Me diz — ordena, mordiscando o lábio ao erguer os quadris para afundar no seu pau no instante seguinte.
— Quero te arrombar até seu cuzinho se moldar ao meu pau — diz, entredentes, ao estalar os quadris para cima.
— Meu deus, baby! — Taehyung grita ao pular no seu colo de excitação. — Faça isso, me arromba com esse pau gordo!
— Porra, amor! — Jeongguk estala os quadris para cima, impulsionando os pulinhos de Taehyung, que esmaga seus lábios em um beijo afoito.
Ele empurra Jeongguk contra o colchão quando seus lábios se separam, fazendo com que deite a cabeça de volta nos travesseiros. Taehyung se ergue sobre ele com uma expressão lasciva. Seu pau escorrega lentamente para fora dele, ficando só com a cabeça dentro, em um movimento deliberado. Enquanto ele passa as mãos pelo seu peito e abdômen com o lábio preso entre os dentes.
Jeongguk apoia os pés no colchão e agarra o quadril ossudo de Taehyung para se enterrar nele com uma estocada forte e dura.
— Baby! — Emite um gemido profundo. — Bem aí, por favor!
Ele salta no seu pau. Os músculos dele se contraem de prazer ao ter a próstata golpeada com força. Jeongguk repete o movimento, construindo um ritmo selvagem, que faz Taehyung pular para cima e para baixo no seu pau. Ele aperta o seu peito, torcendo os piercings de metal no seu mamilo entre os dedos, deixando linhas vermelhas na sua pele. Emite gemidos cada vez mais desesperados, conforme o pau dele balança entre as coxas, babando pré-gozo sobre o seu abdômen.
Não demora para que Jeongguk aprenda o ângulo certo para foder Taehyung. Ele acerta a próstata dele com cada estocada, e Taehyung revira os olhos de prazer, com a cabeça inclinada para trás.
— Aí, baby, aí mesmo! — grita, inclinando o corpo inteiro para trás, com uma mão apoiada no colchão atrás dele, conforme a outra escorrega entre as coxas.
Essa nova posição permite que Jeongguk veja o seu pau entrando e saindo de dentro dele, enquanto o cuzinho de Taehyung se contrai da forma mais deliciosa possível à sua volta, e seu pré-gozo se acumula como creme no ponto de encontro entre seus corpos.
— Olhe o que você fez comigo, baby — diz, enfiando dois dedos dentro de si mesmo. — Seu pau gordo realmente me arrombou.
— Amor! — Jeongguk grunhe, estalando os quadris contra ele, em uma estocada violenta.
— Isso, baby, me foda! — ofega, rolando os quadris de forma sensual.
Jeongguk aperta os quadris de Taehyung com toda a sua força ao se arremeter contra ele como um animal, enquanto produz grunhidos excitados do fundo da garganta. O barulho dos seus corpos se chocando preenche o ambiente. Seus ovos batem contra a bunda de Taehyung cada vez que impulsiona os quadris para cima.
Ele se descontrola com a imagem do pau grande de Taehyung, todo corado e molhado, no meio das pernas dele. A barriga fofa estremece a cada estocada. Os mamilos marrons eriçados no peitoral dele. O pescoço esticado para trás, com beijos vermelhos carimbados na pele de bronze. O queixo arqueado para cima, enquanto o cabelo pende para trás.
Jeongguk sente aquele calor familiar na boca do estômago, a fisgada nos ovos, o seu pau pulsando dentro dele a ponto de explodir.
É preciso todo seu autocontrole para interromper seu orgasmo. Ele sai de dentro de Taehyung com um barulho molhado. Taehyung emite um gemido confuso e o encara com um olhar traído. Mas Jeongguk o ignora. Ele empurra Taehyung na cama, deitando-o de barriga para cima, e coloca um travesseiro sob a lombar dele.
Taehyung se deixa ser manuseado como uma boneca. Jeongguk prende uma perna dele no ombro e a outra, em torno de sua cintura. Ele toma o próprio pau em seu punho e se acaricia para aliviar um pouco a tensão. Seu pau baba pré-gozo contra o cu abusado de Taehyung, que abre e fecha em torno de nada, implorando para ser fodido. Ele esfrega a cabeça nele, hipnotizado por como Taehyung tenta engoli-lo.
— Ah, amor... — Jeongguk beija o joelho dele. — No fundo, você é uma putinha, não é?
Taehyung emite um gemido ofendido quando Jeongguk o invade com uma estocada forte.
— O seu pau não mente — diz, envolvendo a ereção dele em um aperto firme, que faz Taehyung se contorcer embaixo dele. — Ele se molha todo quando eu te fodo. Tão grande e bonito, amor.
— Baby — choraminga, com os olhos marejados de prazer e os cabelos espalhados sobre os travesseiros como uma auréola.
O corpo dele sacoleja no colchão, e a cabeceira da cama colide contra a parede, com a próxima estocada.
— É uma pena que ele seja inútil. — Jeongguk clica a língua, balançando o punho em volta dele. — Agora que nada te faz gozar como seu cuzinho apertado.
— N-não — Taehyung protesta, segurando-se na cabeceira da cama. — Eu ainda posso ser ativo.
— Ah, amor — Jeongguk zomba, com uma risadinha nasalada. — A questão é: você quer ser?
Ele atinge a próstata de Taehyung com uma estocada lenta e forte, que o faz revirar os olhos, convulsionando num gemido rouco.
— Se você pudesse se ver agora — diz, puxando o pau para fora dele. — Entenderia o que tô falando. — Então se enterra em Taehyung de novo. — Você se contorce como uma putinha sempre que te fodo.
— Não fala assim — Taehyung soluça. — Eu sou seu amor.
— É — concorda, rolando seus quadris contra ele. — Minha putinha amada. O cu mais apertadinho que eu já fodi.
O pau de Taehyung lateja na sua mão e derrama uma quantidade reveladora de pré-gozo em resposta àquelas palavras.
— Poderia te foder a noite inteira, amor — diz, contornando a cabeça do pau dele com o polegar. — Porque dentro de você tá a porra do paraíso — grunhe ao se enterrar nas profundezas dele. — Você é apertado como uma virgem, molhado e quente como uma puta — enfatiza, rebolando sensualmente dentro dele.
— Ah! — Taehyung geme. — Tão gostoso, baby... Você fode tão gostoso.
Não há nada mais belo do que Taehyung se contorcendo embaixo dele, com aqueles olhos escuros marejados de prazer, enquanto produz gemidos que deveriam ser musicados, porque nunca escutou nada mais doce.
— Porra — afirma, inclinando-se sobre ele, ao que Taehyung se dobra ao meio. — Eu te amo pra caralho, Tae — declara, reivindicando os lábios dele.
— Eu também te amo — arqueja em sua boca. — Meu Jeonggukie.
Ele morde seu lábio inferior e enfia a língua na sua boca. Jeongguk chupa a língua dele, como se estivesse pagando um boquete, e Taehyung ofega ao findar o beijo. Ele beija o seu ombro, redesenha a tatuagem de Nosferatu no seu bíceps com a língua, enquanto as mãos viajam pelas suas costas até agarrarem a sua bunda.
Então se concentra em foder Taehyung, indo fundo e duro dentro dele, em um ritmo insatisfatório, que objetiva atrasar o seu orgasmo. Ele apoia uma mão em cada lado da cabeça dele, gemendo baixinho junto a orelha, para Taehyung saber que é o melhor que já fodeu. Sente Taehyung massageando sua entrada com os dedos, em uma carícia provocante, que o estimula a fodê-lo com mais força.
— Mais, baby — Taehyung implora, afundando os dedos na sua bunda. — Por favor, tô perto de gozar.
Ele faz movimentos de gancho com o dedo médio dentro de Jeongguk, acariciando sua próstata de forma insistente. Jeongguk grunhe de prazer, e alterna para estocadas rápidas e superficiais, perseguindo seu próprio orgasmo.
— Isso! — Taehyung morde o seu bíceps. — Baby! — Ele inclina a cabeça para trás com um grito estrangulado.
Jeongguk sente o corpo dele contrair embaixo do seu. Os músculos tensionam e relaxam a cada estocada. Lágrimas quentes deslizam pelas têmporas conforme treme de prazer. O dedo de Taehyung escorrega para fora de Jeongguk, quando este gagueja os quadris com mais força. Então crava as unhas na sua bunda, projetando o quadril para cima ao se derramar, intocado, entre seus corpos.
— Ah, amor... — Jeongguk beija os lábios dele. — Eu vou te encher de porra.
Taehyung choraminga de sensibilidade quando Jeongguk levanta a outra perna dele, empurrando ambas contra o peito num abuso evidente da flexibilidade dele. Jeongguk firma seus joelhos no colchão, enquanto admira a bagunça em que o transformou. Taehyung nasceu para estar ali, embaixo dele, chorando pelo seu pau.
Essa fantasia perigosa faz Jeongguk bater seus quadris contra os dele com violência. Taehyung sacoleja na cama outra vez e afunda a cabeça no travesseiro. Seu pau cresce dentro dele, o orgasmo pulsa em suas veias, faz o líquido cremoso esguichar para fora. Jeongguk range os dentes, ao penetrar Taehyung em um ritmo desesperado. Ele se enterra nele mais três vezes antes de derreter naquele calor molhado. Jeongguk solta um gemido animalesco, que harmoniza com o gemido agudo que Taehyung produz, quando o enche de gozo.
— Meu amor... — ofega em meio ao ápice.
— Baby — Taehyung suspira, cansado, ao que as pernas dele cedem, e Jeongguk as ajusta em torno do seu quadril.
Ele sai de dentro de Taehyung com uma respiração profunda, e seu gozo escorre imediatamente para fora dele, com cada contração do cu inchado e avermelhado.
— Porra, Tae — xinga, recolhendo o sêmen com a cabeça do seu pau para se meter nele de novo. — Você me fez gozar tanto — diz, movendo—se dentro dele, com estocadas espaçadas e profundas. — Você é perfeito, amor — balbucia.
Taehyung esquece seu extenso repertório linguístico quando Jeongguk o fode através do orgasmo. Tudo o que articular são gemidos e repetições de "baby" e "Gukie" — em dado momento, soluça algo como "guby". Jeongguk abraça a cintura dele e o fode com estocadas rasas e lânguidas, que fazem mais lágrimas escorrerem pelo seu rosto — as quais beija solenemente. Então Taehyung cospe seu pau, mole e coberto de gozo, após tê-lo ordenhado até a última gota.
— Eu te amo, Tae — declara, tomando os lábios dele em um beijo ofegante. — Eu te amo — repete, aos sussurros, ao deitar a cabeça no peito dele.
Taehyung o abraça com os braços e pernas longos. Eles ficam dez minutos naquela posição, enquanto se recuperam do ápice. Jeongguk sente o cansaço do seu longo dia de trabalho — e do intenso esforço sexual — se abater sobre ele. O cansaço é superado por um profundo relaxamento, que faz seus ossos se transformarem em mingau. Seu coração bombeia dopamina pelas suas veias à medida que cada terminação nervosa sua vibra de sensibilidade.
Sente os dedos de Taehyung deslizarem pelos seus cabelos e desfazerem os nós de suas mechas escuras. Ele afaga a região da sua nuca, e Jeongguk zumbe de felicidade quando um beijinho é depositado no topo de sua cabeça.
— Eu te amo muito, baby — murmura com a voz rouca e profunda. — Mas toda essa porra na minha bunda é nojenta.
Jeongguk dá uma risadinha e se apoia nos seus cotovelos.
— Eu acho sexy — discorda, erguendo a cabeça para selar os lábios dele.
— A bunda é minha, e eu acho nojento — enfatiza, torcendo o rosto em uma expressão de nojo. — Agora, sai de cima de mim. Preciso de um banho.
Ele senta na cama e veste o robe vermelho. Jeongguk o abraça por trás, beijando a nuca de Taehyung, e sussurra no ouvido dele:
— Posso me juntar a você? — pergunta, capturando o lóbulo dele entre os dentes.
— Eu sei o que isso significa...
Ele inclina a cabeça para Jeongguk beijar o pescoço dele.
— O quê? — Jeongguk soa inocente. — Eu tenho as melhores intenções.
— Hunrum. — Taehyung ri, desconfiado.
— Juro que vou me comportar — insiste.
— Vou fingir que acredito — diz, levantando-se da cama.
Ele segue em direção à porta, ignorando sua expressão de cachorrinho abandonado. Jeongguk o acompanha com o olhar até o banheiro. Taehyung entra no cômodo e, um instante depois, coloca a cabeça para fora, encarando Jeongguk de forma questionadora, ao dizer:
— Você não vem?
Jeongguk praticamente corre para o banheiro. Ele, de fato, se comporta enquanto compartilham uma ducha quente. Eles se livram dos fluidos corporais e do lubrificante. Mas, quando estão limpos, compartilhando carícias apaixonadas sob o chuveiro, Jeongguk seduz Taehyung com um beijo grego, e é recompensado com um boquete.
Quando retornam para o quarto, trocam a roupa de cama, e Taehyung se acomoda nos lençóis limpos. Ele se serve uma taça de vinho conforme Jeongguk planta beijos carinhosos ao longo do corpo dele, rastejando na cama para se acomodar ao lado dele.
— Hum — ronrona ao selar os lábios dele. — Você tá com um cheirinho de baunilha.
— Vem cá. — Taehyung o puxa contra o peito dele. — Eu quero abraçar.
Jeongguk deita a cabeça no peito de Taehyung, ouvindo o coração dele pulsar sob seu ouvido, em uma melodia calma. Taehyung oferece um morango coberto de chocolate para Jeongguk, que quase morde os dedos dele de brincadeira. Taehyung sorri, afetuosamente, ao alimentá-lo com morangos.
— Eu tô tão feliz porque estamos morando juntos — comenta, ao limpar o chocolate do canto dos seus lábios.
— Eu também. — Jeongguk planta um beijinho no peito dele. — Agora você é meu marido.
— Fui promovido muito rápido.
Taehyung solta uma risadinha que faz o peito dele vibrar.
— Baby — pronuncia, num tom mais sério, enquanto enrola os dedos nos seus cachos pretos. — Agora que me mudei, eu quero que você dependa mais de mim.
— Se eu depender mais de você, serei o primeiro paciente do Namjoon hyung.
Dessa vez, Taehyung gargalha.
— Tô falando das coisas do dia a dia — explica, bebericando o vinho. — Sinto que você faz muito por mim, e que eu não consigo retribuir todo o amor que você me dá. Eu quero te mimar mais como fiz hoje.
— Sua ideia de me mimar consiste em montar no meu pau? — pergunta, arqueando a sobrancelha.
— Em parte — Taehyung responde, e Jeongguk rouba um beijo dele, provando o vinho nos lábios dele. — Mas eu também posso fazer massagem em você, preparar o seu banho e pedir o jantar em um restaurante, já que não sei cozinhar.
— Amor. — Jeongguk segura o queixo dele. — Essa é a minha forma de amar você. Você tem a sua forma de me amar. E nós somos perfeitos em nos amar.
— Você acha? — soa inseguro.
Jeongguk faz que sim com a cabeça e sela os lábios dele.
— Mas eu entendo você — atalha. — Hoje mesmo tava pensando que você seria mais feliz em uma relação de ativo e passivo.
Taehyung pousa a taça de vinho na mesa de cabeceira.
— Baby. — Ele o encara, sério. — Já faz tempo que você me deda e come a minha bunda todo santo dia. Hoje eu literalmente disse, com todas as letras, que gosto de ser passivo.
— Mas eu sei que você gosta de ser ativo também.
Jeongguk abaixa o olhar, encarando um ponto aleatório na colcha de cama.
— Eu gosto — Taehyung confirma. — Mas, depois que você me fodeu hoje, concluí que prefiro ser passivo mesmo.
— Sério?
Jeongguk ergue a cabeça e encara Taehyung com aqueles olhos redondos e brilhantes.
— Hunrum. — Taehyung beija o nariz dele. — Agora, deita de ladinho e seja uma boa conchinha menor, baby.
— Quando você vai me deixar ser a conchinha maior? — pergunta ao virar de lado.
— Isso não tá em negociação — Taehyung retruca e se aconchega contra as suas costas.
— Posso te fazer mudar de ideia — cantarola, deitando a cabeça no braço dele.
— Eu reconheço uma conchinha menor quando vejo uma — Taehyung brinca, enquanto o envolve num abraço apertado. — E você é uma, baby.
— Você tá me estereotipando.
— Anhãm.
Taehyung suspira feliz quando afunda o nariz nos fios da sua nuca e absorve o cheiro do seu xampu de morango — que comprou simplesmente porque Taehyung gosta. Jeongguk se aconchega mais ao corpo dele, e Taehyung joga a perna sobre o seu quadril, prendendo-o em um abraço digno de urso.
Estão quase adormecendo quando escutam arranhões na porta. Taehyung resmunga para ignorar. Mas um miado gutural acompanha os arranhões. E, logo, se transforma em uma serenata de miados guturais.
Se não abrir a porta, os vizinhos pensarão que está mau tratando o pobre Plutão.
— Pode deixar, eu abro — diz, beijando a bochecha de Taehyung antes de rastejar para fora da cama.
Ele abre a porta, e Plutão caminha para dentro, com o queixo erguido e a cauda felpuda dançando atrás dele. Ele salta em cima da cama e o encara com aquelas irises verdes como esmeraldas. O olhar dele transmite a mesma mensagem que o de Taehyung, que faz gestos de agarrar com as mãos. Assim, Jeongguk rasteja de volta para o abraço dele, e Plutão se aconchega neles, ronronando quando Taehyung acaricia o queixo dele.
— Boa noite — sussurra, beijando o bíceps de Taehyung.
— Boa noite, conchinha menor um e dois — responde, com um beijinho na sua nuca, enquanto afaga as orelhinhas de Plutão.
E, assim, iniciam um novo capítulo no romance deles.
Merci pour la lecture!
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