Roslyn Evans Malfoy não era, de fato, uma Evans, tampouco uma Malfoy. Pelo menos não da maneira que todos pensariam.
Era uma história engraçada que não podia ser contada fora de sua mente.
Ela vinha de um lar destruído, uma infância dolorida e uma série de tentativas falhas de sobrevivência. Nada foi como deveria ser, apesar de ter se convencido do contrário. Com o tempo aprendeu a desligar aquela parte do cérebro que a fazia se importar com si mesma, como um botão que apertava ou qualquer mecanismo que fosse, porque foi a única maneira de seguir em frente. E não se arrependia. No entanto, aquela pequena parte que se importava com os outros, mesmo alimentada por sua mãe por tão pouco tempo, persistia em resistir às suas tentativas de sentir o absoluto nada e precisou aprender que sentir era necessário, assim como manejar esse sentimento de maneira correta – ou de forma conveniente – era essencial. Manejar a própria mente era essencial.
Ela tinha sete anos quando usou uma varinha pela primeira vez. Foi na noite em que invadiu o porão da casa onde morava e encontrou o que parecia ser todos os pertences de sua mãe, incluindo a varinha. No primeiro movimento, uma caixa inteira entrou em chamas. Teve sorte de estar sozinha naquele momento ou teria sido espancada a noite inteira.
Com onze anos foi forçada a usar o feitiço da morte pela primeira vez. Seu avô a trancou em uma sala com um elfo, deixando-a sem comida e água até que tirasse a vida da criatura que tinha recebido ordens para não se mover ou sair. Foi a primeira vez que o viu chorar e ela mesma chorou quando percebeu que as lágrimas de sua companhia não eram por causa do fim iminente da vida.
Então aprendeu que sua família era cruel, sua mãe não. Por isso sua mãe estava morta enquanto eles continuavam a torturar quem quisessem no sigilo comprado pela fortuna e o medo.
Com treze anos sua oclumência era aceitável, mas seus feitiços não-verbais eram perfeitos. Ninguém gostava de ouvir sua voz, então precisou aprender a se adaptar. Também foi quando matou uma pessoa pela primeira vez. Em sua defesa, o homem atacou primeiro.
Pouco podia ser feito depois disso. Era uma criança condenada a falhar e ser torturada pelas consequências de suas decisões, mas muito podia ser feito pelos outros.
Descobriu isso por acaso quando um anjo desconhecido surgiu em sua casa. Então, de repente, seu avô era apenas a sombra de um homem cuja crueldade afetava um mundo além dela e isso a enfureceu.
Harry Potter estava sofrendo, um mundo estava entrando em guerra pelos motivos errados, famílias estavam sendo destruídas. Tudo por causa de um único homem. Alguém que ela mesma mataria.
Com quatorze anos e uma mente madura demais para a idade, Roslyn se olhou no espelho pela primeira vez em meses. Encarou seu rosto com cuidado, procurando pelas características que a entregavam com mais facilidade. Ficou em duvida entre ruivo e loiro para os cabelos, mas com certeza seus olhos seriam azuis e bem claros, completamente diferente dos de seus pais. Quando finalmente decidiu a cor dos cabelos, um plano se formou em sua mente e ela sorriu com o resultado. Precisava chamar a atenção certa das pessoas certas. Então, em seguida, foi a vez dos sobrenomes. Primeiro pensou em Potter, mas isso provavelmente afastaria Snape e Malfoy. Ser uma Snape era obvio demais e não havia nenhuma desculpa além da verdade, igualmente com Prince. Então pensou no sobrenome trouxa de sua mãe, desconhecido por seu avô porque a mulher era uma ninguém, e no sobrenome que podia encontrar na linhagem dela – de acordo com os documentos do porão que furtivamente estudava. Um risco duplo que levantaria muitas perguntas, mas que funcionaria.
Um pouco antes dos quinze ela saiu dos terrenos pela primeira vez, deixando para trás um corpo fisicamente semelhante ao seu e uma residência em chamas.
Então, finalmente, um pouco depois dos dezesseis anos ela ergueu a varinha e apontou para Alvo Dumbledore, alguns minutos antes de descobrir que ela e Harry Potter estavam mais condenados do que imaginavam.
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