“Te sientas entre la gente,
Cierras tu ojos
Y suenas que soy tuyo,
Pero yo no siquiera se que estas ahi.
Me gustaria tenerte entre mis brazos amor.”
Tudo aconteceu há meses atrás...
Cheguei mais cedo para trabalhar naquele dia, pois nosso chefe resolveu contratar um músico para atrair mais clientes para o estabelecimento.
Pelo que eu já tinha ouvido sobre o tal cara, era até bem conhecido pelas noites da grande cidade de Atenas. Soube também que ele tocava, aqui e ali, em busca de um lugar fixo e para minha infelicidade, conseguiu as atenções de meu patrão. Mas como isso não seria possível? Ele parecia ter todos em suas mãos com sua lábia, seu jeito sério e misterioso… seu charme.
Eu estava limpando as mesas, quando o vi entrar pela porta com o violão nas costas. Ele olhou para os lados, até que seu olhar cruzou com o meu e retirou seus óculos escuros devagar. Parei o que estava fazendo de imediato e me deixei perder naquele olhar tão inexpressivo, mas intenso. Tocante.
Entreabri meus lábios e quando fiz menção de perguntar a ele o que desejava, meu patrão apareceu e o levou consigo para sua sala. Contudo, ainda pude ver um último olhar seu, antes de desaparecer dali. Aqueles poucos segundos foram primordiais para que eu me apaixonasse perdidamente por ele.Eu nunca havia amado alguém antes.
Continuei ali e vi meu amigo Angel aparecer atrasado, como sempre, e já correr em minha direção pra saber se o músico havia chegado. Confesso ter ficado com um pouco de ciúmes diante de sua euforia. Ficamos algumas vezes, mas não passou disso. Éramos muito amigos e isso já dizia muito.
Contei a ele que o havia visto e assim que disse que ele estava com nosso chefe, o vi mais uma vez agindo precipitadamente para dar o “ar de sua graça”.
Me aproximei do bar com o pano em mãos e o vi preparando dois drinks. Revirei os olhos, vendo o quanto era afobado e sentei ali afim de colocar um pouco de juízo em sua cabeça.
— O que pensa que está fazendo, caspita?
— Ora... Preparando uma bebidinha para o chefe e nosso futuro colega. Não está vendo? — soltou um riso e colocou os dois copos sobre a bandeja. — Nem a pau que vou ficar aqui, podendo estar lá para vê-lo de perto. Eu preciso, Giovanni. Todo mundo fala dele.
Revirei os olhos e assenti, já que não podia fazer nada. Não passava de um teimoso. O vi sair com a bandeja e me sentei ali, pensando o porquê de estar incomodado. Apesar dos ciúmes, não era a primeira vez que havia visto Angel fazer aquele tipo de coisa. Na verdade, pensava que meus ciúmes eram dele, mas fui descobrindo das piores formas possíveis que estava enganado. Aquilo era só o começo.
Minutos depois, Angel voltou com os copos vazios e um sorrisinho nos lábios. Aquilo era tão característico dele. Tinha certeza que seus planos havia dado certo. Sempre davam.
Continuei limpando o balcão e continuei em silêncio. Sabia que ele me contaria tudo, pois era meu melhor amigo.
— Gio… eu nem te conto. Vi ele e nossa... Ele me deu uma secada que eu juro pra você que devo ter saído de lá com uns quilos a menos. É sério.
— Non diga… — continuei escutando e fazendo meu serviço.
— Pois eu digo. — soltou um sorriso e o vi com aquele brilho no olhar que novamente voltou a me incomodar. — Ele é lindo. Perfeito! — comentou e se sentou ali “com a cabeça na lua”.
— Deveria fazer seu serviço, ao invés de ficar aí parado. Logo abre a casa, sabia?
Ele olhou pra mim e me acertou com um pano, mostrando sua língua em seguida. Balancei a cabeça para os lados com um sorriso no rosto e continuei organizando as coisas.
Quando faltavam poucos minutos para às seis da tarde, começamos a organizar o salão para receber os clientes. Senti um perfume no ar, do qual não me familiarizava e olhei para trás, vendo-o se aproximar.
Parei novamente e ele se aproximou sem tirar os olhos nos meus. Nem havia percebido que o pano havia caído e quando achei que ele pararia pra falar comigo, passou reto por mim e continuou os passos até o pequeno palco.
Continuei ali parado e então enxerguei o que havia feito. Claro que ele deva ter percebido, só um idiota não perceberia. Peguei o pano e terminei de organizar tudo, olhando para ele discretamente uma vez que outra, vendo-o ocupado ao afinar seu violão. Senti até inveja daquele objeto e da forma que se dedicava a ele. Aquilo era um absurdo.
Assim que abrimos as portas, algumas pessoas foram pegando as mesas junto ao pequeno palco e outras, junto ao bar.
Angel e eu nos olhávamos com o movimento que estava naquele dia e aquele certamente não era um dia que o bar costumava encher.
Olhei novamente para o palco, vendo que ainda estava vazio e procurei atender as mesas, enquanto Milo preparava os coquetéis. Milo era o barman e também atraía muitos clientes por causa de seu charme.
Vi um cliente levantar o braço e prontamente fui até ele para atendê-lo. Ele fez seu pedido, junto do menu em suas mãos e acabei me distraindo com o som do microfone. Olhei para o palco e o vi. Lá estava ele, vestido com uma calça jeans surrada, sem camisa e uma jaqueta de couro por cima do corpo. Uma verdadeira tentação.
Senti meu corpo esquentar ao olhar para mim e logo desviou o foco para algumas partituras, me deixando sem jeito. Ouvi a voz do cliente e sorri sem graça, pedindo desculpas pela minha inconveniência. Anotei seu pedido e passei para Milo.
Fiquei ali esperando e ouvi alguns acordes de violão, o que chamou minha atenção de primeira. Olhei para lá e o vi solar aquele instrumento com técnica e paixão. Era fato que realmente era competente no que fazia, pois acabou ganhando a atenção de todos. As mulheres o olhavam com desejo, até às acompanhadas, ainda que tentassem disfarçar sua atração por aquele homem.
— Buenas noches. Me chamo Shura e tengo un repertório com canciones próprias, pero se quiserem ouvir alguna música diferente, podem pedir de acordo com meu catálogo que estará disponível no balcão. Gracias por virem. — disse e começou a tocar uma música cheia de arranjos flamencos e me perguntei se ele era latino. De onde seria? Me perguntei e senti um cutucão no braço.
— Pare de babar e vá entregar o pedido.
Estreitei o olhar para o grego e peguei a bandeja para entregar o pedido para o cliente. No caminho, fui ouvindo aquela música e admirando ainda mais aquele homem. Aliás, agora sabia seu nome: Shura.
Quando era por volta das duas da manhã, fechamos o bar e começamos a organizar tudo para a limpeza no dia seguinte.
Não vou nem dizer que acabou sobrando pra mim, porque sobrou. Ao ver que Shura arrumava suas coisas pra ir embora, Angel se aproximou dele, deixando o restante das coisas para eu fazer. Suspirei com aquilo, pensando que não era a primeira vez que me deixava na mão e arrumei tudo o mais rápido que pude. Não queria ficar pra ver no que aquilo ia dar.
Peguei minhas coisas para ir embora e fui até a parada para pegar o ônibus. Enquanto esperava, vi uma moto passar por ali e buzinar para mim. Olhei curioso e vi que eram eles. Angel não perdia tempo e muitas vezes acabava mal por não ser compreendido. O conhecia melhor do que ninguém e sabia que depositava expectativa demais nas pessoas. Sempre o alertava sobre isso, mas ele nunca me ouvia.
—
Um mês depois daquela noite, os dois estavam juntos a maior parte da semana. Angel estava perdidamente apaixonado por ele e não o condeno. Aquele homem sabia como envolver as pessoas. Soube por ele, que Shura era espanhol e lembrei de minha viagem para Madrid. Fiquei pouco tempo fazendo intercâmbio por lá e conheci muita gente boa. Ele não deveria ser diferente.
Certa noite, Angel não apareceu e acabou me ligando para avisar ao nosso patrão que estava doente. Claro que não engoli aquilo, pois sua voz era de choro e podia apostar que aquilo tudo tinha algo a ver com o espanhol.
Fiz o que ele havia me pedido e fiquei sabendo que Shura não trabalharia mais no bar, pois havia aceitado uma outra oferta longe dali. Mais precisamente em outra cidade.
Aquilo caiu como uma bomba em minha cabeça e não sei o que me deu, mas tentei persuadir meu chefe a tentar fazê-lo ficar. Argumentei sobre clientela, movimento, enfim...Nem sabia que havia tanto talento pra tentar convencer alguém a fazer algo que já estava praticamente decidido. E o que aconteceu? Ele voltou atrás.
Aquilo foi um alívio, mas novamente caí em meus pensamentos do porque eu estar me arriscando por alguém que raramente fala comigo. Nos cumprimentávamos e era só. Não tínhamos diálogo, ou sequer uma conversinha corriqueira. Nada. Me perguntei o que eu ganharia com aquilo. Eu já não sabia mais nada, só sabia de uma coisa: Eu estava gostando demais dele.
Depois do expediente, resolvi ir até a casa de Angel e ficamos lá conversando sobre o motivo de seu pranto. Deixei ele falar e se lamentar, para depois lhe dar a notícia de que o chefe havia considerado fazer uma oferta para o outro ficar. Não vou dizer o quanto ele ficou feliz e me agradeceu. Em sua inocência, não viu mal em minha atitude, ainda que tenha feito isso por mim. Me envergonho de admitir, mas era a verdade. Havia me apaixonado pelo quase namorado do meu melhor amigo, contudo nunca deixei isso transparecer para alguém.
Lá pelas tantas, pedimos uma pizza e ouvi a campainha tocar. Peguei o dinheiro, enquanto Angel arrumava tudo para o jantar, e desci para ir lá receber o pedido. Quando abri a porta, eis que vejo quem eu menos esperava: Era ele.
— Buenas.
— Boa noite. — olhei para ele indiferente e dei espaço para que ele entrasse. — Ele está lá em cima. — avisei e o vi ali parado com aquela mesma expressão de sempre. A típica cara de poucos amigos.
— No vim para falar com Afrodite. Queria apenas agradecer a usted, por ter feito eu ter uma oferta mejor no bar.
Engoli seco e fiquei sem graça, apenas assentindo com a cabeça. Como ele havia ficado sabendo que eu estava ali? Pensei e o vi subir na moto e partir. O acompanhei com o olhar até ele desaparecer de minha vista e fechei a porta. Voltei para o apartamento, dando uma desculpa e não lhe contei a verdade. Se ele soubesse, talvez pensasse besteiras e não havia motivos para isso.
As próximas noites foram igualmente corridas, exceto por uma sutil diferença. Alguma vez ou outra, ele passava os olhos pelo salão até me encontrar. A cada olhar recebido, meu coração se enchia de esperanças, ainda que ilusórias sobre seus possíveis flertes. Me senti um pouco filho da puta por estar fazendo aquilo com meu amigo, mas eu gostava tanto de Shura, quanto ele.
No final daquela noite, Angel havia saído mais cedo para resolver um assunto particular e mais tarde, peguei minhas coisas para ir até a parada. Esperava o ônibus um pouco cansado, rezando para que ele aparecesse logo, quando ouvi o som de uma moto se aproximando por detrás de mim. Recuei, pensando que aquilo pudesse ser um assalto, mas logo parei. Eu conhecia bem aquela jaqueta e capacete e sabia de quem se tratava.
— Ei, italiano. No quer uma carona até su casa? — disse ele após levantar a viseira do capacete.
— Ah… eu…
— Sobe aí. Vamos. — insistiu.
Pensei por mais um instante e subi. Afinal, uma carona não tinha nada demais.
Dei as coordenadas para ele e fui pensando no caminho o quanto aquilo estava sendo errado. Eu não devia. Não era certo, por mais que algo dentro de mim gritasse para eu extravasar. Não era justo com Angel… não era justo comigo.
Chegando lá, desci da moto e alcancei o capacete para ele. Vi seu olhar através da viseira e abaixei a cabeça sem jeito.
— É… boa noite, espanhol. Obrigado pela carona. — disse e dei as costas, mas ele acelerou a moto.
Parei, me virando devagar em sua direção e ele desligou a moto, puxando a corda que prendia as chaves dela. Levantei o olhar, vendo-o pegar os capacetes e parou próximo de mim.
— Você tem… cerveza? — perguntou e olhei para ele ainda absorto do que estava acontecendo. Ele estava se oferecendo pra subir?
— Acho que tenho alguma. — respondi e engoli seco, indo até a porta que dava acesso ao prédio.
Dei alguns passos até ela e abri para ele passar, seguindo-o logo atrás. Anunciei a ele que meu andar era o próximo e que procurasse pelo apartamento número vinte e três.
Seguimos pelas escadas e fomos até o apartamento indicado por mim. Ele ficou ao lado, esperando que eu abrisse e senti uma tensão no ar. Parecia me observar, estudar. O que ele estaria pensando de mim? Me perguntei e abri, fazendo menção para que passasse.
Assim que entramos lá, o vi deixar as coisas próximo do sofá e me virei pra fechar a porta. Quando tornei a me virar, fui pressionado contra ela e senti seus lábios nos meus. De primeira, tive a reação de qualquer pessoa, ao tentar me afastar, mas como eu estava há tempos com aquela vontade reprimida dentro de mim, larguei o “foda-se” e me entreguei a aqueles beijos. E que beijos.
Ficamos alguns instantes trocando beijos e carícias, quando ele apartou o momento e se afastou de mim. Olhei para ele atônito. Por que ele havia feito aquilo? Será que estava com Angel ainda? Com que cara eu iria encarar meu amigo no dia seguinte? Foram tantas perguntas, que acabei me distraindo e só voltando quando o mesmo me chamou a atenção.
— Fique à vontade. Su casa é tuya. — disse e sorriu, certamente da cara de trouxa que eu havia ficado. E não era pra menos.
— Non faça piadas… — respondi e fui até a geladeira, procurando disfarçar o quanto estava nervoso. Até parecia que nunca havia beijado alguém antes.
Alcancei uma bebida a ele, assim que voltei e me sentei ao seu lado, um pouco mais afastado. Ainda curioso a respeito do beijo, fiquei me perguntando como o abordaria sobre isso. Aquilo martelava a todo instante e seu silêncio parecia piorar ainda mais as coisas.
— Escute, Shura… Por que me beijou? Eu non entendo.
Olhei para ele e o vi tomando um gole da cerveja e olhando para o frasco. Mas o que ele tinha em mente? Parecia até não se importar. Tudo bem que eu havia permitido ele subir, mas aí me agarrar do nada e depois não falar nada? Isso é um pouco demais.
— Estava afim. Y tu también… — disse e voltou a tomar outro gole.
— Que?
— É isso.
Olhei para ele, vendo que evitava me olhar diretamente e o puxei bruscamente em minha direção. Se havia uma coisa que me irritava é fazer pouco caso de minha pessoa.
— Olha aqui, cara. Eu deixei que você entrasse aqui por ser um conhecido, mas isso non quer dizer que eu esteja querendo dar o rabo pra você. Non sou o que pensa que eu sou e está tendo maus julgamentos ao meu respeito... — disse alterado, vendo em seus olhos enigmáticos que parecia não se importar.
Me levantei nervoso, mas agora por outros motivos e o vi soltar algumas risadas. Aquilo era sério mesmo?
— Olha é melhor você ir embora... Odeio falta de respeito e você está passando dos limites.
Ele voltou a olhar pra mim e se levantou devagar, passando a garrafa para mim. Se virou pra pegar as coisas e apenas seguiu para a porta. Olhei para ele e fui até lá, fechando a fresta que ela havia aberto da porta e lhe encarei.
— Aonde vai?
— Embora.
— O que?
— Usted acabou de mandar...
— Eu… é! Vá mesmo! E esqueça onde moro! — disse e me afastei, ficando de costas para a porta e ouvi o barulho da porta se fechar.
Suspirei aliviado, ao mesmo tempo que tenso com aquilo, e logo ouvi o barulho da moto. Espiei da janela e o vi indo embora dali. Me senti horrível por diversos motivos, mas não havia como eu voltar no tempo para consertar o que eu havia feito. Era minha culpa. Desolado, sentei no sofá e rezei para que aquilo fosse expurgado de mim.
—
As próximas semanas foram decisivas sobre tudo que havia acontecido aquela noite. Era mais que aparente para todos, inclusive para meu amigo, que algo havia acontecido entre nós. Ele não disfarçava como antes. Fazia o possível para se aproximar de mim, mas eu me afastava ao mínimo de contato com ele.
O pior de tudo foi usar Angel para me afetar. Não entendia como ele podia se deixar ser usado daquela maneira, apenas por gostar daquele cretino hispânico.
Certa noite, estava fumando do lado de fora do bar, quando fui surpreendido por Shura. Assim que o vi, apaguei o cigarro e fiz menção de deixá-lo sozinho, mas ele me puxou. Nos encaramos por uns instantes, ficando a poucos centímetros de distância e vi Angel sair pela porta. Ele olhou para nós surpreso e colocou a mão sobre sua boca, voltando a entrar para o bar. Puxei meu braço em seguida e corri até ele, vendo mágoa em seu olhar.
— Angel… o que você viu… — mal pude completar e senti o peso de sua mão em minha face.
Levei a mão na área atingida e o vi derramando algumas lágrimas. Olhei em volta, vendo Milo olhando para nós e Shura apareceu em seguida.
— Mi amor… o que usted viu…
— Não importa! — gritou e tirou a aliança que estava usando, jogando nele. — Vocês… se merecem. — disse e saiu dali correndo.
Abaixei a cabeça chateado com aquilo e me virei pra ele, vendo que também parecia chateado ao olhar para aliança na palma de sua mão.
— Nunca mais se aproxime de mim. — disse e peguei minhas coisas, seguindo para minha casa.
Assim que cheguei lá, abri uma garrafa de vinho e me permiti tomar mais da metade do conteúdo numa vez só. Meu amigo não queria mais saber de mim... O homem que eu estava apaixonado, estava agindo como um canalha com nós dois, mas aquilo não foi o suficiente para colocar um basta em tudo.
Passado uma semana, de casa para o trabalho e do trabalho pra casa, já cogitava procurar outro lugar pra trabalhar. Angel havia pedido demissão no dia seguinte após aquele incidente terrível e aquilo me fez sentir ainda mais culpado por tudo.
Estava deitado em meu sofá num dia de minha folga, quando ouvi alguns sons de violão próximo de meu prédio.
“I wish you hold me in my arms, like that spanish guitar… and you’ll play me throught the night… till the dawn…”
Ouvi aquela canção é imediatamente reconheci sua voz. Espiei pela janela, vendo-o na frente do prédio e senti meu coração palpitar. Por mais que suas inúmeras tentativas de se aproximar, me fizessem afastar dele, eu queria justamente o contrário. Queria ser dele. Já me considerava assim, ainda que minha mente lutasse para colocar um pouco de razão sobre tudo que eu estava sentindo.
Ouvi um som de trovoada e mesmo com toda aquela chuva abundante, ele não exitou sair dali. Parecia decidido a ter um último parecer de minha parte. E eu não tinha escolha. Já havia tomado minha decisão.
Desci até lá e parei em sua frente, vendo aquele mesmo olhar de sempre. Porém não havia mistérios dessa vez. Consegui enxergar o que eu tanto queria ver e aquilo só confirmou o que eu havia escolhido.
Nos beijamos, ignorando tudo. Pessoas, tempo, tudo. Éramos só eu e ele. E depois dali, não tive mais receios sobre o que eu sentia. Não havia mais dúvidas, apenas a certeza de que eu tinha sua atenção. Havia conquistado um espaço em seu coração.
Merci pour la lecture!
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