DEPOIS DO ADEUS - DUSKWOOD Suivre l’histoire

"Eu solto a Hannah e o Richy se você vier pra Duskwood"

Essa proposta ecoou na minha cabeça. Seria possível eu poder ajudar eles? Estou disposta a me sacrificar? O Richy é o meu melhor amigo, ele sempre se preocupou comigo. Pensei muito, o Jake tentou me fazer desistir, o grupo fez até uma proposta pra mim não ir. Queriam ir todos juntos. Mas o HSR não ia querer eles, é a mim que ele quer. Mas por que? Por quê?

- Senhorita? Chegamos a Duskwood. O avião já pousou.

Uma aeromoça me desperta do meu transe. Eu agradeço e desembarco.

- Vamos acabar com isso, então.

Pego meu celular e noto que Jake me enviou uma mensagem. Eu ignoro, porque eu sei que ele vai ficar bravo. Afinal, eu disse a ele que não viria. Mas estou aqui pelo Richy e a Hannah. E bem ou mal, eles não merecem sofrer nas mãos de um psicopata por minha culpa.
Chamo um táxi e digo ao motorista pra me levar pra Duskwood. Ele prontamente acelera e diz:

- Amanhã começa o festival de Pine Glade, senhorita..?

Estava pensando quando notei que ele queria saber meu nome.

- Me chame de s/n.

Então aquele velho senhor de ombros caídos pelo tempo, começa a me avisar sobre o festival e os rumores do desaparecimento da moça, que eu sei que é Hannah. De repente, me encontro parada em frente ao hotel da senhora Gray. Eu faço o check-in, pego um quarto e entro. O lugar é simpático. Meu coração acelera muito porque não sei o que me espera. Meu celular sinaliza uma mensagem de Dan, a qual eu respondo imediatamente. Ele tenta me fazer desistir.

Dan: Isso é estúpido, s/n! Você tá indo direto pros braços do assassino!

S/n: É a coisa certa a fazer, Dan. Eu faria até por você!

Dan: E acha que eu ia deixar? Acha que eu ia permitir que você se machucasse depois de te prometer que não deixaria você triste?

S/n: Dan?

Dan: Odeio essa cadeira de rodas, porque não me deixa ir até esse maldito hotel e te arrastar de volta pra sua casa!

Ele fica offline e eu sei que ele tá certo. Não sei o que me espera. Eu envio uma mensagem para aquele número desconhecido.

S/n: Estive pensando... Eu estou em Duskwood. Vou me arrumar rápido e irei pra mina.

Ele não responde e fica offline imediatamente. O que me deixa frustrada. Afinal, se ele tá baleado eu posso ter uma chance. Ou não?

Me arrumo, coloco uma calça jeans cós alta, uma blusa e um casaco e saio. Chamo um táxi e peço que me deixe na mina Ironspliter. O taxista me olha surpreso e eu digo que pago bem. Mas ele alerta logo:

- Vou deixar a senhorita próximo aquele lugar. Não entro na estrada, há relatos de fantasma na mina. Tem certeza que quer mesmo ir?

Não, não tenho. Essa é a resposta que gostaria de dar. Mas penso na Hannah e no Richy. Então ele entende que deve ir. Ele parece não acreditar que naquele horário da noite uma moça quer ir pra mina. Deve ser doida, ele pensa. Jake me envia outra mensagem e eu decido responder.

S/n: O quê, Jake?

Jake: Eu tenho outra alternativa!

S/n: E qual seria?

Jake: Eu descobrir outra entrada da mina. Ele estará esperando você lá próximo a escoltilha. Eu entro pelo outro lado, salvo os dois e você não precisa ir.

S/n: Mas você nem está em Duskwood, Jake!

Jake: Na verdade, estou nos arredores.

S/n: Eu não sabia disso! Eu não quero que venha. Quer dizer que você não queria que eu viesse e você vem? Essa regra não deveria se aplicar a nós dois, Jake?

Jake: Eu não quero que se machuque. Eu prometi a mim mesmo que protegeria você!

S/n: Jake, eu entendo. Mas ele vai perceber se eu não aparecer. Não posso arriscar isso, entende? Desde o começo, você sabia que haveriam escolhas. Lembra do que me disse quando o Richy foi atacado? Que devemos continuar mesmo que o caminho seja doloroso às vezes. Eu vou conseguir, Jake. Confia em mim. Se ele me pediu, é porque ele confia em mim. Me deixa fazer isso, pelo Richy e pela Hannah. Não era esse plano desde o começo?

Jake: Mas a que custo, S/n? Eu...

Jake fica offline e eu sei que ele ficou bravo. Mas agora é muito difícil pensar nele. Eu treino o que direi aquele psicopata frio e de repente percebo que o táxi chegou. Eu pago e o taxista sai acelerado, como se tivesse com medo. Então eu entro numa estrada pequena e caminho em direção a mina. Pelo menos o gps não vai me levar pro lugar errado.

Caminho com medo. Lembrei que quando o Richy me contou sobre o desafio. Ele me disse como é estar na floresta a noite. Então eu me estremeço muito, sinto como se alguém me observasse, ou é o medo? Estar na floresta a noite é horrível. Eu percebo que estou perto da mina. Então vejo a entrada, abro a escoltilha, páro e pego meu celular.

Desconhecido online

S/n: Estou aqui. Agora deixa eles irem!

Desconhecido: Somente Hannah vai. Richy fica, pra me garantir.

S/n: Mas esse não foi o acordo. Eu acreditei em você, idiota!

Desconhecido: Minha exigência, minha regra.

Ele prontamente fica offline e isso me irrita. E de repente, noto uma luz, é ele, em pé segurando a lamparina. Percebo que o braço dele tá machucado. Eu sei que foi do tiro que o Dan deu nele. Ele indica com a cabeça que devo segui-lo. Quando ele se vira eu pergunto:

- E a Hannah?

Ele pára, me olha e indica que devo segui-lo. O que eu faço. O corredor da entrada parece mais um cemitério, porque é frio e medonho. Caminhamos por horas, viramos várias vezes, o que indica que ele conhece bem o lugar e quer que eu não tente fugir, porque me perderia. De repente, chegamos a um lugar que noto ser o esconderijo dele. Eu percebo que ele sente o braço e eu penso em ir. Meu celular sinaliza uma mensagem. Ele me olha e assente que devo responder.

Alan: Escoltei a senhorita Hannah pra fora da mina. Mas a escoltilha foi fechada. Não tenho como entrar.

S/n: Obrigada, Alan. Quando tudo isso acabar, eu encontro com você e te direi tudo o que deseja saber.

Alan: Tá tudo bem, s/n?

S/n: Tá sim. Eu só

Alan: S/n, precisa de ajuda?

Mas eu notei que o HSR se encosta na parede, ele parece fraco. Deve ser do tiro. Eu nem respondo mais o Alan. Eu me aproximo dele que fica imóvel.

S/n: Por favor, deixa eu cuidar desse braço!

Eu mostro a ele que trouxe na bolsa um kit de primeiro socorros. Ele não deixa eu me aproximar dele. Mas eu digo com raiva:

- Escuta! Eu preciso tirar essa bala, você vai morrer. Depois pode me matar se quiser, mas eu vou cuidar desse ferimento!

Parece que minha determinação deu resultado. A voz modificada finalmente aparece.

- Por que quer fazer isso?

Eu olho pra máscara no rosto dele, mesmo não dando pra ver nada. Eu me compadeço.

- Pelo Richy. Não sei onde ou o que fez com ele. Mas tô disposta a morrer pra você deixar ele ir. Sabe - Eu consigo tirar a faixa do braço dele que permanece imóvel - O Richy foi o primeiro amigo que eu fiz, ele me protegeu, me defendeu e cuidou de mim quando você me ameaçava. No dia que você o atacou, eu sofri muito. Ele é muito importante pra mim. Eu sei que tá com ódio do que fizeram com a Jennfer, foi horrível, eu sei. Eu entendo sua dor, porque é um sentimento horrível assim como a morte. O ataque do Richy foi o que mais doeu em mim. Por isso, te odeio também.

Finalmente, ele senta na mesinha e eu percebo as fotos que estavam na casa do Michael. Mas eu não ligo muito. Eu sinto que devo ajudar. Ele fez coisas horríveis? Fez. Mas não deixa de ser alguém sofrendo. Eu decido ficar calada, pego uma pinça e com muito cuidado e ele gemendo de dor, eu retiro o projétil da bala. Depois costuro. Eu sei bem como é uma cirurgia, porque meu tio era cirurgião e me ensinou a fazer sutura. Depois eu cuido do ferimento, limpo e entrego uma pílula a ele que pega e toma. É quando percebo que ele confia em mim e isso me assusta.

- E se fosse veneno?

Aquela voz tenebrosa responde:

- Eu conheço você, s/n.

Eu decido perguntar:

- Posso ver o Richy?