Fanfic originalmente de 2008 (Uau x.x) É uma GaaxSaku. Presente na época para Mir-chan, amiga escritora.
Calmaria e tempestade – by Anjo Setsuna
— Ar! Ar! Ar!
A kunoichi de cabelos róseos corria arfando pesadamente. Um galho, dois, um passo em falso e cair. Para uma ninja cair habilmente era requisito, requisito este que Sakura possuía. Ela resolveu continuar sua fuga pelo chão jogando kunais aleatoriamente pelos arbustos para desviar a atenção de seu perseguidor.
Em seu caminho lembrava-se de quando aqueles orbes verde-água lhe direcionavam a atenção pela primeira vez¹. Aquela sensação de que ia morrer ainda era palpável quando se recordava, então lembrou-se do segundo momento que aqueles verdes cristalinos lhe fitaram novamente². A sensação de alívio naquele dia também bem presente em suas memórias.
Quanto tempo havia se passado desde que aquele jogo começou? Não se lembrava bem, mas só porque era uma médica ninja não significava que ela não gostasse de uma boa batalha e adrenalina. Aquela adrenalina que inunda seus músculos, lhe fazendo prosseguir contra o desconhecido para superar seus próprios limites.
Mas quando você perde o jogo, será que deve-se continuar mais uma vez, aceitando o desafio de seu adversário? Principalmente quando ele dita as novas regras? Justo nesse jogo tão perigoso chamado amor.
Sakura por um instante achou que conseguiria chegar ao seu destino sem grande problema, afinal era uma missão rank B. Como jounin não teria dificuldade em completá-la, mas quando se perdeu do time que liderava viu que havia algo errado. Alguém estava brincando com ela.
Sua respiração acalmava-se, mas seus músculos permaneciam retesados. Ouviu barulho de algo se arrastando pelo chão, já concentrava chakra em seu punho, quando algo lhe chamou a atenção.
— Você não deveria me subestimar. – disse irritada.
— Você acha? Só me percebeu agora. – respondeu calmo.
Novamente verde-esmeralda encontrando verde-água. O vento arrastava a areia em volta de Gaara, continuando o barulho que havia chamado à atenção da kunoichi.
— O quê quer? Está atrapalhando a minha missão. – disse desfazendo a posição de ataque.
— Não percebeu? A sua missão já acabou faz tempo. Estava em um genjutsu.
— Não minta é feio sabia – respondeu dando uma pequena risada e curando pequenos cortes criados pelos galhos. – Esse genjutsu agora não é do inimigo. Por que está fazendo isso, Gaara?
— Humm para passar o tempo. – respondeu indiferente.
— Hunf sei – sentou-se em um tronco caído da floresta. – Vou perguntar de novo o quê quer?
Seus olhares novamente se cruzaram, uma observação mútua que adoravam fazer. Ele era o dono das regras, mas sempre perdia-se naqueles orbes verde-escuros. Uma vez ela havia lhe dito que seus olhos lhe lembrava a calmaria do mar. Mas Sakura não sabia que para ele, seus orbes verde-escuro lhe diziam ser a tempestade que atiçava as ondas das marés.
Sim, os dois admitiam ser antônimos. Lados de uma moeda que não deviam ser encontrar. Um kazekage que liderava um país. Uma kunoichi médica que salvava vidas. Ambos com cargos importantes demais para serem postos de lado.
Mas aquele jogo era viciante, quando ela perdeu da primeira vez admitindo que o amava, Sakura achou que acabaria ali. Porém, quando ele propôs uma nova partida, para ver quem desistiria primeiro daquele caso louco, ela hesitou. Suspirou, por que sempre cedia? Ela não sabia. Cansada de ser desafiada por aqueles olhos juntou suas mãos em forma de selo para desfazer o genjutsu.
— Kai³!
O vento passou gentilmente, balançando seus cabelos róseos. Nada havia acontecido, fez uma careta de irritação e tentou de novo.
— Droga, Gaara! Pare com isso.
O ruivo deixou transparecer um pequeno sorriso, gostava de tirá-la do sério. Caminhou a passos lentos até a kunoichi, tomou aqueles delicados lábios sem aviso, arrancando gemidos de protesto. Sakura se debateu até conseguir se separar dos braços que a envolvia.
— O quê quer Gaara... – sussurrou em tom de súplica.
— Não faça perguntas que já tem a resposta.
Respondeu o kage traçando com as pontas dos dedos o delicado rosto da garota, decorando cada detalhe como se fosse a última vez que a visse. Lembrava-se porque a achava tempestade, devia-se ao fato dela ter o temperamento forte, partindo em dois o que lhe incomodava. Ela era vinda do país do fogo, pessoas determinadas a acolhedoras, que davam suas vidas por seus ideais. E sua impaciência a fez perder o jogo da primeira vez. O oposto do kage.
— Eu não irei perder dessa vez, Kazekage!
Sakura desafiou, tocou a mão que lhe passeava sobre a face e entrelaçou seus dedos com os dele. O beijou com volúpia, mesmo sabendo que aquilo não era real, sua mente sabia que esse era seu mais profundo desejo e se entregou.
Quantas e quantas vezes se deixava levar por aquela calmaria. Seus toques, sua voz, aquela maneira quieta e reservada que sabia aplacar seus mais profundos temores. Mesmo sendo raras as vezes que se encontravam, Gaara a compreendia melhor que qualquer um. Suas palavras a ela eram poucas, mas sempre tão certas que ela não reclamava por não ter toda a atenção que realmente queria. Sua complacência e paciência a fez perder o jogo da primeira vez, ela sabia que iria perder de novo. Mas não se importava.
Os opostos se distraem, os dispostos se atraem, dizia a canção*. De certa forma eles sabiam que aquilo era a verdade, apenas estavam se distraindo para aplacar as dores de seus corações. Os deveres com a pátria e suas famílias sempre iria falar mais alto, impossibilitando que um dia ficassem juntos, então toda vez que se encontravam sempre parecia a última vez. Sempre seria a última, afinal nunca sabiam quando se veriam novamente.
Acordaram para a realidade ao ouvirem seus próprios gemidos, Gaara não havia percebido que sem querer tinha quebrado o genjutsu. Passos rápidos se aproximavam.
— Sakura-taichou!
A kunoichi rapidamente se recompôs e fingia procurar algo em sua bolsa ninja.
— Sim. – respondeu calma.
— O Kazekage-sama está te procu...
O jounin não terminou a frase, apenas fez uma pequena reverência e deu meia volta se retirando. A médica deu uma pequena risada e colocou suas luvas.
— Eu admito minha derrota, Kazekage-sama. – sorriu.
— Pronta para mais uma rodada?
— O quê está em jogo agora? – perguntou já andando.
— Nossa honra.
— O prêmio tem quer ser muito bom, Gaara.
— Ele é. – caminhou até o lado dela e juntou suas mãos.
Caminharam assim até o fim daquela floresta, Sakura não percebeu que havia ganhando aquela partida antes mesmo dela ter começado.
OWARI
___________________
(1) - Torneio Chuunin, quando Gaara prensa Sakura contra a árvore com sua areia.
(2) - Morte do Gaara – Quando Chiyo-baa-sama revive o Gaara.
(3) - Sabe quando eles gritam para liberar de algum genjutsu? Pois é, essa é palavra que eu entendo. Se tiver errado, avisem que eu conserto rsrsrs.
*Trecho de música do Teatro Mágico.
Enfim obrigado pra quem leu ate aqui. A fic ficou extremamente subjetiva e um tanto OOC mas eu tentei (sai rolando pelo chão).
Merci pour la lecture!
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