"Foi naquela sala incógnita que o destino me fez compreender, do que de fato, a realidade é feita..."
caminhando pelos largos corredores da antiga mansão, Josué Matias está prestes a vivenciar uma experiência inacreditável. Ao percorrer o interior do casarão o homem se depara com uma porta de pedra localizada na região central da rústica construção de madeira. Estranhou aquele elemento robusto localizado naquele lugar aleatório.
Em seus trinta e três anos trabalhando com demolição de construções abandonadas, Josué sempre costumava encontrar artefatos ou antigos móveis que conseguia revender facilmente, mas nunca havia se deparado com algo daquele tipo.
Não pensou duas vezes em avisar Fernanda, a estudante de Arqueologia que sempre o ajuda a diagnosticar e vender artefatos encontrados nos seus trabalhos.
Josué Mathias liga imediatamente para a moça:
— Alô, Fernanda, como você está? Tenho um serviço para você!
— Oi Senhor Jô, eu estou bem, e você? Ligando-me a estas horas da tarde, deve ter encontrado algo de valor aí, não é?
— Fernanda, preste muita atenção: Dessa vez não é talher de ouro nem nada com aparência valiosa, mas você precisa ver isso. É incrível, eu olhei pela fresta... e... é...
— Calma! O senhor está eufórico. É só me mandar uma foto que tento diagnosticar daqui mesmo.
— Pois é! Ao me aproximar da porta de pedra que dá acesso à sala, meu relógio, o celular e até o GPS desligaram. Não da para tirar foto!
— Como assim? Explica isso melhor Jô!
— Estou avaliando aquela mansão velha que te disse, lembra? Aqui próximo da Reserva Florestal Majé. A ideia é iniciar a demolição ainda nessa semana e por isso resolvi vir até aqui antes par~~~ — Um ruído agudo interrompe as palavras proferidas por Josué.
Fernanda se assusta com tal sonoridade e percebe que a ligação havia perdido o sinal. Tentou retornar, mas não obteve sucesso.
Assim, o destino levou Fernanda até a misteriosa habitação abandonada. Numa bela manhã de Domingo, ela finalmente encontra o local onde Josué havia dito. Combinou com amigos do curso em realizar um trabalho de campo no local, e como de costume foi a primeira a chegar. Encarando a carcaça de madeira da grande construção colonial, ela desce de seu 4x4 devagar, fitando o casarão hipnoticamente.
Quando se deu conta, estava caminhando pelos largos corredores da velha mansão. Seu celular e GPS desligam. O coração acelera e um calafrio toma o corpo da moça. Foi aí que percebeu estar diante da porta de pedra encontrada por Josué.
Ao diagnosticar melhor tal estrutura arquitetônica ela se deu conta que a porta faz parte de algo maior. No centro daquela mansão de madeira, existe um cômodo oculto. Uma sala cúbica de pedra com grafias entalhadas. Mesmo com seu vasto conhecimento, ela não conseguiu associar tais símbolos com nada que ela tivesse estudado.
A moça confirmara que tal morada apresenta aspectos que indicavam teorias explicadas por sua professora, sendo que tal casarão foi morada de jesuítas do século dezesseis. Conflitos com povos indígenas também ocorreram no local, entretanto explicar o misterioso cômodo rochoso era algo impossível.
A porta que dá acesso ao interior da improvável sala, não possui maçaneta nem dobradiças, mas ao empurra-la se abriu facilmente. Fernanda deixa sua curiosidade vencer o medo de vez, e se adentra na sala misteriosa.
Ao cruzar a porta um calor percorre todo seu corpo. Ela se vê num local surreal. Não existem mais paredes quebradas nem o teto esburacado, apenas um amplo espaço vazio e luminoso preenche seu redor.
Ao procurar a porta aonde havia entrado, encontrou apenas luz. Olhou suas mãos e não enxergou nada, como se seu corpo fosse invisível. Com o clarão ofuscante em sua visão, ela naturalmente volta seu olhar para o chão, e percebe apenas sombras.
— Ei! Sabe do que a realidade é feita? — Fernanda escuta a voz de Josué.
— Senhor Jô? É você? O que está acontecendo?
— Os sentidos humanos podem ser nosso melhor GPS sabia moça? Devia ter deixado seu medo te guiar. Agora, peregrinarás até transcender... — A voz, antes de Josué, agora se tornou áspera e debochada.
Pegadas de luz se projetam pelo infinito solo sombrio, e Fernanda começa seguir freneticamente.
— Não é Josué! Quem conversa comigo?
— Fernanda, somos muitos, sem rótulos. Mas os seus já nos deram vários nomes. Talvez ouvisse falar em Demônios. Druidas. Duendes ou Gnomos. Estes foram alguns nomes pelo mundo, mas por aqui, costumavam dizer... CURUPIRA!
"Não há tempo, não há espaço, não há matéria... Foi naquela sala incógnita que o destino me fez compreender do que de fato a realidade é feita"
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