ichygo-chan ichygo Chan

Por toda a sua vida Eijirou sentiu-se incapaz e desmerecedor, tendo de lutar contra toda a negatividade em si para poder conseguir se destacar e, por um tempo, as coisas deram tão certo que chegou a crer que sua vida continuaria nos eixos. Isso até todo o seu esforço se mostrar em vão e tudo começar a dar errado. Agora ele tem que lidar, não somente, com o fato de seu alfa não querer estar ao seu lado para ajudar a criar o filhote, como também grande parte da sociedade achar que sozinho ele não será capaz de manter e criar Takeshi. E talvez eles estejam certos.


Fanfiction Anime/Manga Interdit aux moins de 21 ans.

#ua #uo #bnha #familia #fluffy #drama #angst #omegaverse #abo #kiribaku #bakushima #yaoi
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Como eu cheguei nesse ponto, meu Deus?! Trabalhar com ABO e m-preg! Eu nunca mais direi "desta água não beberei" na minha vida!

Se tu nunca leu uma ABO na vida, dá um pulinho no meu perfil e procure a história Alvorecer. O primeiro cap é uma breve introdução e vai te ajudar a compreender um pouco do universo. Dúvidas, podem perguntar, ok?!

Enfim, este é um presente para a minha mais nova esposa Stefani, um verdadeiro anjo que assim como eu ama as kiribaku Family tudim!


edit: amados, eu ainda não revisei essa fic, então ignorem os possíveis erros gramaticais.


📷

A madrugada avançava lenta e pesada para o ômega que há mais de uma hora tentava sem sucesso acalmar o filhote que chorava a plenos pulmões, contorcendo-se com o rosto franzido em agonia. Nada parecia capaz de apaziguar fosse lá o que o pequeno bebê estivesse sentindo, e Eijirou sentia-se exaurido e frustrado por não poder manter seu filho seguro e satisfeito.

Tentou banhá-lo, massagear seus pequenos e delicados pezinhos, aquecê-lo e embalá-lo, mas todas as suas tentativas sempre terminavam em nada. A criança ainda gritava a plenos pulmões e ele sabia que assim que o sol raiasse os demais inquilinos registrariam suas queixas com o síndico.

— Takeshi, não chora, o papai está aqui. — mudou sua posição tirando-o do ombro e o deitando em seu colo, beijando a pequena fronte suada.

De olhos semicerrados o pequeno filhote vigiava o pai, ainda com a face encrespada pelo choro. Eijirou estava tão cansado que sabia que se sentasse iria acabar desmaiando de sono, então mantinha-se em pé, obrigando as pernas a se moverem.A vontade de chorar com ele travava em sua garganta.

Só queria que tudo aquilo parasse.

Por alguns minutos conseguiu que o pequeno bebê cessasse o choro, agradecendo a todos os deuses por aquele pequeno intervalo sem gritos. A posição era meio incômoda e machucava muito suas costas, mas ao menos tinha conseguido acalmá-lo e isso era o que importava. O pequeno ainda suspirava profundamente, soluçando com os intensos olhos rubros cheios de lágrimas.

— Nós dois estamos cansados, não é bebê?! — aproximou o nariz perto dos fios dourados aspirando o aroma de seu filhote e beijando suas bochechas — Precisamos de uma boa noite de sono.

O bebê bocejou cansado, aspirando o ar demoradamente com um semblante irritadiço. Aquele olhar era tão parecido com o de Katsuki que por vezes fazia o coração do ruivo apertar de tristeza.

"E pensar que ele não quis você. É tão especial. "pensou enquanto se dirigia a cozinha para preparar um pouco de café para si e outra mamadeira para Takeshi que mantinha-se bem apegado ao seu dorso, descansando e fungando.

Atento aos mínimos barulhos do bebê, ele se pôs a preparar tudo, organizando os itens com apenas uma das mãos. Ser pai solteiro não era maravilhoso tampouco fácil, mas o que ele podia fazer afinal? Não podia obrigar o namorado a simplesmente voltar por mais que quisesse, e mesmo que ele tentasse não sabia se o aceitaria, afinal ele tinha-o magoado muito com aquela recusa.

Ele não podia simplesmente sair por aí e deixar seu bebê para trás como Katsuki fez. Para o alfa, arrumar as malas e partir depois de se negar a assumir a responsabilidade como pai havia sido fácil. Bastou dizer não, romper o relacionamento e sair pela porta sem se importar com mais ninguém a não ser si mesmo. Mas para Eijirou não havia uma escapatória tão simples, afinal era ele quem estava gerando a criança, e mesmo que estivesse apavorado não se desfaria de seu filhote.

— Fique com ele se quiser, mas eu não vou. Acabei de me formar e tenho uma carreira para consolidar, não posso assumir essa responsabilidade.

As opções eram permanecer com o namorado e sem filho, ou com filho e sem namorado. Parecia injusto jogar para cima de si aquela responsabilidade de escolher entre um dos dois, foi doloroso e desumano. De um lado o amor de sua vida, o alfa que o marcou, e do outro o filho ainda não nascido, inocente e concebido por ambos. No final mesmo sofrendo por perder Katsuki ele optou por manter a criança e assim perdeu o amado que lhe deu as costas e saiu sem nem ao menos olhar para trás.

Não era justo com ele. Com nenhum deles.

Seus lábios tremeram quando lembrou da cena, e por um segundo sentiu a marca arder em brasas pela distância. Sentia fracamente as emoções de Katsuki por ela e sabia que ele estava conseguindo se firmar como herói e levava uma vida tranquila, provavelmente em uma cidade bem distante, porque o que sentia eram vagas e imperceptíveis sensações. Será que ele sentia sua tristeza, cansaço e dor? Será que se importava? O fato de ter ido para longe parecia um forte indício de que estava fugindo do que a marca lhe proporcionava.

Enxugou as lágrimas e depois de passar o café e se servir de uma xícara, afastou-se do balcão com a mamadeira do bebê em mãos, sentindo que em breve ele reiniciaria o choro. Optou por dar um banho nele e limpar toda o suor antes de tentar novamente fazê-lo dormir.

Como esperado ele recomeçou o choro, dessa vez ainda mais alto. Eijirou suspirou e encheu a banheira enquanto lutava para despi-lo em meio a uma confusão de braços e pernas que se balançavam em frenesi.

— Calma, amor, já já vamos deitar. — falou gentilmente com ele — Só espero não dormir antes de você.

A pele alva do bebê estava vermelha pela força que ele fazia ao chorar. Era tão lindo, gordinho e macio que o ômega não resistia a tentação de dar leves mordidas nas perninhas parrudas, o que as vezes arrancava leves gargalhadas do pequeno que sentia cócegas com a carícia, antes de envolvê-lo carinhosamente nos braços e o erguer da cama.

Bastou sentir o corpo tocar a água para que os gritos se tornassem ainda mais intensos. Estressado, Takeshi passava a repudiar tudo o que gostava. Esperneou chutando a água em todas as direções e molhando Eijirou por completo, que não se importou já acostumado com o comportamento intempestivo dele, tão parecido com o do outro pai.

Aproveitou o momento para massageá-lo e assim diminuir um pouco da tensão. Amava seu pequeno por mais trabalho que ele lhe desse e não poupava esforços para mantê-lo confortável. Terminado o banho ele o ergueu da banheira e colocou na cama enxugando-o com carinho, dando atenção a cada dobrinha.

— Olha que gostoso, de banho tomado. Só falta o cheirinho do papai! — sorriu ao erguer novamente o bebê, colocá-lo em seus colo e começar com a aromatização que o acalmou um pouco.

Assim que o vestiu com uma roupa leve, Eijirou rendeu-se ao cansaço e sentou com ele no sofá, dando a mamadeira. Era uma pena que não pudesse amamentá-lo por causa da maldita depressão pós-parto e a falta de seu alfa, fatores que o impediram de produzir leite, mas ao menos ele não estava passando fome.

Felizmente ele dormiu antes de si, encarando-o com um semblante de descontentamento como se o culpasse. Eijirou queria se desculpar com seu filhote por não poder proporcionar a ele um lar completo. A falta de um alfa para um ômega marcado é algo extremamente complicado de lidar e influencia no humor de suas crias. Sentia-se péssimo, incompleto, abandonado e insuficiente e a mistura dessa gama de sentimentos o fez desabar em lágrimas sentidas que não pode conter.

Sentia tanta falta de seu alfa, de se sentir acolhido e protegido em seus braços. Sem ele era incompleto e sabia que Takeshi, assim como si sentia o impacto da falta daquela figura. Por mais que fosse forte, destemido e poderoso ele sentia que estava vulnerável. Sorte deles que Shoto vinha sempre que podia para acalmar o pequeno com a presença de um alfa, que apesar de não ser o que o gerou era melhor do que nenhum.

Deitou o pequeno no berço e se permitiu um banho rápido. Não podia se dar ao luxo de demorar pois em breve o filho acordaria exigindo sua presença, então banhou-se rapidamente esfregando o rosto repetidas vezes para acalmar-se.

Tinha que ser forte.

Deitou-se exausto sentindo o peso do corpo aliar-se ao do coração, chorando baixo para não despertar o filho. Não demorou para que o sono dragasse-o para o mar de inconsciência.

***********

A pediatra examinava o pequeno Takeshi com atenção, atenta aos seus resmungos e rosnados baixos e insatisfeitos enquanto Eijirou observava-o apreensivo ciente de que ela com certeza lhe cobraria por aquela aparente insatisfação.

Takeshi estava rouco de tanto chorar após uma semana de dor por causa das presas que despontavam, e Kirishima estava com olheiras tão profundas e tantos quilos a menos que seria confundido com o All Might se continuasse naquele ritmo, negligenciando a si mesmo. Ele dava tudo de si pelo pequeno, lutando contra todos os sentimentos negativos e a pressão que queriam sugá-lo, mas ao mesmo tempo sabia que era uma batalha em vão. Alguns sintomas só podiam ser aliviados com a aromatização de um alfa e ele não tinha mais o seu.

A médica auscultou o coração do filhote, observando o ritmo de sua respiração irregular e moveu os lábios em um muxoxo desagradado. Era uma idiotice um ômega querer criar um filhote sozinho, ainda mais um marcado abandonado pelo alfa. Havia repreendido-o ao dizer que se o alfa não deseja, nesses casos o melhor a fazer é de fato se desfazer da criança por conta de todo esse processo estressante, mas os ômegas tendem a ser teimosos e tolos quando apaixonados pela cria.

Eijirou encarava seu pequeno filhote sentindo-se tão inútil por não poder tranquilizá-lo que as lágrimas se empoçarem em seus olhos. Havia tido uma gestação cheia de temores, sempre chorando por tudo, com saudades de Katsuki que havia lhe mandado apenas uma mensagem quando completara cinco meses onde questionava se ainda tencionava ter a criança ou havia mudado de ideia, bloqueando-o assim que recebeu uma imagem de ultrassonografia. Havia sido considerado teimoso, idiota, prepotente e estúpido por muitos. Todos a sua volta o julgavam um tolo, inconsequente, mesmo que tentassem disfarçar com palavras bonitas. Ele sempre soube que era arriscado e que teria que lidar com esse tipo de comentário, mesmo assim não podia abrir mão do filho, não seria nenhum pouco justo ou másculo simplesmente ignorar uma vida pelo medo de ser julgado.

Estava sozinho quando Takeshi nasceu, rodeado pela equipe médica que a toda hora repetia que o pequeno poderia morrer antes, durante e após o procedimento, sem nenhum alfa que pudesse acalmá-lo ao segurar sua mão e dizer que tudo daria certo. O médico e as enfermeiras afirmavam quase em uníssono que a falta dos feromônios do alfa que o marcou poderia dificultar todo o andamento, e talvez até mesmo condená-lo, mas ele foi em frente mesmo assim. Realmente demorou muito para que o pequeno nascesse, porém tão logo nasceu ele chorou alto e audível como se anunciasse que estava ali, mesmo contra tudo e todos que duvidavam que seria capaz.

Por isso o nomeou como Takeshi, pois esse nome representava tudo o que o filho era: feroz e guerreiro. Desde o primeiro momento lutando contra tudo e todos, resistindo até chegar ali. Os médicos concordaram, porque o pequeno havia sobrevivido contra todas as expectativas.

Assim que o colocaram sobre seu dorso, Eijirou que tentava se controlar, mas que já tinha algumas lágrimas escorrendo pelas bochechas, rompeu em um choro feliz e angustiado ao perceber que olhar para o filho era quase como evocar Katsuki. Os fios loiros, o formato dos lábios e nariz arrebitado e a maneira escandalosa com a qual chorava e protestava era simplesmente idêntica, assim como o semblante sempre irritadiço que parecia nunca abandoná-lo.

Abraçou-o com carinho e o cobrindo com o máximo de amor que podia, agradecendo por sua vida e saúde enquanto lhe dava as boas-vindas. O coração pesava ao se lembrar que ele não era bem vindo pelo outro pai e que provavelmente nunca ouviria aquelas felicitações dele.

Foi uma batalha desde o início. Takeshi era uma criança irritadiça e estressada, e parte de seu mal humor se dava ao fato de não ter o pai alfa perto de si. Tinha seus raros momentos de paz e sorrisos, onde se parecia mais com Eijirou, mas na maioria do tempo estava apenas gritando e chorando de dor, incômodo ou algo parecido. Mesmo que os amigos propusessem ao ruivo morarem juntos para que assim pudessem ajudá-lo a criar o garoto ele não podia porque era estressante demais lidar com as noites insones de Takeshi, que sabia ser responsabilidade sua.

As vezes Mina, Izuku, Ochako ou Shoto iam ao seu apartamento ajudar com o bebê, dando a ele a oportunidade de tomar um banho decente ou comer sem interrupções, até mesmo a alguns minutos de sono, quando o corpo pesado apenas ignorava o som alto dos gritos de Takeshi. Todos terminavam extremamente cansados.

— Ele parece muito o Kachan no quesito escândalo. — Izuku soltou certa vez sem querer, percebendo tardiamente a mancada que havia dado, desculpando-se efusivamente.

— Tudo bem. Parece mesmo, não tem como negar. — o ruivo disse triste encarando o filhote que finalmente ressonava no colo de Shoto. Ele sempre ficava mais tranquilo quando estava perto de um alfa, e Eijirou sabia que ele, inconscientemente sentia falta do outro pai e buscava em outros o carinho que não recebia de Katsuki.

Essa certeza o fazia detestar o alfa e seu egoísmo, ao menos tempo em que sabia que manter Takeshi havia sido um ato igualmente egoísta. Amar e desejar um filho não deveria ser considerado errado, nem uma atitude egoísta, mas todos insistiam em dizer que era então ele admitiu como verdade.

A médica finalmente terminou os exames e se afastou da maca permitindo que Eijirou se aproximasse do filho que encarava a tudo com o olhar emburrado, mas que abriu um leve sorriso ao ver o pai e sentir o cheiro dele enquanto era novamente vestido e recebia uma série de beijos, segurando a ponta do seu nariz com a mão gordinha e o apertando. O ruivo farejou a cria com carinho, aproveitando para aromatizá-lo e deixá-lo ainda mais tranquilo antes de o erguer no colo. Takeshi apoiou o rosto no ombro do pai, resmungando e levando a pequena mão gorducha a boca e mordendo levemente.

— Então, doutora, como ele está? — questionou apreensivo.

A mulher se demorou olhando os exames antes de levantar os olhos verdes e o fitar com seriedade, suspirando enquanto entregava a ele algumas folhas.

— Sinto pelo que tenho que dizer, Eijirou, mas continuar mantendo esse menino sozinho não é nenhum pouco recomendado.

***********

O coração de Eijirou se partiu em milhares de pedaços. Tudo parecia acontecer para o impedir de ser feliz. Seu alfa o deixou por uma criança que ele lutou para ter e que agora corria riscos de não se desenvolver direito. Sentia-se inútil e destroçado enquanto lia o documento em suas mãos. Era uma intimação do conselho tutelar que exigia que entregasse a criança aos conselheiros que a buscariam em algumas horas.

Em seu desespero ele teve ânsias de fugir, desaparecer do mapa com seu filhote, mas de que adiantaria? A falta do maldito alfa que o marcou influenciava tanto no desenvolvimento de seu bebê que ele estava abaixo da margem considerada aceitável por qualquer especialista. Por mais gordinho que fosse, ele ainda era considerado uma criança frágil. O estresse e as longas noites insones o tornavam mirrado e menos desenvolvido que as demais crianças de sua idade.

Havia tentado argumentar com a médica, mostrar a ela como se comprometia com a saúde e bem estar de seu filho, como se doava de corpo e alma e que não podia perdê-lo, mas no final foi tudo em vão. Seria melhor para o pequeno ser acompanhado por especialistas que poderiam corrigir o atraso em seu desenvolvimento e ele poderia vistá-lo eventualmente depois que ele se acostumasse.

— E para o bem dele. Se continuar nesse ritmo em breve pode acabar apresentando algum atraso mental. Tente entender senhor Kirishima.

Ele entendia, e no final aceitou que seria para o bem do pequeno.

No fim Eijiro se considerava um completo inútil incapaz de manter por perto aqueles que amava. Primeiro Katsuki, depois Takeshi. Todos estavam indo para longe de si.

Chorou amargurado por minutos sem parar com o pequeno em seu colo. Por incrível que pudesse parecer, Takeshi não chorou nem esperneou naqueles últimos momentos, permanecendo em um estranho silêncio enquanto encarava o pai com o olhar emburrado. Aos seis meses de idade ainda não conseguia sentar como as demais crianças, apenas se limitando a rolar com muita dificuldade.

— Me perdoe, filho. Por ser um inútil e não conseguir cuidar de você. Eu tentei... eu realmente tentei, mas não fui suficiente... — Disse em meio as lágrimas.

O bebê ergueu as mãos e tocou seu rosto balbuciando algo ininteligível como se o entendesse. O coração de Eijiro quase parou tamanha dor enquanto ele chorava em cima do pequeno.

Então eles vieram e o levaram. Takeshi quebrou o raro momento de silêncio em um choro agudo de cortar o coração que fez o pai tombar ajoelhado com a mão sobre o peito.

Todos o abandonavam no final.

Fechou-se em casa, no escuro de seu quarto, abraçando um dos macacões do filho, sem sono ou vontade de fazer nada, apenas chorando na casa silenciosa enquanto os gritos do filho ecoavam em seu ouvidos.

10 Novembre 2019 20:14 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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