Aprendendo a Amar Suivre l’histoire

Ser aluno novo em uma escola, é horrível. Os olhares, os cochichos especulando o motivo de você estar alí, e principalmente, o fato de que quase todos já são amigos, não é muito motivador. Mas infelizmente, eu não tive escolha.

Meu nome é Park Jimin, tenho 18 anos, e estou no meu último ano do ensino médio.

Estudar na Seul Elite School, é o sonho de qualquer bom aluno desse país. Mas não é esse o meu caso.

Eu estava feliz na minha antiga escola, com os meus amigos e com a minha antiga rotina de dois anos.

Vocês devem estar se perguntando o motivo por trás da minha troca forçada de escola. E eu os respondo: Minha avó materna.

Minha avó não anda muito bem de saúde, então resolveu usar isso a favor dela, fazendo os meus pais realizarem um dos grandes sonhos dela referente a mim, estudar na escola número um do país.

Pelo menos, o meu primo Taehyung, também estuda aqui. Infelizmente, em turma diferente, já que ele repetiu ano passado.

— Chim!! – veio correndo me abraçar –Senti saudades de você, pequeno.

— Pequeno é o seu pau. – falo após conseguir sair do abraço apertado dele – Eu já vi, então sei.

—Faz muito tempo desde que você o viu.

Não pensem besteira, tá bom? É que eu e o Tae, tomávamos banhos juntos quando éramos mais novos.

— Não importa. Esse lugar é tão chato. – olho as pessoas que estavam sentadas nos bancos que ficam perto da entrada.

— Você acabou de chegar. Literalmente.

— Se já de cara pensei isso, imagina só ao decorrer do ano? Eu vou morrer aqui.

— Não seja dramático, Park Jimin! É o seu último ano. – começamos a entrar na escola.

— Era pra ser o seu também, mas você achou a bunda do professor de matemática mais interessante.

— Aquela sim é uma bunda de respeito. Mas eu tenho uma novidade. – olho pra ele – Bom, o meu pai veio conversar com a diretora, convenceu ela a me passar de série, mas com dependência em matemática.

— Você fará uma prova então? – ele assente – Isso é muito bom, Tae.

— Terei que estudar igual condenado. Bem que você poderia me ajudar, né?

— Eu não sou de exatas, nem sei como consegui passar.

— Orações da vovó.

— E muitas lágrimas minhas. – dou uma leve risada, que se encerra assim que alguém esbarra em mim – Ai... Olha por onde anda!

— A culpa não é minha se a vossa alteza decidiu fofocar bem no meio do corredor. – falou de um jeito estressado.

— E a culpa não é minha se o senhor "dono do corredor", está com os olhos pregados na bunda, ao invés de estarem na cara. – respondo em tom de deboche, olhando nos olhos dele.

— Vamos cara, não vamos criar confusão. – um dos amigos dele o levou para outro lugar.

— Que garoto chato! Todos aqui são assim? – olho para o meu primo, que estava com os olhos arregalados enquanto olhava pra mim – O que aconteceu? Por que está assim?

— Você acabou de enfrentar o Jungkook.

— E? – pergunto tentando entender.

— Ele é o cara mais foda da escola, ninguém bate de frente com ele. Ele é simplesmente, o garoto mais popular daqui.

— Grande merda. – reviro os olhos – Vamos, ainda tenho que passar na diretoria e ir conhecer minha turma.

Fomos para a sala da diretora, que foi muito simpática e prestativa. Dei uma passada no banheiro, e depois o coordenador me levou até a minha nova turma. Durante esse trajeto, meu primo foi conversar com um dos amiguinhos do tal Jungkook. Sinceramente, não sei o motivo de toda essa "idolatria" nele. Ele só é mais um garoto mimado, metido playboy.

— Chegamos. - parou em frente a uma porta, bateu e entrou quando foi autorizado - Com licença senhora Hwasa, eu vim trazer o novo aluno.

— Park Jimin, certo? – balancei a cabeça em confirmação – Seja bem vindo. Espero que goste daqui.

— Não vou mais interromper sua aula. – saiu da sala.

— Vamos ver onde você irá se sentar... – percorreu os olhos pela sala de aula – Irá se sentar ao lado da senhorita Lalisa. – apontou para a menina de cabelo castanho.

Sem dizer mais nada, eu apenas ando em direção ao lugar indicado e me sento.

A aula estava indo muito bem, a professora explica tudo de um jeito bem detalhado. Então, fica fácil de entender tudo. Mas já ouviram aquele ditado que diz: "tudo que é bom, dura pouco"? Pois é, isso aconteceu. O tal Jungkook, simplesmente entrou já quase no fim da aula, com a maior cara de pau do mundo.

— Acho que ele esqueceu a educação enfiada no cu. –falo em tom baixo, só pra mim mesmo. Pelo menos era o que eu pensava, até ouvir uma risadinha da menina sentada perto de mim.

— Finalmente alguém com cérebro nesse lugar. – disse em um tom baixo, enquanto se virava pra mim.

— Está falando comigo? – ela concorda – Acho que falei muito alto.

— Nem tanto. É que eu tenho uma ótima audição.

— Entendi.

— A propósito, me chamo Lalisa. – estendeu a mão na minha direção – Pode me chamar apenas de Lisa.

— Pode me chamar de Jimin. – encaixo minha mão na dela.

— Eu sei que é muito legal se enturmar, mas estamos em aula ainda. – olhou nossa direção.

O resto da aula foi tranquila, tirando algumas conversas paralelas.

Agora já estamos no intervalo, eu estou sentado no refeitório junto com a Lisa e o Tae. Descobri que a Lisa é bolsista, assim como outros alunos da nossa classe e de outras turmas.

Você tem todos os requisitos para ser um popular, sabia? Você é rico, inteligente, carismático e muito lindo. - disse depois de beber um pouco de suco.

— E desde quando os populares são inteligentes?

— Você está muito rabugento hoje, Jimin. – mordeu um pedaço de pizza.

— Talvez eu consiga meter o pé daqui.

— Isso não vai funcionar, sabe disso.

— Infelizmente... – suspiro e começo a comer.

Após finalizarmos o almoço, fomos para um espaço destinado ao descanso dos alunos. O local até que é bonito, tem um chafariz no meio do "jardim", alguns bancos e mesas em alguns pontos da grama, onde tinham algumas pessoas conversando.

— Vamos nos sentar alí. – aponto para uma mesa vazia.

— Vou te adicionar ao grupo da turma. – pegou o celular e olhou pra mim – Qual é o seu número, Jimin?

Passo meu número pra ela. Em alguns segundos recebo uma notificação, avisando que fui adicionado ao grupo "Último ano de Tortura".

— Esse grupo é só dos alunos. Tem outro, mas os professores vão te adicionar depois. – ela explicou enquanto guardava o celular na mochila.

— Entendi.

Fico observando os outros alunos conversando, mexendo no celular e alguns que estavam lendo livros. Por alguns instantes, minha mente começa a imaginar meus amigos aqui comigo, me ajudando a não querer explodir de raiva por estar em uma escola cheia de riquinhos esnobes. Tudo bem, sei que estou sendo um pouco hipócrita e dramático.

Mesmo sendo filho de pais ricos, eu não sou esnobe e nem fico espalhando aos quatro ventos o quanto de dinheiro eu tenho. Até porque, quem tem dinheiro são os meus pais, não eu. Não gosto de depender do dinheiro deles, queria ter liberdade suficiente para ter minha própria vida.

Meus pensamentos são interrompidos ao ouvir uma risada bem perto da gente.

— Adeus paz e silêncio. – escuto Lisa falar e me viro para olhar a outra mesa.

— Não fode. – reviro os olhos.

— Ele é gato.

— O tal Jungkook ou o amiguinho dele? Aquele que você estava conversando mais cedo.

— Os dois. Mas você sabe priminho, o Jungkook não faz o meu tipo.

— E como sei. – pego meu celular para conferir a hora.

— Vamos ser sinceros, o Jungkook é muito gostoso. – Lisa começou a falar.

— O que adianta ter beleza, mas não ter inteligência? – pergunto olhando pra ela.

— Até onde eu sei, a gente beija a boca, não o cérebro. – Taehyung rebateu.

— Tanto faz. Eu jamais ficaria com ele. – falo olhando pra onde o moreno está sentado.

— Espera aí. – pegou o celular e desbloqueou – Agora repita novamente, só pra deixar gravado. Vou fazer questão de te mandar isso, assim que vier dizendo que ficou com o Jeon.

— Isso não vai acontecer, Lisa. – direciono o meu olhar a ela por alguns segundos.

Infelizmente, minha curiosidade é um dos meus maiores defeitos. Se não fosse por ela, eu não teria voltado a olhar o Jungkook e não saberia que ele já estava me encarando. Quando seu olhar encontrou o meu, ele deu um sorrisinho nada bondoso e voltou a conversar com seus colegas.

Só sei de uma coisa: Eu estou fodido.