sr.-artie Sr. Artie

Ele sabia que os dois não tiveram uma história de amor gloriosa, como Scott e Alisson. Ou, muito menos, uma história clichê, como um dia ele teve com a Malia. Mas possuía ciência de que tinham algo. Ele estava certo disso, pois, no fim de tudo, é claro que sempre seria Lydia aquela a habitar em seu coração.


Fanfiction Tout public.

#Romance #Amizade #Drama #Angst #TeenWolf #Stydia #Stiles Stilinski #Lydia Martin
Histoire courte
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Capítulo Único: Pintores

Notas da História:

Os personagens de Teen Wolf não me pertencem, pois caso pertencessem, Stydia tinha acontecido a muito tempo. Melhor OTP. Eu só brinco com eles, às vezes (na verdade, essa é a primeira vez).
Capa criada pelo lindona Rain Fairchild (Nyah)
História betada pela amorzinho Maffle (Nyah - Liga dos Betas)
História posta no Inkspired, Nyah e Wattpad


Notas do Capítulo:

Olares, pessoas! 

Essa fic foi escrita em 2016, logo depois que saiu o trailer da temporada 6A de Teen Wolf. Então, para se situarem, o enredo ocorre antes dos eventos da 6B.

Essa é minha primeira fic Stydia e minha ideia para escrevê-la surgiu em um momento de revolta.
Todo Stydia Shipper sabe que aquilo que mais escutamos é que Stydia é puro fanservice, principalmente depois do trailer da sexta temporada. Eu fiquei muito exaltado com isso, por isso decidi escrever essa fic, que conta, basicamente, alguns dos pontos da relação Stydia, a partir do ponto de vista do Stiles.

Tinha postado antes no Nyah, em 2016 e agora tô disponibilizando aqui.

Boa leitura! 


Pintores

By Sr. Artie

Capítulo Único


Despertou de mais uma noite de sono mal dormida. Estava ali há quanto tempo? Três dias? Uma semana? Um mês? Era realmente difícil precisar. Abriu os olhos e observou mais uma vez o ambiente escuro de um quarto qualquer, com um cheiro fétido insuportável.

Que cheiro é esse? Perguntou-se pela milionésima vez.

Não tinha lembrança de sentir um fedor parecido. Por fim, pensou que aquilo era o cheiro da morte que o rondava, mas então lembrou-se das palavras que disse a Lydia: a morte não acontecia com aquele que morria, mas com aqueles que permaneciam em vida, com aqueles que teriam que descobrir como viver sem aquele que partira. Assim, descartou o pensamento logo em seguida. A morte não era algo tão ruim para feder tanto.

Existe algo pior que a morte? Indagou-se

No entanto, seu monólogo interno foi interrompido pelo barulho da tosse da pessoa que se encontrava a sua frente. Levantou os olhos para mirá-la. Lá estava, jogado no outro canto quarto Peter Hale, o grande alfa outrora.

Como se sentisse o olhar de Stiles sobre si, Peter o observou, sorrindo minimamente.

— O Esquecimento – ele disse.

— O quê? – Stiles não compreendeu o seu raciocínio.

— Você parece se perguntar se há algo pior que a morte – respondeu. – O esquecimento é pior que a morte, Stiles. O vazio que consome tudo, até as nossas lembranças.

— Ainda não consigo te entender.

— Stiles, você está à espera de alguém para salvá-lo, mas isso não irá acontecer – falou seco. – Nós não existimos. Já fomos esquecidos.

Mal os lábios de Peter selaram-se, Stiles sentiu um gosto amargo na boca, seus olhos lacrimejaram e um grito de desespero ficou preso em sua garganta. Não se permitiu chorar em frente ao Hale. Não faria isso, pois ele estava errado. Ele não seria esquecido. Ela não o esqueceria.

— Alguém se lembrará de mim – limitou-se a dizer. – Eles virão atrás de mim.

Principalmente ela, completou em pensamento.

Mas Stiles não estava muito confiante acerca das palavras proferidas, pois tinha noção de que precisava de ajuda – e que esta era quase impossível de acontecer –, e sabia, também, que o esquecimento era fatal. Para ele, Peter estava, sim, certo sobre a sua afirmação, porém, negava-se a aceitar tal realidade.

Indiscutivelmente, o esquecimento é inevitável. Biblicamente, os corpos de todos retornam ao pó do qual originou-se. E, não obstante à decomposição da carne, eventualmente nossas lembranças e feitos são engolidos e perdidos na extensa história da Terra. A vida de cada um de nós significa menos de um milésimo da história terrestre. Entretanto, não perderia as esperanças nos amigos e, muito menos, na Lydia.

A percepção de Lydia sobre ele mudou com o tempo. Ela o notava, agora. E apesar de ela não o notar como ele gostaria – pelos menos, segundo os outros –, Stiles estava suficientemente feliz por não ser mais alguém ignorado pela ruiva. Era importante para ele que Lydia soubesse que estava ali para assisti-la, sempre que ela desejasse. Porém, era irônico o fato de ser ele aquele que, naquele momento, precisava de ajuda e não tinha mínima noção se essa chegaria.

Lembrou-se de que pediu a Lydia para não o esquecer, e ela prometeu que não iria. Recusava-se a regredir para a época em que a vida da banshee não passava de um show para ele assistir. Não a culpava e não a odiava por tê-lo mantido na plateia por tanto tempo, mas agora que finalmente fazia parte do elenco, não aceitaria voltar ao papel de espectador que foi obrigado a desempenhar por tanto tempo.

Stiles ainda se lembrava de tudo, desde o momento em que se apaixonou por Lydia até o pedido que fez a ela antes de ser levado pela Caçada Selvagem.

Era uma criança, naquela época, e sua mãe, infelizmente, estava com Demência frontal temporal em um estado avançado e já estava internada no hospital de Beacon Hills. Na escola primária, um dia, os seus colegas de turma estavam ao seu entorno, atormentando-o. Stiles aguentava tudo calado, pois era algo corriqueiro para ele ser menosprezado pelos valentões da sua sala. Contudo, em um certo momento, um garoto de pele morena e cabelos negros resolveu xingar a mãe dele, com a intenção de ofendê-lo.

— Seu magrelo idiota, você deveria morrer, assim como a sua mãe louca – insultou.

Stiles sentiu uma dor gigantesca em seu peito ao ouvir o comentário. Pensou em replicar a fala do valentão, mas antes que pudesse fazer isso, escutou uma voz doce e feminina ecoar ao seu lado.

— A mãe dele não é louca, ela só está doente – respondeu uma menina de cabelos ruivos, que invadia o círculo de garotos e se posicionava ao lado de Stiles. – E quem deveria morrer era você, por importuná-lo. Deixe-o em paz.

Os meninos que cercavam Stiles dissiparam-se um a um, o último foi o moreno que havia insultado a Sra. Stilinski, ostentando um olhar incrédulo para a menina que o enfrentara.

— Obrigado – Stiles agradeceu a garota após todos terem saído.

— Não precisa agradecer – foi a resposta singela da menina, em meio a um sorriso, enquanto se afastava dele.

E Stiles observou-a se afastar dele e juntar-se às suas amigas. Procurou na mente o nome da garota e lembrou-se de como ela se chamava: Lydia. Repetiu o nome em voz alta para que pudesse sentir a sensação de pronunciá-lo. Gostou da sonoridade do nome e de como ela o acalmava. Depois daí não foi preciso de mais nada, ele já estava perdidamente apaixonado pela Lydia.

Mas não foi ali que algo deu certo entre eles dois. Enquanto o amor de Stiles por Lydia aumentava gradativamente, ela somente aumentava a distância entre eles, tornando impossível alcançá-la. Ambos pareciam ter vibrações diferentes que nunca conseguiam atingir a mesma frequência.

O dia que Lydia o defendeu, foi o único em que ela falou com ele. Depois do ocorrido, Stiles passou a endeusá-la e nunca se achar o suficiente para ela. Durante o primário, foi o suficiente para ele somente observá-la de longe.

No entanto, a partir do Fundamental foi entristecedor e sufocante. Aos poucos, Lydia se perdeu em si mesma. Sua gentileza e inteligência foram camufladas em nome da popularidade. Ela escondeu a si própria de todos e optou por mostrar uma versão oposta, que não fazia jus a sua real personalidade. Ninguém a enxergava realmente como ela era, com exceção de Stiles que sempre a observou de longe.

E mesmo sabendo que ela estava perdendo sua identidade, Stiles nada fez, somente assistiu-a destruir-se, entregando o seu coração a um cara pós outro, dando oportunidade para que eles o tratassem sem zelo e o quebrassem.

Mas a licantropia do Scott ajudou o Stiles a sair da inércia. Ele passou a interagir com a Lydia e a buscar o melhor para ela. No baile do primeiro ano, fez com que ela percebesse que era melhor que o disfarce que usava para se esconder de todos, e que apesar de usá-lo, ele ainda era capaz de enxergá-la através dele, e ela era melhor que o Jackson.

E embora tenha conseguido se libertar de tudo isso, no fim ela ainda envolveu-se com o Aiden, um dos lobisomens gêmeos da alcateia de alfas. Lydia não se perdeu mais uma vez, mas o Stiles percebeu que talvez nunca teria uma chance.

Até que durante os acontecimentos com Jennifer – o Darach responsável por todos os sacrifícios que ocorriam em Beacon Hills naquele tempo – Stiles teve um ataque de pânico, que só chegou ao fim quando Lydia o beijou. Então, ele notou que tinham algo ali, uma conexão só deles, que finalmente ela conseguia enxergá-lo e que estavam vibrando na mesma frequência, ouvindo a sintonia um do outro.

A confirmação veio depois, quando precisou, junto com Scott e Alisson, ficar submerso em uma banheira de água gelada para conseguir descobrir a localização do seu pai, da Sra. Mccall e do Sr. Argent. Ele e os demais precisavam de um humano como âncora, senão, não conseguiriam mais voltar a vida. Sua âncora, para surpresa dele e dos outros, foi a Lydia. Ela era a responsável por mantê-lo ancorado à vida humana, sua ligação emocional inquebrável. Apesar de estar atônito diante da sugestão de Deaton na época, Stiles sempre soube; Lydia seria eterna e inesquecível, uma constante em seu coração.

Contudo, quando tudo parecia estar bem, Stiles ruiu. Ter sua mente e seu corpo dominado pelo nogitsune foi sua derrocada. O Void Stiles, o nome dado ao seu eu possuído, mentiu e prejudicou a todos os seus amigos. Além disso, fez a si próprio chegar à beira da insanidade, imaginar que estava doente como a sua mãe. Para não falar na morte da Alisson que, indiretamente, era a sua total culpa. A única coisa boa desse pesadelo, para ele, foi o envolvimento com Malia.

Criar um laço com Malia foi satisfatório, por um tempo. Estar com alguém que dependia dele, às vezes, fazia-o sentir-se alegre, porque existia alguém que necessitava da sua existência, além do Scott. Mas quanto o Theo apareceu e viu todos virarem as costas para si, Stiles notou que existia um defeito ali, a falta de confiança. Então, entendeu que a Hale era só um passatempo. Apaixonou-se pela coiote, não havia como negar, foi conquistado pela doçura única da menina. Porém, era apenas isso: uma paixão. Paixões viriam a chegar em seu coração, passariam uma temporada e partiriam; lá, quem fazia morada, era somente o amor por Lydia.

O pior, no entanto, para o Stiles, chegou quando Lydia ficou internada na Eichen House. Ele viu a ruiva deteriorar-se fisicamente e mentalmente, enquanto era usada em experimentos pelo Valack. Sentiu-se inútil e incapaz por não conseguir fazer nada, tendo que sacrificar o seu orgulho e recorrer ao Theo, aquele que causou sua queda outrora. Mas não pensou muito, apenas aceitou os empecilhos de ser um humano em Beacon Hills.

Apesar de tudo, Stiles conseguiu salvá-la. O seu orgulho sacrificado foi recompensado por uma única frase: “ Stiles salvou minha vida, mãe. Ele me salvou”. Stiles nunca se sentiu tão constrangido. O olhar avassalador de Lydia sobre si e os demais espectadores na sala da clínica veterinária o deixaram encabulado. Mas uma coisa era certa: a banshee reconhecer o seu esforço o deixou ainda mais embriagado de amor.

Com a derrota da besta, as coisas voltaram ao normal – a nível Beacon Hills, é claro. A partir daí, Stiles começou a perceber os sinais de Lydia. Os sorrisos bobos que ganhava com mais frequência, o fato das mãos delas sempre procurarem as suas, quando ela estava ao seu lado; os toques dóceis e carinhosos. Eles estavam caminhando para um novo nível na relação.

Contudo, os ventos não sopraram a favor. A Caçada Selvagem chegou à cidade. O mito sobre ela é que, uma vez que aparecesse, sempre levaria as pessoas, e isso aconteceu em Beacon Hills. As pessoas começaram a desaparecer, a esquecerem das coisas. Nenhum lugar era seguro. Chegou um momento em que o Stiles era o próximo. Ele sabia disso, e a sua única atitude foi pedir a Lydia que não o esquecesse, e ela disse que não iria.

Em virtude disso, negava-se admitir que o Peter estava certo. Porque, no fim, não possuía dúvidas. Caso todos os outros o esquecessem, Lydia não o faria. Ela daria um jeito e viria resgatá-lo, não importa como, pois eles tinham uma ligação emocional indestrutível.

Três coisas não podem se manter ocultas: o sol, a lua e a verdade. E a verdade absoluta de Stiles era que, apesar de tudo e de todos, ele ainda nutria sentimentos pela Lydia, ainda amava-a, não como antes da licantropia do Scott, mas com uma intensidade muito maior. Além disso, no fundo, sabia que Lydia não era diferente dele. Não era preciso que Lydia o falasse, ele sentia, a compreendia como ninguém, a observava. Eles tinham algo, sim. Algo que se estendia além da singela amizade.

Não era necessário dar nome ao que sentiam, não para eles. O amor era só deles e somente a eles pertencia. Mas, sim, era bom definir para todos saberem que ali, entre eles, amizade era apenas o alicerce de um castelo alto e de paredes maciças feitas de companheirismo, as quais eram pintadas de amor, e os pintores não eram outros senão eles – Stiles e Lydia.

18 Mars 2018 15:26 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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