﹙PRÓLOGO﹚ - 🌒
o início de tudo !
— 689 palavras.
Luzes azuis e vermelhas transparecia na janela de vidro da enorme casa. Ninguém conseguia explicar o que havia acontecido naquela noite. O mistério por trás da morte repentina de Dianne estava apenas começando. Dean Young chorava em cima do corpo da esposa morta. Gritos e soluços ecoavam tanto do homem velho quanto dos filhos pequenos. A casa estava um caos, os vizinhos curiosos do bairro estavam assustados, mas agradeciam, já que não acontecia nada de tão emocionante na rua para conversarem entre si. Estavam todos plantados na sala sem saber o que fazer para acalmar o Young mais velho.
— O que acha disso, Gunter? — A guarda disparou assim que ambos os guardas saíram do local.
— Se ele não tivesse antecedentes na polícia, eu poderia achar que a versão dele fosse verdade. — O outro guarda respondeu ainda olhando para Dean do portão da mansão. — Inúmeros casos de agressão, principalmente. Ele ainda estaria preso se não pagasse sempre a pensão. — Murmurou irritado.
— Não estou gostando nada dele ficar com a guarda dos gêmeos. E se ele realmente matou a esposa?
— Mas o que podemos fazer?
No mesmo segundo, um homem estranhamente alto, de cabelos longos até o ombro e com um lado do rosto queimado, surgiu das cinzas e atravessou a rua indo em direção a casa. Os guardas ficaram em alerta, colocando a mão em suas armas no cinto amarrado perfeitamente no quadril de ambos. O homem estranho pareceu notar. Deu um mínimo sorriso para Gunter e Nichols logo depois de acenar e entrar no local. Os dois guardas se entreolharam com uma clara expressão de confusão.
Após a calmaria instaurar na pequena mansão, os guardas, que passaram a noite toda ali, não haviam visto o homem com metade do rosto queimado sair da casa. A mulher olhou por cima do ombro e observou de longe o homem conversando com Dean Young. Eles não estavam nenhum pouco contentes, parecia que estavam brigando. Algo em seu plano maligno não havia dado certo. A guarda pensou.
— Tenho impressão que já vi esse cara antes. — A mulher pontuou.
— Deve ser um parente famoso que o Young tem-
— Não, David. — Ela pegou o jornal mais recente de casos misteriosos, o oficial da Califórnia. Procurou página por página até encontrar o que estava procurando. — Aqui.
— Incêndio em Beacon Hills deixa família em pedaços. — O guarda lê a matéria e logo olha para a amiga. — Aonde quer chegar, Linda?
— Acho que ele é um Hale, do incêndio! É só ver as queimaduras, David. Eu sempre achei aquela família estranha.
— Linda, por favor, é impossível, os Hale se não estão mortos estão internados em estado grave. Deixa isso pra lá.
A guarda olhou mais uma vez para o interior da casa e parecia que os homens haviam desaparecido. Devia ser coisa de sua cabeça. Não havia mais ninguém na casa. Ela pensou em dar uma volta ao redor da casa, só assim para fazê-la relaxar. Porém, deixou sua paranóia de lado e escutou o conselho do melhor amigo.
— Acho que tem razão. — Ela virou o rosto novamente para frente.
David não estava mais ali. Seu corpo inteiro tremeu. Em vez dele, o homem de cabelos grandes e rosto queimado substituiu seu melhor amigo. Ele sorriu para ela e era quase impossível não sentir arrepios ao percorrer sua espinha. Logo seus dentes extremamente brancos foram substituídos por gigantes presas que cravaram em seu pescoço.
— Deveria ter escolhido ficar quieta, querida. — O homem saiu caminhando calmamente, limpando resquícios de sangue em seus lábios avermelhados, deixando a guarda para morrer ali mesmo em frente a pequena mansão.
Ela tentou gritar, mas nada saía de sua boca. Parecia um filme de terror, ou um pesadelo dos mais horripilantes. Foi quando ela olhou para o lado, mais precisamente, para debaixo do carro de polícia, o corpo de David estava lá olhando para ela. Linda nunca pensou que era assim que ia ser sua última lembrança dele. Ela não iria aguentar tanto tempo e sabia que iria morrer, então apenas fechou os olhos até sentir a morte chegar.
Anne Aguiar
