—Filha—Começou o Doutor Daniel Langdon, famoso Geólogo Norte-Americano, Doutor em Paleontologia, do Banco da Frente de seu carro. Langdon era um homem extremamente compreensivo, e entendia o motivo de sua filha estar tão revoltada com sua atitude—animada para a nova escola?
Mas isso não significava que ele gostasse daquela situação. Isabella Langdon, a filha de Daniel Langdon, não respondeu a pergunta. Apenas continuou com o rosto virado para a janela, ouvindo música com os fones.
No fundo, Daniel se perguntava se deveria mesmo ter aceitado esse emprego em Londres. Na hora que a proposta de Professor na Universidade Stoakhead lhe foi oferecida, pareceu ser uma boa ideia…os benefícios acadêmicos eram inúmeros, e o salário perfeito. Mas o renomado Geólogo Nova Iorquino tinha também alguns motivos pessoais para querer se distanciar de Nova York, e principalmente, dos Estados Unidos como um todo.
E um deles foi a perda de sua esposa. Sendo imerso no mundo acadêmico desde muito tempo, em uma tarde de verão, Daniel Langdon fora convidado pela Universidade de Nova York, sua antiga empregadora, para participar de um evento, no qual várias palestras iriam acontecer. No caminho, sem querer, ele acabou esbarrando em uma outra palestrante, fazendo os papéis de ambos caírem.
Enquanto resolviam aquela bagunça, eles começaram a conversar. Ela se apresentou como Breanna Tully Ford, a recém contratada do Departamento de Física da Faculdade, e que havia sido convidada para palestrar sobre seus experimentos com Radioatividade e Colisão Nuclear. Embora fosse Geólogo, ele ficou bastante interessado na palestra, ainda mais quando viu a paixão com a qual a física falava. Como havia muito tempo para sua palestra começar, e o evento estava no início, Daniel foi ver a palestra de Breanna, e ficou tremendamente impressionado com o que vira. A paixão que aquela mulher falava, a defesa de seus argumentos…tudo isso havia deixado ele tremendamente maravilhado.
Com o telefone que ela tinha lhe passado, eles começaram a conversar, até que um dia, Daniel a convidou para sair. E para a sua surpresa, ele aceitou.
Aos poucos, o relacionamento dos dois evoluiu, até que o Brilhante Paleontólogo e a Brilhante Física se casaram, e cerca de 2 anos depois, a pequena Isabella nasceu, nomeada em homenagem a sua avó materna. Breanna e Daniel eram pais amorosos, e parecia que a vida familiar estava indo às mil maravilhas.
Mas algo terrível aconteceu. Breanna havia sofrido um infarto fulminante na sala do professores. Ela chegou a ser socorrida e levada para a ajuda, mas infelizmente, nada pode ser feito…O trágico e repentino incidente não só marcou demais a Isabella, mas também a Langdon, que por esse, e mais alguns motivos, aceitou o emprego na Inglaterra. Mas, como ele pensava, talvez deveria ter esperado um pouco…por mais que ele também tivesse sido abalado pela perda do amor de sua vida, Isabella também estava triste… e não reagiu muito bem a mudança de ares tão abrupta, logo após de ter perdido sua mãe. A menina havia se isolado em seu próprio mundo, marcado por raiva e isolamento.
Pai e filha não trocaram uma palavra, frente a recusa da menina em responder. Sabia que não deveria tentar falar algo.
Já era quase 13:00 quando o carro de Daniel alcançou a escola. Isabella olhou para o imponente prédio com certa…repulsa? Nem ela saberia dizer, seus sentimentos estavam confusos. Ela não queria estar ali…queria estar em sua casa nos EUA, com seus amigos…e principalmente onde sua mãe estava enterrada.
— Isabella—falou Daniel, antes que ela pudesse descer. O paleontólogo suspirou, estava tentando se abrir para a filha. Por mais que tivesse suas razões, uma parte de si se dedicava à auto-piedade por ter deixado sua impulsividade falar mais alto, e ter feito a filha se distanciar—eu sei que você provavelmente me culpa…mas quero que saiba que eu estou com você…está sendo difícil para mim também…
Isabella não respondeu. Daniel não conseguia dizer o que havia nos olhos da filha, mas teve coragem o suficiente para tentar algo. Ele tirou uma caixinha circular branca de seu bolso, enfeitada com uma fita azulada.
—Antes de tudo acontecer—tornou ele, enquanto Isabella pegava a caixinha- sua mãe comprou isso para você…sei que vai gostar de ter mais uma lembrança dela…
Ainda que estivesse presa naquele mar de sentimentos, a garota agradeceu, com um obrigada totalmente de sem emoção, e deixou o carro, sem se despedir de seu pai.. Caminhou a passos lentos, o que lhe deu tempo o suficiente para ouvir a ligação de seu pai.
—Leonardo—ouvia ela, à medida que ela caminhava para a entrada da escola. Deveria ser um colega do novo trabalho—você quase não me liga…o que?...Leonardo, fala devagar, ninguém consegue te entender quando você fala assim…o que? Isso é impossível, é impossível!...Elas estavam em um lugar seguro, como…está certo, estou indo para aí…
Isabella teve tempo de virar seu rosto, apenas para ouvir seu pai saindo a toda a velocidade, no nível que poderia causar um acidente se fosse descuidado. Sua sobrancelha ficou erguida. Ele nunca havia agido assim.
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