bosteta Vinicius Peron

Muitos anos se passaram desde que os Deuses Dragões andavam pelo mundo e que a magia também existisse. Zaz se tornou um lugar egoísta e bastante monótomo, até que então um novo princípio surgiu. A Era do Ouro, esta como era chamada a era onde quem tinha mais moedas era um rei e quem tinha domínio da espada era escravo. Uma era com valores invertidos e muito suspeitos. Uma terra onde apenas ricos reinavam e não fortes guerreiros. Mas a profecia era exata e com A Grande Tempestade na noite mais escura de Zaz, logo a magia novamente voltaria. Os Impuros, aqueles que foram abençoados ou amaldiçoados com a magia agora perambulavam pelo mundo, com isso, uma nova era se iniciaria, com guerras, agonia, caos e principalmente desejos.


Fantaisie Épique Interdit aux moins de 18 ans.

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- A Prisão do Castelo -


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A Prisão do Castelo

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Era uma noite escura, muito mais escura que o normal, pois as nuvens tapavam a luz da lua, em sua enorme imensidão. Passos curtos são ouvidos pelos guardas reais que rodeavam o castelo naquela ocasião, ambos armados com arco e flecha e um punhal na cintura, amarrado por uma fivela e uma pequena bainha de couro.

O castelo habituava-se em uma área florestada, era rodeado por uma densa mata cheia de árvores antigas, das quais se entrelaçavam e formavam a verdadeira Floresta Negra. Árvores robustas e cheias de folhagens e galhos, aparência medonha para todas as pessoas sãs o bastante para entender isso, mas não para o jovem e astuto Ney, que perambulava por ali em busca do castelo. Ney era um jovem assim como todos eles, cabelos castanhos e menor parte deles preto, estatura comum para um garoto de doze anos, e uma vitalidade enorme constituindo seu corpo magro, entretanto, já definido em alguns pontos, por correr praticamente todos os dias e manejava uma espécie de espada afiada, porém, de tamanho menor do que o normal.

O jovem seguia pela floresta. Suas roupas já eram farrapos, calças rasgadas na altura do joelho, uma camisa com inúmeros furos pequenos, e uma jaqueta também bem surrada. Por entre os galhos das arvores Ney passava rapidamente, de pulo em pulo agarrava os galhos das árvores e então nesta altura já conseguia avistar os muros do castelo e os dois guardas.

Fácil! Pensou o garoto. E em um impulso astuto e acrobático de uma árvore avançou contra o muro do castelo e pendurou seu corpo agarrando em uma das enormes pedras que constituíam o muro. De pouco em pouco ia escalando o muro com velocidade e esperteza tamanha. Após olhar com o canto dos olhos para os dois guardas ali, que pareciam mais entretidos com conversas alheias do que com a vigia, o garoto decidiu então ir escalando para o lado deles, onde ele pudesse ter maior vantagem para derrubar os dois. A altura , de onde o jovem estava pendurado e escalando, era de quase seis metros do chão.

– Você ainda anda pulando a cerca, Doug? – Perguntou um dos guardas com a barba cerrada, portando o arco na mão direita e a aljava de flechas nas costas. – Tem certeza que realmente ama ela, cara? Não sei, não, acho que você deveria parar com isso, afinal, você vai se casar com ela.

– Não, eu a amo, mas com a Nillie, eu me sinto... Mais vivo. – Comentou o outro, segurando o arco e então olhando para o horizonte, a procura de um consolo do amigo.

A aparição foi rápida, o jovem pegou sua espada menor e lançou-a sobre um dos guardas ali, enquanto o guarda atingido estava ainda entendendo toda a situação e não mais conseguia respirar, pois a espada acertou-lhe a garganta, o outro guarda surpreso tentou puxar o punhal que carregava na cintura, mas era tarde de mais, como o muro do castelo era estreito, o jovem garoto já o empurrava lá para baixo, uma queda livre de vinte e cinco metros de altura, quando o mesmo caiu, torceu seu pescoço e então, poucos segundos depois, já estava morto. O menino juntava as flechas daquele com a espada na garganta, pegou seu arco também, retomou sua espada, jogou o corpo do mesmo junto com o do amigo lá embaixo, e então seguiu pela muralha, procurando a entrada que o levaria para dentro do castelo.

Agora posso derrubá-los de longe, mas preciso de mais flechas antes. Falou consigo mesmo enquanto colocava o arco e a aljava em suas costas enquanto observava o interior do castelo pelas muralhas imensas. O interior do castelo era meio vazio, tirando o fato de que havia muitos cavalos no estábulo que estava logo abaixo dele. Se eles me virem farão muito barulho, preciso ir por outro caminho. Então colocou sua visão para frente e enxergou uma cúpula onde os guardas guardavam flechas e equipamentos para a patrulha. Ney observou e viu que havia uma entrada ali, aparentemente não havia ninguém lá dentro, não haviam luzes de tochas, e havia vitrais ali, que puderam concluir isso para o jovem garoto. Ele correu naquela direção, abriu as portas, pegou mais algumas flechas e fuçou mais algumas coisas ali, mas todas eram grandes demais para ele, já que os homens da patrulha normalmente tinham de vinte anos para cima. Ney então viu uma escadaria da qual desceu, desceu e viu que conseguiu alcançar o térreo.

O térreo do castelo era também bem escuro, não havia lamparinas e nem tão pouco luz, como fogo ou tochas, a única luz era a da lua, que agora não estava sendo tampada pelas folhas e galhos das árvores. O estábulo estava longe dali, graças à ajuda da lua, via que os cavalos já não eram mais problemas, havia muito capim por ali e eles estavam dormindo, portanto, Ney estava, por enquanto, sozinho ali, e decidiu sem nem pensar duas vezes, avançar. Pegou a espada e então a colocou em sua cintura, o arco já estava em suas costas e a aljava estava próxima à cintura, a escalada começou. Colocou seus pés sobre as pedras que constituíam aquela torre de pedra, escalou, havia uma janela a quase sete metros dali, uma única janela, não havia luz alguma nela, dando sinal de que não havia ninguém ali. Mais duas escaladas foram o suficiente para que o jovem astuto estivesse de frente para a janela, tentou então abri-la, mas sem resultados, teve que quebrar o vidro, esticou seu braço e com um murro estilhaçou a vidraça, o barulho ecoou pela pequena sala e pelo pequeno corredor que procedia aquele lugar.

Ele tentou procurar por algo mais curto e afiado como uma faca ou mesmo um punhal, mas não encontrou nada que pudesse jogar em seus oponentes. Vou ter que usa-lo então, vamos ver se aqueles pardais que matei, serviram para treinamento. Soltava um pequeno riso, e então pegou seu arco e colocava uma flecha na ponta da corda, e a segurava com a mão, atento com os olhos e com os sentidos aguçados, o jovem continuou a caminhar por aquele escuro corredor, seus passos eram curtos e quase imperceptíveis.

Continuava a caminhar quando de repente parou, encostou suas costas na parede e apenas observou, parecia ser uma reunião. Não pode contar todos, mas em pensamento afirmou para si mesmo. Mais ou menos uns vinte. Então tornou a olhar e desistiu de avançar por ali, mas antes de seguir pelo outro lado do corredor, tentou escutar alguma coisa, enquanto observava com apenas o canto dos olhos, observando o pequeno grupo.

– A execução será amanhã.

– Mas já? – Dizia um deles exclamando surpresa.

– Sim, quanto mais rápido for, melhor o mundo ficará. – Este parecia ser o líder, afinal era o único entre todos que portava uma armadura, uma armadura dourada, desenhada uma espécie de leão soltando bolas de fogo na parte da frente, escaldado com cores vermelho-sangue. – Essa é a nossa lei, temos que eliminar todos que se opõe contra o rei. Só assim o mundo ficará melhor.

– Sim, Sir Huntress. – O outro, com uma caneca de vinho, afirmava.

Novamente aquele que fora chamado de Sir, se levantava e dizia mais claramente a todos ali presentes.

– Somos patrulheiros treinados para levar a justiça, não podemos nos desviar do nosso caminho. Esse homem, foi um desses que se desviou. Imagine como o mundo não seria se nós não existíssemos? Acredito que muitos de nós serão lembrados como heróis no futuro. Assim como um dia o criador desse castelo foi, o criador dessa fortaleza onde todos os mal-feitores são presos e somos nós que fazemos justiça... – Por um momento ele parou, começou a farejar o ar, como se fosse um cão ou um lobo, muito esperto. De repente sacou sua espada e então deu dois passos à frente de onde estava novamente farejava algo, e então exclamava. – Temos um invasor aqui. Não pode enganar meu nariz seu maldito. Pensou consigo mesmo enquanto deu uma pequena risada. Neste momento, o garoto já havia saído, desde a primeira farejada do homem.

Os soldados pegaram rapidamente suas armas, uma espada e um escudo, diferentemente daqueles que guardavam os muros daquele castelo, com arcos e flechas. Eles foram seguindo Sir Huntrees, o homem do qual desconfiava de um intruso, eles preencheram o estreito corredor, realmente ninguém poderia vencer uma luta contra todos aqueles homens ali, nem mesmo o astuto garoto que apenas se escondeu, enquanto via todos os homens passando por debaixo de seus pés. Ney havia escalado o as paredes do corredor, embora estreito, ele era muito alto, o teto quase chegava a medir dez metros, apesar de iluminado, na parte superior do mesmo, era difícil perceber que havia um garoto ali.

Após a passagem dos homens, o jovem desceu rapidamente de onde estava, olhou mais uma vez para trás para ver se havia alguém naquela sala onde se reuniam e então, partiu em rumo à frente. Não tinha a mínima noção de onde estava naquele imenso castelo, mas tinha consciência de um único objetivo. Avançou por entre as mesas e cadeiras da sala onde estavam os soldados.

– Hey! Você aí, parado. – Foi surpreendido com um grito.

– Parado aí. – Disse um outro homem que estava fechando uma das portas do local, onde Ney passava. – Você parece ser um intruso!

Ney não disse nada, ele foi pego pela surpresa e estava certo de que todos os guardas dali tivessem passado, pelo corredor, o espanto lhe deixou paralisado por alguns instantes, mas logo resolveu agir, pegou seu arco e então tentou mirar em um dos inimigos, a distância não era assim tão grande, mas seria um tiro letal caso acertasse em uma região fatal. A flecha para em um escudo, que surgira ali rapidamente das mãos de um deles, logo, o outro começava a correr na direção de Ney, e trombando por entre as cadeiras, salta para prender o menino. Ele se rolou pelo chão, na direção de onde veio e então se levanta pronto para correr, focando seus olhos nos inimigos de trás, ele nem percebe e de repente, está caído no chão. Um forte encontrão lhe faz cair e seus sentidos são meios parados por segundos.

– Esse seu cheiro, é inconfundível, intruso. – Dizia o homem com aquela armadura dourada, portando uma enorme espada em sua cintura, Ney acabava de trombar contra ele, que mais de perto parecia ter em torno de seus dois metros de altura e uma condição física, incrível. – Leve-o para a masmorra, logo o interrogarei lá. Se as intenções desse menino forem injustas, já sabem o que fazer com ele.

Finalmente seus olhos se abriram, a visão ainda era meio embaçada, a dor em seu corpo tomou conta daquele momento, pois, percebia que tal era devido ao chão todo irregular e duro, e acabou adormecendo nele, logo seus braços se esticavam fazendo assim um grande estalo por todo seu corpo, inclusive nas costas. Ufa! Pensou consigo após um grande alívio, e percebeu que estava deitado, seus pés, presos por correntes extremamente grossas, cujo nem mesmo um orc poderia rompê-las. Mesmo vendo tal impossibilidade, Ney tentou puxa-las, elas estavam presas na parede, uma corrente para cada pé seu, e então puxava, puxava, se esforçava, mas nem sinal sequer da corrente se mexer para ser rompida.

– Esqueça! – Uma voz o surpreendeu ali. – Nem mesmo o Poderoso Tartaruga, conseguiria romper essas correntes. – O Poderoso Tartaruga, era um herói conhecido desde a primeira era, um herói louvado, e poderoso o suficiente para esmagar qualquer coisa, Ney também o conhecia.

– O Grande Tartaruga, arrebentaria tanto com essa corrente, e também com todo esse castelo.

– Ah, você também o conhece?

– Claro, quem não o conhece?

– É realmente. Ele é bem conhecido, mesmo.

Ney percebia o diálogo e só agora percebeu que estava trancado em uma cela, aparentemente vazia. Seus olhos se arregalaram e via que de frente para sua cela havia um jovem estatura mediana, cabelos loiros, mas de tão loiros, eram quase brancos, cabelo liso e curto e uma roupa esfarrapada assim como a que ele vestia.

– Quem é você? E onde estamos? – Dizia tentando ainda se romper daquelas correntes e começava a ficar nervoso de estar ali.

– Calma jovem, também estou na mesma situação que você, aposto que você é um intruso assim como eu, intrusos não devem falar seus nomes, concorda? E vê se para de tentar romper isso, já disse que você não vai conseguir.

– Então estamos presos na masmorra? – Ney afirmou deixando as correntes de lado e então cruzando seus braços fazendo uma cara de pensativo e concentrado – Não tenho tempo, preciso sair daqui agora, alguma ideia?

– Não.

– Você é mesmo um intruso?

– Sim.

– E por que você não pensa em nada para escapar, nem parece um intruso desse jeito. – Falou com tom de deboche, insinuando que o outro garoto não levava jeito para a coisa.

– Intrusos não deveriam ser pegos, não é? O que faz aí preso então? – Dava uma gargalhada provocativa. – Sou Vino, e você?

– Ney.

– Então Ney, pelo jeito que eles falaram você está bem encrencado, logo eles virão aqui conversar com você, é a única chance que tem para escapar.

Hmm. Pensou consigo, tentava elaborar um plano, percebia que seus equipamentos não estavam mais com eles, espadas, arco e flechas, haviam desaparecido e nos lugares desses, as correntes apareceram. Droga! Lembrava-se das malditas correntes e então esquecia parcialmente do plano. – Quem normalmente vem até aqui? – A pergunta era objetiva, se fosse o homem com a armadura dourada, ele não tinha chance alguma de escapar, agora se fosse outras pessoas, ele poderia sair ileso, talvez.

– É o Sir Huntrees, Ney. – Vino pensava consigo, e em uma expressão de alegria. – Mas antes alguns guardas veem te pegar, mas quando você é condenado à morte, você tem uma chance! Diga que você é culpado!

– Mas eu não sou culpado!

– Mas finja que é, se você for condenado, eles te darão uma espada para lutar contra o Huntress, se você vencê-lo, estará livre, é a sua única chance.

– Só preciso vencê-lo correto?

Neste instante um barulho forte e alto aconteceu, uma porta se abriu, e bateu contra a parede com força, vários homens armados com espadas e escudos, enchiam aquele pequeno corredor cheio de celas, eles então paravam na frente da cela do jovem Ney, e então a abriam, travavam-no e logo o libertaram daquela corrente, um deles, apunhalou o jovem pelas costas, com a antemão da espada e aquilo pareceu acalma-lo rapidamente. Enquanto o levavam carregando-o, Vino olhava para ele, sorria e se sentava no canto de sua cela, estava aparentemente feliz e soltou um sorriso que há muito tempo não soltava.

– Então o que você veio fazer aqui?

Ney ficava quieto, estava preso, pelas mãos e pés, como se estivesse sendo crucificado em uma cruz. Ele ficava calado e parecia desviar o olhar para os lados e para as paredes.

– Não vai falar o que faz aqui?

Ney continuava quieto.

– Tudo bem, se ele não vai falar, faremos você falar. Gyon! Houyd! Amarrem-no mais forte ainda!

Dois dos guardas ali presenciando aquele ato, fez o que Huntrees havia dito, pegaram à ponta das cordas que deixava Ney amarrado naquele tronco em forma de cruz e então apertou firmemente, Ney gritou de dor, e pôde sentir que seus ossos já não iam mais aguentar por tanto tempo assim.

– Novamente garoto, o que veio fazer aqui? – Esse saía de uma espécie de trono do qual estava sentado e então seguia para mais perto de Ney, até quase encostar sua face na face do garoto. – Me diga!

– Não te interessa! – Cuspia na cara de Huntress.

O homem limpava sua cara com a maior calma de todas, logo se afastava do garoto, sentava novamente em trono e pedia um copo de vinho, cruzando as pernas recebia o vinho de um servo ali e então saboreava o vinho, mas antes dava uma cheirada no mesmo. Não disse nada por muitos instantes, ficou apenas com os olhos focados naquele jovem sem dizer nada, depois que o vinho do cálice terminou o homem se levantou novamente e começou a cheirar Ney, ou melhor, farejá-lo.

– Eu sabia! – Exclamou com força. – Você é filho daquele homem não?

– Eu não sei do que você está falando. – Virava a cara contra a parede, e olhava para elas, buscando se esquivar do olhar do tirano.

– Theo Hohenheim, aquele maldito traidor é o seu pai, não? – Ele falava enquanto com o gesto com as mãos, mostrava para um dos guardas trazer outro prisioneiro ali. – O cheiro de vocês me enoja, credo.

Passado alguns poucos minutos, eis então que outro prisioneiro compartilha aquela sala com todos ali presentes. O prisioneiro tinha um longo cabelo, da mesma cor dos cabelos do jovem ali, porém a diferença entre eles era que já podia se ver alguns fios brancos no meio daqueles cabelos longos e lisos, as roupas eram trapos assim como as do jovem, e o corpo, a parte que não estava coberta por trapos, mostrava inúmeras cicatrizes, e hematomas, significando tortura e judio, eles amarravam este homem ao lado de Ney, e o colocaram da mesma forma que o garoto estava amarrado. Huntrees apenas observava e quando tudo estava pronto pegou a cara do menino e a colocou para o lado.

– Pai! – Gritou o menino desesperado, tentou se soltar mais foi em vão.

O homem já cansado e quase sem forças, ergueu um pouco a cabeça e então pôde ver ali, era seu filho, estava preso sobre as mesmas circunstâncias que ele, depois de um longo suspiro, disse:

– Filho...



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Theo Hohenheim era um soldado, ele defendia a justiça daquele castelo praticamente desde seu nascimento. O castelo na verdade, não era bem um castelo, era uma prisão, uma forte prisão aonde somente os traidores e condenados iam parar, pessoas cuja sentença é a morte, pessoas que matam pessoas, são enviadas para lá e cabe a esses guardas reais, guardarem o local. Theo era uma pessoa simples, tinha um matrimônio sem complicações com Lucy, uma bela jovem com cabelos dourados e olhos azuis como o mar. Theo levava a vida, tranquilamente, sempre foi fiel ao seu trabalho e fiel à sua esposa, no qual gerou um filho, um único filho, Ney.

Quando Ney nasceu, Theo e Lucy passaram por problemas, problemas tantos financeiros quantos de saúde, Lucy começou a ter crises alérgicas prejudicando assim a alimentação do bebê e tendo crises em seu casamento. Muitos anos se passaram desse jeito, quando Ney completou seus quatro anos, Lucy morreu, morreu de insuficiência respiratória, o cérebro não teve oxigênio suficiente para reagir, e então faleceu, Theo foi acusado pelo crime, pois testemunhas o viram sair da casa onde moravam naquele mesmo instante que a mulher falecera.

Theo foi julgado e condenado por assassinato, Ney foi deixado com parentes de Lucy, já que fora proibido de ver seus avós paternos e membros da família paterna devido ao julgamento. Desde então, Theo sofre punições e espancamento, e finalmente sua sentença de morte foi aprovada pelos Juízes, um grupo fechado de sete pessoas, os homens dos quais cuidavam de toda a justiça do país de Vana’Diel.



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– Meu filho! – Exclamava com mais força, parecendo ter suas forças novamente, e tentava se debater para se soltar, mas era em vão. Um tapa na cara de Theo o fez parar de se chacoalhar e então ficar mais calmo.

– Calado traidor! Vim apenas te demonstrar esse momento onde você um traidor, acabou matando a mãe de seu filho e ele mesmo inocente, veio atrás do pai, tentando lhe salvar, você não tem compaixão, Theo? – A pergunta foi acompanhada com uma gargalhada sádica.

– Eu já cansei de dizer que não matei ninguém!

– O julgamento não disse isso, afinal você está aqui.

– Os juízes nem sabem de nada!

– Se eles não soubessem você não estaria aqui.

– Você é igualzinho a eles. – Falava Theo. – Você é um cão! Um cão controlado por eles. Na verdade, um peão, que não sabe o que faz, que não tem vida própria e fica cuidando da vida dos outros e fica com esse discurso de justiça para lá e para cá. Você não passa de mais um peão deles, um peão, uma marionete. Voc... – Ele parou quando sua face foi atingida por um soco e o fez cuspir sangue para lá e para cá.

– Você não tem o direito de falar nada! – Novamente começava a esmurrar a cara de Theo, esmurrava, esmurrava, lhe dava chutes, na parte das costelas e por fim, lhe deu um soco na boca do estômago que o fez cuspir muito sangue pela boca. – Vejam! Esse é um traidor! Vocês querem ser iguais a ele? Se sim sofrerão do mesmo jeito que ele.

Theo não parava de sangrar e cuspir sangue, Huntrees fez seu discurso de justiça assim como Theo havia comentado em seu desabafo. Os demais agora começaram a apedrejar Theo, as pedras batiam em seu corpo já fraco e abriam vários cortes, fora que cada pedrada doía como se estivessem quebrando seus ossos, todos de uma vez. Ney ficou quieto, não dizia nada, ele estava acumulando uma grande raiva, ele sabia que seu pai não havia matado sua mãe, ele sabia que tudo aquilo era uma armação para matar seu pai, ele se arriscou vindo até ali, deveria ter ouvido seu tio Benn, que lhe disse que seria inútil tentar salvar seu pai. Ele ficou ali, uma lágrima escorreu de seu rosto quando viu o pai sendo apedrejado, não podia deixar isso acontecer, de maneira nenhuma. Não enquanto seu coração continuasse a bater.

– Eu matei minha mãe! – Gritou o menino de forma explosiva e raivosa.

O gritou ecoou por todo o lugar, na mesma hora todos pararam, as pedras foram deixadas no chão e algumas até mesmo foram deslizadas pelas mãos daqueles que estavam ali. Huntrees foi um dos quais sorriu ao ouvir aquilo, uma risada sádica e terrível, porém, sem barulho algum, apenas mexeu os lábios. Theo foi o que mais se horrorizou com aquele grito, seu corpo já parou se sentir dor, seus olhos se arregalaram. Não... Não... Pensou inconformado com aquilo que acabou de ouvir da boca de seu filho. Por um momento, pensou em matar todos ali, mas depois, mais consciente, decidiu ficar calmo, seu filho iria salvá-lo, fazendo isso, ele tinha certeza que ia.

– O que disse, garoto? – Tentando confirmar aquela boa notícia, Huntrees perguntava.

– Sim! Matei minha mãe, ajudei meu pai no assassinato, a envenenei pela comida, um veneno feito de beladona onde os órgãos dela paralisaram. Jogamos seu corpo atrás da casa enquanto vocês pensaram que nós a enterramos, ateamos fogo no corpo dela para não sobrar nada, odiava minha mãe, mas eu amava meu pai, por isso estou aqui, se for para ele morrer, morrerei junto! Mas antes, tenho direito a uma chance de viver, não? – Uma lágrima escorria em seu rosto, ao dizer tudo aquilo, claro era mentira, mas decidiu falar isso, pois se lembrou do conselho de Vino.

– Como soube disso? – Disse o Huntrees assustado, não imagina que algo assim viria da boca do jovem, mas então, logo seu sorriso sádico novamente volta à tona, e ele começou a caminhar em círculos do qual mostrava estar impaciente e ao mesmo tempo gostando. – Tudo certo... Vamos lutar, eu e você, lá fora. Libertem-no, guardas!

Os guardas imediatamente pegaram as cordas e soltaram Ney, o jovem não teve a intenção de fugir, sabia que se fugisse, iriam matar seu pai ali mesmo, iam matar seu pai, como prova de que ele era culpado realmente. O garoto ficou ali parado, observava tudo, parecia que estava se lembrando do seu passado, passou alguns flashes de alguns momentos importantes na sua vida e fechou seus punhos e esperava a segunda ordem para então começar a luta para decidir o seu destino e o destino de pai.

– Você não terá a mínima chance, garoto. Nunca ninguém o venceu em uma luta, quanto menos você. – Disse um dos guardas ali.

– Realmente... Você vai ser fatiado ao meio. – Disse outro e após isso gargalhou com mais alguns outros.

– Daqui uma hora! O duelo será daqui uma hora, você tem esse tempo livre, garoto, para fazer o que quiser. – Ele caminhou em direção à saída, antes olhou nos olhos do jovem, deu mais um de seus sorrisos, mostrando que estava amando aquela situação toda. Antes de sair completamente do lugar disse em voz alta. – Aproveite seu tempo.

Ney era deixado a sós com seu pai ali naquele lugar, também desamarravam o homem e o deixava mais a vontade para falar com o filho. Todos os guardas se retiravam e os trancaram naquele cômodo onde não havia janelas e apenas uma única porta, por onde alguns guardas ficaram vigiando caso os dois prisioneiros resolvessem fugir dali, assim como, tentar alguma coisa contra a lei daquele lugar.

– Então é isso? Por que fez isso?

– Eu quero te proteger pai...

– Você só tem doze anos, filho! Você vai morrer por mim? – Disse o homem aos prantos.

– Tudo bem, eu sei como vencê-lo. Diga-me apenas como funcionam as regras dos Juízes, e da Assembleia.

– Por que pergunta?

– Vou usar as leis contra ele, e não a batalha. Se eu vencer, quero estar ciente das leis, o que posso ou não ter o direito de fazer em batalha, e ele também, ele pode trapacear, assim como se eu trapacear sem saber, ele pode me prender por esse ato.

– Sim, você tem razão, filho.

– Claro que tenho, pai. – Confirmou, levantando o polegar para seu pai, porém, no fundo ele estava com medo, muito medo. Ele esboçava um sorriso aparentemente feliz, mas queria chorar, queria fugir daquele lugar, não sabia o quanto o oponente era forte, mas poderia imaginar, pois todos falavam isso, inclusive seu pai.



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Zaz era composto por quatro pilares governamentais. O primeiro pilar e mais importante, era O Império, que era composto por uma só pessoa, um rei. Como rei, ele tem autoridade sobre todas as coisas, ele pode mudar as leis, ele é isento de cumprir qualquer lei. O papel do Império na verdade é organizar e supervisionar todos os outros pilares governamentais, discutir, questionar, averiguar tudo o que eles fazem, afinal, é o rei que deve cuidar de seu povo, mas nos dias de hoje não é isso muito que acontece.

O atual rei, Rei Yvon Guyfell, é o típico rei, onde a luxúria e os prazeres carnais, o tomam e chamam mais a atenção dele do que o próprio reinado. A casa Guyfell, proveniente do norte, conquistaram o trono a mais de mil e duzentos anos atrás. Yvon, não havia nenhum herdeiro ainda e tão pouco pensava em se casar, era jovem, tinha seus vinte e oito anos e devido à sua juventude, alguns o consideravam imprudente, irracional e irresponsável por seus atos.

O segundo pilar que compõe os quatro pilares, é a Assembleia. Este pilar é o único que tem contato direto com o Império. Ele se encarregava de cuidar dos assuntos políticos, econômicos e religiosos. Este pilar era aquele que criava as leis, as doutrinas, recebia os impostos, aprovava construções, assim como demolia outras, e etc. A Assembleia atualmente é composta por vinte pessoas, sendo que a maioria delas são pessoas próximas ao rei, como tios, primos e até mesmo irmãos e não possui um único líder.

O terceiro pilar, são Os Juízes. Como o próprio nome sugere, são aqueles que julgam seus pecados e crimes por todo o mundo. É um grupo de sete pessoas completamente anônimas, onde o Império escolhe um a um pessoalmente, eles usam máscaras o tempo todo, inclusive nos julgamentos que acontecem. Nem sempre são nobres que fazem parte desse pequeno círculo da justiça, mas são normalmente os sábios e os entendedores das leis, que são escolhidos para tal cargo, sendo assim, deixando que a justiça sempre se sobressaia sobre os julgamentos das pessoas.

O quarto pilar, era A Ordem. A Ordem é o exército que defende a capital, os mais bravos guerreiros são treinados e fazem parte desse exército que tem como objetivo, deter rebeliões, prender criminosos, pecadores e proteger os outros pilares dessa constituição governamental. Dizem que a cada dez homens que tentam entrar para A Ordem, apenas dois são aprovados, cinco deles morrem, e os outros três desistem ou ficam traumatizados pelo árduo treinamento e exame para passar e entrar nesse formidável exército.

Todos esses pilares se encontram na capital de Zaz, a única capital do mundo inteiro. A cidade dos portões de ferro, a cidade protegida, a cidade da justiça, essa é chamada: Astrid, que é localizada no centro do continente de Bahavia, o velho continente.



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– É agora! Vamos! – Disse um guarda abrindo a porta com tamanha violência.

– Venha conosco! – Disse outro agarrando os braços de Ney, e o levantando do chão com certa violência.

– Vocês não podem encostar-se a mim, está na lei. – Disse o garoto.

Os guardas deram de ombros pouco de importaram a citação do jovem, e então Ney tornou a dizer-lhes.

– Creio que são guardas devem conhecer as leis, e quando um prisioneiro desafia o líder da prisão para um duelo, ele não pode ser preso por nenhum instante, nem tocado pelos guardas da prisão, somente após a batalha, caso o prisioneiro a perca, estou correto, senhores? – Ele então se levantou, bateu o pó de suas roupas e então erguia sua cabeça e dizia para seu pai, de costas para o mesmo – Volto logo pai. – E caminhando mais um pouco em rumo a porta sem ninguém o tocar disse a todos os presentes. – Eu sei o caminho sozinho, afinal, eu invadi esse lugar, lembram?

Os guardas ficavam furiosos com as palavras de Ney, mas o jovem tinha razão, eles o acompanharam até certa parte, e se pudessem cortariam o pescoço do jovem agora, mas as leis prevaleciam naquele mundo, e logo se alguém não as cumprisse teria o mesmo destino do garoto ali. Finalmente, saíram daquela prisão, o local da luta era na parte de fora da mesma, na frente do portão principal, o lugar era todo aberto, um punhado de árvores impediam a vista da cidade mais próxima, mas estar ali era bem prazeroso, já que as mesmas traziam um ar puro e impecável, Ney sentia-se aliviado com tal, ao sentir a leve brisa noturna batendo em sua pele.

– Está pronto garoto? – Perguntava Huntrees, ele vestia a mesma armadura dourada de antes, portava sua enorme espada que anteriormente estava em sua cintura e então começava a dar cortes ao vento, como forma de aquecimento pré-luta. – Ali há um punhado de armas, escolha a qual que você preferir... Escolha sabiamente, pois é a ultima espada que usará. – Soltou uma gargalhada de prazer e voltou a ficar sério, focando em seu oponente.

– Sim, escolherei, mas antes uma coisa. – Dizia se aproximando de uma espada cuja lâmina e o tamanho se equivaliam a aquela que ele anteriormente portava, antes de ser capturado pelos guardas. – Se eu vencer a batalha, quero que me liberte e liberte meu pai, e nos deixem em paz pelo resto de nossas vidas.

Jamais! – Disse o homem.

– Então você vai quebrar a lei? Pois a lei permite que o prisioneiro que vencer a luta possa fazer o que quiser, caso a vença. Bem, eu já escolhi então...

Como o maldito sabe tanto sobre as leis? Pensou naquele momento que desejou que as leis se acabassem, sua sede por batalha era imensa e sempre gostava quando um prisioneiro o desafiava. – Como aprendeu tanto sobre as leis?

– Você disse para aproveitar meu tempo, bom... Aproveitei. – Soltava um sorriso amarelo.

– Seu pai lhe contou? Ele será o próximo que irei decapitar...

– Não se eu te vencer antes!

– Vou te falar um fato sobre mim, garoto, sabe por que eu amo lutar com as pessoas que me desafiam?

Ney ficou calado, esperando a resposta, enquanto fazia movimentos rápidos com a espada para se acostumar com o peso da mesma e se dar bem na luta.

– Por que eu posso matá-las, sem dó. – Disse o homem, com um olhar sombrio e desafiador. – Vamos dar início!

Uma enorme roda de guardas se formava por ali, cerca de todos os guardas da prisão ficaram em volta dos dois duelistas. Eles faziam apostas entre si, como forma de animação, prestígio, divertimento. Huntrees! Huntrees! Eles gritavam como forma de incentivar o líder deles. Alguns deles preferiam zombar com o pequeno garoto, ali, o difamavam, o ofendiam, mas o jovem pouco escutava, ele estava concentrado o bastante para não fugir dali, concentrado o bastante para não implorar por sua vida e a vida de seu pai, ele não podia mostrar medo, precisava passar uma imagem aos outros de superioridade, desafiador, mas não era isso que o jovem sentia, ele sentia medo, e se pudesse sair correndo dali com o rabo entre as pernas, seria melhor, ele desejava que a luta nunca começasse.

Um dos guardas pegava a espada e a colocava no meio deles, como forma de iniciativa, ele começava a contar de um a dez, lentamente. Quando chegou ao final ele ergueu a espada e gritou fortemente

– Comecem!Logo ele se afastou e colocou a espada sobre o chão, como forma de respeito para aqueles que estão lutando, também era considerado uma lei, esses gestos e Ney os observou. Huntrees, em um impulso rápido e ágil foi para cima do jovem garoto, ele pegou no cabo de sua grande espada e então fez um movimento, que pretendia rasgar o peito do jovem. Ney quando observava o ato de respeito dos demais, nem percebia a movimentação de Huntrees, que para seus cálculos foi muito mais rápido do que o normal, o jovem era magrelo, porém, tinha um corpo extremamente treinado, sendo assim, sua agilidade e percepção eram sua maior arma, mas em um piscar de olhos Huntrees já estava próximo o bastante para lhe atacar. Ney jogou seu peso para trás e esticou seus braços para não ser acertado pela espada e caiu ao chão, após o impulso, logo se recupera e ficava com um dos joelhos no chão pronto para se levantar, e percebe que há um pedaço de roupa rasgada ali, também olha a espada de Huntrees e vê a ponta da mesma sangrando, ao olhar para si mesmo, vê sangue escorrendo de seu tórax, um corte superficial lhe acertou, e agora ele sentia arder sua pele como fogo, colocava sua mão em cima do corte e buscava se recuperar para a luta, neste momento, uma fina chuva começou a cair sobre eles.

– Não foi dessa vez, garoto, mas vai ser na próxima!

– Não vai! – Ele exclamou, mas o seu pensamento quis dizer Como vou me esquivar?

Huntrees partiu novamente, dessa vez sua velocidade ficou para trás, ele ergueu sua enorme espada já que o jovem era menor que ele, e queria que a espada descesse como uma guilhotina sobre o menino, Ney percebeu sua intenção e logo pegou sua espada com as duas mãos e a colocou no meio do caminho para impedir que fosse cortado. As duas espadas se encontram, Ney sentia uma incrível força vindo de Huntrees, logo não poderia mais aguentar, mas rangeu seus dentes e ficou firme ali para impedir que fosse atingido, o homem que portava a grande espada, continuou aquele desafio de espadas com apenas uma mão, com a outra livre para agir, golpeou o garoto na face e então depois lhe deu um chute na perna esquerda do jovem e o empurrou, a espada de Ney caiu no chão, e a espada de Huntrees acertou o chão, no qual fez um grande tremor. O garoto quando empurrado atingiu alguns guardas que se concentravam ali em círculos e fazendo apostas, sendo assim, o impacto foi menor. Ney cambaleava e nesse ponto, a chuva parecia mais forte e surgiam alguns raios no céu.

– Você não tinha dito que ia me vencer? Jamais me vencerá!

– É o que veremos... – Dizia Ney se recompondo após os golpes, ele não estava ainda totalmente recuperado, e devido ao soco em sua face, ele não enxergava muito bem as coisas.

O oponente do garoto foi em sua direção novamente, como ele estava ainda meio tonto, Huntrees o golpeou na boca do estômago, um golpe forte e preciso onde a dor é imensa e sempre um pouco de sangue é jorrado para fora, dessa vez, não foi diferente, após o golpe, o cavaleiro o pegou pelos braços e lhe deu vários chutes na barriga, fazendo o cuspir mais um pouco de sangue, a chuva limpava aquele terreno, e limpava a face de Ney de ficar toda ensanguentada, mas ele havia perdido muito sangue desde então, se sentia fraco, o homem novamente o golpeava na face, dessa vez com o cabo de sua espada, bem na direção do queixo, fazendo mais sangue ser jorrado e Ney caía no chão, quase nocauteado e desmaiado.

– Esqueci-me de te falar outro segredo meu... Sou também um guerreiro da Ordem, em outras palavras, sou completamente invencível. Mas você se demonstrou valente e corajoso, mas faltaram-lhe habilidades de combate, infelizmente. – Ele erguia sua espada pronta para atacar o garoto, enfiando sua espada no peito da vítima que estava no chão, agonizando e sangrando.

– Não hoje. – Ney disse quase que em um sussurro para ele mesmo. Esperou o momento certo para rolar-se para o lado esquerdo. Deixou que a espada quase o acertasse para então se esquivar para o lado. Após o feito, Ney sabia que a espada do inimigo era pesada demais para o contragolpe ser rápido, devido a isso, ele se levantou e rolou-se até chegar até sua espada, com o corpo ainda dolorido principalmente na região do peito, devido ao corte e aos golpes, ele pegou sua espada, nisso Huntrees, percebe a ação do garoto e se impressiona com tal, ambos ficaram de frente um para o outro, nessa altura da luta, a chuva estava tão intensa que os guardas aos redores deles, usavam a capa para se cobrir da chuva, uns iam para o coberto do castelo, sendo assim, aumentando a arena do combate. Um estava de frente para o outro, Ney claramente mais desgastado com a luta e claramente mais ferido, ele cerrou seu punho e pegou sua espada com força, ambos correram na direção do outro, um barulho de aço pôde se ouvir, uma mancha de sangue pôde ser vista no ar, mas logo se dispersava pelas poças de água que formavam ali, o garoto cai no chão, a espada era deixada, e Huntrees se mantinha em pé, e com as postura impecável, a não ser pelo fato de que a armadura do mesmo foi arranhada na parte da costela, pela espada de Ney, porém, o menino foi cortado na mesma região, do corte feito no inimigo, o que lhe fez cair, o corte foi bem profundo, logo iria morrer, pela perda de sangue se não fosse dado os devidos cuidados à ele, Huntress se aproximou, chutou a espada que Ney estava portando, para mais longe dele, pegou sua espada a girou e então a colocou em posição para perfurar o coração do garoto que neste momento estava de costas para ele.

– É o fim, garoto.

Meio tossindo e com a voz bem fraca, o garoto respondia:

– Ainda... Não... – Não conseguia mais se mexer, seus músculos estavam exaustos, sua dor era tremenda e suas costelas agora com um imenso corte profundo, ardiam e soltavam muito sangue, devido a perda deste, o menino começava a delirar, sua visão já era turva devido à chuva, e começou a escurecer aos poucos. Não posso morrer, tenho que salvar meu pai, ele é inocente, assim como eu também sou... Eu consegui acertá-lo uma vez, poderei acertá-lo novamente, se eu tivesse forças suficientes... Ele só conseguia pensar e pensar, seu corpo não respondia mais a não ser seus dedos que ficavam ali tremendo, sentido a terra em suas pontas.

Neste momento, um raio atingiu a floresta, bem perto de onde eles estavam os rugidos do trovão ensurdeceu momentaneamente todos ali, sendo assim, Huntrees perdeu a concentração, outro raio atingiu agora a porta do muro do castelo o destruindo e despedaçando, fazendo pedras rolarem. Huntrees, observou e então abaixou sua espada, ignorando o garoto por um momento. Outro raio cai bem na frente de seus olhos, o clarão era imenso, o deixava cego momentaneamente também, e mais alguns outros. Logo uma tempestade de raios toma conta do lugar, derrubando árvores, derrubando o castelo, alguns caíam próximos aos guardas. Como chovia, e a água sendo condutora de eletricidade, alguns sofreram algumas descargas elétricas. A sala onde Theo estava também foi atingida. Atingiu o teto e abrindo um rombo, cada raio que caía no castelo o piso do mesmo era derrubado, sendo assim a masmorra era toda destruída, as jaulas eram amassadas, e alguns prisioneiros conseguiam escapar, sendo alguns desses, Vino.

Huntrees que era o mais velho entre eles, nunca tinha visto coisa igual, ele não sabia o que fazer, aquela fortaleza estava se desmoronando, as pedras rolavam e esmagavam alguns soldados, preciosos soldados para ele, o homem não podia fazer nada, então, largou Ney ali, que para o guerreiro, já estava praticamente morto, correu para o castelo para ajudar os demais a se protegerem e resgatar alguns guardas. Neste momento, o experiente homem novamente sentiu um estrondo, mas como estava de costas, não viu o clarão diretamente, seus ouvidos ficaram com um zunido profundo, do qual era completamente irritante, deixando-o surdo por alguns minutos. Ao olhar, Ney era atingido pelo raio, o chão, havia aberto uma cratera lá, e uma das rochas enormes estava pronta para cair em Huntrees, ele se rolou para o lado e a enorme pedra quase o pegou. O garoto foi esquecido, nesse momento também, um raio atingia Huntrees, o mesmo sentia toda a descarga elétrica pelo seu corpo, seus olhos se escureceram rapidamente, seu coração também parou de bater, logo caía com o corpo totalmente mole no chão, enquanto todo o lugar ao seu redor, era destruído.

3 Juillet 2019 11:46 2 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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Fabricio Prudente Fabricio Prudente
Olá, estou lendo sua história e gostando até o momento; tem me mantido curioso pelo seu desenvolvimento futuro. Há apenas dois detalhes que têm me incomodado na leitura: o uso excessivo de vírgulas onde poderia ser empregado o ponto final, e algumas situações informais como "bem ali" ou "e então". Ademais, aguardo ansioso pelos próximos capítulos.
July 17, 2019, 01:55

  • Vinicius Peron Vinicius Peron
    Obrigado, Fabrício. A história não está revisada, ela está em processo de revisão ainda, estou postando os capítulos "crus" aqui para ver como é a plataforma e etc. Obrigado pelo toque, assim que terminar de revisar, postarei completa. July 17, 2019, 11:39
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