satsukimari Mari Satsuki

Enquanto seus amigos especulavam diversas coisas sobre como o relacionamento de Sai e Ino havia começado naquela noite, após deixarem a festa de Shikamaru, apenas os dois sabiam o que realmente havia acontecido, e o que aquilo havia significado. Oneshot spinoff da fanfic Reviving Feelings


Fanfiction Anime/Manga Déconseillé aux moins de 13 ans.

#naruto #spinoff #revivingfeelings #saino #fns #naminhamesafns
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Único

Sai sempre fora observador demais, e para os mais próximos, sempre que o rapaz se encontrava em um silêncio demasiado, já era possível adivinhar o que ele estava fazendo. Por ter tal personalidade, nunca foi o tipo que se cercava de amigos, tendo passado boa parte de sua vida apenas na companhia do irmão mais velho, e futuramente durante o ensino médio, com a amizade de Naruto e Sasuke.

Com a faculdade, acabou criando laços com mais algumas pessoas, e mesmo que seu círculo de amigos continuasse pequeno, ele não se importava muito, pois sabia que tinha as melhores pessoas ao seu lado, e não trocaria nenhum deles por dez novos amigos. Estava feliz com os poucos, pois tinha a plena certeza que aqueles eram de longe os melhores. Mas Sai sentia que faltava algo em sua vida, e como se ela fosse um quebra-cabeças, faltava uma peça, e por mais irônico que tenha sido, essa peça era ela, que estava tão próxima e ao mesmo tempo parecia estar tão distante.

Até o dia daquela festa na casa de Shikamaru.

Por ser o tipo observador, Sai já sabia quais seriam os rumos que aquela noite tomaria. Muitas pessoas bêbadas no mesmo ambiente, Shikamaru arrependido de fazer algo do tipo apenas para provocar a ex namorada, sem muito sucesso, alguma confusão, alguém chamaria a polícia, a festa acabaria, e consequentemente os melhores amigos do anfitrião acabariam ficando para ajudar a arrumar a bagunça, além de ouvir suas reclamações sobre tudo e de como estava arrependido de ter dado a festa. Era sempre a mesma coisa quando Shikamaru e Temari brigavam e terminavam aquele namoro que já havia passado da fase de ser interminável.

Enquanto se arrumava, Sai não conseguiu controlar o riso ao imaginar os inúmeros acontecimentos que previa para aquela noite, e em nenhum momento a ideia de que as coisas pudessem ser diferentes passou por sua mente.

Não é como se ele nunca tivesse olhado para Yamanaka Ino, afinal, isso era um tanto quando impossível, visto que aquele rosto angelical era bastante conhecido dentro da faculdade devido a sua exuberante beleza e expansividade, além do fato de que ela também era uma amiga muito próxima de Shikamaru e Chouji, assim como ele. Claro que a garota já havia roubado olhares admirados e interessados do rapaz diversas vezes, porém, não era como se ele fosse o tipo que tomava iniciativa com as garotas que sentia interesse, ele apenas preferia evitar algo que pudesse gerar uma situação que, em seu ponto de vista, seria constrangedora. Isso não significava que ele se sentia inseguro ou coisa parecida, na verdade, mesmo sendo tão observador, quando se tratava de garotas, sua habilidade se tornava um pouco inferior, e em consequência disso, acabou ignorando totalmente essa situação em sua vida. Claro que, já haviam ocorrido situações em que ele saia com alguma garota e ficava com outra, mas nada que fosse mais além. A verdade é que ele nunca havia se aventurado em um relacionamento sério, por puro desinteresse no assunto.

E da forma mais natural possível, as coisas entre ele e Ino aconteceram, tudo isso porque ele decidiu aconselhá-la em um momento de fraqueza.

A culpa daquela situação era de Sasuke, que sem nem mesmo pensar no assunto, deu um fora na garota, que passou alguns segundos boquiaberta no meio da casa de Shikamaru, sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Como o bom observador que sempre fora, Sai se sentiu agradecido por não apreciar fazer coisas como aquela, e ao mesmo tempo sentiu uma leve indignação por ver seu amigo rejeitar a garota. Ino poderia ter qualquer defeito que ele não conhecesse; sua coragem de ir em frente e se sentir segura o suficiente ao ponto de tomar a iniciativa em uma situação como aquela, poderia ser algo que viesse a incomodar alguns homens, mas esse não era o caso de Sai. Na verdade, ao observá-la casualmente, ele passou a admirar muito essa sua característica, pois vê-la a agir daquela forma, o fazia sentir uma leve vontade de fazer o mesmo, de ser como ela. Sai sentia que Ino era o reflexo daquilo que sempre lhe faltou.

Suspirou pesadamente e rolou os olhos em sinal de indignação ao comportamento arrogante e rude de seu amigo. Não esperava menos de Sasuke, e se não fosse pela forma como a relação dele com Sakura viria a se desenvolver nas semanas seguintes, ele logo concluiria que seu amigo na verdade não apreciava muito o sexo feminino.

Sentiu uma leve pontada de pena da loira ao ver sua expressão de incredulidade após a rejeição, mas não demorou a concluir que ela não precisava daquilo. Rapidamente, a garota se recompôs e passou a agir como se nada tivesse acontecido, até que ele notasse que ela ainda estava chateada com a forma que o Uchiha arrogante havia pisado em seu ego, e assim descontando sua frustração no lugar errado.

Por pouco mais de quinze minutos, Ino ficou ali parada próxima à mesa de bebidas, mas a quantidade de álcool que vinha ingerindo incomodou Sai demasiadamente. Ele sabia que Shikamaru não convidaria pessoas com má índole para suas festas, mas não deixava de sentir uma leve pontada de preocupação como fato de uma garota tão bonita como Ino estar bêbada demais em um ambiente como aquele e sozinha. Claro que se algo viesse a acontecer, suas amigas logo a ajudariam, mas isso não tornava a situação menos preocupante no seu ponto de vista.

Então ele tomou uma decisão sábia e inocente, decisão essa que ele seria sempre grato futuramente. E, como um bom samaritano que nunca fora, aproximou-se de Ino e impediu que ela bebesse mais, ao ponto de acabar de um jeito que ela se envergonharia na manhã seguinte. Nos primeiros segundos, recebeu um olhar fuzilante da loira que não parecia nada feliz com sua intromissão, mas antes que uma briga entre os dois fosse iniciada, ela apenas suspirou derrotada e concluiu que o rapaz não estava de tudo errado.

– Eu sou bem idiota, não é mesmo? – Ela iniciou o desabafo, pegando Sai de surpresa. E antes que pudesse responder, ela continuou. – É a primeira vez na vida que eu deixo um homem abalar minha autoestima dessa forma, e agora estou sentindo que vou ficar bêbada depois de ter bebido tanto, e não gosto do que me motivou a isso. Agora eu quero beber mais porque estou com raiva de mim mesma por isso.

– Esquece isso... – Sai se esforçava para ajudar, mesmo se sentindo um tanto deslocado com o assunto que havia o pegado de surpresa. – Você não precisa ficar chateada por causa do Sasuke, ele seria babaca assim com qualquer pessoa que tivesse se aproximado, como você fez.

– Independente disso. – Ino soltou um suspiro entristecido. – Mesmo que eu esperasse um fora, um desses é sempre um choque. Acho melhor eu ver isso como algo benéfico. – Ela suspirou novamente e voltou a beber do liquido dentro do copo em sua mão. – Talvez seja bom para eu baixar um pouco minha bola.

– Eu acho que é besteira pensar coisas do tipo. Como disse, Sasuke é assim com qualquer mulher que se aproxima. Não sei qual é a dele, mas já vi muita mulher linda levar fora. Acho que ele não curte muito a atitude vir do lado feminino. Isso é um pouco idiota, mas quem sou eu para mudar isso na mente dele? – Sai também suspirou e abriu um sorriso levemente envergonhado ao notar como era observado por Ino.

– É uma boa pergunta... – A expressão entristecida de Ino tornou-se um pouco mais iluminada, e isso chamou a atenção de Sai. – Mas, deixando isso de lado e mudando o assunto para algo melhor; eu lembro bem do seu rosto, você é um dos amigos do Shikamaru, certo? – Sai assentiu e Ino abriu um pequeno sorriso. – Qual é o seu nome mesmo?

– Estou um pouco decepcionado que eu saiba o seu nome e você não saiba o meu. – Sai fez um bico em sinal de decepção, mas não conteve o riso. – Eu sou Sai. E a senhorita é a famosa Yamanaka Ino.

– Não sabia que era tão famosa assim. – Ino abriu um sorriso tímido.

– Shikamaru sempre está reclamando de você. – Sai gargalhou ao ver a expressão carrancuda no rosto da garota. – Não me culpe, eu apenas escuto o que ele diz.

– Que belo amigo eu tenho. – Ino rolou os olhos e bufou. – O quê as pessoas vão pensar de mim ouvindo o que ele diz por ai? Não acredite nele!

– Não se preocupe. – Sai abriu um sorriso ladino. – Eu só crio uma opinião concreta sobre uma pessoa quando eu a conheço de verdade. Então, caso você permita, podemos nos conhecer, depois disso eu digo o que achei de você.

– Sabe, eu gosto de você. – Ino abriu um sorriso divertido para Sai. – O mais engraçado dessa situação é que essa não é a primeira vez que escuto isso de um homem, mas é a primeira que eu acredito.

Sai soltou uma gargalhada divertida com as palavras de Ino. Sabia que no subconsciente da garota, ela acreditava que sua aproximação se tratava apenas de interesse físico, o que de fato não era uma mentira, visto que havia algo na garota que vinha roubando sua atenção de uma forma completamente diferente de tudo que ele já sentiu em relação às mulheres, mas ao mesmo tempo, não era bem verdade. Não era como se ele estivesse tentando uma aproximação apenas para ficar com ela ou conseguir algo de cunho sexual, os desejos de Sai estavam muito além de algo carnal. No fundo, ele não se importava se as coisas entre ele e Ino não passassem de um diálogo, mas a verdade era que ele estava realmente interessado em conhecer muito mais sobre ela, sobre sua vida, seus sonhos, ele queria saber quem era a garota por trás daquele rosto bonito.

Seus lábios se distanciaram a fim de respondê-la, mas logo foi interrompido pela mesma, que segurou firme em seu braço com a mão que permanecia livre, puxando-o para outro cômodo da casa apressadamente.

– Para onde está me levando? – Sai perguntou confuso.

– Não se preocupe, não vou abusar de você. Não agora. – Ino sorriu maliciosa para Sai, em seguida gargalhou devido a sua reação envergonhada, que nada respondeu. – Vamos dançar, eu gosto muito dessa música!

Apesar de não ser o tipo que dançava em festas, Sai foi incapaz de negar o pedido da garota e acabou se aventurando em um de seus hobbies. Enquanto seu corpo se movimentava de maneira desengonçada, ele tentava acompanhar a garota que estava em perfeita sincronia com a música. Aos poucos se soltou mais, seu quadril um tanto quanto duro se comparado ao de Ino passava a se movimentar mais livremente, até que finalmente conseguiu a sincronia perfeita com a música.

– Você leva jeito para dança. – Ino comentou. – Se praticar um pouco mais pode ser um ótimo dançarino.

– Essa foi à forma que você encontrou para dizer que eu não estou dançando bem?

– Não é isso! – Ino soltou uma gargalhada. – É óbvio que você não tem o habito de dançar, mas isso não significa que você não saiba dançar. Se praticar mais, vai passar a ser muito melhor. É isso que estou dizendo.

– É realmente encantadora a forma como você é gentil até para fazer uma crítica. Gosto disso. – Sai mostrou um sorriso ladino, provocando um leve rubor nas bochechas arredondadas da garota.

– Eu gosto do jeito que você dança, é amador e combina com você.

– Obrigado, eu acho. – Serrou os olhos provocando uma gargalhada em Ino.

Os dois permaneceram ali, por alguns minutos que mais pareciam segundos. Tempos antes, Sai havia tentado impedir Ino de continuar a beber para que nada de ruim pudesse acontecer, mas no fim, lá estava ele junto a ela, se entregando totalmente a embriaguez.

– Eu acho que exageramos um pouco. – Ele se jogou em um dos sofás vazios de uma das salas da casa de Shikamaru que não era aberta aos convidados, provavelmente por ser o escritório de seu pai, mas que era do conhecimento de Ino, uma velha convidada do local. – E nós podemos ficar aqui?

– Acho que não. – Ino gargalhou enquanto jogava seu corpo contra o sofá ao lado. – Shikamaru provavelmente vai matar a gente.

– Então é melhor procurarmos outro lugar. Somos amigos, mas não quero deixar ele irritado.

– Não! – Ino choramingou enquanto se jogava sobre Sai. – Eu estou cansada e não aguento mais ficar no meio de toda aquela bagunça lá fora. Preciso relaxar um pouco.

– Devemos ir para outro lugar? – Apesar de não haver malícia em sua voz, Ino abriu um sorriso extremamente satisfeito e mordeu o lábio inferior.

– Só se a sua casa for opção... – O sorriso se estendeu ainda mais, enquanto um olhar devorador era direcionado ao rapaz que começava a notar como havia sido mal interpretado.

– Bem... – Ele tentou se recompor. Não que aquilo o incomodasse, apenas não estava habituado em ser intimidado por uma mulher, e de certa forma ele gostava daquilo. – Claro que sim, mas terei que pedir um táxi, se isso não for um problema para você. Acontece que eu vim de carona com o Naruto porque ele sempre bebe menos.

– Além de tudo é responsável. O que falta para eu gostar ainda mais de você? – Ino gargalhou ao notar a expressão confusa de Sai. – Tudo bem, você não precisa responder. Vamos?

**

– Caramba! – Ino dizia surpresa enquanto analisava a gigante sala de estar que automaticamente se iluminou quando a porta foi aberta. – Seu apartamento é imenso! Quer dizer, a minha casa é um pouco maior, mas eu não vivo sozinha. A propósito, você vive aqui sozinho? Onde está sua família?

– Sim. – Ele suspirou e sorriu. – Eu sou filho adotivo, mas meu pai mora em outra cidade cuidando dos negócios da família. Eu me mudei para cá para poder estudar, mas eu também tenho um irmão mais velho, esse apartamento pertence a ele na verdade, passamos a viver juntos quando eu entrei no colegial, mas ele se formou e conseguiu um emprego fora do país, agora eu fico aqui sozinho.

– E você não se sente solitário? Meus pais trabalham muito e eu não gosto de estar sozinha, então a minha casa se tornou o ponto de encontro com minhas amigas. – Ino abriu um sorriso fraco que intrigou Sai.

– Então você é do tipo que realiza festas do pijama em sua casa?

– Não exatamente. – Ela gargalhou baixo. – Não dá para fazer esse tipo de festa com apenas três garotas.

– Por que não convida suas outras amigas? – A pergunta foi feita sem malícia, mas ao notar a expressão entristecida de Ino, ele logo se arrependeu.

– Não é como se eu tivesse mais amigas que isso. – Ela suspirou pesadamente. – Eu nunca fui muito bem aceita no meio das outras garotas. Sempre fui taxada como a convencida, a patricinha, a garota que se acha demais, por isso ninguém nunca fez muita questão de fazer amizade comigo. Eu tenho a consciência leve porque sei que não sou assim, quer dizer, eu não me vejo como uma pessoa com uma autoestima tão elevada assim, eu só estou satisfeita com a minha aparência e gosto de cuidar dela. Não vou fingir ser algo que não sou para agradar terceiros, sempre gostei mais de estar sozinha do que ter amigos conquistados na base da mentira. – O desabafo acabou pegando Sai de surpresa. Não sabia se aquilo estava acontecendo devido à elevada quantidade de álcool que a garota havia consumido, ou se ele apenas desejava desabafar, mas mesmo não sabendo muito bem o que fazer, ele apenas optou por acolher aquilo.

– E você fez a melhor escolha. Eu também nunca fui de ter tantos amigos, com exceção do meu irmão mais velho, sempre fui o tipo de pessoa que apenas observava os outros, e por isso eu acabava vendo o lado ruim de cada um, o que acabou me afastando de tudo. Isso mudou um pouco quando eu conheci o Naruto. – Uma risada alegre escapou quando as lembranças vieram em sua mente. – E eu definitivamente não consegui encontrar um lado ruim nele. Não que ele não tenha defeitos, está muito longe disso. O que acontece é que ele é uma pessoa boa demais, e isso acaba camuflando muito dos seus defeitos. Quando eu percebi, já era amigo dele e das pessoas em volta dele, e isso foi muito bom porque na mesma época meu irmão se mudou, e com a amizade dele e dos outros rapazes esse apartamento nem sempre está vazio mais.

– Comigo também foi mais ou menos da mesma forma. – Ino também abriu um sorriso ao se lembrar. – Eu estava completamente perdida e me perguntando por que diabos eu havia decidido cursar medicina, estava perto de desistir daquilo tudo, e em um belo dia ouvi algumas garotas cochichando na sala sobre a “herdeira da família Hyuuga” estar na mesma classe que elas, que no caso também era a minha classe. - Ino gesticulava e mudava o tom de sua voz a fim de imitar a fala das garotas. – Eu já estava meio sozinha mesmo, e quando eu descobri que tinha essa garota que todo mundo parecia fugir dela, eu acabei me aproximando, mesmo a Hinata sendo meio difícil no começo. – Ela rolou os olhos e riu.

– Em um belo dia, recebemos um trabalho que deveria ser feito em trio. Todo mundo na sala já tinha seu grupo mais ou menos montado, e geralmente as pessoas me evitavam por achar que eu era o tipo de pessoa que não sabe o que quer e está ali sem propósito algum, só esperando o momento adequado para desistir. Para o azar de todos, eu não sou assim, e diferente de muitos que me julgaram, eu vou me formar com honra e ser uma excelente médica. Enfim, - Ela suspirou antes de continuar. – Acabamos sobrando apenas eu, Hinata que era a excluída por ser a inteligente chata que não gostava de enturmar, e a bolsista que parecia ter medo de se aproximar das pessoas. Fomos obrigadas a fazer o tal trabalho juntas, e assim descobrimos que tínhamos muitas coisas e gostos em comum, mesmo sendo pessoas completamente diferentes. A amizade dura até os dias de hoje. – Ela abriu um sorriso sereno e alegre. – Mas onde fica o som aqui? Não dá pra ficar em um apartamento tão grande assim com todo esse silêncio.

– Mas nós estamos conversando. – Ino rolou os olhos e riu da expressão de decepção no rosto de Sai. – Qual a graça? Pensei que quisesse ficar em um lugar mais tranquilo para relaxar. – Sai dizia incrédulo, enquanto a loira apenas se divertida com suas atitudes inocentes.

– Como alguém pode ser malicioso e ao mesmo tempo inocente? – Ela dizia entre os risos. – Isso é muito sério, eu gosto mesmo de você.

– Obrigado, eu acho. – Sai franziu o cenho e riu, caminhando em seguida em direção a uma estante com uma vasta aparelhagem eletrônica. – O que você quer ouvir? Tem muitas músicas aqui, mas caso queira algo específico, pode procurar na internet ou conectar seu celular pelo bluetooth...

– Já estou fazendo isso. – Ino dizia animadamente enquanto vasculhava seu celular. Abriu um sorriso animado quando encontrou o que tanto buscava.

Uma batida lenta e instrumental começou a ecoar pelo grande apartamento. No ritmo da música, Ino começava a movimentar seu corpo enquanto se aproximava de Sai, até que finalmente estivessem próximos o suficiente para que ela pudesse entrelaçar seus braços no pescoço do rapaz. Como um ato automático, suas mãos foram em direção a sua cintura, e pela primeira vez pode sentir o quão pequena e frágil Ino poderia ser, mesmo sendo uma pessoa tão alegre e cheia de atitude. Sentiu seus batimentos cardíacos acelerarem um pouco mais e relutou em aprofundar os toques de suas mãos no corpo da garota, mesmo que este ainda estivesse coberto pelo tecido delicado de suas roupas.

– Eu adoro essa música! – Ino comentou enquanto se movimentava e guiava Sai, que mesmo estando um pouco perdido, ainda conseguia ser levado pela garota. – Eu iria te convidar para dançar comigo, mas acho que apenas te puxar para a dança é mais fácil.

– Eu não sou muito habilidoso como você já sabe, mas enquanto você me guiar, acho que isso não vai ser um problema. – O rapaz abriu um sorriso que foi retribuído da mesma forma.

– Fique à vontade para pisar nos meus pés quando estiver perdido com a dança. – Ino disse debochada e entre os risos, provocando a mesma reação no rapaz.

Os risos cessaram quando os olhares finalmente se chocaram. Os imensos olhos azuis como o azul do céu em encontro com os olhos negros como a noite. A conexão entre os olhares seria nítida para todos se houvesse mais pessoas ali, e essa conexão tão intensa não permitia que os olhares se desviassem por um segundo sequer.

Apesar de boa parte das investidas virem da parte de Ino durante a noite, o beijo acabou vindo de Sai. Ele apenas se deixava guiar pelo momento, sem que muitas coisas tomassem seus pensamentos, e foi assim que ele tomou tal atitude. Aquilo não surpreendeu a garota e nem mesmo ele, pois as coisas seguiam tão naturalmente que nenhum dos dois se deu conta de como haviam evoluído tanto e tão rápido.

E a cada toque de lábios, a cada entrelaçar de línguas, os movimentos se intensificavam. Seus corpos se encaixavam cada vez melhor e sequer existia maneira de estarem mais próximos que aquilo. Era evidente o desejo carnal que tomava cada célula de seus corpos, mas havia algo que impediria que o momento se estendesse.

Ambos haviam bebido bastante na festa, e apesar de não estar em sua lucidez completa, Sai tinha a plena consciência do quão errado seria levar aquilo a diante. Ao fim da música que os aproximou tanto, uma música mais agitada começou a tocar, e com isso, ele logo viu uma oportunidade para que pudesse quebrar um pouco o clima.

Iniciou uma dança no ritmo da música, mas dessa vez, como decidiu fazer tudo sozinho, o resultado não foi tão bom e aquilo arrancou muitos risos da garota.

– Tenho que admitir, você não nasceu para isso. – Ino dizia entre gargalhadas altas.

– Então quer dizer que você me deixa empolgado com minhas habilidades de dançarino e depois as destrói? Você é muito má! – Ele fez um bico e deu de ombros, voltado a sua coreografia desengonçada.

Nenhum outro beijo foi iniciado naquela noite. Em contrapartida, enquanto ainda possuíam energia, os dois se divertiram dançando juntos, beberam algumas coisas que Sai tinha perdido em sua casa e nem mesmo notaram as horas passando. Ino foi a primeira a se entregar ao cansaço quando optou por apenas observar Sai. Jogou-se em um dos sofás e não foi necessário mais que vinte minutos para que ela caísse em um sono profundo. O rapaz suspirou pesadamente ao observar a serenidade em que ela se encontrava caída e desajeitada sobre seu sofá.

Tratou então de levá-la para um dos quartos da casa, onde a acomodou confortavelmente. Acariciou de maneira delicada o pequeno rosto da garota, em seguida depositando um beijo em sua testa. Ficou alguns segundos apenas a observando, completamente plena, serena e bela, e pela primeira vez em sua vida, ele desejou ver mais e mais vezes aquele rosto adormecido. 

21 Mai 2018 02:56 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
3
La fin

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