Pensei que o amor iniciava com uma exclamação e não como uma dúvida, ultimamente tenho visto que o amor se tornou somente uma figura mitológica e muitas vezes vazia.
Vi amigos que anseavam por uma paixão ardente, e no final era apenas um camelo sedento de sede e foi vorazmente engolido pelo mar que não conseguiam enxergar.
Outros tinham relacionamentos empolgantes e apaixonantes, pois adentravam em uma floresta que parecia ter um único espécime que poderia completá-los, porém o final foi que o espécime havia explorado o explorador, e o deixou tão seco como uma mata desmatada.
O amor é assim, não se sabe a hora em que acertamos ou erramos, as dúvidas são o poder da pesquisa de ter um semelhante ao seu lado, ou não. Creio que até o melhor dos melhores em coletar dados já tenha errado no objeto de estudo.
Somos hipóteses do universo e a todo momento, anseamos pelo inesperado, sofremos e rimos ao mesmo tempo. Esses dias, uma colega enviou uma mensagem me informando que o seu relacionamento de algum tempo havia terminado, e eu fiquei comtemplativa de como aquela saga finalizou.
Vamos ao relato, com nomes hipotéticos, Luiza e Cláudio tinham um relacionamento superior que 4 anos, se conheceram virtualmente através de jogos online, a vivência dos dois permitiu que outras amizades se formassem entre eles, e mesmo sendo uma relação a distância, permitiam-se viver cada um no seu estado.
Viajavam para se encontrar, se amar, se compreender, apesar dos dois se esforçarem em seus ambientes laborais para ter tempo de se encontrar.
O tempo foi passando, os dois tinham uma rotina para se encontrar de modo virtual e também pessoalmente, mas chegou um dia em que Cláudio disse a Luíza, "eu gostaria de terminar o nosso relacionamento, não me sinto bem a distância".
Luíza perguntou-se, se era ela que forçava o romance dos dois, ou se ele simplesmente não aguentou a pressão interna a qual ele passava.
Cláudio luta há anos contra a depressão, ansiedade e transtorno bipolar, mas não costumava contar o que sentia ou o que no momento lhe causava dor emocional. E Luíza por sua vez, também tinha suas dores emocionais, mas esquecia de como isso a abalava e tentava buscar respostas de Cláudio.
Ao ler dessa forma, percebemos que um esqueceu de compartilhar e o outro tentava ler o que o outro não dizia, tornando o relacionamento cada vez mais fechado e talvez, afunilou a ponto de Cláudio explodir sozinho, e então não valorizou anos de companhia e de paciência de sua amada.
O único erro de Luiza foi pensar que ela tinha errado, porque ele quem terminou, ela esqueceu do seu bem maior, 'ela', a mesma esqueceu dos próprios sentimentos que possui, da vida, dos detalhes dela, e que viver não se resume em depender do vazio que o outro não deixa adentrar para ajudar.
Porquê pensamos que o problema somos nós? porquê nos menosprezamos por outras pessoas? sendo que o mais importante para o funcionamento de um relacionamento é o nosso bem estar.
A maioria dos relatos de amor refletem a distância de um lado, a discordância, a frieza, a indiferença. É necessário que a ignorância nesse tema seja frisada, em como não aprender sobre si antes pode afetar o outro depois.
Há muitas florestas densas, que devem continuar como estão, assim como há lagos belíssimos que seriam interessantes nadar neles, mas apenas observá-los já nos garante respostas ensurdecedoras.
Somos nós dois? não, temos de ser um, unicamente almas afins que procuram por objetivos semelhantes, com respostas à mesa e claras como um céu limpo após uma chuva de lavar a alma.
E sim, preciso reler isto várias vezes a posterior, para aceitar que preciso seguir em frente se tiver que enfrentar uma floresta solitária ou um mar de tubarões.
Merci pour la lecture!
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