johnlxke Luke Vasconcelos

Para Soonyoung o pequeno Jihoon era como sorvete, frio e gelado, mas que com um pouco de calor poderia derreter-se completamente; assim como fizera com seu coração, mesmo que ele ainda não soubesse disso.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Histoire courte
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Capítulo Único

A sua rotina de finais de semana era sempre a mesma, colocar uma muda de roupas em sua mochila para a noite que dormiria na casa de seu pai - já que o mesmo estava separado de sua mãe. Kwon Soonyoung era um garoto comum, nem alto e nem baixo, suas madeixas eram tão negras que acentuava a sua pele pálida, mas o ponto mais atrativo do garoto eram os seus olhos pequenos, especialmente quando sorria, fazendo com que suas bochechas naturalmente gordinhas ficassem ainda mais erguidas. Suas feições eram até mesmo fofas, o que combinava com a sua personalidade extrovertida, sempre tão animado e social, trazia alegria a todos que estavam ao seu redor. Só tinha uma pessoa que não parecia ser tão afetada por seu jeito de ser e era justamente esta pessoa que tanto chamava a atenção de Hoshi - apelido que ganhara de seus familiares quando tinha somente cinco anos.

Ao sair de casa depois de ter se despedido de sua mãe e avisado que ligaria quando chegasse, foi caminhando em passos lentos até a garagem de sua casa, que ficava ao lado da mesma, abrindo a porta só para que pudesse pegar sua bicicleta, andando ao lado desta até que passasse pelo portão e pudesse fechar tudo devidamente. A mochila foi deixada na cestinha a sua frente, e então subiu na bicicleta, equilibrando-se nesta para que começasse a pedalar até a casa de seu responsável antes que começasse a escurecer, tinha um certo horário para fazer isso, era a sua rotina praticamente.

Todo sábado era a mesma coisa, Soonyoung acordava cedo para que ajudasse sua mãe nas tarefas de casa, então em seguida arrumar seu quarto que ficava uma zona durante a semana antes de finalmente preparar-se para sair na parte da tarde, o motivo de sempre escolher esse horário? Era simples:

Enquanto estava andando de bicicleta pelas ruas a caminho de seu destino, sempre gostava de passar por uma pracinha, onde sabia que encontraria aquele garoto que fazia com que suspirasse mesmo sem perceber.

Lee Jihoon, o filho do casal que morava nos fundos da casa de seu pai, era um garoto misterioso, mas chamava muito a sua atenção. Ele não era de falar muito, já havia tentado se aproximar de muitas formas, mas este não parecia interessado em nenhuma de suas investidas. Talvez ele não fosse como a si - que se gostava de garotos tanto quanto de garotas -, ou Hoshi simplesmente não fazia o seu “tipo”, mas ainda tinha uma última carta na manga e adoraria colocá-la em prática o quanto antes, isso que o incentivou a pedalar um pouco mais rápido ansiando para encontrá-lo como todos os finais de semana.

Ele estava lá, como todo sábado, sentado em um balanço daquela praça pouco movimentava daquela hora da tarde onde começava a escurecer. Os fios rosados assanhados levemente por causa da brisa que o atingia, as pernas cobertas por uma meia longa que ia até perto de seus joelhos que estavam visíveis por causa de sua bermuda curta. A pele pálida só não estava visível desta vez porque o avistou com um casaco que parecia fino, mas caia muito bem em seu corpo.

Ao se aproximar calmamente, percebeu que havia chamado a atenção do garoto por questão de segundos antes dele voltar com o seu olhar vago para um ponto fixo do gramado daquela praça, ele parecia mais quieto que o normal naquele dia de acordo com o lado observador de Hoshi. Ocupou o balanço ao seu lado, observando-o atentamente antes de arriscar dizer alguma coisa depois de limpar a garganta, só para mostrar que tentaria um diálogo.

- Algo te incomoda? - não era a sua intenção ser invasivo, mas não iria esconder que estava preocupado, tanto que quando ele tornou a olhar a si, torceu os lábios e abaixou as sobrancelhas em sua melhor expressão de quem só queria ajudar.

- Um pouco. - respondeu simplesmente.

- Quer que eu fique aqui e volte com você depois? Meu pai é seu vizinho, afinal… - mordiscou o lábio inferior em um claro sinal de nervosismo e tentou disfarçar quando seu olhar focou todo o ambiente ao seu lado, até que seus pequenos olhos fixaram-se em um estabelecimento do outro lado da rua.

Uma ideia lhe veio em mente no mesmo instante, como se uma lâmpada acendesse em sua cabeça, ele pareceu curioso ao desviar a atenção na mesma direção e esticar um pouco o pescoço para saber do que se tratava já que para o seu azar um ônibus parou no ponto bem na hora, fazendo-o soltar um fofo muxoxo de insatisfação ao estar a língua no céu da boca.

- Ali tem uma sorveteria, quer ir comigo? - tentou não parecer animado com o convite que há muito tempo queria ter feito, jurou que iria cair daquele balanço e sair correndo o mais rápido que poderia, deixando até a sua bicicleta para trás para fugir da frustração de ter um pedido negado, um pedido que ensaiou vários dias na frente do espelho apesar de ter saído bem natural naquele momento.

Estava fazendo a contagem regressiva antes de sair em disparada quando não pode crer no que estava ouvindo.

- Quero.

Ao olhá-lo provavelmente a sua expressão estava hilária, porque o garoto havia deixado escapar um breve riso soprado, o suficiente para que Soonyoung se sentisse derreter por inteiro quando os olhos que tantos admirava curvaram-se em uma perfeita lua e o sorriso, por mais que tivesse durado segundos, foi o suficiente para que conseguisse ver os dentes perfeitos do menor e com o mesmo tinha presas tão fofas, como um pequeno vampiro, moveu as feições lateralmente para que afastasse os pensamentos antes de soltar um breve riso e se levantar, lhe oferecendo uma das mãos em seguida.

- Vem, é por minha conta. Um presente para ver se te ajuda a se animar um pouco, o que me diz?

Ele não usou palavras para responder e muito menos moveu o seu rosto, apenas segurou a sua mão para que fosse levantando do balanço e arrumasse a bermuda e o casaco fino antes de começar a caminhar na frente.

Para Soonyoung o garoto a sua frente era como sorvete, frio e gelado, mas sabia que talvez ele só precisasse de um pouco de calor para que derretesse, assim como ele sempre fazia com o seu coração, por mais que este ainda não soubesse disso.

Lee Jihoon, um garoto sempre calado e misterioso, não sabia nem ao menos dizer se eram amigos, ele não se abria muito e por mais que sempre conversassem, era como se sempre falasse sozinho. Como descobriria o que ele pensava de si antes de tentar qualquer outra aproximação? Aquele suposto encontro na sorveteria era a chance que tinha de tirar todas as suas dúvidas.


.//\\.


A mesa que ocuparam era a mais afastada, nos fundos do local não muito grande, mas as colunas que separavam os lugares de grupos ou casais era o suficiente para que tivessem um pouco de privacidade, era tudo o que precisava para tentar arrancar alguma coisa do outro sem que o mesmo se sentisse desconfortável por estarem em um local público.

- Jihoon… Já faz um tempo que nos conhecemos, não é verdade?

A resposta que teve foi o seu olhar se elevando até a si, já que a atenção deste ainda estava na enorme taça de sorvete a sua frente, o garoto degustava do doce com calma e pelo brilho em seu olhar parecia que havia acertado em cheio em algo que ele gostava muito, até porque na hora dos pedidos, a resposta deste foi quase imediata quando pedira praticamente tudo somente de morango, até mesmo a cobertura e como acompanhamento a fruta.

- Então… Será que posso dizer que somos amigos, não é mesmo? - a cabeça dele se pendeu docemente para o lado e Hoshi teve que respirar fundo para não cair nos encantos do jeito fofo de seu acompanhante. - Foi uma pergunta idiota, eu sei.

- Você me convidou para tomar sorvete, aceitei, somos amigos. - respondeu e então colocou a colher dentro da taça finalizada, limpando os cantos da boca com a ponta da língua. - Está me perguntando isso só porque não costumo falar muito? - o moreno confirmou. - Sabia.

Não imaginou quando veria isso, nem em um milhão de anos imaginava que isso aconteceria tão rápido, aquele curvar de lábios, os olhos sumindo, o riso nasal, ele estava rindo novamente, mas estava desta o sorriso não sumiu em questão de segundos e mesmo sem perceber, estava fazendo o mesmo, curvando seus carnudos no melhor sorriso e fazendo com que seus olhos ficassem tão puxados que o garoto de cabelos rosados riu de forma divertida antes de lhe apontar para a face.

- Sua cara parece um relógio quando ri. De acordo com a sua cara, são 10 e 10. - ele riu novamente e então suspirou em seguida, desfazendo o sorriso aos poucos, voltando para o olhar vago em seguida. - Preciso ir pra casa, meus pais vão notar minha ausência a qualquer momento.

Os lábios se abriram para que o respondesse, mas foi pego de surpresa quando ele já foi se levantando e caminhando para fora da sorveteria, então foi rápido quando praticamente saltou de sua cadeira e felizmente, como já havia pagado pelos sorvete, correu até o menor sem dizer nada o pegou de surpresa quando o mesmo ultrapassava a porta dupla.

A mão firme de Hoshi segurou em seu pulso, puxando-o para si e antes que o deixasse ter alguma reação, os braços envolveram o seu pequeno corpo contra o próprio, aconchegando-o contra o próprio corpo, não sabia o que acontecia com ele, sabia que não iria conseguir arrancar a verdade tão cedo, mas se eram ao menos amigos, iria se dar por satisfeito por enquanto, mas sabia que ele parecia precisar de alguma coisa, especialmente carinho e não estava enganado.

A surpresa estava clara em sua face, mas nem por isso ousou se mover quando teve o abraço retribuído e o rosto deste se escondendo contra o seu tórax. Lentamente foi elevando uma das mãos até os fios rosados, acariciando os mesmos até que ouviu algo que lhe partiu o coração, ele fungava e não demorou a perceber o tecido de sua camisa tornando-se cada vez mais úmido, então tratou de o afastar de si o suficiente para que visse seus olhos transbordando e fosse limpando o rastro de suas lágrimas, sorrindo abertamente para o garoto.

- Se você anda com problemas, não carregue tudo isso sozinho… Que tal se voltarmos juntos e você dormir essa noite comigo no meu pai? Você conversa comigo e coloca tudo que tem te deixado triste pra fora. Somos amigos e eu vou cuidar de você.

Enquanto tentava controlar as lágrimas que escorriam por suas bochechas, essas que que Soonyoung insistia em secar para que tentasse o acalmar de alguma forma, ia assentindo lentamente para mostrar que iria aceitar o seu pedido.

Os passos dos garotos os levaram até a bicicleta de Hoshi, este subiu na mesma e o menor se equilibrou sentando-se atrás e segurando na cintura do mais alto com um pouco de receio, mas este puxou seus braços, pedindo para segurar firme para que não caísse, então perdeu o medo e o envolveu, observando a rua atentamente enquanto seguiam para o bairro onde viviam que não era muito longe dali.

A rua estava movimentada, ao chegarem tinha até mesmo uma viatura parada em frente a casa de ambos, Jihoon acabou se escondendo atrás de Hoshi quando chegaram, mas isso não foi o suficiente já que seus pais já haviam o visto e se aproximando as pressas, abraçando-o e perguntando onde estava até uma hora daquelas, por mais que nem fosse tarde da noite ainda, estava perto das oito.

- Onde você levou meu filho? - o homem gritou para Hoshi que apenas encolheu-se sem saber o que dizer ou como reagir.

- Não é culpa dele… Ele que me convenceu a voltar pra casa, mesmo sem perceber… - o observou com as sobrancelhas baixas e em seguida caminhou para que voltasse a ficar ao seu lado, segurando em sua mão quando teve coragem o suficiente para fazer o que há muito queria, mas não conseguia. - Vocês brigam todos os dias e desconta tudo em mim, eu não aguentava mais tanta gritaria, não preciso saber todos os dias que vocês brigam e vão se separar porque não conseguem me criar.

O casal ficou boquiaberto com o que o garoto dissera, mas apenas trocaram olhares e se afastaram, iriam falar com o policial que seu filho já havia aparecido e que tudo não passava de um mal entendido, enquanto isso, Jihoon ainda segurava firmemente a mão de Soonyoung antes de virar o rosto lentamente para que o observasse.

- Soonyoung… - começou e foi interrompido por um sinal.

- Você pode me chamar de Hoshi, já disse…

Juntos ultrapassaram o portão e sentavam-se nos degraus que davam acesso a casa do moreno entre ambos.

- Hoshi… Todos os finais de semana eu ia para aquela praça pra fugir da briga dos meus pais e pra te ver, você sempre passava de bicicleta e acenava todo animado… Você é sempre tão elétrico, animado; minha aura é sempre negativa, triste, não queria te contagiar com isso, por isso todas as vezes que você tentava se aproximar, eu mal falava com você… - um suspiro foi solto, os olhos estavam ocultos pela franja rosada e as mãos brincavam uma com a outra, entrelaçando os dedos entre os outros para disfarçar todo o nervosismo. - Você foi o meu único amigo em anos, você nunca desistiu de tentar me fazer sorrir ou falar comigo apesar do meu jeito, então, todos os dias eu queria ver o seu rosto animado.

- Jihoon, eu…

- Woozi!

- O quê?!

- Era o meu apelido na minha infância… Pode me chamar de Woozi… - ele disfarçava, mas dava pra perceber que estava sorrindo.

Soonyoung estava abrindo a boca para dizer algo quando os pais do garoto abriram o portão e seguiram para o corredor que dava para a casa dos fundos, claramente chamavam o seu filho, falando para não incomodar os vizinhos, mas o pequeno apenas encolheu-se ao lado do amigo e abaixou a cabeça em seguida.

- Vamos, Jihoon, não seja teimoso! - a voz de seu pai tornou-se agressiva.

- Está tudo bem. - Hoshi falou surpreendendo a todos. - Ele vai ficar comigo hoje, Sr. Lee. Não é incomodo algum, ok? Ele está perto de vocês, de qualquer forma. - ofereceu a mão para o menor e abriu a porta atrás de ambos após se levantarem do degrau, entrando na casa juntos sem ao menos esperar por alguma resposta do casal.


.//\\.


A cama estava arrumada e um colchão ao lado da mesma, haviam falado com o pai de Soonyoung que não achou ruim a visita, muito pelo contrário, achou ótimo que seu filho e o vizinho estivessem criando uma amizade maior.

- Não durmam tarde, crianças. - acenou para os dois que apenas fizeram o mesmo antes da porta do quarto ser fechada.

- O que você quer fazer para passar o tempo? - Hoshi perguntou enquanto jogava uma bolinha contra a parede e a pegava de volta quando a mesma quicava no chão e pulava em sua direção, uma mania quando o tédio teimava em lhe dominar. - Quer ver uma coisa?

- Quero…?

A confusão na mente do menor era clara, nunca havia passado por um momento como aqueles, de dormir fora, por mais que morassem no mesmo quintal já era um grande avanço em sua vida. A verdade era que Jihoon era somente um garoto que cresceu carente e sem amizades devido aos seus problemas em casa, não tinha amigos, não sabia o que era sair e se divertir, não sabia o que era nada até que Soonyoung, um garoto caloroso, entrou na sua vida trazendo cor, fazendo-o sorrir facilmente.

Soonyoung ia postar o segredo dele para o menino, então foi se aproximando, sentando-se ao seu lado no colchão que estava no chão especialmente para a visita, então foi puxando de debaixo da cama uma caixa, dali retirou um álbum de fotos, mas o que queria mesmo era um CD que escondia de todos, então tratou de ir até o televisor e seu aparelho DVD, ligando tudo para que mostrasse algo secreto para o menor, era uma apresentação teatral qual Hoshi havia participado escondido de seus pais já que os mesmos eram contra o desejo do garoto de ser artista.

Riram, comentaram do vídeo, até que seu corpo inteiro tornou-se tenso quando notou no peso em seu ombro, ao espiar pelo canto dos olhos percebeu que se tratava de Woozi. Ele havia deitado a cabeça na região, seus olhos estavam fechados e a respiração calma, o garoto adormecera depois de uma longa noite divertida, coisa que nunca tivera.

Kwon Soonyoung, um garoto sempre animado que tivera tudo, carinho e amor de seus pais, mesmo separados, gostava de animar as pessoas ao seu redor, cuidar de todos e era determinado em seguir seus sonhos, não ligando para obstáculos. Era determinado.

Lee Jihoon, um garoto calmo, quieto, que se acostumou com o fato de não ter nada. O seu único amigo, por mais infantil que soasse, era o seu coelho de estimação que esta noite passaria a noite sozinho já que estava ocupado aproveitando a companhia de alguém de verdade, alguém da sua idade, alguém para que, finalmente, chamasse de amigo sem ter medo de ficar sozinho novamente.

Hoshi encontrou em Woozi a calma em seus dias agitados; Woozi encontrou em Hoshi a agitação e animação que precisava em seus dias.

Aquele era o início de uma amizade que iria crescer cada vez mais, ensinando a ambos que nada era impossível se você tivesse um pouco de carinho.

E finalmente o sorvete havia derretido, o gelo se tornou água com o calor que não conhecera antes… O calor de um pouco de afeto.

1 Janvier 2019 15:05 1 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Luke Vasconcelos o garoto gótico, bebê de rosemary que fez pacto com stephen king para ser um escritor flopado e sem moral, condenado por fazer as pessoas chorarem sangue ao tentarem ler qualquer um de seus contos, recebendo pena de morte por bruxaria.

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Carly Monacruz Carly Monacruz
Eu apenas amei a sua escrita. A sua escrita é tão boa que eu li duas vezes e nossa, apenas adorei. De verdade. Continue assim!
August 21, 2021, 17:54
~

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