Depois de muitos anos estou tentando mais uma vez escrever uma história original. O tema tratado na história não é dos mais agradáveis para muitas pessoas e, talvez ao longo do caminho, poderão surgir alguns gatilhos - sendo assim, sempre vou deixá-los avisados do que poderá ser encontrado no capítulo.
Mais do que espero que apreciem a história, espero que possa ajudar alguém em algum lugar a perceber se está em meio a um relacionamento abusivo e consiga se libertar <3 Agora vamos começar...
*
“Deveria me agradecer por ter ficado tanto tempo com alguém como você...”, Ele lhe disse. Então fechou a porta ao sair.
A porta bateu. Forte. Fazendo ressoar o som pelo apartamento silencioso.
Não era seu apartamento.
Então ela sentiu, rastejando por debaixo de sua pele como uma serpente, a ansiedade que nos últimos meses aparentava ter aumentando. Seu coração acelerou. Seu corpo sentia-se frio. Seus lábios tremias... mas as lágrimas eram quentes. E eram muitas.
Ele havia saído.
Ele a tinha deixado.
E a culpa era dela. Ele disse que a culpa era dela. Ela não merecia o amor que ele lhe dava. Ela sempre o provocava e nunca reconhecia todo o esforço que ele fazia por ela. Ele queria apenas cuidar dela e protegê-la contra a maldade de outras pessoas... mas ela tornava isso tão difícil.
Como ela poderia ser tão ingrata? Ele a trouxe para sua casa para que pudessem passar mais tempo juntos e ser um casal de verdade. Ele pagava pela comida que ela comia e pela roupa que ela vestia. Ele sempre lhe comprava flores... grandes rosas vermelhas, e dizia que a amava.
Eles ficariam juntos para sempre se ela não fosse tão ingrata.
Agora ela precisava sair.
Ele disse que ela não poderia mais ficar, agora que eles não estavam mais namorando. Mas ele era um cara legal, ele lhe deu um dia para sair de lá.
Ela precisava agradecer-lhe por isso ao menos! Ele disse que poderia tê-la colocado na rua como uma qualquer, mas não. Ele era um cavalheiro.
Ela quem não soubera apreciar isso.
Ela era não pensava nos sentimentos dele. Tão egoísta. Ela o afastou. Ela o fez parar de amá-la.
E isso a corroía. E sufocava... como se fosse jogada ao mar em meio a um vendaval e não conseguisse nadar em direção à praia. E apenas afundava em direção ao fundo, perdendo-se na escuridão.
Ela o amava... mas era tão incompetente que sequer sabia como demonstrar.
E agora estava sozinha por sua própria culpa.
Merci pour la lecture!