Vocês não fazem ideia!
Ainda no escuro, tenho que pegar o Sol, empurrá-lo até a linha do horizonte para que o dia amanheça.
As primeiras horas são as mais difíceis. Cheio de preguiça, alega que a subida até o meio do dia é íngreme demais. Pede esparsas nuvens bem brancas, exige brisas frescas. Se não o atender, ameaça botar tudo para ferver.
Chegando às 12 horas, emperra no alto do céu. Diz que é a melhor posição para olhar a Terra. E cabe a mim arrastá-lo, como se fosse umá burra empacada, para as 13 e, depois, para as 14 horas. Ele acha que ambas são chatíssimas.
Contudo, é só um relógio avisar que são 15 horas, que ele tenta debandar numa corrida insana. Pretende precipitar-se para chegar logo às 18 horas. Aí, preciso freiá-lo. Faço uma força danada. Doem os braços, as pernas, a coluna fica em pandarecos.
Enfim, todo pimpão, acha de inventar crepúsculos espetaculares. Quer, porque quer, um grand finale para o dia. E eu, lá, morta de cansaço.
A sorte é que o meu substituto não se atrasa. Pontualmente, está pronto para sofrer tudo o que sofri.
Vocês não fazem ideia do perrengue que passo quando o dia está nublado ou chuvoso. Aí mesmo é que ele faz corpo mole, porque ninguém vai vê-lo. Um saco!
Ainda por cima, atravesso a noite e a madrugada, voltando a pé para o meu posto no Leste.
Vocês não fazem ideia... Ninguém faz a mínima ideia!
Merci pour la lecture!
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