Sentado em uma velha poltrona, olhando o fogo da lareira, um homem de cabelos grisalhos segurava uma antiga fotografia. Os flocos de neve caiam demasiadamente do lado de fora daquela velha mansão. Os jardins que tanto amara e que já foram lindos e bem cuidados, agora estavam cobertos pela nevasca.
O senhor olhou novamente para a fotografia enquanto ajeitava o cachecol já quase acabado em seu pescoço. A casa estava escura, sendo apenas iluminada pela lareira. Seus olhos que um dia já fora de um azul vivo, agora estavam cinzentos devido ao tempo. Aproximou a fotografia de seu rosto para enxergar melhor, suas mãos tremiam; esse era resultado da velhice.
Com noventa anos, Naruto Uzumaki poderia dizer que já viveu tudo que podia. Sua pele enrugada, era como cicatriz do tempo, o alertando que sua hora já estava chegando. Mas apesar da idade, ele sentia como se ainda fosse o garoto hiperativo e cabeça oca. Um pouco mais maduro, talvez. Falar sobre sua velhice nunca fora um problema, até perde-la. Ah, sim, quando ela partiu, fora reparar o que velhice trazia. Mesmo que muito de seus amigos tivesse partindo antes, ele nunca pensara que ela fosse o deixar primeiro.
Olhou para fotografia de seu casamento. Fora há tantos anos, mas era como se tivesse sido ontem. Sua memória, mesmo prejudicada pelo tempo, nunca esqueceria um sequer momento que tivera ao lado dela. O doce sorriso que Hinata dedicara somente a ele por todos aqueles anos; as bochechas coradas; sua voz serena e até mesmo seu olhar zangado.
Tudo fazia seu pobre coração bater acelerado e apaixonado.
Levantou-se devagar, o loiro caminhou até seu escritório. Os móveis estavam velhos e empoeirados. Os retratos da família raio de sol, ainda estavam espalhados pela casa como Hinata havia deixado. Quando adentrou o recinto, a primeira coisa que viu fora sua capa de Hokage que estava pendurada em um cabide horizontal. Ainda caminhando em passos lentos, o Uzumaki sentou-se em sua cadeira. Sua coluna dava fisgadas dolorosas.
Com as mãos, levemente, tremendo, Naruto procurou uma caneta e um papel em branco. Os achando, ele expirou o ar para seus pulmões, pensando em como ele começaria aquilo.
Nunca fora bom em palavras, mas ela sim. Segurou as lágrimas. Então, ele começou a rabiscar a folha em branco. Algumas lágrimas molhavam o papel, mas eram lágrimas de felicidade pelas recordações boas que tivera enquanto escrevia.
Sobre o vasto campo de girassóis, ele a observava. Os longos fios azulados esvoaçavam conforme a brisa, enquanto ela se banhava dos raios solares, com seus olhos fechados.
Ele aproximou-se, cautelosamente, com medo que fosse somente uma miragem de sua mente. Antes mesmo que a tocasse ela se virou, encarando-o. Um sorriso apoderou-se dos lábios feminino enquanto as lágrimas escorriam por sua face angelical. Sem esperar, abraçou-o.
As mãos dele foram de encontro para uma caricia, mas hesitaram antes que a tocasse. Aquilo era um sonho? Porque se fosse, ele não queria acordar. Ele podia sentir o cheiro dela, como também sentir a pele macia em contato com a sua. Como sentira falta daquilo. Seu coração apertou-se, fortemente em seu peito. Sem mais hesitar, ele a tocou. Abraçando-a tão fortemente como as dores em seu coração. Escondeu seu rosto na clavícula dela, inspirando o doce perfume.
Ao longe, um homem de longos cabelos castanho-escuros, observava junto de outras três pessoas. Finalmente, ele veio os encontrar, pensou sorridente o homem. Aquele lugar, se tornaria, finalmente, um paraíso.
Sobre o que ele havia rabiscado, fora somente um obrigado.
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