Uma face enrugada,
Vida calejada, jamais restaurada.
O calendário anuncia um cadáver de 80,
do qual a vida se esvaiu antes de 30.
Um existir vazio:
Entre o sangrar e o cicatrizar.
Um entremeio da loucura:
Nunca dor
Nunca cura
Nunca vai
Nunca dura.
Tortura?
Tortura.
Já dizia o velho dito:
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Vestira uma carcaça, jurando ser armadura.
Era apenas roupagem fétida, da podridão mais pura.
Sua vida fora embora,
ficou de pé mais do que lhe cabia.
Nem dor intensa,
Nem alegria vívida:
Vazia.
Sempre vazia.
Se agarrara aos restos daqueles que já amara.
Se cortara com as pontas de ossadas quando da cova às tirava – e fora melhor sangrar que sentir nada; restos mortais que há tanto jaz na terra, tanto que sequer juntam larvas.
Se não sabes como amar, sabe-se machucar.
Uma disseminação de apego e abandono, apego e abandono, apego e abandono, num ciclo maldito de quem apenas sabe circular.
Deite-se sob a lua, sob a terra, e descanse, criança: teu dia desejado e temido chegou, o dia da morte de teu corpo e de todas as lembranças.
Shhh!
Descansa...
...descansa.
Merci pour la lecture!
Nous pouvons garder Inkspired gratuitement en affichant des annonces à nos visiteurs. S’il vous plaît, soutenez-nous en ajoutant ou en désactivant AdBlocker.
Après l’avoir fait, veuillez recharger le site Web pour continuer à utiliser Inkspired normalement.