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Parecer uma pessoa inocente e fofa tinha suas vantagens, e Park Jimin sabia muito bem disso, afinal, seu jeitinho meigo sempre o ajudou a conseguir o que queria. No entanto, graças a uma pessoa específica, o rapaz começou a duvidar do quanto gostava de ser do jeito que era. Se Min Yoongi estava por perto, Jimin não queria mais ser visto como uma criança, mas sim como um adulto por quem o melhor amigo poderia se apaixonar. Assim, em um surto para fazer seu melhor amigo vê-lo como alguém atraente, Jimin resolve mudar seu jeitinho, repetindo para si e para o outro que, não, ele não era fofo.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Um pouco de coragem

Escrito por: @LadyofSomething/@RedWidowB



Notas Iniciais: Olá! Antes de mais nada, agradeço

@Sra_Lovegood/@SraLovegood pela betagem e dicas, e @ChIsHiKiZi /

@ChIsHiKiZi pela capa e banner super fofinhos.

Muito obrigada, gente!

Enfim, boa leitura!




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Parecer uma pessoa inocente e fofa tinha suas vantagens, e Park Jimin sabia muito bem disso. Sendo muito astuto, porém possuindo naturalmente feições afáveis, o rapaz reparou bem cedo que, com pouco esforço, poderia ser beneficiado por isso. Era só fazer um biquinho e seu pai lhe comprava um doce, ou apenas sorrir largo — principalmente quando alguns dentinhos lhe faltavam na boca — e então recebia carinho de sua mãe.

Com isto, Jimin cresceu sem pensar demais sobre ser levado a sério. Era bom demais ser paparicado e tratado como um bebê, mesmo quando já havia atingido uma altura aceitável para um adulto, assim como idade. Não se importava, mesmo ao completar seus dezoito anos, se iriam vê-lo ou não como tal, desde que continuassem a tratá-lo com todo o amor que recebera desde pequeno.

No entanto, se havia alguma forma de deixá-lo em dúvidas sobre as vantagens da fofura, essa forma tinha nome e sobrenome: Min Yoongi.

Mesmo sendo seu melhor amigo, Yoongi sempre tratou Jimin com ternura exacerbada, procurando deixá-lo muito mais do que apenas confortável ao seu lado. E não era como se o Park desgostasse dos cuidados, porém… não sabia se era aquilo que queria.

O Min o enchia de carinhos desde o dia em que se conheceram durante a infância, sempre alegando que tinha que cuidar do seu amigo mais novo. E, bom, talvez por isto, ou por outras diversas características marcantes do rapaz, em algum momento o pequeno Jimin de oito anos se viu imaginando como seria gostosinho segurar a mão dele sem que fosse apenas para atravessar a rua, ou por ter se machucado. Com treze, já imaginava como seria receber beijinhos que não fossem na bochecha e, com dezesseis anos, já imaginava coisas demais com coerência de menos.

Então, aos dezoito, Jimin se importou minimamente mais sobre como os outros o viam, desde que esses outros fossem especificamente Yoongi.

Em um surto de coragem, sua primeira ação foi mudar sua aparência: descoloriu os cabelos naturalmente escuros, pigmentando-os de loiro e raspando as laterais para criar um undercut que, em sua visão, dava-lhe um ar mais maduro e sexy. Deixou de lado suas roupas frouxas, de bichinhos e animes, para comprar calças e bermudas que destacavam suas coxas grossas e camisas que mostravam sutilmente as clavículas marcadas que tanto gostava em si.

Sua tática era simples e objetiva. Tão clara que até seus pais começaram a perceber — e riam escondidos da fofura que era vê-lo tão empenhado.

O momento oportuno de colocar seu “plano” em prática chegou quando seu melhor amigo o chamou para sua casa para jogar. O novo loiro se preparou como um guerreiro faria antes de uma grande batalha, colocando desde os sapatos sociais que tiravam o aspecto roliço de seus pés, à calça colada e da cor favorita do Min: preto.

Jimin planejou cada uma das peças que iria usar e, ao fechar o último botão de sua camisa preta com bordados dourados, viu no espelho o que tanto queria passar. Estava lindo, muito adulto e pronto para agarrar outro homem adulto.

Estava tão satisfeito que desceu as escadas de casa saltitando sobre os degraus, até pensar que não havia treinado diálogo e que isto poderia impedi-lo em algum ponto, já que suas conversas com Yoongi se resumiam a jogos, quadrinhos e filmes. Nada que refletisse sua nova imagem.

Adultos não falavam de coisas divertidas, tinha certeza disso.

Quando alcançou o primeiro andar, já não se sentia tão confiante. Inspirou fundo, enquanto caminhava em direção à cozinha.

— MÃE! — gritou com todo o fôlego que guardara, sem achar a mulher mesmo assim. — MÃE, É URGENTE! MÃAAAE!

Continuou gritando, mesmo após ouvir os “ois” de sua mãe, pois gostava de atazanar a pobre mulher. Em um dos últimos longos gritos, a senhora surgiu, com os cabelos cinzas e curtos bagunçados, coberta de pequenas manchas de terra.

— Juro que, se não fosse meu bebê, eu enfiaria aquelas mudas na sua goela — a mãe ameaçou, apontando a pá de jardinagem para o filho, que riu.

— Credo, mãe. — Jimin tocou na própria garganta com a palma da mão, fingindo engolir ao fazer um som caricato.

A mais velha riu, balançando a cabeça negativamente.

— O que você quer, menino? — perguntou, tirando as luvas de pano e caminhando em direção à pia.

Jimin a seguiu, mudando suas feições e preparando sua carinha consternada por não ter sido elogiado. Parecia um patinho abandonado.

— Poxa, eu tô todo arrumado e minha mãe nem percebeu.

— Oh, meu neném! — A loira olhou por cima do ombro enquanto lavava suas mãos. — Se não tivesse me chamado igual bezerro desmamado, eu teria lhe dito de primeira que está lindo! O neném mais lindinho desse mundo! — Jimin desfez a careta e sorriu. — Era por isso que estava me chamando?

Um pouco mais satisfeito, mesmo que levemente constrangido, o filho resolveu introduzir discretamente do que se tratava a situação em que precisava da ajuda de sua mãe.

— Na verdade, não. Eu... bem, estava pensando numas coisas. Para ajudar o Yoonie, na verdade! — Ela se virou para ele completamente, deixando-o um pouco mais apreensivo em continuar. — Ele, sabe, 'tá afim de uma garota e, bem, ele está preocupado com umas coisas e, bem, eu pensei, sabe, em falar com a senhora!

Os pequenos olhos da mulher, espertos e bonitos, espreitaram-se, julgando-o taciturnamente.

— E por que o Yoongi não veio me perguntar diretamente? Ou pra mãe dele?

— Ah! A senhora sabe como ele é! — Riu, sentindo suas bochechas queimarem fortemente enquanto balançava o pé coberto pelo sapato desconfortável. — Ele ficou com vergonha e me pediu para lhe perguntar.

Mesmo com muita vontade de bagunçar com a clara mentira do filho, a senhora Park fingiu não perceber, murmurando apenas um “hum” e sentando-se à mesa, esperando que seu menino prosseguisse.

— Então... — Respirou fundo, organizando seus pensamentos acelerados de nervosismo. — Ele gosta dessa menina… mas ela o acha muito fofo e não o leva a sério, sabe?

— Sei… — retrucou a senhora Park, segurando o riso.

— Aí, sabe, ele estava pensando em como fazer pra ela pensar nele de forma diferente, até comprou umas coisas novas, pra parecer mais maduro e tudo mais…

— Tipo roupas novas? — interrompeu a mulher, olhando para o filho dos pés à cabeça.

Jimin nem ao menos percebeu.

— SIM! — afirmou com entusiasmo, sentando-se também próximo à ela, sem prestar atenção na expressão cômica de sua mãe, que apenas confirmava suas teorias. — Só que ele não sabe o que falar para também parecer mais maduro quando abrir a boca.

A senhora Park se remexeu na cadeira, alinhando sua postura ao encosto da cadeira. Involuntariamente, Jimin a imitou.

— Mas o Yoongi não acha que ela deveria gostar dele do jeito que ele é? — indagou, já preocupada com o tipo de coisa que passava na cabeça do filho.

— Ela gosta! Só que gosta como se eu- ele fosse um neném, ou, sei lá, uma criança, sabe?! — Piscou algumas vezes, esperando que a quase troca de palavras não o denunciasse.

Suas mãos começaram a suar, mas ele preferiu ignorar esse detalhe.

— Pois eu acho que ele pode estar confundindo as coisas, filho. — Ela sorriu, puxando uma das mechas do próprio cabelo bagunçadas para trás da orelha. — Talvez a menina goste dele do jeitinho que ele é, mas ele está fazendo confusão por não deixar claro pra ela que é recíproco.

Jimin fez uma careta, logo entendendo o dito como “conversa de mãe”.

— Não, mãe! — Balançou os braços em negação. — É só isso aí mesmo que eu disse. Deixa de inventar coisa. — Decidiu não continuar o assunto, percebendo o caminho que a conversa iria levá-los. Ele queria uma resposta pontual, não uma reflexão. — Só me diz o que a senhora diria no lugar dele pra menina.

Acostumada com o monstrinho que criou, a senhora Park sorriu, escondendo seus olhinhos com as pálpebras apertadas pelas bochechas, assim como o filho fazia.

— Então diga para ele para não agir como um bebê mimado igual você! — falou em tom fofo, chutando levemente a canela do filho ao mesmo tempo. — Ele deveria tomar iniciativa, dizer os sentimentos dele seriamente, sem usar sua carinha fofa, nem ficar vermelho como você está agora, entendeu?

O rapaz nem parou para massagear a canela acertada.

— Entendi! — Arregalou os olhos, como se uma epifania o tivesse atingido. — Vou dizer isso aí pra ele — retrucou, acanhado, levantando-se da cadeira e beijando a testa levemente suada da loira. — Vou lá com ele, mãe. Acho que só volto amanhã.

— Claro, claro. Muitos conselhos pra dar, certo?

Jimin fingiu que a entonação de sua mãe não fora suspeita e que muito menos ela havia o entendido nas entrelinhas. Era melhor assim. Ele ficaria menos constrangido.

Subiu as escadas apenas para arrumar sua mochila e logo correu para a parada de ônibus. Seu melhor amigo não morava tão longe, porém sua coragem de andar não equivalia ao tanto que gostava de visitá-lo.

Foram poucos minutos de viagem e, quando chegou ao local, teve uma surpresa nada boa.

A casa de Yoongi estava lotada. Cinco outros meninos, que Jimin também chamava de amigos, estavam distribuídos por cada canto da sala, rindo e comendo salgadinhos que a senhora Min havia encomendado.

Todos os amigos estavam lá, mas só Jimin estava totalmente arrumado, e constrangido, com suas expectativas sendo jogadas debaixo das solas dos sapatos sujos de Namjoon, que foi quem atendeu a porta para ele.

Yoongi falou apenas de longe com ele, ocupado fazendo outras coisas pela casa, e ele acabou sentado no sofá com Namjoon explicando ao seu lado quais as diferenças entre socialismo e comunismo para Jungkook.

Sentado entre os dois, pensando em diversas formas de fugir dali e vestir um moletom frouxo e pantufas fofinhas, o rapaz aos poucos se sentia incorporado ao sofá, tornando-se parte integral do móvel para deixar de ouvir os dois amigos falarem.

Ele não queria pensar em lutas sociais e a merda que o mundo era. Ao menos não naquele momento.

— Seu cabelo está muito bonito, Minie. — Em algum momento, ouviu finalmente algo que não envolvesse o proletariado saindo da boca de Namjoon. — Aliás, você está todo bonitão.

As ligações com o sofá se desfizeram em sua mente, e ele se ergueu para olhar direito para o amigo.

— Sim. Nem parece nosso bebezinho — afirmou Jungkook do outro lado, sorrindo ao apertar a sua bochecha.

Ignorando o ato e a clara intenção de Namjoon de repetir o ato do outro, perguntou:

— Acham mesmo? — Finalmente estava se animando, então alternou seus olhos entre eles.

Os dois amigos riram, reafirmando o quão fofo o rapaz era, diminuindo novamente a alegria dele.

Não era para ser fofo! Ele não era mais fofo!

Durante a tarde inteira, os sete meninos permaneceram na casa de Yoongi, sem permitir que ele se aproximasse demais do melhor amigo e ficasse a sós por mais que alguns segundos. Se acontecia de ao menos se aproximarem, o dono da casa sempre acariciava seus cabelos ou ombros, mas não era o suficiente para Jimin.

Ele queria atenção somente para si! Não era dia de dividir com os demais.

Quando a noite chegou e os primeiros sinais de chuva surgiram nos céus, os outros meninos começaram a se dispersar, despedindo-se de um Min sorridente e de um Jimin desanimado.

A única mínima coisa que o deixava menos triste era que somente ele dormiria ali, mas toda a coragem e vontade que havia acumulado durante a manhã se dissiparam. Não recebeu elogios de quem gostaria de receber, muito menos havia tido chance de demonstrar o quanto estava mais maduro. O dia havia sido um fracasso e seu plano já não tinha mais foco.

— Você vai dormir aqui, não é, Jimin? — indagou o amigo assim que Hoseok saiu por último da casa, finalmente os deixando a sós. — Papai disse que eles não voltarão hoje, pois começou a nevar e os metrôs não estão funcionando.

— Vou — respondeu emburrado, apontando para sua mochila jogada ao lado do sofá e ignorando completamente as afirmações do outro. — Ali dentro tem roupa, não é um corpo, não.

Como sempre, o mais velho não aguentou ver o biquinho fofo e emburrado do Park, e logo se sentou ao lado do amigo e puxou-o para um abraço lateral com um braço. Yoongi apoiou sua mão livre na bochecha em direção contrária a sua, puxando o rosto quente de Jimin para encontrar o seu ainda de lado. Beijou a bochecha morna e macia, repetindo diversas vezes o movimento, até deixar uma pequena mordida que causou não só o constrangimento normal em Jimin, como também a revolta pelos dentinhos afiados em sua pele.

— YOON! — exclamou, virando a face em direção à do outro. — Já disse que mordida não.

Era uma reclamação falsa, em tom manhoso, porque Jimin gostava tanto daquela proximidade, que, mesmo quase arrancando seu coração do peito, também provocava um friozinho gostoso no seu estômago.

Ele conseguiu ver dali de tão perto as pintinhas que tanto amava, os lábios finos e macios, o nariz pequeno, os olhos brilhantes que se perdiam em seu rosto igualmente; todos os detalhes daquela face bonita, adornada pelos cabelos castanhos que cobriam as sobrancelhas do Min.

Jimin gostava muito daquela proximidade, mas se perguntava se seu gostar era o mesmo que o do outro.

— Você está lindo com esse cabelo novo, Minie. Ficou muito fofo em você.

Fofo. Muito fofo.

FOFO!

Foi assim que Jimin se levantou do sofá, extremamente irritado e sem responder o amigo. Pegou sua mochila do chão, rumo ao banheiro para tomar banho e se trocar, finalmente desistindo de vez do plano do dia. Afinal, ele não estava acostumado a lutar demais pelo o que queria, mesmo que esta coisa fosse Min Yoongi.

Tomou banho com um bico enorme no rosto, principalmente por seu melhor amigo nem ter questionado sua ação de ir embora. Nem isso! Sentiu-se desvalorizado e ignorado, mesmo que o outro nem tivesse como saber o que deveria falar.

A reflexão sobre ser uma pessoa complicada ainda passou por sua mente, principalmente quando o questionamento sobre estar sendo apenas mimado — como sua mãe o alertou para não ser — foi um dos pensamentos.

Não deu muito ouvidos a isso porque não queria se sentir culpado. Poderia se sentir triste consigo mesmo em outra hora.

Quando terminou, as roupas sexys haviam sido dobradas e guardadas, assim como os sapatos desconfortáveis haviam sido enrolados em uma sacola de plástico, dando lugar a um grande conjunto de moletom verde claro e pés descalços. A ideia de parecer mais maduro havia ido por água abaixo, junto à água do banho que escorreu pelo ralo com o perfume caro que usou e a maquiagem dos olhos.

De corpo e pele limpa, parecendo um grande potinho de guacamole, o Park retornou à sala, onde foi recebido com um enorme sorriso.

— Está bem melhor assim, não é? — comentou o mais velho.

Ainda emburrado, Jimin se limitou a gesticular com a cabeça que sim, sentando-se ao lado do amigo e finalmente vendo sobre a pequena mesa de centro duas canecas.

— Imaginei que sentiria frio… — Yoongi continuou a falar. — Começou a nevar, então fiz chocolate quente.

— Hum — resmungou Jimin, esparramando-se sobre o sofá com as pernas abertas e pés no chão, sem se importar com a coluna torta sobre o estofado.

O moreno se aproximou um pouco mais, encostando no apoio do estofado.

— O que foi, neném? — indagou, cutucando levemente a cintura de Jimin, onde sabia que ele tinha cócegas. — Hum? Está de mau humor hoje?

De face emburrada, segurando o riso forçado pelas cócegas, o Park respondeu:

— Não sou neném.

Sem conseguir evitar, o Min mais uma vez sorriu, deitando um pouco mais perto dele, falando um pouco mais baixo.

— E é? — Seu tom era jocoso e, ao mesmo tempo, doce. — E como está se segurando pra não rir só por estar emburrado, hum?

Rápido e delicadamente, o mais velho infiltrou suas mãos sob o moletom, tocando diretamente na pele. Fez cócegas mais fortes, finalmente alcançando seu objetivo quando Jimin riu alto, contorcendo-se e tentando empurrá-lo.

— Não é neném? — Riu junto quando foi puxando Jimin para cima dele, sendo abraçado com força para que parasse as cócegas. — Você é meu neném e pronto, Park Jimin — afirmou, sorrindo, perto do rosto alheio.

Seus olhos se encontram, e Jimin tinha a sensação que conseguia ouvir as batidas fortes de seu coração.

— Eu não quero ser seu neném — disse o mais novo, contradizendo a expressão inocente que fez. — Eu tenho quase vinte anos agora…

As sobrancelhas de Yoongi se franziram.

— Faltam dois anos pra isso…

— E você gosta de parceiros mais velhos — interrompeu a fala do outro.

Uma das mãos do mais velho tocou o rosto de Jimin.

— E por que isso é algo que interfere em você ser um neném?

Mesmo que o abraço estivesse gostoso, assim como o carinho recém-feito, Jimin o empurrou, perguntando-se se aquilo era burrice ou apenas vontade de não o entender.

Não se afastou completamente para continuar olhando nos olhos do amigo.

— Como assim, Yoongi? Você realmente não entendeu? — Gesticulou com as mãos, abrindo e fechando-as, enquanto subia e descia seus braços, incrédulo.

As feições do moreno mudaram para confusão.

— Acho que você que não está entendendo, Jimin. — Tocou no nariz dele com o indicador. — Você é meu neném.

O rosto inteiro do loiro ficou vermelho de raiva, e Yoongi poderia jurar que sairia fumaça de suas orelhas.

— Neném é o seu ânus, Min Yoongi! — o Park falou mais alto, acabando por afinar um pouco mais seu timbre.

Ao contrário do que esperava, o mais velho sorriu, irritando-o mais. Desistindo mais uma vez, sentou-se corretamente e pegou uma das canecas para tomar seu chocolate quente, decidido em dar por fim às suas investidas daquele dia.

Havia aceitado. Yoon era burro, e ele, iludido.

— Jiminie... — o moreno chamou, manhoso, aproximando-se antes que o outro tentasse bebericar a bebida. — Quando você está triste, o que eu faço?

Olhando para o líquido marrom claro, Jimin evitou fitar o amigo de volta.

— Me abraça… — Suspirou, frustrado, por continuar falando. — Diz que vai ficar tudo bem.

Yoongi se aproximou de novo, de joelhos sobre o sofá, até sentar sobre as panturrilhas e abraçar os ombros dele, pondo seu queixo sobre o trapézio levemente arqueado.

— E quando você se machuca? — sussurrou perto do ouvido dele, sorrindo ao ver a pele se arrepiar.

— Dá beijinhos, ajuda a fazer curativo... — Jimin o sentiu deslizar as mãos sobre seus ombros, soltando-os para novamente segurá-lo pela cintura. — Eu não estou entendendo.

Com a pontinha de seu nariz, Yoongi tocou mais uma vez na bochecha alheia.

— Você é meu neném porque eu cuido de você, Jiminie — afirmou, vendo-o aproximar a caneca do rosto vermelho sem se preocupar em esfriar. — Ei, cuidado!

Não foi um aviso efetivo e o loiro acabou queimando a língua, derrubando parte do líquido em si no susto e machucando seu peito e sujando o moletom. Jimin xingou de dor e soltou-se do abraço em um pulo. Jogou a caneca sobre a mesinha, choramingando e assoprando para aliviar a dor na língua, tentando também esfriar o peito queimado balançando o moletom.

— Ei! Ei! Calma! — Yoongi pediu. — Tira o moletom!

Jimin o fez às pressas, enquanto o outro correu para a cozinha e retornou alguns segundos depois com um pano úmido. Na sala, o mais novo tinha a língua para fora, enquanto continuava xingando o vento com a voz embolada.

Sem falar algo diretamente ao mais novo, o Min o puxou pela cintura, aproximando seus corpos para limpar o achocolatado de seu peito, revelando ainda mais a marca vermelha de queimadura em quase todo o lado direito, estendendo-se até o esterno.

— Oh, meu bem. — Curvou-se, beijando sobre a marquinha sem formato certo. Em sua mão encaixada na cintura, sentiu-o tremer.

Yoongi não era de provocá-lo, ao menos não com boa frequência, mas a situação lhe pareceu tão propícia, depois de tantas reclamações e desentendimentos. Dessa forma, lambeu lentamente a região sensível, beijando-a com delicadeza, como se tomasse o primeiro beijo de alguém.

— Yoon — Jimin murmurou, desajeitado pela língua queimada, estremecendo mais uma vez.

— É pra curar mais rápido — explicou baixinho, lambendo pela última vez ali e beijando o arrepio discreto que surgiu na região.

As mãos do loiro seguraram seus ombros, apertando os músculos ali, ao mesmo tempo que selinhos foram distribuídos até seu queixo e os olhos escuros de Yoongi encontraram os seus.

— Sua língua está doendo ainda? — Yoongi indagou, olhando diretamente para os lábios carnudos que tanto admirava. A resposta positiva veio em um balançar singelo que o fez sorrir, ladino. — Me mostra onde dói — pediu, segurando com ambas as mãos a cintura nua.

Entorpecido pela transição tão rápida de acontecimentos, o Park pouco se importou com a coerência dos atos do amigo ou mesmo de suas atitudes, colocando sua língua, ainda sensível, para fora da boca. E se aquilo fosse um sonho, seria um dos mais realísticos que teve até ali, pois a quentura dos lábios finos envolvendo sua língua foi deliciosa de forma espetacular.

Com a umidade de sua própria boca e a dos lábios de Yoongi, a pele sensível e dolorida gerou em Jimin uma sensação tórrida, mesclada aos tipos de estímulos que a sucção do músculo poderia lhe causar e que ele não imaginava sentir tão cedo sob os toques do mais velho.

A boca do moreno moveu-se para frente, sugando mais o músculo, e para trás, massageando ali com os lábios macios. Durante o ir e vir, Jimin suspirou, sentindo a umidade gelar sob a respiração.

De olhos semicerrados, encontrou os de sua paixão, que começou a se aproximar mais, tomando a língua para dentro de sua boca, finalmente encostando seus lábios aos dele, ocasionando, em ambos, os suspiros e o fechar de pálpebras.

A textura cheia de microrrelevos esfregou-se à pele hipersensível, causando a sensação incomum de uma dor prazerosa a ele, que Jimin ainda não havia provado, induzindo-o a buscar por mais. Aproximando seu corpo seminu ao alheio, procurou com sua língua a dele e beijou-o com vontade, afundando-se no calor de seus lábios e abraçando o corpo coberto por roupas macias.

Puxou o tecido da camisa alheia com avidez, pois queria, como sempre, muito mais. Era ambicioso quando o assunto era o melhor amigo, viciado naquele que chamava de amor nas surdinas de seus momentos solitários.

Jimin gemeu sem perceber, sentindo novamente a sucção em sua língua e as palmas do amigo o segurarem com mais força

— Tem outros lugares que doem… — soprou as palavras sobre a boca que buscava a sua.

O moreno sorriu contra os lábios carnudos, mordiscando o inferior.

— Onde? — inquiriu, subindo seu toque pelo tronco despido.

— Ah... — Suspirou, sentindo uma tentativa desavisada de beijo tocar em seu lábio superior e dentes, sorrindo com os dedos firmes em sua pele. — Meu corpo inteiro dói.

— Inteiro? — murmurou, beijando algumas vezes mais a boca carnuda e mordiscando-a antes de receber resposta.

— Sim — respondeu no mesmo tom.

— Você é muito mimado, Park Jimin. — Yoongi sorriu, descendo suas palmas às nádegas que perturbavam seu juízo. — Ah… eu vou curar suas dores, sim.

Descendo os carinhos com seus lábios até a mandíbula marcada e angular, Yoongi o impulsionou para cima, tomando-o no colo enquanto beijava lentamente seu pescoço, como fizera com a boca, molhando de saliva a pele com cheiro de sabonete.

Sentou no sofá com o loiro em seu colo, mordendo o encontro entre o pescoço e o ombro dele e infiltrando seus dedos entre os cabelos recém-tingidos, assim como por baixo da calça moletom de cor incomum.

— Você gosta de mim, Yoon? — Jimin perguntou de supetão, segurando o gemido que quase soltou graças à sucção em seu pescoço.

Ainda o sentiu sorrir contra seu corpo antes de soltar sua nádega e cabelos, segurando seu rosto com ambas as mãos, focando seus olhos uns nos outros.

— Você gosta de mim, Jiminie?

Começando a ficar autoconsciente sobre o momento, posição e pergunta que fizera, Jimin começou a enrubescer. As queimaduras deixaram completamente de ser um problema, pois seu corpo inteiro pareceu entrar em ebulição de pura vergonha.

— Gosto — confessou, desviando os olhos para o peito alheio.

Dessa forma, não viu a felicidade estampada na expressão do Min, porém a percebeu no tom de voz que soou a seguir.

— Repete — Yoongi pediu, esfregando seu nariz no dele e buscando reconectar seus olhos.

Vergonha parecia ter substituído seu sangue nas veias, pois o corpo de Jimin começou a encolher sobre o colo do outro e ele lutou com todas as forças para não esconder seu rosto contra o pescoço do melhor amigo.

— Você entendeu — resmungou de volta, formando novamente seu biquinho emburrado, exatamente como sua mãe disse para não fazer.

— Eu só quero ter certeza, Jiminie. Repete. — Continuou a encostar seus narizes, instigando as palavras de sua paixão, naquele momento, recíproca.

Sentiu a pele do Park esquentar ainda mais embaixo de seus dígitos.

— Eu gosto de você... — Jimin sussurrou, acanhado.

Daquela vez, o loiro levantou os olhos em direção aos de Yoongi.

— Eu amo você, Minie — em alto e bom tom, o mais velho retrucou, percebendo o espanto no rosto do Park. — Não importa de qual perspectiva eu olhe. Eu te amo, seja como amigo, como amante, como meu futuro e meu passado.

O Park recusou-se a admitir que estava se emocionando, então fingiu que seus olhos não se encheram de lágrimas.

— Mas me chama de neném, de fofo. — Fungou, esfregando seu rosto nas mãos que ainda o seguravam.

Antes de continuar, o moreno beijou a pontinha de seu nariz.

— E você é ambos, mas só por eu te achar adorável, Jiminie — afirmou docemente. — Você pode ser fofo e ser atraente ao mesmo tempo, e é isso que penso hoje de você. Você é fofo, sexy e adorável em um só.

— Só hoje?

O Min riu.

— Hoje somos adultos, Jiminie. Hoje você é alguém que, além de amar, eu sinto atração. Antes eu só sabia que te amava.

Para não transparecer sua alegria e, ao mesmo tempo, vergonha, Jimin não se deu por vencido.

— Mas! Mas... eu até comprei roupas novas e você nem ligou! Nem um elogio! Nada!

O sorriso gengival se mostrou novamente, antes de sumir nos selinhos seguidos que se sucederam.

— Você é muito mimado. — Beijou-o mais algumas incontáveis vezes, ainda portando um sorriso alegre ao continuar: — E bravo. Fala como se tivesse me dado tempo de elogiar algo, antes de sair igual um furacão para o banheiro.

Assim como os selinhos, o bico surgiu pela enésima vez em sua expressão emburrada.

— Você chamou os meninos pra cá…

Yoongi beijou o canto de sua boca, acariciando a tez vermelha dele com o dedo.

— Eles são nossos amigos e estavam com saudades de você também — proferiu.

— Mas hoje era pra ser nosso dia! — Jimin exclamou, escondendo a vontade de sorrir.

O Min quase parou o carinho, até perceber como o corpo do outro parecia muito mais relaxado enquanto recebia os toques.

— Eu nem sabia disso — pontuou, ainda esfregando seu polegar na bochecha do mais novo. — E nós ainda temos a noite inteira de qualquer jeito…

— Mas é só a noite — choramingou, interrompendo-o, finalmente se desvencilhando do carinho e deitando sua testa no ombro do moreno.

A paciência de Yoongi estava por um fio. Um fio muito resistente, diga-se de passagem.

— Eu acabei de dizer que te amo e você está reclamando por não termos o dia inteiro de HOJE! — Puxou-o para mais perto com a calma que não refletiu em sua voz, abraçando o corpo sobre o seu. — Você só disse que gosta de mim e eu nem estou reclamando, Park Jimin.

Remexendo-se para encostar ainda mais no corpo do mais velho, Jimin suspirou.

— Não sei se odeio mais que você me chame de fofo ou pelo meu nome inteiro — refletiu em voz alta, que foi abafada pela camisa contra seu rosto.

Yoongi mordiscou seu pescoço, voltando a rir. Uma de suas mãos voltou aos cabelos loiros, e a outra o manteve no lugar, grudadinho a ele.

— Jiminie, você não tem algo a me dizer?

Alguns instantes de silêncio se passaram, até o Park dizer:

— Tenho não.

Com a falsa revolta, o Min soltou o rapaz e bufou.

— Eu juro que se você não corresponder minha declaração de forma decente, nunca mais te faço cafuné.

O loiro levantou seu rosto rapidamente, olhando-o com os olhos muito mais arregalados que antes.

— Você faria isso comigo?

A dúvida entre achá-lo fofo ou querer sacudi-lo se apossou do moreno, que bateu com a palma de sua mão na própria testa.

— Jimin, pelo amor de tudo que é mais sagrado, eu tô me tremendo todo por ter me declarado pra você, e você tá preocupado com cafuné?!

Os olhos bonitos e profundos do mais novo o encararam de um jeito pidão, como um gatinho faminto.

— Mas você sabe que eu te amo. Cafunés eu não tenho mais certeza se ainda terei.

Sentindo-se quase derrotado, mesmo que seu coração tivesse disparado um pouco com a declaração explícita na frase e o rosto lindo que o encarava, Yoongi balançou a cabeça, deixando de olhá-lo nos olhos e focando na pele ainda vermelha e queimada no peito alheio.

— Tá bom, Jiminie — cedeu, voltando a tocá-lo, daquela vez ao redor do machucado. — Não vou tirar seus cafunés. Fique tranquilo.

Sapeca, Jimin sorriu, igual às diversas vezes que ainda sorriria apaixonado para o melhor amigo no futuro.

— Você me faz cafunés, e eu te digo várias vezes que te amo. O que acha?

Yoongi gargalhou, levantando o rosto para encarar o amor de sua vida.

— Acho que você está tentando me deixar com vergonha. — Cutucou as costelas dele, forte o suficiente apenas para fazer cócegas, vendo-o se contorcer e abrir mais um sorriso. — E que pulamos muito rápido do “você não gosta de mim” para “me dê carinho e eu te amarei”.

Ainda rindo fraquinho, o loiro acariciou o pescoço do outro, massageando os músculos que pareciam tensos.

— Acho que estamos muito bem dessa forma.

Jimin se aproximou e beijou os lábios que esperavam por ele. Eles trocaram mais outros diversos toques, doces e lentos, quentes e satisfatórios, até a madrugada chegar e, depois, o dia nascer.

Abraçados na cama do mais velho, enquanto este admirava exatamente os traços que Jimin tentou apagar nele mesmo, comentou:

—Você sabe que sua mãe me mandou mensagem, não é?

Sonolento, o Park apenas o abraçou com mais força e fechou os olhos.

— Ah, ela acha que você está apaixonado por uma garota — Jimin respondeu sem muito pensar, esfregando seu rosto na pele morna do mais velho.

Por segundos, o Min esperou que o rapaz entendesse do que realmente estava falando, até perceber que era melhor só continuar do jeito que estavam, sem maiores constrangimentos sobre pais fofoqueiros.


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Notas Finais: Muito obrigada por lerem.

Espero que tenham gostado de ler essa coisinha como gostei de escrevê-la :)

Até a próxima!

25 Juillet 2022 00:21 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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