Despertou na madrugada com um leve incômodo. Comichão no tornozelo. Sonolento voltou ao sono. De manhã abriu os olhos e sorriu lembrando de seu sonho: era flor. Ainda na penumbra caminhou até o banheiro, se olhou no espelho. Sentia-se diferente. Acendeu a luz. Seu rosto parecia tatuado. Esfregou os olhos. Se olhou novamente. Foi até o armário do quarto e abriu a porta que tinha um espelho maior. Seu corpo todo tatuado. Passou a mão. Escancarou as janelas para se ver melhor: sob sua pele ia deslizando galhos, ramos, rumo à cabeça. Pensou que ainda estava sonhando. Andou pela casa, acendeu um cigarro, tomou um café. Voltou ao espelho. Os ramos se alastrando por seu corpo. Percebeu que junto aos seus cabelos longos, tinham brotos e flores miúdas. Olhou pela janela e o mundo continuava igual. Mas viu pequenas abelhas, borboletas, colibris, se aproximando, rodopiando ao redor de seu corpo. Na mão, uma joaninha passeava devagar.
Augusto não teve mais dúvidas. Estava num mundo flutuante: humano e semente.
Sorriu.
Merci pour la lecture!
Nous pouvons garder Inkspired gratuitement en affichant des annonces à nos visiteurs. S’il vous plaît, soutenez-nous en ajoutant ou en désactivant AdBlocker.
Après l’avoir fait, veuillez recharger le site Web pour continuer à utiliser Inkspired normalement.