mikhailov Gael Mikhailov

E te dizer “te amo” agora é mais estranho. Estranho mesmo é te ver distante. Botar o nosso amor numa estante. Tive que desaprender a gostar tanto de você. |capa: @NH99, wonderful designs


Fanfiction Anime/Manga Déconseillé aux moins de 13 ans. © mikhailov

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Capítulo Único



SATORU ODIAVA FLORES.

Ele sempre inventava que tinha alergia e o pólen incomodava seu nariz, mas a verdade é que meu ex-marido era antipático mesmo. E insensível. Não tinha tato para nada e às vezes parecia que eu tinha uma criança de treze anos em casa do que um adulto de vinte e oito. Mas, apesar de tudo, éramos um bom casal.

Nossa, bom casal. Existe esse tipo de descrição para duas pessoas perdidamente apaixonadas? Mesmo que não, era assim que eu e ele nos sentíamos. Um bom par. Daqueles que não brigam por nada sem se estressam, que matam o tempo lendo um livro para o outro e zarpampelos canais de tevê atrás de algo legal para assistir. Só que, embora compuséssemos uma harmonia perfeita — dentro e fora — de casa, eu me encontrava e amava sozinho em uma relação que era para dois.

A ausência passou de uma coisa relevante do dia a dia para um acontecimento frequente em nossa rotina. Quase nunca podia contar com ele.

A insegurança deixou de ser uma invenção momentânea do meu subconsciente e virou uma presença eterna. O medo da descoberta se transformou em impedimentos que me limitavam da vida exterior, das conversas com os colegas do trabalho, das visitas à minha mãe. A hesitação mantinha-se de pé firme na beirada da minha cama desde que ele se levantavae eu não sabia o horário de sua chegada.

Geralmente, depois das onze e meia. Cansado demais para compartilhar uma mesa ou dividir um beijo de boa-noite; cheiroso demais para quem havia partido para uma afronta no trabalho mais cedo pela manhã, bem alimentado para alguém que não come fora de casa e com as bochechas coradas de um vermelho tão vivo que pensariam ter caminhado quilômetros, quando na verdade ia e vinha de carro.

É engraçado pensar que casamos em uma capela na praia ornamentada de todos os tipos de flores, mais perfumada do que uma floricultura na primavera, retribuindo o calor da areia com o sal na brisa do mar. Ele de terno azul tão pastel quanto o mar, os cabelos lisos balançando como um anjo e os profundos olhos enormes me encarando com o amor mais terno que eu poderia receber.

Ou que alguém no mundo teria a honra de possuir.

Satoru sorriu como se eu fosse a pessoa mais perfeita do mundo e encaixou a aliança dourada em meu dedo, aquele fino laço que juntaria as nossas vidas em uma só para sempre. Que juraria felicidade na saúde e na doença, comprometimento na riqueza e na pobreza, amar e respeitar até que a morte nos separasse.

Pelo visto não foi o fim previsto para daqui há sessenta anos que colocou um ponto final em seja lá o que tínhamos. Em uma relação que já estava falida desde a primeira mentira, o primeiro abandono, a rotina instável, a dúvida de todos os sentimentos misturados em um furacão.

Só Deus sabe o quanto tentei, o quanto lutei e superei dores de feridas que não eram minhas, mas que me eram causadas todos os dias. Pedi tanto para não ir embora, implorei noites intermináveis ao pé da cama por uma explicação e um prefácio de adeus. Ao menos uma fagulha que já me adiantasse do término e da dor sufocante que me agarrava em madrugadas a fio enquanto eu guardava lugar para um fantasma.

O lugar do colchão já está frio e eu sequer lembro o cheiro do seu perfume. Pior do que não saber o que vai acontecer é estar cego durante tudo e não fazer ideia para onde seguir.

Como uma bússola quebrada que tateia pelo mapa entre o norte e uma região desconhecida. Nós éramos um norte, mas havia algo que eu não conhecia nos dividindo quilometricamente — foi tarde demais quando percebi que o “algo”era você.

Satoru era como um girassol: se abria caloroso e feliz para mim ao nascer do sol e se fechava friamente quando ele sumia atrás do horizonte. Virava para o outro lado da cama com suas pétalas molhadas e secas, expelindo sementes plantadas por outro enquanto eu colhia minhas próprias folhas murchas de uma época que já não floria mais.

Às vezes ele também era como uma margarida. Mesmo arrancando cada pedacinho no quer-não-me-quer, ele se reerguia porque sabia que não importasse onde estivesse, qualquer um o desejaria. Mesmo com as raízes impróprias para aquele solo, ele se mantinha. Uma flor bela e impulsiva.

De todas as que eu comprava semanalmente para presenteá-lo, poucas me diziam verdadeiramente do que esperar de uma com espinhos como ele.

Satoru odiava flores.

Mas hoje em dia o vejo comprando várias, dezenas,centenas para sua nova paixão, e recebendo todas com o sorriso em seu escritório porque, no fundo, elas lembravam quem ele realmente amava.

28 Juillet 2022 08:28 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Gael Mikhailov Olá! Sou Gael Caim, escritor de 19 anos em aperfeiçoamento e atuo em vários sites. Extrovertido e tagarela, mas de vez em quando escondido como uma tartaruga dentro do casco. Atualmente trabalho com obras baseadas em animes e filmes, geralmente postadas como fanfics, mas adoro romance new adult, livros com temática de fantasia, ação, drama e slice of life. Também gosto de histórias com cenário familiar que aquecem o coração!

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