Josias lia em seu quarto, era final de tarde. Nada parecia muito importante naquele preguiçoso dia. Lia, com calma, um livro relativamente grande para seu gosto, virava as páginas vagarosamente; estudava sobre a funcionalidade da mente, como altera-la, como manipula-la; tarefa passada por sua mestra, arquimaga chefe da escola. Deveria estudar os potenciais do ambiente para se aperfeiçoar em sua magia de mente.
Mas esse assunto o intrigava, magia de caráter mental. Era bom nesse quesito, havia impressionado todos seus professores com suas habilidades sem mesmo ter estudado sobre o assunto antes, mas isso fazia anos já.
Estava sempre querendo mais, era inúmeros livros e tomos sobre a mente nesses anos, sentia como se fosse fome por conhecimento, devorava os livros, sorvia as palavras, perdera-se entre as páginas. O que lia nesse momento era peculiarmente interessante: informava ao leitor como explorar os pontos fracos da mente para penetra-la, usar pontos fracos do corpo, criar brechas.
Porém, algo quebrou seu delírio por entre as páginas: A porta de madeira grossa abriu-se, rangendo suas dobradiças de ferro ao movimentar-se pesadamente. Era a arquimaga Madalena. Com seus cabelos curtos, expressão jovem, mas era muito mais velha que aparentava, devida a sua magia de vida, que a preservava.
Fechou o livro abruptamente, jogou-o em sua cama, sem se importar se acertaria seu alvo, e saiu correndo, quase atropelando Madalena. Passava como um raio pelas pessoas no corredor largo de tijolos antigos.
Perdera-se tão profundamente em seus devaneios durante a leitura que esquecera que seu teste de graduação era nesse dia. Tornar-se-ia mestre!... ou não.
Será que conseguiria? Claro que sim! Era o melhor dos estudantes, um prodígio dentre os outros. Mas mesmo assim sentia-se inseguro. Pensava.
O mestre Jessé, o qual aplicaria o teste, o esperava na porta. Era jovem para um mestre tão sábio, assim como Josias. Devia ter seus trinta e poucos anos. Era o mestre chefe responsável pelos estudos de mente.
Adentrou na sala sem cerimônia alguma. Era até que pequena, em forma de cúpula, feita com os mesmos tijolos antigos e brancos dos corredores. Havia apenas duas cadeiras de madeira no meio da sala, uma de frente para outra.
O conceito do teste era simples: com êxito, deveria invadir a mente do examinador e extrair informações profundamente escondidas no subconsciente do aplicador. Ao mesmo tempo, o aplicador tentaria deixar o examinando inconsciente, dessa forma reprovando-o Josias pretendia explorar era exatamente tal simplicidade.
Nada o prevenia de distrair o examinador de alguma forma, apenas era proibido usar outros tipos de magia que não mente. Tinha um plano em sua cabeça.
Ambos se sentaram em suas respectivas cadeiras, ajeitaram-se.
Sem hesitar, impôs sua mão para frente, fechou os olhos e começou a invasão à mente de Jessé, ao mesmo tempo que levantava suas próprias barreiras mentais.
Sentia como se o cérebro de seu oponente fosse não só resistente como ferro, mas também difícil de se achar dentro de sua cabeça, como se o escondera.
Seus pés começaram a esfriar mais e mais, era o mestre tentando dispersar seu foco, mas ele estava preparado.
Percebera a estratégia dele quando mencionou seus pés. Assim que seus pés começaram a esfriar, o cérebro de Jessé ficou claro e fofo, como um gato branco. Sua armadilha funcionara. Invadira-o.
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