Um reino distante guarda um mistério terrível, a ordem de espiões que visavam aniquilar tiranias contra o povo, evitando qualquer segredo que a coroa tivesse. A sua melhor espiã e o seu grupo foram enviados, mas não traziam notícias havia meses.
Ann fugia, corria o mais distante possível, pois nunca a perdoariam, como poderiam quando ela mesma não se perdoava por tamanha estupidez.
Não cumpriu a sua missão, mas ao invés disso, se apaixonou. A única coisa que não podia acontecer, deixou os seus colegas quase serem pegos. E o pior, estava esperando um filho do príncipe, o mesmo que iria se casar com uma princesa qualquer, abdicou da sua ordem por esse sentimento e em retribuição recebeu um convite dado por seu grande amor.
— Desculpe-me, não posso ir contra os meus pais.
Foi o que lhe disse quando iria contar-lhe a novidade.
O seu mundo caiu, abdicou de tudo e agora não tinha nada. Apenas uma criança no seu ventre que dependeria dela.
Não poderia voltar para a ordem, abandonou a sua missão e o seu grupo. Isso era imperdoável, regras que nunca deveriam ser descumpridas.
Quando chegou a esse reino, eles acolheram-na, a treinaram e foram à sua família. Aqueles quatro príncipes engomadinhos que treinavam com ela tornaram-se os seus melhores amigos, morreriam um pelo outro e agora não sabia o que havia acontecido-lhes. A rainha descobriu sobre serem espiões, ameaçou prenderem se não abandonasse Jordan, ofereceu dinheiro, posses e títulos para nunca mais se encontrar com o príncipe.
Com a mão no ventre, a jovem se disfarçava de camponesa trabalhando entre as plantações de um duque qualquer do reino vizinho. Eram míseras moedas e um angu como os dos porcos que os trabalhadores recebiam, mas era melhor que nada. Uma vez na semana ia até à cidade, precisava de um lugar para ela e o seu filho que nunca saberia da sua verdadeira origem.
Com muito esforço auxiliava alguns comerciantes com contas e em pagamento recebia legumes, vinho e uma acomodação digna. Apenas um quarto mal construído onde havia frestas nas paredes por onde entrava chuva e vento, no telhado não haviam goteiras e isso era lucro. Ajudou a ler pergaminhos auxiliando o guarda real que nunca havia aprendido a ler e foi se mantendo com moedas na cidade. Tentava de tudo, incluindo desenhos que vendia por trocados. Um deles era do castelo que ficava próximo, estava sentada debaixo da árvore do lado de fora das grades quando duas princesas passeavam por ali, quiseram saber quem era, o que desenhava e pediram para estarem no desenho. A alegria das duas quando viram os seus retratos, correram o mais depressa para mostrar a seu pai.
— Sem pagamento pelo visto — Sussurrou se levantando com dificuldades e verificando os frutos caídos da árvore se algum estava bom o suficiente e não estava tão apodrecido para consumir, muitos estavam em situação que parecia a sua e então não sobravam frutos, mas árvores, pois até mesmo os verdes eram colhidos para servir de alimento.
— Senhora?— Uma voz a faz se virar, uma das garotas que desenhou trouxe-lhe alimentos, roupas e para a sua surpresa uma manta para a criança.
— Agradecemos o retrato, o nosso pai achou a senhora muito talentosa e gostaria de conhecê-la. Venha conosco.
Diz e atrás dela estavam seis guardas.
Uma vez no castelo, ofereceram-lhe banho e roupas limpas. O rei e a sua esposa faziam perguntas, que não desejava responder de forma alguma.
— O seu nome é?
Pergunta rei Alfred
— O meu nome é Ann, majestade.
Sussurra.
— Agradecemos o retrato, será um prazer a sua presença no castelo caso queira auxiliar o nosso cartógrafo.
Diz e de pronto assente, uma acomodação no castelo seria ótimo até a chegada do bebê.
— Agradeço, majestade.
Diz se curvando.
— Já viu com a parteira quando chega a criança?
Pergunta a rainha e se aproxima com uma proposta —Se for menino, poderíamos propor pagar-lhe uma quantia e ele seria nosso. Não podemos mais ter filhos, possuímos duas filhas, mas nenhuma pode herdar o trono.
A voz da rainha a fez se virar sem acreditar, por isso a trouxeram? Querem comprar o seu filho? Pela expressão das filhas, não sabiam de nada e seriam moedas de troca entre reinos.
— Lamento muito por dizer isso, mas meu filho não está à venda majestade.
Diz em tom de voz alto, firme e escuta risos da rainha e do rei.
— É uma pobre alma que não tem onde cair morta, sem uma criança poderia possuir terras onde quiser, lhe pagaremos e quem sabe não pode se casar e ter outros.
Disse o rei e a raiva toma conta da espiã que se vira, saindo de lá daquele castelo.
— Pense bem! Caso mude de ideia venha até nós.
A Rainha diz um pouco antes da mulher sair.
Muitos comentários sobre ter rejeitado vender a criança para a rainha toma conta do vilarejo. Muitas opiniões e piadas sobre se a rainha quisesse venderiam até todas as crianças que têm por uma vida melhor.
Enquanto isso no reino do príncipe Jordan, ele a procurava. Conseguiu achar os colegas da ordem, estavam na doca do vilarejo e cheiravam a peixe.
— Onde está Ann?.
Pergunta correndo ao encontro deles
— Achamos que foi embora, logo depois que partiu o coração dela e a abandonou.
Diz um deles o encarando
—Ajudem-me a encontrá-la, por favor. Pediu o príncipe, estava desesperado atrás dela.
Semanas se passaram em sua procura, quando Jordan pede ajuda ao rei Alfred.
—O senhor diz que seu nome é Ann? Como a donzela se parece?
Perguntou a princesa Brie.
—Pele clara, olhos verdes e cabelos castanhos e enrolados.
Diz esperançoso.
—A senhora que está grávida?.
Pergunta Sofia, mais velha do que Brie, o príncipe e os colegas da ordem paralisam.
O guarda os leva até a cidade, pessoas passavam por ali, muitos comerciantes os param, oferecendo suas mercadorias, algumas dessas mercadorias eram pessoas.
Até que ele a viu, colhendo frutos debaixo de uma árvore. E ao se aproximar conseguiu escutar um choro, dentro de uma cesta estava um bebê enrolado num pano.
—Ann! — Essa voz faz o seu coração disparar e quando vira a cabeça para olhar encontra aqueles olhos, sentiu falta daquele olhar. As frutas caíram no chão com o susto e a garota se levanta ainda surpresa, parecia que nada havia mudado nele. Não ousou falar algo, deveria estar atrás da criança, descobriu o bebê e veio atrás dele. Sem pensar muito ela faz a coisa mais tola e inútil quando está cercada por homens a cavalo, pega a cesta com o seu bebê e sai a correr. Ouvia gritos chamando o seu nome, mas não ousava se virar, pois seu filho. Liam, era a pessoa mais importante. O seu porte físico não era o mesmo, não se alimentava havia dias. Estava se recuperando do parto, mas tinha que procurar alimento.
Os sons de cavalos se aproximavam e as suas forças se esvaem, tropeçou algumas vezes pelo caminhoe a ex-espiã encontra uma plantação e tenta os despistar, passando por ela. Lágrimas caíam, sentia dores, fome e o seu filho chorava e isso dificultava as coisas. Ann cambaleou mais uma vez e cai no chão agarrando o seu filho segurando-o contra si, abaixada protegendo-o com seu próprio corpo. Passos se aproximavam e ela chorava baixinho.
—Não vou permitir que te tirem de mim Liam. Sussurrou.
Via botas ao seu redor, eles cercaram-na. As suas lágrimas caíam na terra,olhou o seu filho que a esse momento a olhava. O som de espadas sendo desembainhadas, fecha os olhos esperando...
Zenning, o nome do universo coincide com o nome da cidade onde está localizada a reserva na história de O Herdeiro. Várias história estão sendo escritas interligadas neste universo fictício. En savoir plus Zenning .
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