lady_giovanni Lady Giovanni

Nanako se vê diante daquilo que parecia impossível ao seus olhos: a volta de sua amada Saint-Juste. O que fará, agora que tem a chance de poder dizer a ela tudo que sente?


Fanfiction Anime/Manga Déconseillé aux moins de 13 ans. © Todos os direitos reservados.

#dear-brother #oniisama-e #drama #romance #Saint-Juste #yuri #Misonoo-Saint-Juste #Asaka-Rei #Misonoo-Nanako
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Sonho

“Onii-sama, 

Anos após a morte de Saint-Juste, parece que sua presença permanece viva dentro de mim. Embora o tempo tenha diminuído a dor de não vê-la mais e o Seiran me trazer belas recordações dela, aquele sentimento parece resistir em meu coração. Não consigo me relacionar com nenhum garoto, pois nenhum deles possui a mesma gentileza, aquele mesmo ímpeto que ela tinha, sem falar nos seus olhos.


Olhando para trás e vendo todas minhas tentativas frustradas de me aproximar dela serem bloqueadas pelo sentimento que possuía por Miya-sama, vejo que eu deveria ter insistido. Apesar de saber que ela me encontraria naquela tarde, eu nunca vou saber realmente se ela estava disposta a esquecer de sua irmã e poder ter uma nova perspectiva ao meu lado. Faria o que fosse para agradá-la, já havia dado tantos sinais e mesmo que me sentisse constrangida diante disso, eu não faria diferente agora.


Ela não merecia aquele fim, onii-sama… e eu não merecia ficar sem ela.”


Dobrei o papel e o coloquei dentro do envelope, escrevendo o endereço em seguida. Soltei um suspiro e me escorei na cadeira, olhando para a gaveta da escrivaninha. Assim que a abri e retirei o lenço que ainda continua o cigarro de Saint-Juste, o coloquei em minha boca e o acendi com o palito de fósforo. A fumaça ainda me incomodava, pois como ela havia dito naquela tarde no parque, aquilo não combinava comigo.


Ao lembrar daquele dia, senti um aperto em meu peito, pois passei poucos momentos como aquele ao lado dela, sem que a visse sofrendo. Ao fechar os olhos, ainda posso vê-la tão perto de mim e novamente vejo toda tristeza que carregava através de seus olhos. Tão gentis e tristes.


Abri os olhos, vendo que havia um pouco da cinza acumulada na ponta do cigarro e o apaguei, antes que chegasse ao filtro. O colocarei sobre o lenço e o dobrei, voltando a guardar dentro de minha gaveta. Olhei para o lado, vendo a boneca que Miya-sama havia deixado comigo como lembrança de Saint-Juste e estendi o braço para pegá-la. Toquei a ponta dos dedos sobre os cabelos dela e inevitavelmente senti meus olhos marejarem.


Por que você teve que me deixar? — pensei e abracei a boneca, deixando algumas lágrimas caírem. 


Não pude conter meu choro, chamando atenção até de minha mãe, que acabou batendo na porta preocupada.


— Nanako-san! Aconteceu alguma coisa?


Afastei as lágrimas dos olhos e olhei para a porta, desejando que minha mãe não entrasse e me visse daquela forma. Fazia muito tempo que não chorava assim.


— Nanako-san!

— Eu estou bem. Não precisa se preocupar. — disse e continuei olhando para a porta ainda receosa.

— Está bem. Boa noite, filha.

— Boa noite. — respondi e soltei um longo suspiro, voltando meu olhar para a boneca. — Ma cherie lá poupée… — sussurrei e segui para minha cama para dormir.


Assim que deitei, acomodei a boneca ao meu lado e fechei os olhos, lembrando da voz de Saint-Juste-sama ao me comparar com aquela boneca. Uma última lágrima caiu e tudo se fez escuro.


Ma cherie la poupée...


— Misonoo-san… Misonoo-san, acorde.


Abri os olhos devagar, vendo que estava sentada naquele mesmo banco da estação de trem e olhei para o lado, vendo-a sorri para mim com um buquê de flores nas mãos.


— Saint-Juste… — senti os olhos marejarem novamente e a abracei forte, soltando o choro em seu peito. Não podia crer que tudo não havia passado de um sonho ruim e que ela estava ali ao meu lado.

— Ora, por que está chorando? Por acaso, fiz você esperar muito? — me afastou e secou minhas lágrimas com um sorriso nos lábios. — Eu estou aqui agora… Misonoo-san. — disse e voltei a abraçá-la forte, provocando alguns risos, dos quais eu senti tanta falta.

— Saint-Juste… eu…

— É melhor nos apressarmos, agora... — me interrompeu e segurou minha mão. — ou vamos acabar perdendo o por do sol. Vamos!

— Hai!


Saímos dali e pegamos o próximo trem, descendo algumas estações depois. Ficava um pouco longe da cidade, mas eu não estava ligando pra isso, muito pelo contrário, quanto mais longe, mais tempo eu ficaria ao lado dela e estava decidida a declarar novamente o que eu sentia por ela.


No tempo em que estivemos juntas no trem, sentamos como se fôssemos namoradas e percebi alguns olhares para nós, o que fez com que Saint-Juste notasse também e agisse como das outras vezes:


— Misonoo-san…

— Hai? — olhei para ela e de repente meu coração bateu tão forte que eu pensei que morreria ali mesmo.

— Suki da… — sussurrou entre meus lábios e abri os olhos devagar, sentindo meu corpo quente.


Ela soltou um riso e permaneceu abraçada em mim com o olhar nas pessoas que nos observavam. Ela adorava provocar diante de situações assim.


— Que absurdo. — uma senhora de idade comentou, horrorizada com o beijo e se afastou dali.


Abaixei a cabeça envergonhada, pois por mais que Saint-Juste-sama se vestisse de homem, ela ainda era uma mulher e me sentia confusa a respeito disso. Eu a amava, mas não podia negar que um relacionamento com ela não seria bem aceito pelas pessoas. Soltei um suspiro e ela notou que eu havia ficado calada.


— Vamos. Temos que descer na próxima estação. — disse e se levantou, estendendo a mão para mim.


A segurei, seguindo até a porta e aguardamos o trem parar, ainda juntas. Eu mal conseguia acreditar que aquilo estava realmente estava acontecendo.


Ao sairmos da estação, pegamos um táxi e fomos para o tão esperado local que eu ansiava conhecer. Eu não fazia idéia de onde seria, tão pouco havia ido até aquele lugar da cidade, mas estava apreciando cada momento. Minha ansiedade só piorou, quando saímos do carro e vi que havíamos chegado lá.


O som das gaivotas passando em meio a aquela paisagem linda, me deixou sem palavras. Senti sua mão pegar a minha novamente e entrelaçar os dedos nos meus. Olhei para ela no mesmo instante e a vi com o olhar preso no horizonte. Era realmente lindo.


— Vamos, falta pouco para o sol se pôr. — disse um tanto séria e voltei meu olhar para a praia.

— Hai!


Tiramos os sapatos e caminhamos até a beira do mar, sentindo nossos pés serem atingidos por pequenas ondas. O sol estava baixando a cada minuto e sua mão parecia pressionar a minha, como se tivesse algo para ser dito.


— Saint-Juste-sama… eu preciso falar uma coisa.


Ela permaneceu com o olhar nas ondas – pensativa – por uns segundos e logo olhou para mim.


— Eu sei o que vai dizer…


Entreabri os lábios e desviei o olhar envergonhada e senti sua mão tocar em meu rosto. Inclinei meu rosto, sentindo ela mais perto de mim e abraçou minha cintura, selando meus lábios com seu beijo intenso. Havia imaginado diversas vezes como seria, mas eu estava errada em todas. Não podia ser melhor. Ainda que eu sentisse o leve gosto de nicotina em sua língua, aquilo dava um diferencial a mais. Eu não queria parar de beijá-la nunca mais.


Nos afastamos e senti sua boca beijar minha testa e deslizar os dedos pelos meus cabelos. Algo havia de errado. Meus cabelos estavam… compridos?


— Saint-Juste-sama…

— Você cresceu e se tornou uma linda mulher, Misonoo-san.

— Saint-Juste… — disse com a voz embargada e a vi olhando novamente para o mar.

— Não quero que minha memória venha a ser um empecilho em sua vida. — acariciou meu rosto e enxugou uma lágrima que caiu. — Quero que viva.

— Não… me deixe.


Ela sorriu e novamente pude ver novamente em seu olhar que apesar de triste, estava feliz de alguma forma.


— Aishiteru… ma cherie la poupée.


Nos beijamos novamente e retribui com toda paixão que havia guardada dentro de mim, segurando os fios dourados entre meus dedos.


Um dia, voltaremos a nos ver.


Abri os olhos com aquele sussurro e vi que estava em minha cama na companhia de minha boneca. Abafei o choro no travesseiro, desejando que aquilo não fosse um sonho ao chamar por seu nome em silêncio.


Ao olhar para a boneca, lembrei de suas últimas palavras e fui me acalmando aos poucos. Voltei a abraçá-la e soltei um longo suspiro, conformada de que eu teria que guardar sua memória dentro de mim e como ela mesmo havia dito, viver.


Dali em diante, conservei aquele sonho em minha memória com a esperança de que um dia ele pudesse se tornar realidade.


Nunca esquecerei você, Saint-Juste-sama. Jamais.

19 Avril 2018 22:28 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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