sxxtzncedri Cedric P.

Vivendo sua vida como um simples camponês junto de sua família e de seu irmão de consideração, Jeon Jungkook, Jimin nunca se viu na total obrigação de depender apenas em trabalhar na fazenda de seus pais. Por causa disso, vivia faltando alguns horários de trabalho para ensaiar dança contemporânea, sendo acobertado por Jungkook. Por mais que sua vida fosse uma correria desde o dia em que decidiu aprender aulas de dança e trabalhar na fazenda ao mesmo tempo, a vida do Jimin virou de ponta cabeça três vezes mais quando sua cidade foi atacada. Vendo seus pais sendo mortos à sua frente, Jimin foi obrigado a servir e aprender regras de etiqueta para ser vendido a ninguém mais ninguém menos que o Sultão do império Otomano.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

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Império Otomano

Mesmo depois de ficar horas ensaiando passos de dança, eu tive que usar o restante de energia que ainda me sobrava para correr como se minha vida dependesse daquilo. Desta vez eu havia extrapolado, sem dúvidas. Combinei com Jungkook que chegaria às onze da manhã e lá estava eu, dez minutos atrasado. Eu já conseguia ver as lavouras ao longe e, assim que cheguei, pude parar de correr, apoiando minhas mãos nos joelhos enquanto tentava acalmar minha respiração descompassada. Não tive forças para chamar Jungkook naquele momento, mas ele já havia me visto. Provavelmente porque estava encarando a entrada de minuto em minuto para saber se eu havia chegado.


Ele veio rapidamente ao meu encontro e me puxou consigo pela cintura até o celeiro das cabras. Me apoiei em seu corpo, deixando ser guiado.


— Nossa, Jimin. Você quer me ferrar? Eu já não estava sabendo que desculpas dar. - ele me dava bronca, mas me ajudava a se vestir, oferecendo água para mim para me ajudar no fôlego.


— Eu sei, desculpa, Ggukie. - lamentei enquanto terminava de vestir as roupas apropriadas para trabalhar por horas debaixo de um sol quente desgraçado.


Apesar das minhas mancadas de quase nos meter em encrenca, ele sempre me cobria ou se metia nos problemas junto de mim. E eu fazia o mesmo por ele. Assim era Jeon Jungkook, um Alfa que, apesar de mais novo do que eu, era como meu irmão mais velho de consideração. Sempre ouvi vários comentários alheios sobre nós dois sermos um casal, já que era o esperado quando um Ômega e um Alfa são muito grudados.


Acontece que eu nunca namoraria o Jungkook, seria a coisa mais estranha do mundo. Eu sentiria como se estivesse namorando um irmão de sangue e aquela ideia me dava calafrios péssimos. Seria muito esquisito. Jungkook até mesmo havia comentado para mim sobre sentir o mesmo que eu a respeito dos comentários. Mas nunca nos importamos em esconder o quão unidos somos, não tínhamos que dar satisfação a ninguém que não fossem nossos pais.


Pais esses que quase nos casaram por achar que realmente gostávamos um do outro. Esse dia foi extremamente constrangedor e, tanto eu quanto o Jungkook, tivemos que sentar com nossas famílias para explicar o que realmente sentíamos um pelo outro. Ele é meu melhor amigo, um melhor amigo que passou a ser meu irmão mais velho.


Sorri enquanto me lembrava de todas as situações na qual nos metemos enquanto ajudava Jungkook com as lavouras. A plantação de arroz era um forte grande da nossa fazenda, assim como a produção de leite e queijo de cabra. Eu tinha orgulho de todo trabalho dos meus pais, mas nunca senti que aquela vida era para mim. Queria ganhar a vida fazendo aquilo que eu mais me identificava, a dança. Mas meus pais não acham que isso me daria um bom futuro, então me restava praticar escondido deles.


Meus pensamentos felizes foram interrompidos quando ouvimos barulho de gritos vindo da pequena cidade. Eu e Jungkook nos entreolhamos, meio incertos. Estávamos quase ignorando e voltando ao trabalho, mas os gritos estavam verdadeiramente altos e desesperados. Parecia vir da cidade toda. Preocupados, corremos para saber o que se passava, dando de cara com um exército atacando a todos nós. Sempre soube que esses ataques aconteciam em outras cidades ou vilas, mas nunca achei que iriam fazer aquilo com nossa cidade. Jungkook correu enquanto me puxava pela mão para que pudéssemos nos esconder. Ficamos atrás das cercas das cabras para observar o movimento entre as brechas da madeira.


E o pior aconteceu.


Eu vi o momento que minha mãe e a do Jungkook corriam de volta para a fazenda enquanto nossos pais tentavam atrasar os caras que corriam atrás deles, armados com espadas e montados em cavalos marrons. Aquele plano não adiantou de nada, pois tanto nossos pais quanto nossas mães foram mortos ao serem cortados pela espada que os caras usavam.


Eu gritei de desespero ao ver tal cena e Jungkook pareceu ter ficado em choque ao meu lado, ele não se movia, apenas mantinha a expressão surpresa no rosto. Meu grito atraiu a atenção dos cavaleiros que nos encararam na mesma hora. Corri, puxando o Jungkook comigo que entendeu de imediato que precisávamos fugir.


Mas a gente nunca conseguiria correr mais rápido que cavalos. Eles nos alcançaram rapidamente, mas, ao invés de termos tido o mesmo destino de nossos pais, eles acabaram por nos pegar com cordas como se amarrassem bois. Acabei por cair de cara no chão por causa disso, resmungando de dor ao perceber que meu lábio inferior fora cortado levemente. Nem tive tempo de reagir ao ser posto no cavalo como se fosse um saco de mercadoria enquanto ele me levava. Percebi que o mesmo havia acontecido com Jungkook e eu não estava entendendo porque eles não nos mataram como todos os outros.


Minhas dúvidas só foram respondidas quando fomos colocados presos junto de outros garotos da nossa faixa etária dentro de um galpão de navio. Eles trancaram a porta para não fugirmos e decidimos sentar em um canto ali.


— Estou com medo… - soltei, enfim, abraçando minhas próprias pernas.


Eu podia sentir que naquele lugar havia Alfas, Ômegas e Betas. Eles não pareciam se importar tanto com a classe da pessoa, apenas com a idade em si. Jungkook veio ao meu lado para me abraçar, me puxando para perto de si. Encostei minha cabeça no seu ombro, respirando fundo para tentar me acalmar.


— Vamos ficar bem, ok? Não vou deixar nada de ruim nos acontecer. - Jungkook tentou me passar segurança, apesar do seu tom de voz estar preocupado com aquela situação.


— Vocês são um casal? - uma voz nada familiar soou, tendo minha atenção e do Jungkook ao mesmo tempo.


Quem nos encarava era um Ômega. Apesar de parecer ter quase a mesma idade que eu e o Jungkook, ele era bem mais alto que nós dois. O garoto tinha um ar de que sabia de tudo ao redor dele, parecia bem esperto também.


— Não. Ele é meu irmão. - respondi sua pergunta, fazendo ele confirmar com a cabeça ao compreender.


— Parecem estar perdidos. Estou certo?


— Estamos um pouco… - Jungkook respondeu desta vez e o garoto sorriu singelo para isso.


— Me chamo Kim Seokjin. - ao ouvir sua apresentação, desencostei a cabeça do ombro do Jungkook, interessado com a possível amizade que estávamos fazendo.


— Me chamo Park Jimin. E ele Jeon Jungkook. - nos apresentei, recebendo uma arqueada de sobrancelha por parte do Seokjin.


— Irmãos com sobrenomes diferentes?


— Ah sim! - soltei uma risada leve ao lembrar que estava tão acostumado em chamar Jungkook de irmão que esquecia que éramos de consideração. - Não somos irmãos de sangue, apenas de consideração. Nossas famílias são muito unidas. Ou eram…


Seokjin suspirou ao notar o ar triste que minha frase final soou, parecendo compartilhar da mesma dor que eu.


— Entendo… - ele encarou o galpão pensativo, parecia analisar os presentes também. - Estamos sendo levados para o Império Otomano. Em outras palavras, iremos ser educados e testados para sermos vendidos como mercadorias para entrar no Harém do Sultão.


— O que?! - tanto eu quanto Jungkook falamos em uníssono, encarando o Seokjin indignados.


— Eu me recuso a ser vendido como um prostituto. - Seokjin soltou uma risada leve ao me ouvir, me fazendo tombar um pouco a cabeça para o lado, não entendendo o motivo da graça.


— Vai por mim. Você vai preferir ser comprado.


— Por que…? - arqueei uma sobrancelha, tendo a atenção de Seokjin voltada para mim mais uma vez.


— De todos nós aqui, só uma pessoa vai acabar sendo comprada. As outras serão levadas para uma casa de prostituição barata. - um silêncio se instalou após a fala do Seokjin.


Eu estava verdadeiramente dividido entre as opções agora, apesar de que outras pessoas iriam cogitar morrer na situação atual. Mas eu nunca fui de recorrer a caminhos aparentemente fáceis para me livrar de situações com as quais me metia. Suspirei frustrado enquanto encarava Jungkook que tinha o mesmo semblante de tensão que eu.


Não queria me separar do Jungkook, então tentei pensar em alguma estratégia o caminho inteiro, mesmo que não estivesse combinando isso com ele. O percurso que o navio fez foi tranquilo e logo chegamos nos territórios do Império Otomano. Fomos levados juntos e escoltados para dentro de um palácio totalmente enfeitado de jóias. Os pilares pareciam ouro maciço e os vidros diamantes. Eles sempre esbanjavam suas riquezas pelas histórias que me contavam. Fizemos uma fila para entrar em uma cabine que parecia ser uma espécie de entrevista. Eu não conseguia ouvir o que perguntavam, mas parecia ser importante para eles. Eu e Jungkook nos mantemos juntos e ele quis ficar na frente enquanto eu ia logo atrás de si. Seokjin foi primeiro que nós dois. Mesmo sabendo que não era algo para me preocupar, eu estava nervoso para saber o que eles queriam.


Finalmente minha vez havia chegado, parecia que haviam durado horas, quando na verdade foram só uns minutos. Entrei na sala e sentei de frente ao Beta que estava ali. Ele me encarava em análise antes de pegar um papel.


— Qual seu nome? - aquela pergunta foi a que eu menos esperei.


Para sequestradores que querem nos vender ao Sultão eles até que estão bem atenciosos.


— Jimin. - preferi apenas citar meu nome. Não acho que faria diferença se eu dissesse o sobrenome naquele momento.


Vi ele anotar as coisas no papel que o próprio separou para mim.


— Qual sua classificação?


— Ômega… - mordi o lábio inferior ao responder. Não era um bom sinal quando eles queriam saber a classificação.


O homem me olhou na mesma hora ao ouvir minha resposta, me fazendo arquear a sobrancelha, confuso.


— E é virgem? - aquela pergunta me pegou totalmente desprevenido. Aquilo era importante?


Eu sabia que várias famílias tradicionais ficavam de olho em Ômegas virgens para casar e tudo mais, mas como vou participar de um Harém, não acho que o Sultão se importaria tanto com isso visto que ele deve ter centenas de Ômegas para escolher para passar a noite quando bem entender.


A verdade é que eu já tive namorados na minha cidade e eu, claramente, não era virgem. Estava com medo disso me mandar diretamente para a casa de prostituição da qual o Seokjin citou.


— N-Não. - decidi falar a verdade, sabendo que eles provavelmente tirariam a prova caso eu mentisse.


O homem à minha frente pensou um pouco antes de enfim anotar. Ele não deu uma resposta clara do que aconteceria comigo, apenas continuou com mais perguntas básicas como idade, o tipo de alimentação que eu tinha na minha terra natal e entre outras coisas. Enfim, fui liberado quando as perguntas acabaram e um guarda me puxou pelo braço para uma outra sala onde tinham outros Ômegas ali.


Mas eram só Ômegas. O Jungkook não estava ali. Fiquei apreensivo ao notar aquilo, mas avistei Seokjin ao longe que acenava na minha direção. Não hesitei em me juntar a ele rapidamente, estava confuso porque só Ômegas estavam ali.


— O que aconteceu com o Jungkook? - perguntei assim que sentei ao lado de Seokjin.


— Seu irmão é um Alfa, Jimin. Ele não vai ser testado para entrar no Harém. - arregalei os olhos ao ouvir aquilo. Não podia ser. Eu me recusava a ficar longe do Jungkook. Ele era a única família que eu tinha agora já que todos foram mortos por esses malditos.


— Seokjin, preciso fazer algo. O Jungkook vai para aquele lugar que você falou. - seguro seu braço com certa força, mas Seokjin apenas fez um carinho em minha mão, tentando me acalmar.


— Tenha calma, Jimin. Ele vai ficar bem. Alfas são mandados para trabalhar como guardas, cozinheiros ou serviçais do palácio. - sua fala me fez relaxar os ombros de imediato.


Então aquilo significava que se eu entrasse no Harém, poderia ver o Jungkook.


— Ainda bem… - soltei Seokjin, suspirando aliviado.


Olhei ao redor, notando que alguns garotos me encaravam desgostosos. Seokjin fez um carinho nos meus cabelos, me fazendo desviar a atenção para si mais uma vez.


— Eles estão com inveja, Jimin. Você é um Ômega bonito. - arregalei os olhos ao ouvir aquilo. Não conseguia entender o motivo, todos eram bonitos de alguma forma, certo?


— Mas o que tem isso? Eu não sou o único.


— Na verdade… - Seokjin parou o carinho para respirar fundo. - Eles querem disputar com você para serem escolhidos. Então você não deve desistir, está bem?


— Mas… - mordi o lábio inferior, um tanto incerto ainda sobre tudo aquilo. - Você deveria estar disputando comigo também, não?


— Teoricamente sim. - Seokjin soltou uma risada fraca, abaixando a cabeça e eu pude ver que tinha algo que o estava deixando muito mal. - Quando eu fui sequestrado, eles mataram minha avó. Ela era tudo o que eu tinha. Foi ela quem me criou e me ensinou a como costurar roupas muito boas. Peguei prática por causa dela. Agora que ela se foi, para mim tanto faz onde eu vou ficar agora.


Abaixei a cabeça também ao ouvir aquilo. Eu podia entender como ele se sentia, parecia que meu mundo havia desabado quando vi meus pais serem mortos e, para piorar, nem tive tempo de ter meu luto.


— Mas entre mim e você, Jimin… - Seokjin continuou a falar, me fazendo encará-lo de novo. - Você é quem tem um motivo maior para ganhar o lugar. Afinal, você tem seu irmão trabalhando no Harém agora. A família tem que ficar unida.


Afirmei com a cabeça em concordância à sua fala, tendo a atenção do Seokjin para mim, ele me lançou um sorriso triste, mas reconfortante. Eu estava com uma sincera vontade de chorar naquele momento. Em tão pouco tempo o Seokjin havia se tornado um grande amigo. Nos deu instruções e agora estava me motivando a seguir em frente mesmo que isso significasse que ele teria que ir para um lugar pior do que eu.


— Seokjin… - segurei sua mão ao chamá-lo, apertando levemente e tendo o aperto correspondido por si. - Eu vou dar meu melhor para conseguir entrar nesse Harém e eu prometo que te levarei junto de mim.


Seokjin sorriu agradecido e, pelo seu olhar, eu senti que ele acreditava fielmente em mim.


No dia seguinte tivemos aulas de dança. Eu amava coreografias contemporâneas, mas eles queriam que eu dançasse de um jeito específico. Sinceramente, era super sem graça para mim, mas tive que seguir as aulas mesmo contra vontade. Alguns dias depois, eles foram tirar a certeza se nossas respostas batiam com as perguntas. Em resumo, foi super constrangedor ter que ficar nu na frente de um monte de gente. Como os sequestradores e os avaliadores eram todos Betas, eu me sentia um pouco menos desconfortável por saber que não teria um Alfa me comendo com os olhos. Mas a situação ainda era desconfortável e constrangedora. Eles verificaram de forma desconfortável nossas intimidades, usavam um aparelho que eu nunca havia visto, mas parecia que aquilo confirmava quem era virgem ali ou não. Por causa dessa falta de privacidade infernal, os Ômegas que pareciam querer me matar com os olhos começaram a soltar risadinhas de deboche por saberem que eu não era virgem. Por mais que eu transparecesse não ligar por saber que podia ser desqualificado pelo Sultão preferir virgens, eu me sentia inseguro. Só conseguia manter meus pés firmes porque Seokjin estava lá para apontar minhas qualidades.


Entre uma de nossas conversas, Jin citou que dançaremos para o Sultão e era aí que poderíamos ter a atenção dele. Tudo dependia da beleza, graça e confiança. Graças a isso, acabei tendo uma ideia genial. Por mais que eu soubesse que seria repreendido se não dançasse nada do que me foi ensinado para fazer dança contemporânea, eu poderia chamar a atenção do Sultão. Eu me sentia seguro dançando algo com o qual eu dominava e eu não ia desistir daquela ideia. Era a única que eu tinha.


Nos prepararam roupas leves para o dia que veríamos o Sultão. Eu sentia meu estômago revirar em ansiedade.


— Qual o nome dele mesmo? - perguntei ao Jin pela milésima vez o nome do Sultão que eu toda vez esquecia devido ao nervosismo.


— Namjoon. - Seokjin soltou uma risada ao notar meu nervosismo. - Pelo amor de Deus, Jimin. Não vá esquecer justo o nome dele.


— Eu não vou, prometo. Agora consegui decorar. - falei, sem ter tanta certeza disso.


Tive que repetir o nome dele mentalmente várias vezes. Cada um ia se apresentar por vez para ninguém ofuscar a atenção de ninguém. Tinham outros caras ali com outros grupos de Ômegas e Jin explicou que o Sultão geralmente escolhe um de cada grupo. Era o ganha pão daqueles caras venderem Ômegas para o Harém do Sultão e o próprio não parecia se importar de onde víamos, apenas que iríamos agradá-lo de todas as formas. Me sentia enjoado só de saber que meu corpo valia um certo preço que eu nem fazia ideia de qual era, mas não ia ficar focado naquilo.


Minha vez enfim havia chegado e eu suspirei fundo. Me deram roupas brancas com alguns acessórios como brincos, pulseiras e anéis pelo corpo. Não eram joias valiosas ou extravagantes, mas me davam um certo charme. Respirei fundo enquanto caminhava para o centro do salão. Olhei ao redor, notando que haviam muitas pessoas da classe alta ali. Eles pareciam ser líderes importantes. À minha frente estava o Sultão sentado na poltrona dele totalmente feita de ouro. Sua aparência e presença eram bem intimidadoras. Seus cabelos eram loiros, seu corpo um tanto moreno e ele usava uma espécie de kimono na cor azul com detalhes em preto. Ele me encarava em análise e parecia vidrado em mim, o que me deixou ainda mais nervoso. O Sultão estava sendo acompanhado por um homem de cabelos pretos e que usava roupas mais normais. Ele não parecia ser muito fã de kimonos, visto que suas roupas pareciam ser de um guarda. Mas por estar ao lado do Sultão foi o que me fez ter a certeza de que ele era o Vizir.


Vizir nada mais é do que uma espécie de conselheiro ou braço direito do Sultão. Tinha um cargo um tanto importante.


Minha mente saiu dos devaneios quando a música começou a tocar e eu me preparei para dançar. Os Betas que me supervisionavam estavam me olhando de um canto e eles pareciam ansiosos por algo. Eu ia quebrar a expectativa de todos eles e pagaria muito para ver a cara que fariam. Pensando nisso, iniciei a dança da forma que eu me lembrava de todos meus ensaios. Lembrei do meu professor que era uma ótima pessoa e me ensinava super bem até que eu pegasse todos os passos. Ele com certeza não estava mais vivo, mas eu era muito grato a ele.


Ao final da dança, notei que tanto o Sultão quanto o Vizir me encaravam surpresos, já os Betas que me supervisionavam não estavam nem um pouco felizes. Fiz uma reverência, agradecendo com maior ar de deboche antes de me retirar para que os outros pudessem se apresentar também. Seokjin foi o primeiro a correr até mim assim que me viu chegar, me abraçando com força.


— Jimin, eu dei um jeito de poder te ver. E meu Deus! Você foi incrível! - sorri animado enquanto o abraçava apertado também.


— Obrigado, Jin. Eu nunca teria conseguido se não fosse por você.


Tive que me separar do abraço com Seokjin rapidamente ao notar que um dos homens vinham ao nosso encontro e a cara dele não estava nem um pouco boa. Ficamos encarando ele sem entender assim que parou a nossa frente.


— Jimin, eu disse que era para você seguir o cronograma. Como pôde dançar algo fora do roteiro? Você quer me envergonhar, seu vadio?! - ele gritou a plenos pulmões, quase cuspindo as palavras, e me segurou com tanta força pelo braço para me puxar para perto que chegou a machucar. Gemi baixo de dor e notei que Seokjin queria fazer alguma coisa, mas com certeza apanharia se tentasse impedir.


— O Sultão não pareceu ter ficado irritado… - tentei argumentar, o que parece ter irritado ele ainda mais.


— O que você entende sobre o Sultão, idiota?! Você é apenas um escravo! - o vi erguer a mão com o chicote para me bater. Eu instintivamente fechei os olhos com força ao notar que seria atingido.


Mas a dor não veio mesmo tendo passado cerca de uns cinco segundos. Abri os olhos para entender o que aconteceu, vendo o homem chocado por seu braço, que segurava o chicote, ter sido segurado por alguém. Meus olhos correram pelo dono da mão firme, acabando por perceber que era o Vizir do Sultão.


— Não precisa bater nele. Não vai querer danificar uma mercadoria valiosa para o Sultão, não é? - seu tom de voz era baixo, mas extremamente intimidador.


O homem me soltou rapidamente e fez uma reverência ao Vizir.


— Perdão, senhor Min. Eu achei que ele tinha desrespeitado nosso Sultão… - pisquei várias vezes enquanto minha mente tentava processar.


Procurei Seokjin com o olhar que não havia saído do meu lado, mas ele parecia surpreso também. Aquela fala do Vizir significava que o Sultão havia me escolhido?


— Não precisa me chamar desse jeito. Só Yoongi está de bom tamanho. - o Vizir acalmou o homem que se ergueu com um olhar agradecido. Os olhos de Yoongi se voltaram para mim e assim que o encarei de volta, senti uma sensação de euforia diferente.


Descobri que o Vizir era um Alfa agora que ele estava próximo de mim e seu cheiro é extremamente agradável. Mordi o lábio inferior, tentando afastar aquele pensamento o mais rápido possível. Eu não podia ficar interessado no Vizir sendo que meu foco era o Sultão.


— Y-Yoongi, o Sultão escolheu o Jimin? - o homem perguntou, interrompendo nossa troca de olhares por ter tido a atenção do Vizir para si.


— Então é esse o nome dele... - ele pareceu pensativo por um tempo, mas logo confirmou com a cabeça para a pergunta do homem.


A animação cresceu em mim. Eu consegui, mas tinha outra coisa que eu precisava fazer. Não deixaria Seokjin ir para a casa de prostituição já que ele me ajudou tanto e se tornou um amigo valioso. Eu precisava dele comigo, como um melhor amigo. Lembrei rapidamente sobre ele ter dito que sua falecida avó havia lhe ensinado costura e eu teria de usar isso ao favor de alguma forma.


— Senhor Vizir. - o chamei, tendo sua atenção para mim. Abaixei a cabeça como forma de respeito para que ele pudesse atender ao meu pedido por notar que eu era de certa forma requintado. - Eu sei que pode soar como uma ousadia isto, mas eu gostaria de saber se eu poderia pedir um simples favor. Se não for de grande incômodo…


Notei que ele ficou em silêncio por um tempo, mas não sabia o que estava expressando porque não podia olhar seu rosto daquele ângulo.


— Prossiga. - sua fala me fez sorrir e o encarar com esperança no peito.


— Esse é meu amigo, Seokjin. - falei, encarando Seokjin antes de o olhar novamente. Yoongi havia seguido meu olhar para ver o Jin também. - Ele é um ótimo costureiro e, já que ele não vai entrar no Harém, eu gostaria de saber se ele poderia vir comigo como meu costureiro pessoal.


Vi Seokjin arregalar os olhos em surpresa ao me ouvir, ele estava surpreso, mas eu sentia que ele queria sorrir agradecido. Yoongi demorou alguns minutos para responder, revisando as encaradas de mim para o Seokjin.


— Está bem. Vamos testá-lo e se ele provar que é bom mesmo na costura, ele pode entrar.


Contive o grito de animação e a vontade de pular de felicidade para não parecer um louco ali. Sorri e fiz uma pequena reverência ao Yoongi, o agradecendo logo em seguida.


Vi de longe que os Ômegas com os quais me julgavam tanto agora estavam irritados e tristes por não terem conseguido ganhar de mim. Quem podia imaginar que eu, um simples camponês, estava agora lutando por minha vida em um Harém de um Sultão. Algo me dizia que eu ainda tinha muito o que enfrentar daqui para frente e essa ideia me assustava demais.

21 Novembre 2022 03:22 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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