lily_jy Lily JiYoon

Jeon Jungkook tinha desde a infância Park Jimin em seus sonhos. E quando anos depois o destino decide também colocá-los frente a frente, Jungkook precisa deixar os devaneios de lado, e buscar entender o que é aquele sentimento que sempre esteve presente em seu coração, mas que agora parecia tão diferente. As borboletas que ele tanto procurava, estavam perdidas nos tons azuis dos olhos daquele a quem ele jurou inconscientemente proteger do mundo. 🦋 "Almas gêmeas, linhas vermelhas, laços emocionais, sina, propósito ou meras fatalidades. Para Jungkook, nada é só por ser, e é nesse pensamento que ele se agarra ao se lembrar que foi naqueles olhos, a vinte anos atrás, que toda a sua crença surgiu." Capa by: @Yiwha_Zetta 📌ESTA OBRA POSSUI CENAS QUE PODEM CONTER GATILHOS ❌ NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DA OBRA ❌ 🔞 Conteúdo explícito| Long fic | JiKook | NamJin | VHope


Fanfiction LGBT+ Interdit aux moins de 18 ans.

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Prólogo

O corredor de um hospital durante a madrugada, deveria soar mais assustador do que mágico para um garoto no auge dos seus onze anos de idade. Mas para Jungkook, tudo ali parecia místico.

As paredes pintadas de branco se alargaram conforme ele avançava a passos lentos, no teto, o céu noturno ocupava o lugar da estrutura rígida com estrelas brilhantes ao invés de luzes acopladas piscando, que normalmente se veem em filmes de terror; o chão se transformava em terra macia e fresca conforme pisava receoso, ao que parecia estar só em sua mente. Tudo era lindo, mágico, inacreditável demais, mesmo para um pequeno garoto com seu pijama vermelho, que criava batalhas imaginárias com sua espada de plástico, derrotando inimigos tão imaginários quanto.

Mas ao que pareceu despertar dos devaneios criados em sua mente, um sopro frio que outrora seria do ar condicionado do hospital, veio como um vento forte, trazendo com ele, folhas secas misturadas a um choro longe e contido que até aquele momento ele não sabia distinguir de onde surgira. Mesmo receoso, sua curiosidade em saber até onde a imaginação queria o levar, fez com que Jungkook seguisse a direção do vento que agora, mudara seu caminho como se o convidasse a segui-lo. Passo após passo, o corredor foi ficando mais largo, as luzes ficando mais claras e o vento mais frio. Logo, galhos de hera surgiram encobrindo as paredes de forma desenhada, o chão macio que agora parecia úmido, exalava o aroma de terra molhada que os jardins de casa costumavam trazer após as chuvas passageiras de verão. Aquele choro, antes longe e contido, se torna audível, sonoro, como se sua existência dependesse de ser escutado. E foi.

Ao chegar no que parecia ser o fim daquele corredor que assemelha-se ao cenário de um conto de fadas qualquer — daqueles livros de histórias infantis que sua mãe costumava ler para ele antes de dormir — tudo simplesmente desapareceu. O céu dando lugar às estruturas novamente, o chão se tornando sólido e acinzentado, as luzes voltaram a piscar de forma quase que ritmada, os galhos de hera se recolhiam e o vento se dissipava lentamente em um assobio baixo, como se quisesse mostrar que seu trabalho ali já havia sido feito. Toda a magia se fora, tão inacreditavelmente rápido quanto havia surgido, no momento em que se encontrou ali de pé, em frente ao vidro transparente que o permitia ver a origem do choro, naquele corredor agora mais parecido com um hospital do que segundos antes, atrás daquela parede, deitado sobre uma caminha pequena — daquelas, com rodinhas que os enfermeiros carregam os bebês que acabaram de nascer — com os bracinhos balançando numa euforia que chegava a ser cômica, os lábios cheinhos formando um biquinho que aparecia em momentos de pausa, como se descansasse os pulmões, os olhinhos pequenos fechados em linhas, consequente do choro e as bochechas maiores do que seu tamanho permitia ter. Lá estava o motivo de todos os devaneios, a razão para a forma mística que tudo tomou ao olhos do outro, ali estava o ponto inicial de toda a mágica daquele lugar. Um bebê.

No que se aproximava, curioso do porque aquele pequeno serzinho o atraíra até ali, por um breve momento pensou ter despertado, pensou estar vendo a realidade novamente. Mas lá estava ele, atrás daquela parede de vidro, como se protegido do mundo, abrindo os seus olhinhos brilhantes com suas íris mescladas em tons de azul, enquanto seu choro cessava vagarosamente, ele erguia suas mãos pequenas e gordinhas em direção ao nada. E quando Jungkook se deu conta, o reflexo que via, já não era mais de um menino, as mãos coladas ao vidro ansiosas para tocá-lo e ter a certeza que sim, tudo não passava de sua imaginação antes infantil lhe pregando uma peça, mas, ao mesmo tempo querendo que fosse real, tão real quanto o que podia ver e ouvir, tão real quanto o frio e o cheiro que sentiu, tão real quanto queria, mas no fundo sabia que nada era, essas mãos, não eram mais pequenas. Com dedos compridos e rabiscados com desenhos que para ele significava tanto, eram mãos de um homem, eram suas mãos.

E mais uma vez, num estalar de dedos toda a mágica de antes inunda aquele lugar, aquela parede que servia de obstáculo para qualquer aproximação desejada havia desaparecido, o caminho até aquele bebê estava livre e o choro havia dado lugar a risos alegres e agudos, a passos lentos ele se aproximava, receoso novamente como se tudo fosse desaparecer enquanto seus olhos cansados, mas atentos, insistiam em piscar.

Mas ele ainda permanecia ali, ainda com as mãozinhas agitadas dessa vez em sua direção. Com calma, Jungkook estendeu o dedo comprido e fino para que o outro o agarrasse, e como se todo aquele devaneio dependesse unicamente desse toque, uma luz azul não tão intensa, mas nítida o suficiente para que iluminasse tudo a sua volta se fez presente, os galhos de hera voltaram agora circulando o bercinho lentamente, e como se seus olhos não pudessem desprender dos dele, aquela necessidade de nunca deixar que ele visse quão cruel o mundo poderia ser, tomou seu coração tão intensamente como se uma pequena chama apenas esperando o momento certo para ganhar vida tivesse sido alimentada. A certeza de lhe guardar e cuidar como se a ele tivesse sido dada essa missão em outras vidas, como se Jungkook fosse um anjo, e o outro, aquele a quem ele deveria dar a vida para proteger.

O bebê sorria com os lábios e com os olhinhos, como se não precisasse entender o que se passava ali, e não precisava. Porque naquele momento, quando Jungkook pensou que a maior mágica da noite seria estar diante de um sorriso tão inocente, ele direcionou seu olhar ao dele, e como se quisesse o dizer "nos veremos novamente" seu corpo pequeno se desfez em borboletas, dezenas, logo centenas delas, azuis, tão cintilantes quanto seus olhos, com finos traços negros como seus cabelos, tão delicadas quanto poderiam ser, e todas voaram ao teto que agora voltara a mostrar o céu noturno pontilhado de estrelas brilhantes de antes, e naquele momento, Jungkook apenas fechou os seus olhos e permitiu que a única lágrima que nem sequer havia percebido estar presa por todo esse tempo caísse.

Não era uma lágrima de medo, de tristeza e nem tão pouco de alegria. E enquanto ainda de olhos fechados ele buscava entender a origem daquele choro contido, nem se quer percebeu que toda a mágica havia se desfeito novamente, e ao abrir os olhos não encontrou mais o céu estrelado, as heras, o chão de terra, tão quanto as paredes frias de um corredor de hospital, não. Tudo o que via era escuridão, seus olhos não enxergavam nada além das mãos à frente do seu rosto, não havia cheiros, luzes, borboletas... Nada além de paredes negras e um único som, que começou longe, mas logo tomou proximidade, e então uma voz se fez audível e dela só se podia ouvir uma única palavra, repetidas vezes...


— Jeon... Jeon... Jeon...


____________♡____________


  • 》 Seul - 9:27am


A viagem até a o prédio administrativo da Yonsei*, pareceu mais longa do que realmente havia sido, já que Hoseok — Hobi, como Jungkook costumava chamá-lo carinhosamente desde que conseguia se lembrar — passou as últimas quatro horas direcionando todas as informações para a reunião, dadas pelo Jeon pai quando ainda estavam em Busan. Sua família hoje, juntamente com os Kim, são donos de um dos maiores grupos empresariais do ramo financeiro na Coréia do Sul. Seu pai, presidente do conglomerado J&K*, entrou numa espécie de férias prolongadas, quando ele se formou com honras, e passou então a assumir as responsabilidades da empresa. Hoje, aos vinte e seis anos, Jungkook era publicamente um dos diretores executivos mais jovens reconhecido em todo o país.

Mesmo quando o questionam — e o fazem muito — Jeon não sabe dizer se isso foi o que sonhou para sua vida ou carreira, o que ele sabia é, que esse foi o futuro escolhido para ele no momento em que veio ao mundo. Ele cresceu, sabendo que um dia tudo aquilo lhe pertenceria, e que ele precisava se dedicar ao máximo em ser o melhor, para fazer da sucessão do seu pai a melhor também.

E não é como se fosse por livre e espontânea pressão. Ele realmente gostava do que fazia, gostava do reconhecimento que tinha e gostava de trazer satisfação a sua família através do seu trabalho. Nunca foi um problema para ele, ter como herança, um lugar na presidência de uma empresa, ou ternos caros e alinhados, uma coleção de carros esportivos, mesas de escritório e reuniões longas e monótonas. Essa era a sua vida, e foi para ela que Jungkook se preparou por toda a vida.

Jung Hoseok, era uns dos advogados da J&K, e seu melhor amigo. Como seus pais também são amigos desde que eram crianças, ao se formar, o Sr. Jeon não perdeu tempo em chamá-lo para fazer parte da equipe de advogados da empresa. Mas Hobi, acabou se tornando uma espécie de assistente pessoal para Jungkook, já que era a pessoa em quem ele mais confiava lá dentro, ele passou a seguir o outro para onde fosse: viagens, palestras, reuniões, negociações... Se tornou seu braço direito, por assim dizer.

O que para Jungkook era extremamente maravilhoso, já que ele é exatamente o contrário de tudo o que se vê dentro dos corredores abstratos e sem graça da empresa, Hobi era alegre demais para quem passava os dias movido a cafeína e processos contratuais, ele gozava de ter tudo aquilo que sempre planejou para si, e embora sua vida fosse uma completa bagunça fora do trabalho, de certa forma, era verdade.

Hobi era a simplicidade em pessoa, era vida, um tornado com sorriso de coração e olhos de esperança, Hobi era o sol da J&K. E Jungkook dizia isso com toda a propriedade que alguém poderia ter. Digamos que não é fácil passar de um simples diretor executivo para nada mais, nada menos, que o sucessor de todo o reino que era a o conglomerado, e Hoseok, era sua camomila em dias de estresse intenso.

Jeon Jihoon, pai de Jungkook, era filho único na família Jeon, tendo como sucessores, Jungkook — sendo o mais velho — sua irmãzinha Jennie e Jun-ho, o pequeno estilista da família. Ao se casar com Yejin, uniram as famílias Jeon e Kim e juntos fizeram de uma simples empresa de investimentos, o que é hoje.

Sua mãe, formada em arquitetura, nunca quisera assumir as responsabilidades da empresa, deixando o legado nas mãos de Donghae seu irmão mais velho, o que acontece é que, o mesmo, sofrera um derrame a dois anos e, desde então preferiu se afastar da diretoria dando a sucessão para Namjoon, o irmão mais novo dos Kim.

E tudo estava exatamente como deveria ser, até que numa epifania, Namjoon percebeu que poderia ter mais do que passar os dias dentro de um escritório, e simplesmente abriu mão de tudo, seguindo seu sonho antigo, como produtor musical. E Jungkook ficou extremamente feliz com sua decisão, era um ponto que muito conversaram durante suas vidas. Nam, deixando de lado a formalidade como ele sempre insistia, sempre pareceu mais jovem do que realmente era em seus pensamentos e por isso, talvez, ambos eram muito próximos.

Mas ao mesmo tempo que a felicidade e orgulho por sua decisão tomavam conta de Jungkook, a responsabilidade de assumir então o cargo do qual não estava em seus planos no momento, o atingiu como um caminhão desgovernado.

E foi com esse pensamento, que ele simplesmente divagou por toda a viagem enquanto ouvia Hobi tagarelar informações já gravadas em sua mente, mas que ele, sempre cuidadoso no trabalho, insistia em repetir e repetir sem parar. Até que perdido em sua mente, pelo cansaço e o estresse que os últimos dias lhe trouxeram, ele acelerou o carro na esperança de chegar o mais rápido possível ao destino.

Mas, como se a vida quisesse lhe pregar uma peça, ele o viu — talvez tarde demais — atravessando a rua com caixas equilibradas em torre sobre seus braços, que cobriam literalmente todo o seu rosto, dificultando sua visão.

Quando numa confusão, entre buzinas, gritos, caixas voando ao chão e o freio sendo esmagado pelo seu pé na intenção de evitar o pior, Jungkook parou o carro bruscamente antes de vê-lo ali, diante de si e por segundos ter sua mente tomada por lembranças que julgou já ter superado.

•••

— ... Jeon! — a voz insistia em repetir seu nome — Jeon... JUNGKOOK!

E como se arrancado a força do estado absorto em que se encontrava, despertou, percebendo então que não estava sonhando, sequer estava dormindo, tudo o que viu não passava de segundos de um devaneio fantasioso, originado de memórias escondidas no fundo de seu subconsciente, memórias essas, que o acertaram como um tiro ao vê-lo novamente.

A voz, que agora reconhecia ser de Hoseok, continuava a lhe chamar assustado, enquanto sacudia seus ombros numa tentativa nula de ter sua atenção. Mas ele, embora já desperto, ainda se via em transe olhando para o garoto parado a sua frente, também assustado.

Jungkook; braços esticados, as duas mãos segurando firme o volante, pé ainda no freio que havia sido acionado bruscamente, apertando forte como se caso soltasse o carro voltasse a se mover, os lábios boquiabertos, peito subia e descia de maneira acelerada procurando o ar que parecia ter sido roubado de si, os olhos abertos e desacreditados não podiam, e não queriam nem por uma fração de segundos, mais uma vez, desprender dos do outro.

Jimin; mãos espalmadas a frente do capô da Mercedes preta na qual o outro se encontrava paralisado, as caixas que antes trazia consigo estavam espalhadas no chão, algumas mechas de seu cabelo negro caídas em sentidos opostos ao que deveriam estar, juntamente com seus óculos, que agora estavam em uma posição estranha, no rosto, o suor frio trazido pelo susto, ainda percorria sua pele clara, suas bochechas tão grandes quanto o outro conseguia se lembrar, estavam vermelhas, os lábios abertos como se quisessem soltar palavras mas não soubesse como, o peito também subia e descia por conta da respiração que havia perdido o ritmo.

De repente, tudo voltou à tona como se uma chave tivesse sido girada, uma manivela acionada, um gatilho disparado. Todas as memórias que antes Jungkook julgava ser, fantasia de uma menino com imaginação demais, ganharam forma

ganharam vida, e ali, dentro dos olhos tão azuis quanto a sua mente nunca o permitiu esquecer, estavam as borboletas que tanto procurou.

A única certeza que ele tinha, era a de que o azul daqueles olhos pequenos que agora o fitavam assustados, eram com certeza a sua cor favorita e, que o sentimento que deu vida a única lágrima insistente escorrendo pela pele quente do seu rosto, agora ganhara um significado


Saudade.


🦋🦋🦋



12 Novembre 2022 23:26 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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