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Os bairros de Sunny Hell eram cheios de histórias submersas em segredos e olhares desconfiados de quem sabia que tinha culpa não anotada em fichas criminais, mas presentes nos olhares dos moradores da pacata cidade. Jimin sabia que deveria manter-se longe dos boatos e das brigas, assim como possuía total conhecimento de que não conseguiria ficar afastado do que ele mesmo havia causado, e isso incluía o motivo pelo qual estava destinado a ser um sangue-ruim. Um alvo de julgamentos sobre o que aparentava ser. Entretanto, ele não podia afirmar que detestava a vida que levava. O mar, o estilo de vida livre, os amigos e o sangue que sentia na ponta da língua sempre que tinha vontade eram o suficiente para deixá-lo satisfeito. Pelo menos até o dia em que ele voltou. O retorno de Min Yoongi só poderia significar que seus dias estavam contados, principalmente quando o primeiro corpo surgiu na praia.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

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O inferno ensolarado

Escrito por: @LuhDrama | @LuhDramaLS



Notas Iniciais: Olá, xuxus.

Voltei para um dos temas que os yoonminers mais gostam.

Diferente das últimas fics que andei escrevendo, essa tem uma pegada um

pouco mais séria/sombria.

Espero que gostem, o primeiro capítulo é apenas o começo de tudo.



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Não havia muito o que se esperar de uma cidade pacata e esquecida, mesmo que essa estivesse localizada no litoral e tivesse hospedagem por ótimos preços. Não existia nada que trouxesse alguma emoção ao “Inferno Ensolarado” e suas praias sem graça. Talvez as histórias dos velhinhos que caminhavam cedo na areia até fizessem os turistas ficarem um pouco curiosos sobre a criatividade da população local, mas nada além disso.

Bem, pelo menos foi assim por muito tempo, até que algumas pessoas começaram a se rebelar contra a apatia de Sunny Hell, que durante décadas ficou conhecida apenas por ser um lugar com muito sol e maresia que acelerava a degradação da cidade.

Foi em meio a uma briga na orla entre esses rebeldes que surgiram as duas gangues, que, naquele momento, dominavam diferentes regiões da pequena cidade. Seus integrantes eram, em sua maioria, jovens arruaceiros que buscavam uma dose excedente de serotonina e uma causa mínima para mostrarem suas habilidades de luta. Não agiam como criminosos perigosos, mas se enquadravam em causas de problemas pelos olhos do resto da população, tão acostumados com a tranquilidade e a morbidez.

A maneira de se vestirem, de se portarem e até a mania de andarem sempre em grupos mantinham qualquer pessoa a uma distância segura, pois rolavam boatos até de que eles portavam armas de fogo. Acréscimos exagerados de quem temia novidades com aspectos chamativos.

Um dos chamados “sangues-ruins” — apelido adotado pelos moradores para se referenciar a eles — estava sentado sobre o beiral de ripas de madeira da orla, observando desinteressado uma briga que acontecia dentro das demarcações na areia de uma quadra de vôlei.

Havia escutado que uma discussão se iniciou por causa de alguém da gangue rival que decidiu pôr os pés na areia para perturbar o pouco juízo que um dos seus tinha, e uma risada soprada escapou em forma de ar por entre os seus lábios entreabertos, já que segurava o palito de um pirulito entre eles.

Estavam perdendo o bom senso sem o líder deles, foi o que pensou ao retirar o palito de sua boca após morder o doce e tirá-lo da haste.

Um sorriso ainda beirava seus lábios quando se aproximou do grupo que gritava e vaiava a dupla que brigava, um corredor foi se abrindo para que tivesse fácil acesso aos envolvidos na confusão em um local tão tranquilo.

— Parem de sujar a praia, ninguém é obrigado a pisar no sangue de vocês — murmurou, enojado, abrindo os braços para colocar as mãos no peito de cada um e afastá-los. — Briguem em um lugar mais adequado da próxima vez, ninguém aqui quer problemas com a polícia, certo? — continuou falando, como se explicasse o alfabeto para crianças pequenas.

O garoto da gangue rival parecia ser um novato, sangue quente das novas liberdades que tinha adquirido, e pavio curto demais para o gosto de Park Jimin. Ele não recuou diante do aviso e cruzou os braços, pouco satisfeito. Um medo despontando no rosto do intruso ao reconhecer o líder do grupo que o cercava, mesmo que fosse bons centímetros mais alto.

— Você entendeu? — o Park insistiu, recebendo um acenar reticente. — Então cai fora.

O caminho para fora da praia foi indicado com o queixo, mas ainda assim o garoto, que Jimin não demorou a reconhecer ser o filho mais novo dos Jeon — uma família de pescadores que nunca se envolveu com escândalo algum, até o dia em que Jungkook, o filho mais velho, saiu de casa para se juntar à uma das gangues —, hesitou por um longo minuto antes de recuar devagar.

Pelo jeito, o irmão havia seguido seus passos e ainda carregava o mesmo temperamento impulsivo. Nada muito bom, se mal controlado.

Com o fim da confusão desnecessária, na visão do Park, ele decidiu que o melhor seria retornar para a casa na orla leste, antiga moradia de sua tia e que havia se tornado a sua depois que se afastara completamente dos pais.

Antes mesmo de abrir a porta da casa simples de alvenaria, ouviu algum indie rock tocando alto o suficiente para provocar uma imersão em algum vórtice reflexivo pelo instrumental tranquilo e envolvente como a praia. A música, porém, irritou Jimin, que logo desligou o celular apoiado na estante antiga da sala e se aproximou de seu amigo, o qual parecia ter acabado de terminar mais um copo de macarrão instantâneo.

— Seu irmão estava tentando puxar briga com um dos nossos hoje — comentou ao se apoiar na bancada em que Jeon Jungkook comia, empurrando as embalagens vazias para um canto. — E o que eu já disse sobre sujeira?

Jungkook não parecia incomodado com o sermão, muito menos com a sujeira ou com o fato de que seu irmão mais novo tinha se metido em problemas. Porém, para não causar intrigas com o líder, ele simplesmente recolheu tudo e levou até a lixeira.

— Ele se saiu bem pelo menos? — questionou, limpando a boca, que vivia decorada com uma argola, usando a própria língua.

Jimin deveria esperar por aquela reação. O Jeon mais velho já tinha comentado que era muito provável aquilo acontecer cedo ou tarde, mas provavelmente ele estava com raiva por ter o próprio irmão do lado adversário e não queria demonstrar. Bastava um vinco insistente entre seus olhos que seu amigo já entenderia.

— Teve a quem puxar — o Park comentou, retorcendo os lábios ao ajeitar os fios alaranjados que tinham sido bagunçados pelo vento marítimo —, mas quero que avise a ele para ficar do lado dos dele. Não posso abrir uma exceção, nem mesmo para o caçula dos Jeon.

O descontentamento de Jungkook não passou despercebido, mas Jimin não iria forçá-lo a conversar sobre o tópico.

— Não acho que eles vão durar muito tempo sem o Min — Jungkook palpitou quando o ruivo fez menção de ir para seu quarto. — Em alguns meses a cidade vai ser toda nossa.

Ele estava tentando ser positivo sobre a situação, mesmo que isso implicasse serem os únicos problemas e alvos da cidade. A sensação de poder era viciante de qualquer maneira, e ter o controle de suas próprias vidas era o principal lema dos Albatrozes.

Um sorriso satisfeito preencheu o rosto de Jimin, deixando evidente que a ideia o agradava. Pisar no território de Min Yoongi e chamá-lo de seu seria a melhor das conquistas.

A lembrança da areia pinicando o seu corpo e do gosto metálico em sua boca quando tudo mudou ainda era memorável em sua mente. Os dois se recusaram a dar o braço a torcer, duas dominâncias que precisaram disputar por um pódio.

O Min nunca o intimidou por ser mais velho ou por manter uma pose perigosa, Jimin, na verdade, o achava patético por ter feito questão de todo aquele show quando se recusou a ter um líder. Ele queria fazer as coisas à sua própria maneira, mas duas pessoas naquele mesmo posto nunca dariam certo, ainda mais se ambas se odiassem.

E eles tinham ódio de sobra para administrarem, desde que os boatos começaram.

A cidade de Sunny Hell, por sua pequena extensão e quantidade de moradores, permitia que todos se conhecessem e tivessem uma mínima interação que fosse, logo, criar versões próprias dos fatos e espalhar com intenções maldosas era fácil.

Porém, desde que Yoongi saiu da cidade sem anúncios oficiais, deixando a própria gangue sem denominar um líder substituto eficiente, as coisas vinham desandando para os rivais dos Albatrozes e, tirando a dor de cabeça que alguns estavam provocando, ele não podia negar que tudo caminhava a seu favor.

Quando entrou em seu quarto, Jimin apreciou a brisa fresca que entrava pela janela aberta e procurou pelas peças de roupa que tinha em mente para o evento de mais tarde. Haveria uma festa patrocinada por um dos membros ricos da gangue e o ruivo deixou de pensar por um momento no passado, focando em tirar a sensação pegajosa que a praia causava com um banho quente. Ao terminar de se arrumar, cobriu os braços definidos com uma jaqueta de motoqueiro.

Pelo reflexo do espelho de corpo inteiro, ele via, além de seu visual, a parede com pôsteres de bandas diversas, um ukelele pendurado no canto mais distante da sua cama e sua prancha de surf ao lado da janela. Geralmente ele não gostava de reparar muito no que mantinha guardado, então desviou o olhar para a sua imagem, verificando seu cabelo ainda úmido uma última vez antes de sair novamente.

Do lado de fora, Jungkook o esperava com inquietude, dizendo que queria uma carona para os limites do território deles, pois precisava resolver a situação com o irmão antes de ir para a festa esquecer a provável briga que teriam.

Os dois, então, montaram na moto de Jimin, uma Honda Shadow, que também havia sido herdada da tia, e seguiram pela estrada que delineava os relevos do litoral e era protegida das ondas por barragens de pedras.

Quando deixou o Jeon na praça principal da cidade, e limite do domínio dos Albatrozes, ele viu o garoto de mais cedo com algumas escoriações pelo rosto e um olhar raivoso esperando que chegassem.

— Não demore muito, senão virei te buscar — avisou quando Jungkook desceu do assento traseiro. — Sabe que não confio neles — disse em bom tom, pouco preocupado que mais alguém pudesse ouvir.

O Jeon mais velho riu, balançando a cabeça para indicar que tinha entendido.

— Só vou esclarecer algumas coisas e logo estarei lá. Divirta-se por mim enquanto isso. — Piscou o olho, que exibia mais um piercing em sua sobrancelha. — Lembre-se, o Min não está mais aqui.

Aquele lembrete recorrente. Talvez Jimin precisasse relaxar mesmo.

Pensando nisso, ele deixou que o ronco do escapamento da moto o distraísse até a casa com quintal grande e gramado, onde havia muita decoração, música alta e uma variedade de bebidas. Os portões baixos de madeira estavam abertos, permitindo a entrada de convidados sem restrições, porém não era como se alguém de fora daquele meio fosse se atrever a chegar perto.

O Park foi cumprimentado com saudações animadas e calorosas por todos que passou perto até ser capaz de alcançar o interior da luxuosa casa, onde encontrou o anfitrião da festa.

— Finalmente o nosso chefinho chegou — murmurou um rapaz na faixa dos vinte anos. Sua blusa estava aberta e uma bermuda floral era a única roupa que o cobria decentemente. Típico de Jung Hoseok.

— Não fale com esse deboche todo. Além disso, nós não somos nenhum tipo de máfia — Jimin resmungou enquanto o Jung pegava sua mão e deixava um selar em seu dorso. Um sorriso escapou pela ação de Hoseok, apesar de achar o amigo um pouco exagerado.

— Podemos chegar ao patamar de uma um dia, nunca se sabe.

A possibilidade no ar fez o sorriso do ruivo sumir, retirando a mão rapidamente ao recuar um pouco.

— Não foi para isso que criei a gangue, Hoseok. Sei que é um visionário para negócios, mas isso vai muito além do nosso objetivo e envolve muitos perigos reais se comparados com o delegado que vive nos vigiando — explicou, suspirando audivelmente antes de coçar o próprio pescoço em nervosismo. — Preciso de uma bebida.

— Se quiser, te ajudo a relaxar também — o Jung ofereceu, com um sorriso indiscreto, que foi recusado. Jimin não se sentia incentivado depois daquela suposição sobre investirem em crimes realmente pesados quando sua vontade, desde o início, era somente trazer liberdade do ciclo vicioso e monótono da cidade para aqueles que não podiam simplesmente sair dela.

Hoseok talvez nunca o entendesse completamente por poder sempre ir e vir quando bem quisesse, Sunny Hell jamais seria o seu inferno pessoal.

— Não entendo… — Hoseok deixou escapar, enquanto Jimin conseguia um pouco de álcool dentro de um copo neon.

— O quê?

— O sumiço do Min deveria ter te deixado mais animado — explicou, com seu corpo se projetando para frente. — É a nossa grande chance, cara! Por que não invadimos o outro lado?

— Acho que ainda não é o momento… Não sabemos quem foi deixado no lugar do antigo líder e…

— E acha que, se não ganhar uma briga contra o Min pela posse da gangue dele, o esforço não é válido? — o Jung completou, não segurando a hipótese dentro da boca. — Deveria superar aquele dia, Jimin.

Mais uma vez se passou na mente do Park que seu amigo jamais compreenderia suas motivações, então somente fez um gesto com a mão para que deixasse o assunto de lado e foi para o quintal verificar se Jungkook já tinha aparecido e também aproveitar a festa.

Para sua surpresa, do lado de fora a música não parecia ser motivadora o suficiente para fazer alguém se mexer. Estavam todos paralisados, encarando a entrada com uma certa distância por precaução.

Uma moto preta de um modelo antigo da Harley-Davidson havia acabado de estacionar em frente à residência com um ronco barulhento e, de cima dela, o Jeon mais velho foi jogado de qualquer jeito para o chão.

O eco do baque e o seu resmungo lamentável foram abafados pela batida que fazia as caixas de som vibrarem, porém o rastro vermelho e pegajoso em sua têmpora alertou Jimin, que correu para ajudá-lo.

O destrave de uma arma fez os curiosos se afastarem ainda mais, entretanto o Park não se abateu inicialmente, ajudando a erguer o amigo do chão.

— Ei, JK, você está aqui comigo?! — certificou-se por desencargo. Ouviu um resmungo breve e o considerou como uma resposta positiva.

O choque só cruzou seu rosto quando a barbatana de um tubarão ficou visível debaixo da jaqueta do motoqueiro que tinha atrapalhado a festa e seu capacete fora retirado.

Diferente de como Jimin lembrava, os fios de cor verde menta tinham sido substituídos por um cabelo escuro e longo, o seu rosto estava mais demarcado na região da mandíbula do que se recordava e os seus olhos estreitos e sérios estavam ainda mais obscuros.

— O que está fazendo aqui? — Sua voz saiu baixa, mas clara o suficiente para a visita indesejada compreender e perceber que fervia de raiva com sua chegada inesperada. — Como ainda tem a coragem de aparecer aqui, ainda mais com Jungkook assim?!

Se a arrogância em suas palavras ficou visível, o motoqueiro fez questão de esconder deu um sorriso mínimo, mostrando estar interessado nas reações do Park a respeito de sua presença.

— Ele estava dentro do meu território, então decidi trazê-lo de volta e informar sobre o meu retorno. — Ergueu os ombros, como se fosse uma reação óbvia. — Foi esse o nosso tratado, esqueceu? Ou será que você continua tendo algum problema em lembrar do que já fez?

O público ao redor encarava a situação com curiosidade. Ainda que tivessem medo de que a arma fosse disparada de supetão, queriam assistir o desenrolar da cena.

O clima estava denso o suficiente para que ninguém fizesse movimentos bruscos, com o som de gaivotas sobrevoando o litoral em busca de peixes sendo o único som audível depois que a caixa de som foi desligada e passos apressados de alguém se aproximando os fizeram sair do transe do momento.

— Yoongi… — Hoseok anunciou o nome do intruso, ajeitando a postura ao ver o objeto perigoso apontado em sua direção. — Não sei o que aconteceu, mas Jungkook estava no direito dele. O pirralho do irmão dele estava na nossa praia e brigou com um dos nossos.

A explicação pareceu acalmar os ânimos, pois a posição ofensiva de Yoongi desmanchou-se e a arma foi guardada. Ainda assim, Jimin não conseguiu relaxar, muito atento a cada movimento do Min.

— Eu sei — Yoongi revelou —, mas ele quis impedir que eu punisse Jungwon, então recebeu a punição em seu lugar.

Um olhar repreensivo do ruivo para Jungkook, que tinha conseguido se firmar e ficar de pé com ajuda, foi o suficiente para que entendesse seu descontentamento. Ele deveria ter conversado com o Jeon mais novo, não apanhado em seu lugar.

— As coisas serão diferentes a partir de hoje, Park — foram as últimas palavras do líder da gangue rival antes que o capacete voltasse a esconder sua identidade. Os pneus de sua moto jogaram terra para o alto ao dar a partida e acelerar para longe do que deveria ter sido a distração de Jimin.


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Notas Finais: Queria agradecer ao pessoal que me ajudou a deixar a fic

bonitinha:

Josi (@tsukinojojo) e Noh (@minie_swag) pela betagem, a Julia

(@Nutella_KPOP_) pelas capas lindas e a Lu (@YinLua) pela revisão ♥

Até o próximo capítulo!

7 Août 2022 23:06 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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