Era uma vez em uma caverna sombria, profunda e gelada, vivia ali uma criatura. Uma mulher tão pálida e apática quanto a neve que estendia-se por dentro e aos arredores de sua fortaleza.
Sua casa combinava tão bem com ela... Reclusa, dolorosamente fria e triste. Parecia que aquela caverna estava destinada a viver sob um inverno eterno.
A mulher, se chamava Invernia. Ela mesma a batizou com o nome ao se dar conta da pele azulada mórbida, das veias aparentes, dos olhos completamente brancos e das garras e dentes tão afiados quanto uma adaga bem acabada.
Se deu conta de que era um monstro. Não só por fora, como também por dentro. Carregava uma raiva insana que até a assustava. Pelo visto não só assustava os outros.
O peito parecia estar amarrado a uma âncora de tão pesado, cansado e doído que estava. O frio constante que a fazia tremer da cabeça aos pés, deixava a moça quase lenta.
Todos os dias, Invernia espantava os curiosos, os caçadores e os bem feitores para longe de si, e chorava ao agora enxergar a garota de hoje e de antes tão bem.
Já havia sido uma menina gentil, esperançosa, porém suas dores nunca a deixou, e aos poucos não sabia mais como caminhar levando-as em sua mochila. O orgulho se manifestava quando alguém queria ajudá-la, o estresse a fazia falar rispidamente.Até que um dia olhou no espelho e viu a criatura da caverna.
Houve então um evento que novamente a transformou, mas não dá maneira como esperava.
Invernia foi para a floresta, esperando atenta seus caçadores surgirem e realizarem seu almejado sonho. Finalmente matariam o monstro.
Ela ouviu a tropa de guerreiros se aproximando, saiu lentamente das densas árvores para a visão deles. As lágrimas ao menos a aquecia. Isso era bom. O medo da rendição tomava a mulher, mas seguiu.
Os soldados viram-na e se espantaram ao presenciar a criatura se entregando a seus inimigos.
Uma amazona aproximou-se dela com um cetro dourado e imponente. Parecia uma feiticeira e estava prestes a ver o cajado mostrar seu poder quando o aproximou de Invernia.
De olhos fechados para não olhar nos olhos da morte, invernia se surpreendia ao sentir um calor tão vibrante e gostoso invadir seu coração. Parecia que alguém a abraçava e a cariciava. Ela estava confusa. Como sua morte não estava sendo dolorosa? A passagem estava estranhamente magnífica, como há muito tempo não havia experienciado aquelas sensações gentis.
Ouviu um coro de "oooohhh" surpreso cantado pelos soldados e abriu então os olhos para perceber que ainda estava viva, no entanto, totalmente diferente. O cetro refletiu a aparência de Invernia que agora brilhava lindamente. A pele estava dourada e iluminada. As vestes brilhantes, misturando o laranja e o amarelo em seu tom. Os olhos eram agora como mel. Invernia não representava mais o inverno e sim... O verão? Sim! O Sol. O alegre, aquecedor e cheio de vida, Sol
A guerreira estendeu o cajado para aquela nova garota, sorriu e então disse: "Está curada. Viva agora está nova vida e seja feliz."
"Lembre-se desse glorioso dia quando o inverno envolver sua alma novamente. Te dará força para lutar e seguir."
Invernia com o cetro na mão, chorava e ria feliz e aliviada, enquanto a terra gelada sobre seus pés aquecia e o verde da grama ficava mais vivo. As flores desabrochavam, o Sol afastava as muitas nuvens no céu e a neve. Um dia lindo ia surgindo.
Um dia em que Invernia nasceu novamente. Os guerreiros não eram caçadores, eram mãos estendidas prontas para resgatar a doce criança engolida por aquele lobo congelante. Invernia era uma nova e resiliente, Solária.
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Me inspirei nesta linda e doce canção(clique na frase, caso queira ouvir^^)
Merci pour la lecture!
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