inial_lekim Inial Lekim

Porque, apesar das mentiras que lhe foram contadas, ela o amava.


Fanfiction Anime/Manga Tout public. © Os personagens mencionados pertencem à Masashi Kishimoto. Essa é apenas uma história feita de fã para fã.

#FNS #Naruto #Sabaku no Gaara #Karura #Menção a GaaLee #Aniversário #Gaara centred
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One feita em comemoração ao aniversário desse bebê 2D.

Espero que gostem

***

As noites no deserto eram frias, não que Gaara se sentisse incomodado com isso. Depois de anos caminhando pelas ruas de Suna enquanto todos os outros habitantes dormiam, ignorantes do perigo que estava a sua porta, os ventos gélidos passavam por seu corpo como se fossem uma simples brisa.

Então ele caminhava, calmo em sua patrulha. A lua no alto iluminava as ruas, além dos postes de luz. Gaara não se cansava de observar as mudanças que vieram após a guerra. Grandes prédios comerciais, outdoors, a ferrovia recém construída que ligava Suna a quase todo país.

Mas, em especial, ele olhava as bandeiras coloridas colocadas nas janelas das casas e apartamentos, as barracas de comidas e jogos, montadas ao longo de toda a rua principal e todas as faixas com os dizeres de “Parabéns” ou “Feliz aniversário”.

Durante anos, ele próprio não se importava com aquela data, vivendo um dia após o outro. Ele não se importava com a falta de presentes e sorrisos de alegria, que havia visto serem oferecidos a tantas outras crianças. Ele não se importava com o clima fúnebre que assolava a cidade quando este dia chegava, nem com os olhares de ódio que lhe eram dirigidos. Ele simplesmente não se importava com aquelas pessoas.

Mesmo agora, embora tenha começado a se preocupar com cada cidadão de sua vila, apesar de os olhares terem se modificado no decorrer dos anos e o dia não ser mais tão obscuro, ele ainda não importava.

Gaara via nos olhos de Temari e Kankuro a tristeza que aquele mesmo dia lhes trazia, ainda que eles tentassem disfarçar quando olhavam para ele. Os sorrisos eram mais curtos e os olhos desviavam dos seus quando iam lhe entregar um pequeno embrulho.

E ele não entendia o porquê de fazerem isso ano após ano, apesar da dor que pareciam sentiam.

Perdido em suas lembranças e pensamentos, sentiu seus pés se desviarem do caminho habitual e pararam em frente a um grande portão de ferro, onde tantas outras vezes havia se encontrado parado, mas nunca havia atravessado. Dessa vez, porém, sentiu a necessidade de continuar indo em frente.

Sentindo a presença de seus guardas escondidos nas sombras, ele abriu o portão.

O cemitério de Suna era tão calmo durante a noite, quanto era durante o dia. A poeira fina se levantava do chão com o vento. Andava entre as lápides, observando tantos nomes que lhe eram conhecidos, e lamentando a perda de grande parte deles. Os passos eram mais lentos que o habitual, talvez um pouco vacilantes, lutando contra o desejo de se virar e voltar para as ruas já tão conhecidas e que lhe proporcionavam certa segurança.

Mas ele continuou.

Ao longe, ele viu uma estátua de areia que se mantinha firme contra os ventos. Parou por um instante, tirando a cabaça de suas costas e colocando-a no chão. Nos próximos passos, sentia a areia escorrer por sua pele, desfazendo pouco a pouco sua armadura. E então, ali estava ele. Sem qualquer escudo ou proteção, tão indefeso quanto no dia em que sua mãe perdeu a vida para que ele vivesse.

Gaara olhou para estátua, moldada com tamanha exatidão, que continha cada mínimo detalhe da aparência de sua mãe. Ele se perguntou se ela teria mudado muito se tivesse sobrevivido. Há muito tempo que não pensava nos ‘e se’.

Não haviam flores em seu túmulo, mas ele sabia que até o final do dia, seus irmãos iriam ali. Cada um em um momento e nenhum dos dois falaria sobre isso depois, como se fosse um assunto proibido. Não conseguia pensar em como eles se sentiam, já que ele nunca chegou a conhecer de fato essa mulher que diziam ser incrível. Kankuro conviveu mais tempo com ela, e Temari ainda mais do que ele.

Pensou em seus filhos, dormindo tão tranquilamente. Metal deveria estar agora abraçado a um de seus antigos ursos de pelúcia, enquanto Shinki estaria completamente descoberto depois de jogar seu cobertor no chão como fazia todas as noites. Como seria não poder vê-los crescer?

ᅳ Desculpe demorar tanto tempo para visitá-la. ᅳ Olhou para os olhos da estátua, não sabendo o que poderia dizer.

Queria se desculpar por ter tirado sua vida e tê-la roubado de seus filhos e seu marido. Queria falar sobre a culpa que sentia por ter acreditado em Yashamaru durante tanto tempo, e por não ter vindo anos atrás quando seu pai finalmente lhe revelou toda a verdade.

Sua mãe o amava. Apesar de tudo, ao contrário de todas as mentiras que lhe foram contadas, ela o amava.

ᅳ Hoje é meu aniversário. ᅳ Ele pensava em cada palavra, tentando elaborar o que deveria dizer. ᅳ Pela primeira vez vão fazer uma festa. Eu não queria, mas Lee e as crianças ficaram tão felizes com a ideia. ᅳ Sorriu levemente, ante a memória de como Metal ficou animado com a ideia de fazer uma grande festa, e até mesmo Shinki, que é normalmente uma criança bem quieta, dava ideias do que gostaria que tivesse. ᅳ Eu tive filhos. Dois. Bom, na verdade, Metal é filho do meu marido, mas isso não faz diferença para mim. Gosto de pensar que você gostaria deles se os conhecesse.

Sentia o frio de forma mais intensa agora que os ventos atingiam sua pele diretamente, sem a armadura de areia para protegê-lo. Ainda sim, ele continuava a lhe falar. Falava a respeito da guerra, sobre Lee e as crianças, sobre Temari e Kankuro, sobre como era ser o Kazekage. Falava sobre tudo que havia feito e sobre as mudanças que teve em sua vida.

ᅳ Lamento que tenho perdido tanto ᅳ Gaara sussurrou, sentindo suas palavras serem levadas com o vento.

Lembrava-se de, a muito tempo, Naruto ter lhe falado sobre seus pais e sobre haver de fato algo após a morte. Ele lhe disse que eles estavam bem, e estavam juntos. Sentia-se bem imaginando que sua mãe estaria em um lugar melhor, onde nada de ruim poderia alcança-la.

ᅳ Por muito tempo, esse dia não teve qualquer significado para mim. Em nada diferenciava do ontem e do amanhã. ᅳ Ele se ajoelhou, tocando a lápide fria. ᅳ Mas agora, apesar de tudo, eu gostaria de te agradecer por ter me dado a oportunidade de viver e conhecer alguém que fez toda minha existência ter significado.

Com um curto aceno de mão, a areia moveu-se em sua direção, rodopiando aos pés da estátua e tomando a forma de diferentes flores, em um arranjo que cobria quase todo o túmulo.

Gaara levantou-se, olhando para sua obra.

ᅳ Obrigado pelo seu amor ᅳ disse, por fim.

Enquanto de afastava, a areia subia por sua pele cobrindo-o completamente. Pegou a cabaça e prendeu-a as costas. Caminhava lentamente, sentindo-se em paz.

Fez o caminho para casa, dessa vez olhando com outros olhos as decorações nas ruas, sentindo-se feliz por poder vivenciar aquele dia.

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26 Février 2018 16:56 2 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
8
La fin

A propos de l’auteur

Inial Lekim 22 anos. Pisciana. Escritora. Sonhadora. Fotógrafa e Desenhista quando surge inspiração. Vocês já ouviram a palavra de KakaGai hoje?

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Boo Alouca Boo Alouca
É ÓBVIO que eu não podia deixar de passar aqui e reler essa homenagem linda pro nosso nenê, que quase nos fez explodir em 19 de janeiro, pq achamos que plotamos a mesma coisa haushsushs É tanta sintonia nesse trisal, que acontece essas coisas... Te amo nenê ❤️ Serzinho maravilhoso que nunca fez ninguém sofrer por causa de fic, principalmente eu... Né...
July 10, 2018, 20:56

  • Inial Lekim Inial Lekim
    Aquela fic que quase não ganha a vida por causa da nossa conexão huiehueheuhuehue Olia aqui, você sofre por coisa fofa meo deos... MAS TE AMO <3 August 31, 2018, 22:44
~