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Olá, me chamo Park Jimin, tenho 18 anos e faço parte do grupo de fadas “Dream”, que pertence à comunidade Heartbeat. Todos aqui da comunidade são fadas, e cada um tem uma característica incrível que os tornam ainda mais especiais. Na nossa comunidade nós temos o "Match Day", que, como o próprio nome diz, é um dia de encontro. Nesses encontros, nós conhecemos uma pessoa e, se estivermos afim um do outro, damos o famoso match, e começamos a namorar. Eu não ligava muito para essa data, até descobrir que Min Yoongi, o garoto mais popular do colégio, iria participar do evento, causando assim um rebuliço ainda maior entre os alunos. E quando eu soube que ele tinha mandado um bilhete para algum aluno, eu torci secretamente para que fosse eu, mesmo que fosse quase impossível. Eu só não sabia que o universo tinha escutado meu pedido e iria realizá-lo de uma forma incrivelmente mágica.


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O Universo Concede um Desejo

Escrito por: @vgguk_ymin

Notas Iniciais: Olá amores, estou de volta com mais uma fic pelo 2Min, e agora trago para vós uma One Shot beem fofinha e clichê para alegrar o dia de vocês.

Quero agradecer a @tsukinojojo, pela betagem do capítulo e a @Nutella_Kpop_ pela capa incrível ❤️

Espero que vocês gostem e que se divirtam lendo, afinal ela foi feita com muito carinho e amor.

Boa Leitura ❤️


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Match Day. Existe uma data mais "sem sentido" que essa? Talvez o Dia dos Namorados, mas não vou entrar nesse tópico, porque não quero parecer um garoto mal-amado. Você, leitor, deve estar se perguntando o que é o “Match Day”, certo? E eu vou te responder. Mas antes, deixe eu me apresentar.

Olá, me chamo Park Jimin, tenho 18 anos e faço parte do grupo de fadas “Dream”, que pertence à comunidade Heartbeat. Todos aqui da comunidade são fadas, e cada um de nós tem uma característica incrível que nos torna ainda mais especiais.

E sim, eu sou uma fada, mas, diferente do habitual, eu não possuo asas. Eu sei, eu sei, vocês devem estar pensando que é muito ruim não ter asas, mas eu digo para vocês: não é. A única diferença é que eu não posso voar, o que não é de todo ruim.

Depois dessa apresentação rápida e básica sobre mim, vou falar sobre o que é esse Match Day e por que as pessoas aqui da comunidade se animam com essa data.

Acredito eu que vocês já devem ter ouvido falar do Valentine’s Day, que é o dia em que as pessoas se declaram umas para as outras e, junto da declaração, entregam algum presente caro ou um chocolate feito pela própria pessoa. Aqui, na nossa comunidade, nós fazemos a mesma coisa, só que com uma pequena alteração. Além de entregarmos o presente ou o chocolate, nós marcamos encontros com nossos crushes e, nesses dates, conversamos sobre tudo: gostos, preferências, comidas favoritas… Enfim, tudo o que quisermos saber sobre a pessoa que estamos saindo, nós descobrimos neste encontro, e, aí sim, se der tudo certo, o casal começa a namorar.

Os encontros podem ser com a pessoa ciente de quem você é ou podem ser de forma anônima, o que é mais interessante, porém perigoso. E hoje, aqui no colégio, é esse dia. Todos estão eufóricos e animados para saber se vão receber algo ou se tem alguém interessado neles, e vários casais, juntos desde encontros passados, estão espalhados pelos corredores, entregando e ganhando presentes. Mas essa euforia não se aplica a mim, afinal um romance não é a coisa mais importante da vida.

Porém falemos a verdade: provavelmente as pessoas só inventaram essa data para ganharem presentes, pois parece que no decorrer do ano elas não ganham muitos, principalmente as solteiras, apenas em aniversários e talvez nas comemorações de final de ano. Isso pra mim é mais do que suficiente. Não que eu seja contra a data, ou que seja um amargurado que mora com 27 gatos em um apartamento com livros amarelados e velhos; não é nada do tipo, eu simplesmente não vejo sentido em comemorar essa data. Afinal existe o Dia dos Namorados para isso, certo? E declarações de amor podem ser feitas a qualquer momento.

Cansado de observar todas essas declarações extremamente melosas, fechei meu armário e fui em direção ao refeitório. Quando cheguei lá, peguei meu lanche e olhei ao redor, buscando por Taehyung e Jungkook, meus dois melhores amigos. Sentei-me junto a eles e arrumei meus hashis, preparando-me para comer.

— Oi, meninos — cumprimentei Jungkook e Taehyung assim que me sentei.

— Oi, Jimin — responderam juntos. — Como você está? — Taehyung continuou e tinha um sorriso enorme e estranho no rosto.

— Estou bem, e vocês? — disse, estranhando aquela felicidade toda.

— Estou muito bem, e Jungkook também — ele respondeu, e em nenhum momento o sorriso deixou seu rosto. Ok, isso estava muito estranho.

— Tudo bem, o que aconteceu? — perguntei, a fim de acabar com aquela esquisitice toda.

— Sabe que dia é hoje? — Taehyung perguntou, e eu revirei os olhos.

— Dia do Match, o que tem de mais?

— Sim. — Revirou os olhos. — Mas, além da data, sabe o que tem hoje no colégio? O que acontece todos os anos? — ele continuou, e aí me lembrei de que hoje teria um correio elegante.

Para quem não sabe o que é correio elegante, vou explicar. É uma forma de declaração. Se uma pessoa tem interesse em você, ela escreve um bilhete e pede para alguém lhe entregar. O bilhete pode estar assinado ou não. E, aqui, isso precede o encontro com o crush, pois é através desses bilhetes que os convites para sair acontecem.

— Tem um correio elegante. Mas qual é o motivo para todo esse alvoroço? — Olhei de esgueira para Jungkook, que estava mais preocupado em comer seu lanche do que interagir com nós dois.

— Esse ano o correio elegante vai ser especial. E sabe por quê? — Neguei com a cabeça, e ele continuou: — Min Yoongi, a fada mais linda e popular dessa escola, vai participar. Ele já foi lá na cupido e deixou o seu bilhetinho. — Assim que terminou de falar, Taehyung bebeu um gole do seu suco.

Franzi o cenho com essa informação.

— Você tem certeza de que ele vai participar? Ele nunca participou dessas coisas antes.

— Certeza absoluta. A própria cupido disse — Taehyung confirmou.

— Ainda acho que ela pode estar pregando uma peça.

— Se ela está ou não, eu não sei, mas, se for verdade, estou doido para saber para quem o senhor intocável vai declarar seu amor.

Eu sei que você está querendo saber quem é Min Yoongi, por que ele é muito disputado por todos do colégio e é "intocável", de acordo com Taehyung. E eu vou falar o motivo.

Min Yoongi é simplesmente o garoto mais lindo e inteligente dessa escola, além de, é claro, ser extremamente educado e cheiroso. Todos do colégio, garotos e garotas, querem ter uma chance com ele, afinal, além de ter todas as qualidades citadas acima, ele também é presidente do Grêmio Estudantil, capitão do time de basquete e o aluno com as melhores notas do colégio, sempre ficando em primeiro lugar.

Eu sempre tive uma queda por ele, desde que estudamos juntos no Fundamental, mas nunca cheguei nele e falei isso. Eu tinha vergonha e não estava afim de passar pelo que outras fadas passavam. Não que ele as humilhasse ou algo do tipo, ele apenas dizia: “fico feliz que sinta isso por mim, mas infelizmente não posso te corresponder".

Ainda é um fora, só que menos humilhante do que muitas pessoas levavam.

— Eu acredito que não devemos criar toda uma expectativa em cima disso, afinal pode nem ser verdade. — Dei de ombros. — E tem mais: ele é um adolescente como qualquer outro que estuda nesse colégio e pode participar do que ele quiser. — No momento que eu disse isso, Taehyung me lançou um olhar mortal.

— Ele nunca participa de nada, de nenhum evento que nós organizamos na escola, ele nunca se interessa — Taehyung argumentou como se fosse óbvio.

— Você tem um ponto, porém não acho que seja o suficiente para todo esse alvoroço. Ele apenas deve ter mudado de ideia e resolvido participar, afinal é nosso último ano estudando aqui, deve querer fazer boas memórias antes de ir para a universidade. — Comi mais um pedaço do meu pão e tomei um gole do meu suco.

— O x da questão não é esse. — Taehyung parecia estar perdendo a paciência. — O que estou tentando dizer é que o inalcançável Min Yoongi tem uma paixão aqui na escola e que vai se declarar pra ela hoje, através do correio elegante. Eu e o corpo estudantil inteiro queremos saber quem é a pessoa sortuda que conseguiu conquistar o coração dele. — Revirei os olhos novamente e terminei de beber meu suco. — Deveria mandar um bilhete pra ele, ChimChim. — Olhei para Taehyung como se ele tivesse acabado de falar a maior loucura da vida dele.

— E levar um fora como todas as outras pessoas que fizeram isso levaram? — Fiz uma pergunta retórica. — Eu passo. — Terminei de comer e comecei a organizar as coisas na minha bandeja.

— Primeiro, o bilhete pode ser anônimo, ou seja, você não precisa se identificar. Segundo, como você mesmo disse, é o último ano dele aqui na escola e o nosso também, você deveria aproveitar as oportunidades e fazer desse ano um período incrível. Terceiro, quem sabe o sortudo não pode ser você? Imagina ter seu amor do Fundamental correspondido? É o sonho de qualquer pessoa. — Olhei pra ele e comecei a rir.

— Nem em meus sonhos mais loucos — eu disse. — Nós estamos na vida real, não em uma história de romance clichê.

— Sonhar não custa nada. — Taehyung deu de ombros. Ele recolheu sua bandeja e nós fomos em direção à bancada para deixá-las lá. Jungkook continuava ao nosso lado sem dizer uma palavra, coisa que não era de se estranhar. Às vezes, ele passava despercebido por nós. — Eu só queria saber quem é a pessoa sortuda que vai receber uma declaração dele. — Suspirou.

— Pode ter certeza de que até amanhã vamos saber. — Chegamos aos nossos armários e pegamos os materiais para a próxima aula.

Estava na metade do caminho quando dois brutamontes passaram correndo e acabaram me empurrando, fazendo com que eu me desequilibrasse e quase caísse. Quase, pois nesse momento dois pares de braços fortes impediram minha queda, segurando-me de uma forma delicada, porém firme.

— Está tudo bem? — uma voz rouca perguntou e, assim que olhei para o dono da voz, eu me surpreendi ao ver que quem tinha me segurado era Min Yoongi.

— Sim, obrigado — respondi assim que saí de seus braços e curvei a cabeça em uma reverência.

Ele continuou me olhando por mais alguns segundos, como se quisesse ter certeza da minha resposta e, quando pareceu acreditar, deu de ombros e voltou a andar, sendo acompanhado por seus amigos.

Respirei fundo e quando olhei para o lado, Taehyung e Jungkook estavam paralisados me encarando de forma incrédula.

— O que foi? — perguntei, voltando a andar em direção à sala de aula.

— Min Yoongi estava te encarando — Taehyung contou, e eu o olhei, tentando entender o que ele queria dizer.

— Ele tem olhos para isso. — Revirei os olhos. — E outra, ele me ajudou, é claro que ia olhar para mim. — Dei de ombros.

— Não, idiota. — Deu um tapa na minha nuca. — Antes dos babacas esbarrarem em você, ele já estava te encarando.

— Não acredito em você, acho que está delirando.

Chegamos à sala de aula e fomos para os nossos lugares, que ficavam na fileira do lado da parede, sentando na ordem: Taehyung, eu e Jungkook. Depois de devidamente acomodados, começamos a organizar nossos materiais sobre a mesa antes da aula começar.

— Eu tenho certeza do que vi — alfinetou.

— Pois acredito que você precise usar óculos, afinal Min Yoongi nunca olharia para uma fada como eu, principalmente se tiverem outras pessoas. — Suspirei meio triste.

Eu sei que falei que não ter asas não era uma coisa ruim, mas, às vezes, isso me deixava triste. Eu já não me achava uma pessoa muito bonita, e o fato de eu não ter asas diminuía drasticamente as chances de alguém se interessar por mim, principalmente Min Yoongi, o garoto que todos queriam.

— Por que não? — dessa vez, foi Jungkook que perguntou. Ele se virou para mim e esperou que respondesse. Vendo que eu não lhe daria uma resposta, ele continuou: — Você é um garoto incrível, Jimin. É alegre, compreensivo, amigo e é muito fofo, fora que é lindo de todas as formas. O fato de você não ter asas não significa que você não seja interessante; pelo contrário, mostra que você é um garoto com vivências e experiências completamente diferentes do nosso cotidiano. E isso, para quem estiver disposto a te conhecer, vai ser algo maravilhoso. — Ele levantou minha cabeça, fazendo-me encarar seus olhos escuros como jaboticaba. — Eu não quero que se coloque para baixo, você não tem motivos para isso. É incrível do seu jeito, e isso é mais do que suficiente.

Depois que ele terminou sua fala, meus olhos se encheram de água.

Jungkook podia não ser muito fã de falar, mas sempre tinha as palavras certas para consolar alguém que estava precisando.

— Obrigado por suas palavras, Jungkook. — Dei um sorriso. — Elas conseguiram trazer um pouco de conforto para mim.

— Por nada. — Ele também sorriu. — Sempre à sua disposição, senhorito. — Fez uma pequena continência, arrancando risadas de mim e de Taehyung.

Nossas risadas se encerraram assim que o professor de Matemática entrou na sala, e, enquanto a aula acontecia, minha cabeça ficava pensando na conversa que tive com os meninos e em como eu seria o garoto mais sortudo do mundo se Min Yoongi correspondesse aos meus sentimentos.

[...]

Estávamos na última aula e faltavam poucos minutos para o sinal tocar. O professor já havia terminado de passar o conteúdo no quadro e dava visto no caderno das pessoas que já tinham terminado. Eu estava na última linha quando batidas na porta foram ouvidas.

— Com licença, professor. — A cupido colocou a cabeça para dentro da sala e, assim que sua entrada foi autorizada, ela se colocou por inteiro no ambiente, indo para o centro do cômodo. — Olá, gente, acho que vocês já devem saber por que estou aqui, não é? — Após acenos de cabeça animados, ela continuou falando: — Então não vou enrolar muito, pois sei que vocês estão apressados para irem para casa. — Ela soltou um risinho, começou a chamar nome por nome e, quando chamou o nome de Yoongi, ele pegou nada mais, nada menos do que 40 bilhetinhos.

Dei de ombros e terminei de copiar a atividade que o professor tinha passado no quadro. Levantei-me e fui até a mesa dele para que ele pudesse vistar minha atividade e, de relance, vi Taehyung se levantar e voltar com um bilhetinho na mão e um sorriso bobo no rosto. Jungkook também se levantou e, em seguida, também voltou com um bilhetinho. Fiquei feliz por eles, afinal, eles merecem.

Peguei meu caderno de volta e fui para o meu lugar, começando a guardar meus materiais.

— E agora por último, mas não menos importante, Park Jimin — assim que ela disse meu nome, eu levantei a cabeça, incrédulo, e virei meu corpo para frente. Eu havia escutado certo? Olhei para Taehyung e Jungkook e percebi que, assim como eu, eles não esperavam por isso.

— Desculpe, pode repetir? — perguntei, só para ter certeza.

— Park Jimin é você, não é? — ela me perguntou, e eu acenei com a cabeça. — Então é pra você mesmo — ela disse com um sorriso, e, meio que em choque ainda, eu me levantei e fui em sua direção para pegar o bilhetinho.

— Obrigado — agradeci-a, e ela saiu da sala após cumprimentar o professor.

Sentei-me novamente em meu lugar, e Taehyung e Jungkook me encararam, esperando eu abrir o papel. Pareciam estar mais ansiosos do que eu. Assim que abri o envelope, vi uma caligrafia impecável.

Logo que comecei a ler o bilhete, senti minhas costas queimarem com a sensação de estar sendo observado. Não dei muita importância para isso e continuei lendo.

"Sei que não nos conhecemos, não pessoalmente pelo menos. Ou melhor, nunca trocamos mais que duas ou três palavras, mas sempre te vejo na escola e, desde a primeira vez, te achei lindo. Gostaria de saber se você aceitaria sair comigo hoje.

Se sim, me encontre às 20h em frente ao bebedouro no pico Namsan. Estarei te esperando lá.

Um beijo.

MYG."

Fiquei ainda um tempo olhando para aquele papel, tentando entender o que estava acontecendo. Eu tinha recebido uma correspondência do correio elegante e nesse mesmo bilhete eu havia sido convidado para sair? Isso era algo surreal.

O sinal de final de aula tocou, mas eu ainda estava paralisado em meu lugar. Como assim eu recebi um bilhete? E eu tinha um admirador secreto? Quem seria o louco de se interessar por mim?

— O que estava escrito? — Taehyung perguntou, curioso. Não disse nada, apenas entreguei o bilhetinho para que ele mesmo lesse. Assim que ele terminou de ler, vi seus olhos se arregalarem. — Você vai, não é?

— Não acho que não seja uma boa ideia, afinal é um desconhecido — disse, e Taehyung me encarou.

— Esse desconhecido pode ser o amor da sua vida — ele rebateu como se fosse óbvio.

— Não inventa — retruquei e peguei minha mochila, saindo da sala de forma rápida. Enquanto andava, senti minhas costas queimarem novamente e olhei ao redor para ver se encontrava quem quer que fosse que estivesse me encarando. Como não encontrei nada, voltei a andar.

Saí do prédio escolar e me dirigi à rua de baixo, que era onde ficava a minha casa. Eu morava perto da escola, então o caminho não era muito longo, coisa de uns cinco minutos.

— Chim, eu estou falando sério. — Taehyung parou na minha frente. Ele segurou minhas mãos. — Você vai ter um encontro no Dia do Match em um dos parques mais lindos de Seul. Eu acredito que compensa você ir, mesmo que não role nada, apenas para conhecer a pessoa que tem uma forte admiração por você.

— Mas isso não muda o fato de ele ser um desconhecido — contra-argumentei. Estava quase cedendo àquela loucura.

— Você compartilha com a gente a sua localização — sugeriu. — E outra, vocês vão estar em um lugar aberto, muitas pessoas estarão lá, então a chance de você ser sequestrado é mínima.

Ponderei sobre sua resposta, porém decidi me manter firme em minha decisão anterior.

— Eu já disse que não vou — rebati e finalizei a conversa.

Eles me olharam e suspiraram. O resto do caminho até minha casa foi feito em silêncio, coisa que eu agradeci muito. Assim que cheguei, abri o portão e entrei, dando apenas um aceno com a cabeça de despedida.

Passei pela sala, cumprimentei minha mãe, que estava sentada no sofá, e subi para o meu quarto para tomar banho e almoçar. Depois que estava limpo e alimentado, deitei-me para dormir um pouco antes de estudar para as provas que estavam se aproximando.

[...]

— Ei, Chim, acorda. — Senti meu corpo sendo balançado e, assim que abri meus olhos, me deparei com minha mãe ao meu lado me encarando.

— O que aconteceu? — perguntei, tentando espantar a nuvem de sono que estava ao meu redor.

— Nada, apenas que, se você não se arrumar agora, vai acabar se atrasando para seu encontro.

— Que encontro? — Ainda estava meio confuso.

— Aquele do bilhete do correio elegante.

— Como a senhora sabe dele? — perguntei, assustado, assim que a nuvem de sono se dissipou.

— Estava jogado no primeiro degrau da escada. — Ele devia ter caído enquanto eu subia. Droga.

— Eu não vou — avisei e voltei a deitar na esperança de voltar a dormir, mas obviamente não consegui.

— Por que não? — ela indagou.

— Primeiro, porque é um desconhecido, e segundo, não estou afim — expliquei, emburrado.

— Sabe como foi o meu primeiro encontro com seu pai, meu amor? — ela perguntou e se sentou na cama ao meu lado. Neguei com a cabeça, e ela continuou: — Foi no Dia do Match também. Eu não sabia quem ele era, apenas recebi um bilhete me pedindo para encontrá-lo no shopping à noite. Apesar de receosa, eu fui. E hoje posso dizer que, se eu não tivesse ido aquele dia, eu teria me arrependido, pois não teria um filho maravilhoso como você e nem um marido tão atencioso quanto seu pai.

— Por que a senhora está me dizendo isso justo agora?

— Pelo simples fato de que a vida é feita de incertezas, erros e acertos. E é normal termos medo do desconhecido. Mas a vida é só uma, e devemos aproveitá-la ao máximo. Sair, dançar, cantar, beber, conhecer novas pessoas... Fazer coisas que fogem da nossa rotina. Não estou dizendo para sair por aí, indo a encontros com todo mundo e nem fazer coisas ilegais. Mas sim que, se você não for a esse encontro hoje por medo, pode estar perdendo a chance de, talvez, encontrar o amor da sua vida e ser feliz com ele — ela explicou, e então parei para refletir.

Em partes, ela tinha razão.

Suspirei e me levantei da cama.

— Pode escolher uma roupa bem bonita pra mim? — pedi, e ela sorriu.

[...]

Eram 19h58min e eu estava aguardando no local marcado pelo meu date. Estava bem movimentado, afinal era uma data comemorativa e muitos casais estavam por lá admirando a vista. Era possível ver algumas luzes que eles colocaram nas árvores para criar um ambiente iluminado. Fadas voavam por todo canto, deixando seu brilho cair e fazendo com que o cenário ficasse ainda mais lindo.

— Você veio — falou alguém atrás de mim, e, nesse momento, senti um arrepio passar pelo corpo ao escutar a voz grave e rouca da pessoa. Virei-me para olhá-la e o choque foi grande quando vi Min Yoongi segurando uma rosa e uma caixa de bombom nas mãos.

— Min Yoongi? — disse, espantado. Isso só podia ser um sonho, não tinha como ser real.

Ele concordou com a cabeça e deu um sorriso sem graça.

— Surpreso? — ele perguntou.

— É claro, eu nunca iria imaginar que o cara mais popular e bonito da escola queria ter um encontro comigo!

— Por que não? — perguntou, confuso. — Eu pensei que você já sabia que era eu quem tinha chamado para um encontro.

— Como eu ia saber? — Eu também estava confuso.

— No bilhete, eu deixei as iniciais do meu nome. — Peguei o bilhete dentro da minha bolsa e vi que no final havia as letras MYG. Min Yoongi.

Abri a boca, incrédulo, e olhei para ele, que naquele momento me encarava curioso. Como eu pude ser tão sonso? Talvez se eu tivesse prestado um pouco mais de atenção, eu teria descoberto isso.

— Então você não tinha reparado que era eu quem tinha mandado o recado para você? — Neguei com a cabeça e vi que ele sorriu.

— Não. E essa possibilidade não passou pela minha cabeça, como eu disse anteriormente.

— Por que não?

— Você é Min Yoongi, o garoto mais popular do colégio — disse como se fosse óbvio, e ele revirou os olhos.

— E isso me impede de mandar um bilhete para o garoto que eu gosto? — falou, e eu arregalei meus olhos. Isso era um sonho?

— Você gosta de mim?

— Sempre gostei, Jimin. Desde que entramos no Fundamental. — Ele segurou minha mão. — Pode não parecer, mas mesmo de longe eu sempre cuidei de você e te observei. Você é um garoto fantástico e uma fada incrível.

— Eu não tenho asas, então não posso ser incrível — falei sem graça e abaixei a cabeça.

Eu estava acostumado a não ter asas, sentia-me seguro sobre isso na maior parte do tempo, mas sempre tinha alguém para falar alguma coisa desagradável e isso me afetava vez ou outra. Várias vezes eu ouvi que muita gente não gostava de ser vista com fadas sem asas e, como Min Yoongi era um cara tão popular, cheguei a pensar que talvez ele pudesse ser esse tipo de pessoa.

— E desde quando isso é motivo para você não ser fada incrível? — Ele levantou meu rosto. — O fato de você não ter asas só te torna mais especial ainda para mim, pois eu consigo te ver e saber quem você é, o quão inteligente e leal aos seus amigos você é. — Yoongi me encarou nos olhos e colocou suas mãos em minhas bochechas.

— Eu pensei que fadas padrão seriam mais o seu tipo.

— Pois pensou errado. — Ele sorriu, e eu retribuí. — Eu procurei muitas formas de chegar em você e te falar o que sinto, mas simplesmente não conseguia. Então, quando vi que meu prazo estava acabando, já que esse é o nosso último ano escolar, resolvi então, com o incentivo dos meus amigos, participar deste correio elegante e assim declarar o meu amor por você. — A cada frase que saía de sua boca, mais meus olhos se enchiam de água.

Quer dizer que o cara por quem eu sempre fui apaixonado também era apaixonado por mim? Inacreditável.

— Quando estava vindo pra cá, meu coração estava acelerado, minhas mãos suando, e eu estava muito nervoso. Ainda estou na verdade — Yoongi confessou e soltou um risinho, aproximando nossos rostos. — Vou entender se não sentir o mesmo por mim, Jimin, afinal, nunca fomos muito próximos. Mas, mesmo que você não tenha nenhum sentimento por mim, eu gostaria que começássemos como amigos e assim, aos poucos, eu vou te conquistando, para que chegue ao ponto de você corresponder ao meu amor.

Assim que ele acabou de falar, as lágrimas que estavam acumuladas em meus olhos caíram pelo meu rosto e senti os dedos de Yoongi as limpando com cuidado. Ficamos nos encarando por um tempo, e eu conseguia ver em seus olhos que todas as palavras ditas por ele eram verdadeiras.

— Eu não vou te dar essa chance, Yoongi — comecei baixinho, e sua feição ficou triste por um momento. — Você não precisa dela, pois também me conquistou na primeira vez que eu te vi no Ensino Fundamental. — Ele arregalou os olhos e um pequeno sorriso surgiu em meu rosto. — Eu sempre gostei de você, mas nunca te disse nada por medo de levar um fora, igual os outros levavam. Eu não sei quando e nem como aconteceu, mas meu amor por você só aumentou. — Ele sorriu e fez um carinho em minhas bochechas, fazendo-me fechar os olhos para aproveitar o momento.

— Eu não estou sonhando, estou? — perguntou em um sussurro.

— Não, isso aqui é real. E nesse momento, eu sou o garoto mais feliz do mundo. — Aproximei mais ainda nossos corpos, deixando nossos lábios raspando um no outro. — E, se você estiver disposto, eu entro junto com você nesse barco e vamos viver as mais loucas histórias de amor para que no futuro possamos contar aos nossos netos como nosso amor foi lindo — sussurrei e me atrevi a selar nossos lábios de forma leve e rápida.

No momento em que Yoongi abriu seus olhos, percebi pequenos indícios de lágrimas, assim como havia nos meus também. Ele se afastou um pouco de mim e deixou a caixa de bombom, junto da flor, em cima do banco, voltando até mim, tocando minha bochecha com o polegar e olhando no fundo dos meus olhos antes de abaixar a cabeça e tocar meus lábios com os seus, dessa vez de forma mais firme.

A princípio foi um selinho, mas depois de alguns segundos sua língua pediu permissão para tocar a minha e eu cedi, iniciando assim um beijo calmo e romântico. Nossas línguas se conheciam e exploravam a boca um do outro. Beijar Yoongi era maravilhoso. Ele era maravilhoso. Aquele momento era maravilhoso.

Quando o ar se fez presente, nós nos encaramos com um sorriso nos lábios e ele pegou os presentes novamente, entregando-me.

— Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento — ele confessou e me deu um beijo na bochecha.

— Eu também esperei muito por esse momento. — Sorri, e ele segurou minha cintura.

— Você confia em mim? — perguntou, olhando no fundo dos meus olhos.

— Como nunca confiei em ninguém — respondi, e, no mesmo momento, Yoongi abriu suas asas douradas, dando um impulso para cima. Logo senti meus pés saírem do chão, fazendo-me segurar com mais força em seus ombros.

Então essa era a sensação de voar?

Assim que atingimos uma altura considerável do chão, Yoongi nos sentou em uma árvore, virou-se para mim e continuou com a mão na minha cintura.

— Eu te amo, Jimin. — Seus olhos estavam brilhando.

— Eu também amo você, Yoongi. — Após dizer isso, ele selou novamente nossos lábios, e naquele momento eu era o garoto mais feliz do mundo.

Quando eu chegasse à minha casa, iria agradecer à minha mãe. Se não fosse por ela, eu não teria tido o momento mais incrível e mágico da minha vida.


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Notas Finais: Essa foi a One de hoje e eu espero que vocês tenham gostado dela. Lembrando que opiniões e críticas construtivas são sempre bem vindas ❤️

11 Juin 2023 00:11 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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