akthomaz Karoline Thomaz

A mansão localizada na estrada do Dique sempre despertou a curiosidade dos moradores locais. Dizem que a construção é antiga e que abrigou diversas famílias ao longo dos anos. Mas o que ninguém sabe é que por trás das portas daquela casa, esconde-se uma história triste de amor e tragédia.


Thriller/Mystère Tout public.

#asalasecreta #suspense #misterio #amansao
Histoire courte
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A mansão na estrada do Dique

Aqui é comum ver casas abandonadas às margens das estradas, já que muitas pessoas preferem viver perto do centro, onde tudo é mais acessível. Mas uma delas sempre chamou minha atenção: uma mansão na estrada do Dique, cercada por uma floresta densa e que certamente já pertenceu a alguém muito rico.

Sempre que passo por lá durante minhas caminhadas matinais, fico intrigada com aquela casa. Nunca pensei que teria coragem de entrar, até que um dia, enquanto caminhava, encontrei um filhotinho de gato em frente à mansão, chorando. Quando tentei ajudá-lo, ele correu para dentro da casa, deixando-me curiosa e decidida a entrar para resgatá-lo.

Assim que eu entrei, fui confrontada por uma escuridão que quase podia sentir. Os móveis estavam cobertos de poeira e as janelas estavam quebradas, deixando o vento frio entrar e sair. Eu podia ouvir o rangido das tábuas sob meus pés enquanto eu andava pelo corredor principal. Olhava para tudo ao meu redor, vendo a beleza que foi esquecida por anos.

Me senti mais corajosa, talvez até imprudente, e decidi explorar enquanto chamava pelo filhote. Andei pelo corredor e encontrei uma porta que estava trancada. Forcei a maçaneta, mas não cedeu. Então eu comecei a empurrar a porta com mais força, enquanto rodava a maçaneta enferrujada. Finalmente, ouvi um clique e a porta se abriu.

Dentro da sala, eu descobri que era muito diferente do resto da mansão. Tudo estava limpo, não havia poeira, nem teias de aranha. A iluminação era suave, com velas iluminando a área. As paredes eram pintadas de vermelho sangue, dando uma sensação arrepiante. No meio da sala, havia uma mesa de jantar grande e opulenta, com cadeiras correspondentes que me faziam pensar que a realeza jantava ali.

Enquanto eu andava pela sala, olhando para as paredes, notei algo que parecia fora do lugar. Havia uma alavanca escondida perto de uma das janelas. Eu me aproximei dela e puxei, e para minha surpresa, uma parte da parede se moveu. Havia uma passagem secreta que eu não tinha notado antes.

Eu sabia que não deveria ir, mas minha curiosidade me levou a explorar mais uma vez. Desci as escadas, ouvindo o som dos meus pés batendo nas tábuas de madeira, até chegar a uma outra porta. Eu sabia que devia ir embora, mas a curiosidade estava me matando, então eu decidi entrar.

Era um quarto pequeno, mas muito bem decorado. Havia um espelho no centro da parede, que refletia o meu rosto. A cama era enorme, parecida com a do quarto da Rainha. Eu olhei em volta analisando cada canto do quarto. Então, eu vi uma carta em cima da cama. Ela estava endereçada a uma mulher chamada Isabella, e parecia ser de alguém que amava muito.

À medida que eu lia a carta, percebi que era um amor proibido. O autor da carta, um homem chamado Charles, estava confessando seus sentimentos por Isabella. Ele escreveu sobre como

sentia uma conexão profunda com ela e como a amava, mesmo sabendo que esse amor era errado. Ele lamentava a situação em que se encontravam e pedia perdão por seus sentimentos.

Eu senti uma mistura de emoções enquanto lia a carta. Por um lado, fiquei triste pela situação difícil em que essas pessoas se encontravam. Mas, ao mesmo tempo, senti uma sensação de admiração pela coragem que Charles teve em expressar seus sentimentos.

Enquanto pensava sobre isso, ouvi um ruído vindo da porta. Virei-me e vi um homem parado ali, me encarando com uma expressão furiosa no rosto. Ele era alto e musculoso, com cabelos pretos e olhos azuis. Não sabia o que fazer, então apenas fiquei parada, olhando para ele com medo.

Finalmente, ele quebrou o silêncio. "O que você está fazendo aqui?" perguntou em um tom ameaçador.

Eu gaguejei algumas palavras, tentando explicar que não sabia que havia alguém morando na casa. Ele parecia desconfiado, mas depois de um momento, sua expressão suavizou.

"Me desculpe", disse ele. "Eu sou o atual proprietário desta casa, e às vezes eu venho aqui para me lembrar do passado. Eu não esperava encontrar ninguém aqui."

Eu olhei para ele com curiosidade. "Você conhecia essas pessoas?", perguntei, apontando para a carta em cima da cama.

Ele suspirou. "Sim, eu conhecia. Charles era meu melhor amigo, e Isabella era minha esposa."

Eu fiquei em choque: "Então... ela o traiu?"

A expressão de raiva voltou ao seu rosto e em tom ríspido ele respondeu: "Não, eles nunca tiveram a chance de ficar juntos, mas sei que se amavam profundamente."

Senti uma tristeza profunda ao ouvir isso: "Eu sinto muito", disse eu, "deve ter sido difícil para você."

Ele balançou a cabeça: "Foi, mas eu aprendi a perdoá-los. E espero que eles tenham me perdoado também. Eu não poderia ficar com raiva para sempre, especialmente porque eu amava os dois. Mas eu não soube lidar com a situação..." Sua voz tinha um tom ameaçador, o que me fez levantar a guarda.

Notei que suas mãos estavam manchadas de sangue e que suas roupas pareciam pertencer a outra época. Meu coração acelerou e, gaguejando, perguntei: "O que você fez com eles? Você... você está... morto?" Perguntei enquanto minha ficha caia.

Ele veio andando em minha direção. Eu tentei correr, mas tropecei, caindo por cima da cama. Ele parou de repente, olhando para o canto da porta. Lá estava o filhotinho que eu havia visto antes, junto dele estava outro e os dois miavam para o homem, como se tentassem dizer alguma coisa. Eu estava em pânico e só queria sair daquele lugar. Quando fui tomada por uma força, uma raiva incontrolável diante de tudo que estava acontecendo, resolvi pegar aquela carta e rasgar. Coloquei toda minha força até não restar um só pedaço. Enquanto eu fazia aquilo, o rosto do homem se transformou e se contorceu em total agonia, enquanto seu corpo se deteriorava no tempo. Os dois gatinhos se olharam e, como uma brisa suave, se desfizeram como um pó fino e leve.

Quando me dei conta, estava sozinha naquele quarto. Me levantei e saí correndo sem olhar para trás. Levei muito tempo para digerir essa experiência, principalmente depois que fui averiguar a história da casa e vi que o homem havia assassinado a esposa, o melhor amigo e se matado em seguida. Me pergunto quantas loucuras já foram e ainda serão cometidas por amor.

Hoje, passei em frente à casa em uma caminhada matinal e fiquei surpresa ao vê-la sendo demolida.

12 Avril 2023 19:43 2 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Karoline Thomaz Contadora de histórias. 🖤

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Karen Caroline Karen Caroline
Amo história assim 😍
June 27, 2023, 11:29
Amanda Kraft Amanda Kraft
Adoro essas estórias de fantasmas, principalmente quando há ajuda dos humanos. Mto bom, flor. Que bom vê-la aqui.
April 13, 2023, 19:04
~

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