Os cabelos negros, os cristais azuis, o sorriso, a voz. Não havia como negar, Stanley estava encantado por Delayoh. Quando a viu sentiu seu coração bater mais forte, seus olhos azuis elétricos brilhavam, e quando ouviu o seu nome, não conteve o sorriso. Encontrou o amor de sua vida 113 anos depois.
Porém, não vai se declarar logo, a deusa alemã é reservada e discreta, não gosta de atos repentinos e ela poderia se assustar ou achar que era uma afronta. Então, o deus americano decidiu que a melhor forma de se aproximar de Delayoh era conversando. E foi isso que fez.
Um dia foi até a casa dela em Berlim, ele foi recebido por Hera.
— Stanley, que surpresa meu sobrinho. Qual motivo de sua honrosa visita? — Perguntou Hera.
— Olá, tia Hera. — Cumprimentou Stanley. — Vim conversar com Delayoh e a convidar, claro se ela quiser, para um passeio.
Nesse instante, Stanley notou uma música que tocava e perguntou que música era aquela. Hera respondeu que a melodia vinha do andar de cima, pois, sua filha estava dançando ballet, o que deixou Stanley mais encantado. Ela disse que iria falar com a filha e pediu para ele aguardar.
Em um quarto grande, Delayoh fazia alguns passos de ballet, a cada passo que fazia, parecia flutuar; seus longos e negros cabelos estavam soltos e acompanhavam cada movimento. Hera ficava admirada ao ver a filha dançar e também admirava a sua beleza, como ela é belíssima. Gerou sozinha a filha perfeita.
— Mutter. A quanto tempo está aí? — Perguntou Delayoh, assim que parou de dançar.
— Não faz muito tempo, meine totcher. — Respondeu Hera. — Eu estava vendo e ficando maravilhada com a sua dança. Tens talento.
— Danke. Mas não vieste aqui apenas para me elogiar.
— Eu vim aqui para dizer que o Stanley está na sala, ele veio te convidar para um passeio.
— O Stanley está aqui e quer me convidar para um passeio? Por qual motivo ele quer fazer isso?
— Eu desconfio que ele gosta de você, posso dizer até que ele está apaixonado por você, meine totcher.
— Apaixonado por mim? Ora, mutter, é apenas impressão sua. Afinal, eu e Stanley nos vimos apenas uma vez na minha coroação, não tem como ele estar apaixonado por mim.
— Devo discordar, pois, é isso que vejo nele, quando falou de você, os olhos dele brilharam e mal conseguia disfarçar o sorriso. Também reparei que tu gostaste dele, via seu sorriso, os dois dançando. Estavam se dando muito bem. Então, vai aceitar o convite dele?
Com o que Hera falou, Delayoh sentiu as bochechas ruborizarem e sorriu. Ela disse para avisar Stanley que ela aceitava o convite, só iria trocar de roupa e já ia descer. Hera avisou ao deus americano, que ficou aguardando. Depois de algum tempo, Delayoh surgiu altiva, ela usava um vestido rosa reto, decorado com uma fita de seda e uma flor. Enquanto ela descia a escada, Stanley estava fascinado, seu coração batia mais forte.
— Guten tag, Stanley. É um prazer o receber aqui e também será um prazer o acompanhar nesse passeio. — Disse Delayoh.
— Oi, Delayoh. — Disse Stanley. — Também será um prazer fazer esse passeio com você. Então, vamos?
— Vamos. Ah, mutter. Se alguma notícia vier das colônias alemãs na África, você pode as receber e depois passar para mim?
— Claro, totcher. Aproveite o seu passeio. — Disse Hera.
Os dois saíram e deram uma volta na praça. Conversaram muito, sobre diversos assuntos, seus países, seus pais, suas manias e jeitos de ser. Sorrisos eram trocados, risos eram dados. Estavam mais próximos. Stanley tirou uma folha que havia caído no cabelo de Delayoh, se olharam nos olhos, como se sentissem a ligação entre eles.
...
Já havia anoitecido, Delayoh estava em seu quarto, penteando seus cabelos e Stanley estava em seus pensamentos. Como gostou de estar na companhia dele, das risadas que deram juntos, de como foi atencioso ao tirar a folha do seu cabelo. Ela pode até não admitir, mas começava a sentir algo pelo deus americano.
...
Delayoh havia percebido que Stanley estava apaixonado por ela e que queria se declarar. Com o tempo, o mesmo sentimento crescia dentro dela, mas não falou diretamente, primeiro ela precisava ter certeza do que estava sentindo. Foi então que foi surpreendida, Stanley mandou uma mensagem austral, a convidando para um passeio, pois, precisava falar com ela. Delayoh sugeriu que se encontrassem na floresta negra. Se encontraram e Stanley era pura ansiedade.
— Então, você disse que queria me falar algo? — Perguntou Delayoh.
— Sim, mas não sei se vou conseguir falar, estou muito nervoso. — Disse Stanley.
— Pode falar, não tenha medo.
— Eu estou completamente apaixonado por você, Delayoh.
— Was?
— Achei que era um sentimento passageiro, mas esse amor foi crescendo, crescendo e tomou conta do meu coração, não tem um dia que passe sem pensar em seus cabelos negros, longos e sedosos, do seu perfume de rosas, em sua boca, nos seus olhos que são como cristais, tudo isso me encanta em você e estou perdidamente apaixonado, suspiro até em ouvir seu nome, Delayoh.
— Nossa, eu não esperava receber uma declaração dessas. — Delayoh estava sem reação diante de Stanley. — Confesso que no início, eu não estava segura sobre o que eu estava sentindo. Mas agora que tenho certeza, estou começando a sentir algo por você.
— Isso é sério, Delayoh? E o que seria? — Stanley perguntou esperançoso e um pouco receoso da resposta dela.
Delayoh caminhou com passos lentos até uma árvore, se apoiou nela e disse com uma voz baixa, quase não dando para escutar.
— Estou começando a sentir amor por você.
— Não ouvi, poderia repetir?
Delayoh respirou fundo, se virou para Stanley e disse:
— Eu disse que estou começando a sentir um amor por você.
Stanley abriu um sorriso largo, se ela começava a ter sentimentos por ele, significava que seria correspondido. Ele tentou fazer uma ousadia, se aproximou dela e tentou beija-la, mas Delayoh virou o rosto, o deixando confuso.
— Sei que está apaixonado por mim, mas sinto que se ficarmos juntos teremos problemas. — Disse Delayoh com um certo receio.
— Que problemas?
— Primeiro: Estados Unidos fica do outro lado do Atlântico, não vai ser sempre que vou te ver. E os nossos pais. Sua mãe não gosta nem um pouco da minha, minha mãe também o mesmo, as duas vivem se estranhando. E o nosso pai não vai gostar nenhum pouco se ficarmos juntos. Sabe que ele tem essa paranoia de romance entre irmãos e de algum jeito, nós somos irmãos.
— Não há barreiras para o amor, pensa bem, meu pai e sua mãe são irmãos, eles nunca poderiam se relacionar, mas se apaixonaram, casaram, tiveram filhos, se amaram muito, mesmo sendo irmãos. — Stanley abriu o coração e ficou reparando em Delayoh, esperando que ela falasse algo, mas a deusa permaneceu quieta. — Pela sua reação não gosta de mim, só disse aquilo porque ficou com pena de mim, declarando o meu amor por você, pelo menos tentei.
— Ô exagero, eu disse que não gostava de você? Não disse que estava começando a sentir um amor por você? E não falei por pena, o que sinto ou o que estou começando a sentir, é a mais pura verdade.
— Está dizendo que me ama?
— Ainda pergunta, Stanley?
— Então posso te fazer uma pergunta, que venho ensaiando a um tempo, quer ser a minha namorada?
— Hum... Vou pensar no seu caso.
— Delayoh!
Delayoh ri e diz:
— Estou brincando, eu aceito ser sua namorada.
Stanley sorriu e deu um beijo romântico em Delayoh. Depois contaram para a família que estavam namorando, Métis, Hera e Zeus ficaram surpresos.
— Você vai namorar a Delayoh? — Perguntou Métis.
— Sim, mãe, eu estou apaixonado por ela e quero ficar junto dela. — Stanley olhou com carinho para Delayoh.
— Filho, posso falar com você? — Disse Zeus.
— Claro, pai.
Hera também aproveitou e conversou com a filha.
— Mutter, eu sei que deve estar brava comigo, mas é que aconteceu, me apaixonei pelo Stanley e não há como controlar esse sentimento. — Disse Delayoh.
— Mas não estou brava. — Disse Hera.
— Não?
— Não. Eu já percebido os olhares do Stanley para você e dos seus olhares para ele. Parecia tanto com os olhares que eu e Zeus trocávamos quando nos conhecemos.
— É mesmo?
— Sim. Ali nosso amor estava nascendo. Um lindo amor. Uma pena que não deu certo. Mas com você e o Stanley, sinto que esse amor é verdadeiro, sincero e que dará certo. Quero viva esse amor e seja muito feliz, meine totcher.
— Danke, mutter. — Delayoh abraçou a mãe.
Na outra sala, Zeus conversa com Stanley.
— Stanley, essa história de que está apaixonado pela Delayoh, é sério mesmo? — Pergunta Zeus.
— Sim, pai. Quando olhei para ela, senti um amor dentro mim, como se só ela importasse. — Respondeu Stanley convicto do amor que sentia por Delayoh.
— O mesmo aconteceu comigo, quando me apaixonei por Hera. Mas devo alertá-lo, Delayoh é igual à mãe, se você se interessar por outra mulher, enfrentará um ciúme monstruoso, igual eu enfrentei.
— Não se preocupe, não existe outra em meu coração, te prometo, farei sua Lilica muito feliz.
— Está bem, mas lembre-se do que te falei, quero que seja muito feliz, meu filho.
— Thank you, father.
Os dois se abraçaram. Um tempo depois, Zeus e Stanley, Hera e Delayoh saíram das salas, mas antes de tudo Stanley pediu a opinião de Métis.
— Meu filho, eu, como mãe, devo pensar na sua felicidade, se está feliz ao lado de Delayoh, não vou encrencar com o namoro de vocês. — Métis foi sincera.
Stanley sorriu e abraçou a mãe, Delayoh também fez o mesmo.
— Então já que nossos pais aceitaram nosso namoro, já posso te chamar de namorada? — Perguntou Stanley ansioso pela resposta.
— Tudo bem... namorado. — Disse Delayoh.
Os dois se beijaram com amor. A notícia se espalhou e chegou até Elisabeth que ficou arrasada, mas ainda não desistiu de ter Stanley.
— Quero ver até quando vai durar esse namoro, a Alemanha fica a quilômetros dos Estados Unidos, eles mal vão se ver, não vai durar. — Disse Elisabeth com firmeza.
Mas Delayoh e Stanley davam o jeito deles, Delayoh ia para os Estados Unidos, Stanley ia para a Alemanha e em um desses encontros, aconteceu a primeira vez dos dois, eles foram para o castelo Von Venandre.
— A minha primeira casa, tenho tantas lembranças daqui. — Disse Delayoh emocionada. — Vivi aqui durante a minha infância até... o dia em que tentaram me colocar em inércia.
Stanley sentiu que Delayoh ficou triste, seu olhar ficou um pouco nebuloso, estava um pouco tensa.
— Não fique assim. — Stanley deu um beijo no rosto de Delayoh. — Sei que isso mexeu com você, mas agora você voltou, está bem e é isso que importa.
— É, você tem razão. — Delayoh desfez o rosto triste e se animou novamente. — Ah, quero te mostrar meu antigo quarto.
Delayoh levou Stanley até o seu quarto. O quarto era majestoso, cortinas de tecido grosso, móveis de estilo delicado, almofadas de veludo e o retrato de Delayoh com cinco anos de idade em uma moldura de ouro.
— Nossa, tia Hera caprichou, parece quarto de uma pequena rainha. — Stanley fez um gracejo.
— Pequena rainha não, pequena deusa. Mutter preparou esse quarto, cada detalhe, com todo o carinho e vou confessar, eu amava esse quarto. — Disse Delayoh suspirando.
Stanley e Delayoh estavam sozinhos, em um quarto, não demorou muito para surgir um clima entre eles, pensamentos rondavam a cabeça de Stanley, em um momento se beijaram, o desejo crescia entre os dois e Delayoh percebeu.
— Stanley, devemos ir com calma. Tem certeza de que quer isso? — Perguntou Delayoh.
— Perdão Delayoh, mas é que eu te amo tanto e nós dois aqui sozinhos, com esse clima de desejo no ar, senti vontade de te ter em meus braços, em beijá-la, em ama-la com todo o meu amor. — Respondeu Stanley. — Mas não tenho certeza se quer o mesmo que eu.
Delayoh beijou Stanley com fervor, e diz:
— Sinto o mesmo. Eu quero ser sua, Stanley.
Ele a deita na cama, entre sussurros, declarações de amor, no momento de amor, ela era a sua Alexandra. Delicadamente Stanley tirava as peças de roupa de Delayoh e ela também fazia o mesmo, estavam totalmente entregues um ao outro, a paixão dele aumentava ao sentir o corpo dela. Nesse clima de paixão e desejo, Delayoh e Stanley se amaram. Ao final, deram um beijo e fizeram uma promessa de não contar para ninguém o que fizeram, principalmente para os seus pais. Seria um segredo dos dois.
Um universo reimaginando a mitologia grega, colocando os deuses gregos fundando nações e tendo uma nova vida fora do Olimpo. En savoir plus New Mitology.
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