layiswriting Layse Amaral

Aline tem uma longa lista de ex-namorados e nenhuma vergonha disso. Sem muita fé no amor romântico, prefere sexo casual a tentar novamente um relacionamento duradouro. Marco Antônio só teve duas namoradas em todos os seus 20 e poucos anos de vida. Romântico, não liga para todas as piadinhas maldosas sobre ainda ser virgem e segue em busca da "A Escolhida". De maneira inusitada, Aline e Marcos se conhecem na faculdade, se tornando rapidamente próximos. Porém, quando uma atração começa a surgir entre os dois, dúvidas surgem em suas mentes. Afinal, o que define se duas pessoas são compatíveis ou não? Trilha inspirada em Compatibilidade: https://open.spotify.com/user/layseamaral/playlist/6XhmL0jhjUvnRn3KG7lJzn Não copie ideias sem permissão do autor, pois é violação de direitos autorias. PLÁGIO É CRIME.


Romance Contemporain Déconseillé aux moins de 13 ans.

#amigos #comédia-romântica #faculdade #jovens-adultos
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Encontro

Os corredores estavam vazios e vozes vinham de dentro das salas de aula. A garota e seus enormes cabelos batiam em suas costas a cada passo apressado que dava naquela imensidão silenciosa e ao mesmo tempo ruidosa. Suas botas faziam um barulho oco e a bolsa que carregava de lado batia com força em sua coxa durante o ato, porém não tinha tempo para se preocupar com essas trivialidades. Muito menos com os fios que teimavam em grudar em sua fina camada de gloss nos lábios. Estava atrasada. 20 minutos atrasada. Os mesmos 20 minutos que perdeu ao se enganar dizendo que dormiria só por “mais 5 minutinhos”. O primeiro horário havia se iniciado em alguma das salas de aula daquele corredor imenso e ela estava o perdendo.

Depois de mais 5 minutos olhando pelas pequenas janelas tentando decifrar em segundos que turma estava ali dentro, finalmente encontrou o local onde sua disciplina estava sendo ministrada. Assim que passou pela porta, todos os olhares se voltaram para ela. Incluindo o do professor. O senhor de cabeça branca lhe lançou um olhar maligno, que a fez abaixar a cabeça imediatamente e pedir desculpas a ele da maneira mais envergonhada possível.

— Sinto muito — a moça disse, em voz baixa, se dirigindo às cadeiras enfileiradas, atrás de algum lugar vago.

Não que tivesse muita escolha. Havia uma cadeira vaga bem na frente, mas pensou que, sentando ali, atrairia ainda mais a atenção do professor e isso era o que menos precisava naquele momento. Tinha mais uma cadeira vazia ali pelo meio, porém havia uma mancha estranha na mesma e ela suspeitava fortemente que aquilo era tinta de caneta, então, pelo bem de sua calça jeans de lavagem clara, evitou mais esse lugar. Chegou, por fim, no último espaço vazio na sala de aula. Que estava parcialmente ocupado por uma bolsa carteiro pendurada de qualquer jeito ali.

Sem cerimônia alguma, ela afastou a bolsa e se sentou, sem nem ao menos perguntar se o dono ou dona da mesma estava por ali.

— Hm-hmm. — Alguém pigarreou na cadeira atrás dela.

A garota ignorou, abrindo sua própria bolsa e começando a tirar dali uma agenda de capa multicolorida e uma caneta preta.

— HUM-HMM — A pessoa pigarreou mais alto, de uma forma que a moça sentiu como se estivessem fazendo isso em seus ouvidos.

— Estou lhe atrapalhando? — Perguntou ela, dando uma meia volta na cadeira, ficando com suas longas pernas no corredor. Seus olhos estavam levemente estreitados e seu tom de voz era bem irritadiço.

— Você sabia que esse lugar não está desocupado? — O dono dos pigarros era um rapaz e ele parecia tão aborrecido quanto a moça.

— Uma bolsa não é uma pessoa para ter um lugar só seu — argumentou ela, sem se abalar com a pergunta dele.

— Mas a bolsa estava aí para guardar o lugar de uma pessoa — ele rebateu, no mesmo tom e agilidade que a garota.

— Bem, então agora a pessoa vai ter que sentar lá na cadeira da frente — a moça disse, dando de ombros.

— É sério mesmo? — Ele perguntou a ela, seu tom de voz se elevando um pouco mais do que o aconselhável.

— Vocês dois, aí atrás! — Era o professor quem tomava a palavra dessa vez, e ele parecia ainda mais irritado dessa vez. Antes mesmo de ele falar qualquer coisa, os dois tinham noção de que as coisas estavam bem feias para o lado deles. — Vão conversar lá fora. Vão. Agora.

Mortificada, a garota se levantou. Não teve nem tempo de fechar sua bolsa. Apenas a ajeitou em seu ombro e seguiu pelo mesmo caminho que acabou de fazer, os ombros caídos, a voz desaparecida. Podia ouvir o som dos passos do rapaz acompanhando os seus, apressados, bem na sua cola. Queria poder se voltar para ele e lhe dar um tapa. Se ele não tivesse implicado com ela daquela forma, nada daquilo estaria acontecendo. Já do lado de fora, ela deixou sua raiva transbordar, em forma de mãos na cintura e um olhar enviesado.

— Eu não acredito que você fez a gente ser expulso de sala que nem dois aluninhos de colégio!

— Você está culpando a mim? — Os olhos dele estavam arregalados, tamanha a surpresa.

— Você que começou a briga — ela o acusou de cara.

— Porque você não teve sequer a preocupação em perguntar se podia usar a cadeira ou não — o rapaz apontou, de imediato.

O silêncio perdurou por cerca de dois segundos, que foi o tempo que a moça levou para colocar alguns fios para trás da orelha e umedecer os lábios com a ponta da língua.

— Eu sei... desculpa — ela falou, fazendo careta, como se o ato de pedir desculpas já fosse algo incomum para si.

O rapaz apenas deu de ombros, já não fazendo muita questão de manter a implicância.

— Tudo bem, acontece — Então suspirou, olhando para o longo e abandonado corredor. — Expulso de sala...

— E eu mal tinha entrado — comentou a outra, escorando suas costas na parede perto do rapaz, contorcendo levemente seus lábios.

— Bem... ao menos eu cheguei a assistir 10 minutos a mais que você.

Os dois acabaram por dar uma risada curta, amenizando ainda mais o clima entre os dois. O rapaz se encostou na parede ao lado da moça, virando a cabeça de uma forma que podia olhar para ela enquanto conversavam. Ela então notou como seus olhos eram escuros e misteriosos. E na forma diferente que ele escolheu para deixar seus pelos faciais crescerem. Bem, ao menos seu companheiro de momento vergonha alheia era interessante.

— Eu nem sei pra quê eu me inscrevi nessa disciplina — ele comentou, meio rindo, meio falando sério.

— Bom... não sei você, mas eu me inscrevi porque me disseram que era super tranquilo passar nessa disciplina e eu tô precisando de uns créditos extras — ela confessou, colocando a mão na frente da boca na última parte, como se contasse um segredo enorme para ele.

— Ah, então já era esse seu plano. O cara com certeza já marcou a gente — ele afirmou, fazendo uma expressão fajuta de preocupação.

— Nossa, que retorno memorável que eu tô fazendo! — Ela disse, jogando o cabelo todo para trás com apenas uma mão.

— Retorno? — Aquilo despertou a curiosidade do rapaz.

— É... eu estudei aqui por um tempo, depois tranquei minha matrícula. E agora voltei.

A resposta simplista despertou a curiosidade nele. Era possível notar pela pequena ruga que surgiu entre seus olhos. Mas, se ela não estava querendo tocar no assunto, ele não iria força-la a nada. Então apenas balançou a cabeça, naquele gesto universal de compreensão.

— Entendo... Por isso que eu nunca tinha te visto por aí, eu acho.

— Pode ser. E eu meio que passo muito tempo ou dentro de sala de aula ou numa das salas reservadas da biblioteca. Então não é como se eu estivesse vagando por aí — dessa vez ela se deixou explicar melhor, sem se preocupar com o que estava dividindo.

— Ei, eu não fico vagando por aí! — Ele reclamou, fazendo uma cara séria. Que logo se desfez em um riso fácil. — Tá, eu meio que ando o campus inteiro de bobeira, quando estou sem o que fazer. Mas mesmo assim...

A moça riu da resposta dele, descaradamente a vontade com a presença dele ali. Talvez ser colocada para fora de sala não fosse assim o fim do mundo. E ele a olhava com um sorriso simpático no rosto. Totalmente esquecido de sua briguinha de minutos atrás, definitivamente curioso sobre aquela figura de cabelo enorme e sorriso bonito. Estendo a mão na direção dela, decidiu tomar uma iniciativa.

— Meu nome é Marco Antônio, mas todo mundo me chama de Marco, só.

— Aline — ela o respondeu, dando um leve aperto em sua mão. E completou, com um sorrisinho implicante: — E todo mundo me chama de Aline, só.

Marco riu balançando a cabeça para as palavras dela. Então meneou a cabeça, seus cabelos um tanto cheios balançando com o gesto. Ele examinava a postura de Aline e sua tranquilidade mediante a situação deles. Não havia mais o que fazer e os dois sabiam bem disso. Por isso, a ideia que lhe saltou a mente não parecia assim de todo o mal.

— Então, Aline... Já que esse é seu retorno ao campus, que tal passar por algo bem ano de caloura?

— Você vai me levar pra passar por algum trote? — Aline perguntou, incrédula.

— Não. Estou convidando você pra comer uma coxinha super faturada na cantina do instituto, mesmo — Marco respondeu, abanando o ar para a pergunta dela.

— Você paga? — Ela quis saber, arqueando uma das sobrancelhas e com uma cara de desconfiada.

— Ah... — Marco pareceu não ter pensando muito nessa parte. Mas então novamente deu de ombros, e a puxou delicadamente pelo pulso, levando-a na direção do fim do corredor. — Pago. Estou mesmo devendo algo a você depois de te fazer ser odiada pelo professor da disciplina mais fácil do curso.

— Ah. Acho que duas coxinhas compensam umas notas baixas — Aline comentou, fazendo pouco caso do assunto.

— Duas? — Ele parou no meio de um passo, o pé metade apoiado no chão, metade por encostar.

— É, ué. Uma para cada avaliação — ela explicou, balançando a cabeça veemente. Então foi a vez dela de puxá-lo pelo braço, só que com um pouco menos de delicadeza. — Vem. Você me deve comida, agora. E uma explicação do porquê de todo o nervosismo com a cadeira.

— Ah... isso. — Marco falou, voltando a se colocar em movimento. — Eu tinha uma amiga que costumava sentar na minha frente, todo dia. Mas ela mudou de turno, por causa do trabalho...

— Ex-namorada? — Aline arriscou perguntar, de maneira atrevida.

— Ex-paixão platônica — Marco falou, desviando o olhar e o assunto, em seguida. — Já notou como todo mundo está assistindo alguma aula agora e só a gente tá por aqui?

— Somos delinquentes. Não seguimos programações — Aline brincou, andando lado a lado com Marco, aceitando o fato de ele não querer falar mais sobre a tal amiga. Então resolveu acrescentar mais uma informação, apenas para manter o clima leve. — Ou horários.

— Ah. É verdade! — Marco disse, se lembrando de algo. — O que fez você se atrasar tanto, logo no seu primeiro dia de aula?

— Quer a verdade ou a resposta mais aceitável? — Aline fez mistério, o olhando de soslaio.

— A resposta aceitável — ele disse, já sorrindo e tentando imaginar qual seria a verdade.

— Dormi demais — ela informou, sem rodeios.

— E a verdade? — A curiosidade de Marco não poderia deixar isso passar.

— Dormi demais porque na noite anterior fiquei até tarde jogando Just Dance com amigos da antiga — assim que Marco começou a rir, Aline fez uma careta adorável, como se aquilo estivesse mesmo lhe incomodando. — Qual é, fiquei cansada.

— Imagino...

Logo os dois emendaram em uma conversa animada sobre jogos interativos, histórias embaraçosas com amigos e preguiça no modo geral. Uma conexão foi criada entre eles sem nem que se dessem conta. Tinham ao menos 2 horas juntos para gastar naquela manhã. E parecia uma boa ideia gastar todo esse tempo conhecendo um ao outro, sentado à uma mesa pequena e apertada em um dos cantos mais caros do campus.

24 Août 2019 17:31 4 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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Isabelle Torres Isabelle Torres
Interessante
February 04, 2022, 18:46
Cris Torrez Cris Torrez
parece interesante!! quiero ver como sigue.
August 16, 2020, 00:07
Lua Lodi Lua Lodi
Nossa, que capítulo bem escrito e interessante! Gostei pra caramba e vou ler essa história com atenção. Ps: talvez eu seja meio lerda, mas o começo do cap, onde a Aline tá correndo pra sala, ficou um pouco confuso na descrição dela. Na parte do cabelo, se eu não me engano. Talvez uma palavra comida?
August 27, 2019, 06:07

  • Layse Amaral Layse Amaral
    Que bom que gostou! Admito que a primeira vez que postei essa história, mais de dois anos atrás, eu não cheguei a fazer uma segunda revisão, então pode ser que tenha sim algumas palavras faltando e até mesmo um travessão ou outro sendo substituído por meia-risca. Obrigada pelo aviso e por acompanhar Compatibilidade! August 30, 2019, 16:46
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