valotdeadly Nayara Cristine

Minseok não tinha sorte com relacionamentos, mas parecia que daquela vez havia tirado a sorte grande, o seu namorado queria saber sobre si e ele o levaria para o seu passeio favorito de todo mundo. São preciso seis coisas para uma pescaria perfeita: Cerveja, peixe frito na hora, boas iscas, boas varas, peixes e silêncio. Jongdae tentaria o seu máximo para não estragar o passeio com o namorado.


Fanfiction Déconseillé aux moins de 13 ans.

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O dia perfeito

Minseok não tinha jeito com relacionamentos, todas às vezes foram um fracasso gigantesco. Tinha aquela menina que namorou no ensino médio e que ele era realmente apaixonado, porém ela terminou com o garoto – na época – por ele não falar muito sobre si, ela sentiu que o relacionamento era levado só por ela. Então Minseok voltou a namorar na faculdade, e dessa vez era um garoto muito, mas muito bonito. Minseok fazia matemática, era tranquilo e havia apaixonado-se pelo garoto maluco da física que fazia aulas de cálculo consigo. Não deu muito certo pois o garoto maluco queria mais de Minseok, queria saber sobre seus anseios, medos, inseguranças. Também por ser o primeiro relacionamento homoafetivo do matemático acabou não sendo muito bom. A tranquilidade dele ao lidar com as coisas, e seu jeito calado fez com que o cara da física achasse que ele não estava levando aquilo a sério e que Minseok como bissexual estava usando-lhe o que não era verdade, afinal o matemático gostava mesmo da forma com que o outro falava do universo e de como cada pessoa era um amontoado de poeira cósmica.

Também teve aquela mulher do primeiro emprego de Minseok, quando ele achou que dar aulas era a sua vida. Não deu muito certo, ela realmente era uma boa pessoa, mas que acabou falando para ele aquilo que o feria “Você não se abre, eu nunca sei o que pensa ou o que sente”. Por fim ela o deixou pelo professor de educação física que sabia se expressar muito bem e Minseok acabou tentando trabalhar em outra área – havia descoberto da pior forma possível que trabalhar em escolas não era para si.

E então agora havia ele. Um cara sorridente, falante e animado que falava o tempo todo sobre aquilo que amava – e pasmem, pois esse cara amava muitas coisas. Amava o seus gatos, todos eles com nomes de personagens de Tolkien – um escritor famoso pelas fantasias –, amava os seus quadros – era um pintor conhecido por expressar bem com os pincéis –, amava as cores que dava naquilo e amava ainda mais cantarolar músicas aleatórias sem sentido. Amava tantas coisas que Minseok pegava-se pensando em como aquele ser especial havia também dito que o amava.

Minseok gostava da presença de Jongdae – o dito cujo amante de tudo no universo –, mesmo que ele fosse um pouquinho barulhento. Entendam que Minseok trabalhava na cotação da bolsa de valores – o mestrado em mecânica estática havia lhe feito bem e agora ele sabia o que era amar o que fazia –, porém aquele lugar era uma gritaria o tempo todo e mesmo que ele gostasse do silêncio, havia acostumado a trabalhar na bagunça, prevendo e calculando valores que poderiam mudar o destino do mundo. Então quando o matemático chegava em casa tudo que queria era um pouco de tranquilidade, o que Jongdae entendia, ficando ao lado do mais velho e conversando baixinho sobre uma exposição ou sobre algumas das várias coisas que amava.

Jongdae esforçava-se muito para que o relacionamento deles desse certo. Havia conhecido Minseok em um aplicativo de encontros e não pensou duas vezes em curtir o perfil do mais velho. Com o tempo eles foram trocando mensagens e por mais que Minseok parece sempre distante ou frio, Jongdae entendia que era da sua personalidade – o que se consolidou quando eles começaram a se encontrar. Jongdae podia jurar que o sorriso do mais velho era a coisa mais linda desse mundo, bem como a forma dele esconder o rosto vermelho quando contava uma piada ruim – e diga-se de passagem que elas eram realmente ruins. Jongdae descobriu que amava Minseok e não pensou duas vezes em verbalizar isso, recebendo beijinhos e um murmúrio calmo de também em troca quando engataram o namoro.

O problema não estava em Jongdae desacreditar nos sentimentos alheios, longe disso, ele conhecia muito bem a personalidade tímida do namorado. O problema estava em Minseok quase nunca falar suas preferências, deixando que Jongdae escolhesse tudo. Deixando que o mais novo carregasse o relacionamento e as preferências do casal nas costas e o mais novo não queria isso, poxa. Ele amava tantas coisas e Minseok sabia disso, queria que o outro pelo menos lhe dissesse uma coisa que amasse sem ser o trabalho ou os números. E foi assim que aquela noite começou:


 

Jongdae:

Mozin, cê não pode me dizer nada que você ame? Tipo de montãaaaaaaaaao


 

Minseok:

eu amo meu trabalho, você sabe

e o Sam, seu gato me conquistou, ele é tão fofinho


 

Jongdae:

Sam é nosso bb

e eu sei do seu trabalho

eu queria saber de algo especial que mais ninguém sabe


 

Minseok:

hmmm, tipo oque?


 

Jongdae:

um hobbie

isso, um hobbie seria bom, eu não sei seus hobbies exceto jogar aquele war


 

Minseok:

você tbém gosta muito de War

eu te ensinei direitinho

bom, tem uma coisa, mas você vai achar bizarro


 

Jongdae:

Amor, eu já acho bizarro você criar violetas e dar nome de matemáticos pra elas....

Mas eu te amo mesmo assim


 

Minseok:

porra Jongdae Schrodinger é um físico e ela é uma violeta muito bonita, mas eu nunca sei se é roxa ou branca, por isso o nome


 

Jongdae:

HAHSASAHUSUAHSUHAUSHUAHUSUSA
dsclp eu havia esquecido, mas plmd não começa com essa teoria de novo, eu fico todo confuso com isso
Pra mim ela ronca


 

Minseok:

ronca? Que isso Dae? Violetas não fazem barulho, sabe?


 

Jongdae:

Ro de roxa e nca de branca, ou seja uma combinação de roxa e branca * corações *

 

Minseok:

eu não consigo esquecer porque te amo, já que você age dessa forma e mostra a cada dia
bom, arrume roupas leves, amanhã vamos pescar, esse é meu passatempo favorito desde criança

 

Jongdae:

porque ce fala assim? 

EU FICO TODO BOBO LAMBENDO A TELA DO CELULAR QUANDO VC É FOFO, DESGRAÇADO
mas e as varas, as coisas tudo, cê sai assim? Eu preciso comprar alguma coisa? 

A GENTE VAI PESCAR NO RIO? EU TÔ ANIMADO MDLS EU QUERO IR


 

Minseok:

bem, rlx
é só um pesque e pague, eles tem tudo lá
mas é meu lugar favorito em todo mundo
só você sabe disso, então amanhã eu vou te mostrar um pedacinho do meu mundo pra você
espero que você goste

 

Minseok estava feliz em ver que o namorado se preocupava com seus hobbies, com seus gostos. Jongdae era um amor e ele sabia disso, mas aquilo foi importante, pela primeira vez ele sentiu que não estavam desistindo dele sem nem ao menos conversar – ou tentar conversar sobre e isso era importante, muito importante. Ele se despediu do namorado e foi deitar com um calorzinho no peito, como se aquilo significasse muito mais que os diversos “eu te amo” que Jongdae vociferava sem parar e de fato aquilo significava.

Jongdae queria arrumar um monte de coisas, na verdade, mesmo que Minseok o dissesse que não precisava. Ele pesquisou em vários sites, mas achou poucas coisas de pesque e pague, salvo o fato deles terem que levar todos os peixes que pescariam para a casa e isso o deixou nervoso – na cabeça exagerada de Jongdae ele podia pescar uma centena de peixes. Procurou sobre varas, sobre iscas, sobre tudo. Mas os sites eram para pesca esportiva e ele acabou deixando tudo de lado, Minseok saberia o que fazer afinal era a sua atividade favorita em todo o mundo e ele saberia muito bem como fazer isso.

Porém Jongdae não resistiu e acabou mandando mais uma mensagem na esperança de Minseok estar acordado ainda.

 

Jongdae:

mozin o que é preciso prum dia de pesque e pague ser perfeito?
 

Minseok pensou a respeito e com um sorriso no rosto mandou a sua lista para o dia ser perfeito:

Minseok:

* cerveja;
* boas varas de pesca;
* boas iscas;
* peixe frito na hora;
* peixes;
* silêncio;

 

Jongdae leu aquilo e riu. Minseok era único e especial para si e aquela lista bizarra de pesca só o fazia crer que havia acertado na loteria quando aceitou namorar o matemático que vivia calculando e prevendo o futuro do mundo – tudo bem, Jongdae sabia que possuía uma visão poética sobre o trabalho do namorado e Minseok achava tão fofo que não conseguia corrigir isso, afinal era a personalidade brilhante de Jongdae que via o mundo com os olhos infantis e inocentes que o fazia tão especial.

Minseok acordou, arrumou sua cama com um sorriso brilhando na face. Não sabia o porquê estava tão feliz de mostrar algo tão íntimo para alguém, mas no fundo era isso que sempre quis. Alguém que o quisesse ler, mesmo que ele fosse um livro trancado a sete chaves. Tudo bem, vamos aos fatos: ele era fechado dessa forma pois sempre fora assim, sua família o havia criado muito bem, mas os diálogos não eram muito comuns. Minseok aprendeu a viver sem ter muito o que falar, esperando que as pessoas adivinhem quem era por trás de todos os rótulos que lhe davam: o cara bissexual, o menino calado, o viciado em cálculo, o nerd devorador de livros. Nada disso o classificava, ele podia muito bem ser um pouco de cada coisa, porém isso não definia quem era. 

Isso não era Minseok por inteiro, mas pequenos pedaços visíveis dele e querendo ou não o garoto sempre quis que alguém o visse.

E Jongdae o via, o via além do cara que dava nome de cientistas as violetas que criava com muito amor e carinho. O via além do cara que corria sem parar e gritava valores em uma sala cheia de pessoas ganhando e perdendo dinheiro. O via além do seu silêncio, o via além dos cálculos que fazia, o via além dos livros que lia. Mas havia uma barreira, obviamente esta existia e ficava no limite do que Jongdae podia ler e ver na personalidade do namorado com aquilo que o outro escondia a sete chaves, e ele queria ver Minseok por completo. Em um todo. Queria pintar o quadro da personalidade do namorado com todas as cores existentes nele, não apenas aquelas que se destacavam e talvez por isso tentará tanto descobrir ao menos um hobbie do mais velho.

A felicidade era visível nos olhos de Jongdae – ah! Como ele ficava lindo sorrindo com os olhos, Minseok concluía ao destrancar a porta do carro para que ele pudesse entrar com aquele boné escuro bem colocado e as roupas leves.

Jongdae não levava nada como o namorado havia instruído, e ao entrar no carro selou seus lábios nos do outro que sorriu mostrando as gengivas. Jongdae amava aquele sorriso gengival mais que qualquer outra coisa que pudesse pensar naquele momento.

– Pronto para conhecer o passatempo mais chato do universo? – Minseok vociferou trocando a marcha do carro.

Jongdae assentiu feliz verificando se havia prendido bem o cinto de segurança do carro.

– Nada vai ser chato do seu lado, Minseok! – Disse feliz sorrindo abertamente fazendo com que Minseok sorrisse também.

– É um pouquinho longe, então você escolhe a música – disse prestando a atenção no caminho que faziam.

– Nada disso, hoje é o dia de te conhecer melhor, então tudo vai sair de você – Jongdae disse bravo.

Minseok sorriu da careta brava do outro, Jongdae era fofo demais para ficar bravo e assustar alguém. Mas Jongdae tinha total certeza que Minseok era apaixonado demais por ele e por isso ele o achava fofo até mesmo bravo. Ambos estavam certos no fim das contas.

– Tem um pendrive no porta-luvas – Minseok disse calmo – são as minhas músicas favoritas.

Jongdae o pegou, colocou no rádio e se assustou pela primeira música que tocava, era a cara de namorado, como nunca tivera chutado isso antes?

– Meninos e meninas? – Jongdae gargalhou feliz batendo a mão na coxa direita – é a sua cara, a sua cara – repetia as palavras enquanto cantarolava junto a Renato Russo naquela música que dizia muito do namorado.

– Eu sempre amei Legião Urbana, confesso – Minseok sorriu ao ver a animação de Jongdae. – Mas essa música me toca lá no fundo, sabe? Ela foi um dos meus alicerces quando eu estava me entendo.

– Aí ó outra coisa que eu não sabia – Jongdae mantinha a voz alegre e cantarolante.

– Você pode descobrir tudo que quiser, é só ter paciência comigo – Minseok na realidade estava envergonhado, mas ao sentir a mão do namorado lhe acariciando a coxa agradeceu. Era um carinho terno que dizia no silêncio que ele não desistiria de aos pouquinhos desvendar a alma e o coração do mais velho.
 

– X –

 

– Era longe mesmo, hein? – Jongdae espreguiçou depois de cochilar um pouco pelo caminho.

– Ainda estamos no estado de São Paulo, Dae, só estamos num bairro de uma cidade perto da capital – Minseok informou andando para dentro daquele sítio.

– Eu dormi muito? – Jongdae o seguiu meio encabulado.

Ele havia caído no sono quando as músicas de Minseok caíram em tenores, davam sono mesmo com as notas altas bem feitas e não havia nada que o pintor pudesse fazer.

– Não – Minseok passou os braços pelos ombros alheios e beijou a bochechas de Jongdae que corou. – Não levamos nem uma hora pra chegar aqui, relaxa.

– Min – uma garota de cabelos cacheados e muito bonitos saiu e correu para perto de Minseok – meu deus é você mesmo garoto? – ela questionava enquanto abraçava o amigo que já havia soltado do namorado. – Falei pro’ pai que cê me vinha, ele desacreditou, cê credita?

Jongdae estava perdido ali. Achou o sotaque da moça tão adorável que perguntou a si mesmo se seria bizarro apertar as bochechas morenas dela.

– Esse é o seu benzinho? – Ela cutucou Minseok com os ombros – mas me é bunitin’ demais esse minino’, bem escolhidin’ Min.

Minseok gargalhou quando Clarinha abraçou Jongdae bem apertado, coração no coração. Jongdae se sentiu em casa de uma maneira estranha. Ele não estava acostumado com esse tipo de coisa desde que havia chegado no Brasil há uns bons anos, mas deixou-se abraçar sorrindo.

– Ele é meu namorado, Clarinha – Minseok disse calmo.

– Prazer, eu sou o Jongdae – Jongdae falou meio ainda preso no abraço fazendo Minseok rir.

– Clarinha, cadê o seu pai? – Minseok perguntou e ela soltou Jongdae.

– Uai, ele tava qui’ memo’, deixa eu caçar ele procê’.

Clarinha mal saiu do saguão onde as pessoas geralmente comiam peixe frito e tomavam cerveja gelada – especialidade do seu Toninho, obviamente – e ele entrou ali, puxando o garoto que considerava como um filho nos braços.

– Min do céu, cê me cresceu bem – Clarinha sorriu ao ver o pai abraçando a Minseok.

– Seu Toninho eu vim aqui não faz nem seis meses – Minseok disse soltando-se do abraço.

– Já faz muito tempo, minino desnaturado – o senhor baixinho de cabelos brancos e barba para fazer disse puxando Jongdae para um abraço. – A Clarinha disse que cê’ viria cum’ o namoradin’ e eu disse que cê num’ vinha nada não por que cê é um tratante – o homem baixinho dizia abraçando a Jongdae que retribuía. – Seja bem-vindo, filho, namorado do Min é um filho pra mim, sabe?

Jongdae agradeceu meio constrangido. Clarinha o olhava firmemente e seu Toninho também.

– Eu cresci aqui, Dae – Minseok vociferou e teve a atenção tomada de todos ali – minha família sempre foi do interior, eu só fui pra’ capital pra’ estudar, seu Toninho e Clarinha são parte da minha infância.

– E esse minino’ foi e pouco voltou, Dae meu filho – Toninho dizia guiando o caminho até umas escadas que davam para vários lagos – depois que a mãe dele morreu, pobrezinha – o homem fez o sinal da cruz – ele quase nunca voltou.

– Mas ele gosta de pesca’ – Clarinha disse feliz – eu arrumei as duas melhor vara pro’ ceis’ dois, viu?

– Obrigada Clarinha – Minseok agradeceu e Jongdae sorriu agradecendo também.

– Aqui ó fio’ toma essa massinha’ – o homem passou para Minseok uma bola feita com pão, ração e água, usada para pescar. – Se ocê’ quiser eu posso pegar minhoca, mas sei bem que ocê’ ainda é nojentin’ cum’ essas coisas, então se ceis’ dois num’ pegarem nada com massinha, chama a Clarinha que ela vai levar ração pro ceis’, mas num’ passa pra’ nenhum outro não, viu? – o homem falou convicto – tô’ oferecendo porque oce’ é da famia’ e gente da famia’ tem o melhor aqui.

– Obrigado, seu Toninho – Jongdae abriu um sorriso de orelha a orelha e agradeceu quase reverenciando, pegou a massinha que era dada para si e seguiu a moça com as varas.

– Mas é bunitu’ esse minino’ que Min tá namorando, é sim, a mãe dele ia ficar toda cheia dos orgulhos, ah se ia. – Seu Toninho disse sozinho, indo temperar um peixe de um quilo, sabia que logo Clarinha voltaria com o pedido de Minseok.

Clarinha os deixou na beira do lago, ajudando a Jongdae a desenrolar a linha que estava presa nela. O menino era típico da capital: bonito, com filtro solar até nos cabelos, sorriso branquinho e desastrado. Minseok era assim em termos, apesar de ser criado no interior o garoto ainda tinha manias e mais manias de gente da capital. Prova disso era que não pescava com minhoca, quando criança chegou a fugir da própria vara de pescar ao pegar um peixe e não saber tirá-lo da isca. Mas Clarinha sabia que ele amava os laguinhos de tranquilidade pois Minseok parecia sempre se perder nas ondas que formavam no rio, em uma paz interior rara.

– Vou trazer peixe frito e cerveja pro ceis’, tá’? – Ela disse convicta.

– Eu tô de carro, Clarinha – Minseok disse com a voz frustrada.

– Pode trazer, mas traz um copo só, Clarinha – Jongdae disse firme copiando o jeito que o namorado separava um pouco de massinha, fazia uma bolinha e colocava no anzol – hoje eu dirijo de volta.

Minseok sorriu abertamente em resposta. A verdade era que Jongdae havia se lembrado da mensagem do namorado sobre uma pescaria perfeita. Bom eles estavam com duas varas boas – as melhores da casa, segunda Clarinha. Teriam peixe frito na hora e cerveja. Faltaria o peixe e silêncio. Peixe eles pegariam, Jongdae teve certeza quando viu um homem tirando uma tilápia grande do lago em que haviam parado, faltaria apenas a cerveja e ele nunca negaria isso ao namorado, ainda mais quando ele mesmo poderia dirigir.

– Você nunca havia me dito que havia nascido no interior – Jongdae viu Minseok jogar o anzol na água e tentou copiar, falhando miseravelmente quando prendeu esse na cerca que estava atrás de si que dava para a horta do lugar.

Minseok gargalhou e prendeu a vara na terra, indo ajudar a Jongdae a soltar a sua vara da cerca.

– Você precisa prestar atenção, não tem necessidade de jogar o anzol com força, só com jeitinho – soltou o anzol alheio e sorriu – e você nunca me perguntou sobre isso, eu não julguei importante.

– Tudo sobre você é importante, Minseok – Jongdae disse jogando o anzol e acertando o lago finalmente – ufa, consegui.

Minseok sorriu e sentou-se na cadeira que era feita com um tronco de árvore e ficava embaixo de uma pequena área coberta ali, observando Jongdae parado feito uma estátua no sol.

– Amor, você pode vir aqui, tem dois troncos – Minseok apontou.

Jongdae tirou o anzol da água e viu que já não tinha massinha nele, sorriu frustrado e tentou entrar com a vara embaixo do lugar, Minseok precisou o ajudar, logo ambos estavam repondo a isca e reclamando.

– A gente só tá’ tratando desses peixes – Minseok disse com uma cara séria.

– Essa massinha não gruda, chega na água e já derrete – Jongdae tentava fazer a massinha ficar o mais firme possível no anzol.

– É uma estratégia, sabe? Aqui tem lagos de pesca esportiva e de pesque e pague – Minseok apontou laguinhos menores – Lá tudo que pescarmos precisaremos pescar, aqui podemos soltar.

– Mas não estamos pescando nada – Jongdae disse e Minseok sorriu bebendo um gole da cerveja que Clarinha havia trazido.

– Pelo menos o peixe frito e a cerveja estão boas.

Jongdae pensou estar vendo uma miragem quando observou Minseok colocar a massinha no anzol, jogar a vara na água e pegar peixe frito com uma das mãos, comendo-o sem se importar com a limpeza daquilo.

– Come um pouco amor – Jongdae acabou comendo e percebendo que estava delicioso.

Eles tinham quase tudo da lista de Minseok: cerveja, boas varas de pesca, peixe frito na hora. Faltavam três itens: boas iscas, peixes e silêncio. O último estava presente por que Jongdae praguejava toda vez que percebia que algum – maldito – peixinho havia roubado-lhe a isca ou quando ele estava no tédio e começava a falar sem parar sobre como o sol estava quente ou como Clarinha era adorável.

Jongdae até mesmo trocou de lugar, usando a desculpa de que ali não pegava nenhum peixe – o que era verdade também – e foi para o outro lado do lago. Porém ele começava a cantarolar músicas aleatórias, até mesmo conversava com os peixes que nem tinham dado a cara por ali. E acabava sentindo-se culpado por estar estragando o passeio com o namorado até que Minseok pegou uma tilápia vermelha grande e gritou para Jongdae tirar uma foto, o mais novo foi do outro lado do lago e tirou, mesmo que estivesse estressado com o fato de não pegar nada.

Clarinha levou mais cerveja e peixe frito e elogiou Minseok pela boa pegada. Jongdae queria pegar um peixe também, mas foi Minseok que pegou a segunda tilápia – essa um pouco menor que a primeira.

– Amor, vem tirar uma foto pra mim! – Minseok gritou orgulhoso.

– Eu lá tenho cara de fotografo! – Jongdae estava muito bravo por que não pegava nada, era verdade. – Eu tô’ pescando, tira uma selfie.

Minseok estranhou o namorado que era sempre positivo, mas acabou tirando uma selfie bem desajeitado.

O silêncio permanecia e Minseok estava feliz com o dia. Havia ficado ao lado de quem amava, mostrando lados seus que ninguém conhecia, mas ele não conseguia entender a braveza de Jongdae. O dia estava perfeito, amava ver o namorado conversando com os peixes e os assustando, amava ouvi-lo cantando enquanto pescavam e sorria o tempo todo por Jongdae ser desastrado. Além do fato dali ser como a sua casa, era tão íntimo que sentia-se bem em mostrar isso para Jongdae. Minseok estava feliz, muito feliz, mas acabou se assustando com gritos que vinham do outro lado do lago, deixando a vara de qualquer jeito ali e indo ajudar o namorado a tirar o peixe do lago.

Mas Minseok jamais poderia esperar pelo que viu. Jongdae havia tirado o peixe sozinho e estava gritando e pulando com a vara em mãos, o problema era que o peixe era um bebezinho, sem medir nem cinco centímetros direito.

– Dae, a gente tem que soltar esse peixe – disse baixo achando que o namorado iria ficar bravo por isso.

– Eu sei, amor, mas você viu? – Jongdae pegava o peixinho e o tirava com cuidado do anzol para colocá-lo na água – eu que peguei esse neném, sozinho.

Quando Jongdae havia deixado o peixe ir embora, Minseok se aproximou e o abraçou bem apertado, entendo que a raiva de Jongdae era por não poder pegar os peixes.

– Eu te amo, Dae – sussurrou no ouvido do namorado – esse foi o dia mais perfeito de toda a minha vida.

Jongdae o abraçou de volta, chorando, ele era sensível e Minseok raramente falava assim.

– Mas e as boas iscas e o silêncio? – Jongdae murmurou – você disse que precisava de seis coisas para a pescaria ser perfeita.

– Que coisas eram? – Minseok perguntou afastando o namorado.

– Cerveja, peixe frito na hora, boas iscas, boas varas, peixes e silêncio – Jongdae disse mostrando os dedos a cada nova coisa – a gente não teve nem boa iscas, nem silêncio pois eu não calei a minha boca.

Minseok deu um beijo na bochecha vermelha pela vergonha de Jongdae e sorriu.

– Eu tenho um novo conceito para uma pescaria perfeita – Minseok disse por fim.

– E qual é? – Jongdae perguntou ainda segurando a vara de pescar e sem perceber que o anzol estava pegando na grama.

– Pra uma pescaria ser perfeita, ela só precisa de uma coisa – Minseok sorriu mostrando as gengivas que Jongdae tanto amava. – Você, já que você faz tudo na minha vida ser perfeito.

Os dois se beijaram com o sol indo descansar, e Jongdae teve a certeza de que aquele também era o seu dia favorito e perfeito em toda a sua vida.


 

– X –

 

– Clarinha, minha’ fia, vem qui’ pro’ cê ver isso – Seu Toninho dizia animado olhando o garoto que era como um filho para si beijando calmamente o namorado.

– Tô’ indo pai, tô’ indo – A menina apareceu na janela olhando aquele casal a beira do laguinho de tranquilidade que tinha no sítio. – Mar’ finarmente’ eles se ajeitaram nem pai?

A moça viu o senhorzinho limpando umas lágrimas com as mãos ásperas pelo trabalho árduo de anos.

– Eu sempre rezei a Deus pra esse menino achar alguém que o quisesse tender’, sabe? – Seu Toninho estava chorando de felicidade ao ver os dois se dando tão bem.

– Parece um shipper – a moça disse sorrindo levando a bandeja com peixes para o saguão.

– Que diabo é isso, minina’? – O senhor disse apontando para a filha, sem entender o que ela havia dito.

– Quando a gente torce muito pra’ um casal fica juntin’ a gente chama de shipper, igual nós dois com esses dois – ela apontou a janela com a cabeça e o senhorzinho sorriu indo para perto da tacho com óleo quente.

– Se me é assim eu sou um shipper cum’ gosto – disse colocando mais peixes para fritar, sonhando com o dia que iria ao casamento daqueles que agora estavam guardando as coisas depois da pescaria.

18 Novembre 2018 22:23 3 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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C. W. Serafim C. W. Serafim
na moral, como que faz pra eu não me apaixonar por você e pela sua escrita? você é tão incrível :(
November 18, 2018, 22:53

  • Nayara Cristine Nayara Cristine
    VOCÊ QUE É!!! Faz assim ó: se benze três vezes e reza qqqq Por que me elogia tanto? Eu fico querendo te pegar e te encher de mimos aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa November 18, 2018, 23:26
  • Nayara Cristine Nayara Cristine
    VOCÊ QUE É!!! Faz assim ó: se benze três vezes e reza qqqq Por que me elogia tanto? Eu fico querendo te pegar e te encher de mimos aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa November 18, 2018, 23:26
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