sololunar Lia Staboli

❝Jimin é uma criança de sete anos que se sente solitária todos os dias em seu apartamento, tendo as únicas companhias de fora sendo sua babá e professora particular. Desde muito novo foi afastado da escola após apresentar altíssimas dificuldades de atenção e interação com as demais crianças e adultos. Desde então, o diagnóstico de TDAH começou a ser presente em sua vida. Embora, para ele, não seja muita coisa, é justamente por conta dessa singularidade que se vê sem amigos e completamente sozinho. Entretanto, tudo muda ao conhecer Jeon Jungkook, o seu vizinho de também sete anos que ama LadyBug e tem um instinto protetor como os super-heróis.❞ || Jikook Kids || Oneshot || Collab || Fluffy || Ladybug || Universo Alternativo || TDAH || • Capa & banner by: moonguki [Mars Graphic] Copyright ©2021. - All Rights Reserved.


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Oii, como vocês estão? Espero que bem!

Hoje eu trouxe uma oneshot bem fofa dos jikook crianças em collab com a maravilhosa sunshineggukie. Dêem uma olhadinha nas obras dela também!

⚠️ Antes de seguirem a leitura, por favor, dêem atenção a esse aviso:

A Manu e eu decidimos abordar um transtorno em um dos nossos personagens, com qual nos temos experiências. Enquanto eu ainda estou passando por testes, ela já é diagnosticada. TDAH, ou Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, é uma doença crônica que inclui dificuldade de atenção, hiperatividade e impulsividade.

Ou seja, o personagem principal passa por dificuldades e tem o seu comportamento julgado por conta de tal transtorno. É claro que não aprofundamos muito no assunto, por se passar na visão de uma criança de sete anos, porém deixamos visível o quanto isso abala já na infância. Alguns sinais são bem notórios, enquanto outros estão mais escondidos, mas ainda continuam ali.

Sabendo disso, espero que vocês possam aproveitar a leitura e tentar entender melhor o nosso pequeno Nini.

Tenham uma boa leitura! ☕♡

↫↫↫↫↫↬↬↬↬↬

Park Jimin.


Quando o papai e a mamãe me trouxeram ao mundo, foi porque queriam que uma sementinha trouxesse mais alegria para eles e espantassem pesadelos. E, como uma gotinha de felicidade, causei sorrisos neles mesmo chorando. Foi o meu primeiro choro, eles disseram.

Depois que fui crescendo, aprendi que os faço felizes, mesmo aprontando muito e ficando de castigo. No final do dia, sempre tenho o meu lanchinho da tarde para comer, que foi feito por qualquer um dos dois. Porém fiquei confuso ao ver eles indo trabalhar e não podendo ficar comigo, afinal, não vim para podermos ficarmos juntos para sempre? Bem, foi aí que conheci a minha babá. Chamo ela de tia algumas vezes, mas ela é a minha melhor e primeira amiga.

A tia Nay me ensinou o que é amizade e também muitas brincadeiras diferentes. Eu mostrei meus brinquedos, inclusive os bonecos da Ladybug, meu desenho predileto. É legal ficar com ela, mas é chato quando vou estudar. Gosto de brincar com a babá, mas queria ter um amiguinho no meu apartamento para podermos brincar a tarde toda.

Eu tentei pedir para os meus papais para que eles trouxessem um irmãozinho ou irmãzinha para mim, só que eles falaram que a cegonha não tá trabalhando ultimamente. A cegonha é quem me trouxe. Eu era uma sementinha, então ela deu para a mamãe que comeu e então eu cresci na barriguinha dela! Legal, não é?

Eu só queria um amiguinho. A dona cegonha deveria trazer um já grandinho, assim como eu. Dessa forma, eu teria com quem brincar o dia todo.

— Tia Nay… — choraminguei para ela, deitado no sofá e cansado de assistir televisão.

— Oi, meu bebê? — Ela perguntou da cozinha. O cheiro da comida da babá é tão gostoso que prefiro o dela do que o da mamãe, mas não conta isso pra ela.

— Eu tô entediado! Quero brincar!

— Brincar? — Ao receber o meu murmúrio de confirmação, continuou: — Nós vamos brincar, bebê, mas só depois do almoço, tudo bem? Não vou demorar tanto.

— Não quero brincar com você, quero um amiguinho pra brincar comigo, tia Nay! — Levantei e chutei fraquinho alguns brinquedos espalhados no chão. — Não tenho amigos aqui. É chato! Queria ir no parquinho.

— Então vamos fazer assim: — Ela parou na minha frente após se agachar, mantendo o contato visual. — depois que comermos, vamos para a pracinha lá na frente e veremos se terá algum amiguinho para você brincar, tá bom? — sorri grande, assentindo com a cabeça, já ficando animado para encontrar alguém. — Só se comer, ouviu bem, mocinho?

— Sim, tia Nay!

— Ótimo! Agora vem almoçar que já está pronto. Não se esqueça de lavar as mãos antes de sentar à mesa.

— Eu tenho que pegar o Cat Noir, tia Nay. Ele sempre come comigo! — relembrei, já que não como sem o meu melhor amigo estar sentado do meu lado. Dormimos juntinhos pois ele me protege de monstros. Foi o papai que me deu, no dia do meu aniversário.

— Oh, é mesmo… Pegue ele e venha. Ele também deve estar com muita fome. — A tia Nay me entende. Ela sabe o quanto o Adrian é importante pra mim. Eu queria a LaduBug também, mas só vou ganhar no meu outro aniversário, que é ano que vem, dia treze de outubro. A mamãe fala que é o dia preferido dela 'dos todos!

Tentei procurar no meu quarto que é cheio de azul e amarelo, mas não encontrei. Então fui até o quarto do papai e da mamãe, mas ele também não se escondia lá, nem no banheiro e na cozinha também não. Comecei a ficar triste. E se ele foi embora? Será que sou um amigo ruim? Deve ser por isso que não tenho tantos amiguinhos…

— Calma, bebê, nós vamos encontrar. Você não tinha deixado ele na sala ontem? Falou que ele queria ver a vista. Vai ver está na janela que você deixou.

Quando ela disse isso, corri para lá e puxei a cortina com tudo para o lado. Abri meu grande sorriso ao encontrar o Cat Noir sentadinho onde deixei, aproveitando a vista até agora. Então o peguei e o enchi de beijos, pois sei que estamos com muitas saudades um do outro.

— Danadinho, estava vendo a vista sem mim? — sorri, deixando mais beijinhos em sua testa. Alisei o cabelo dele e olhei para fora. Quando fiz isso, meu coração quase morreu! — TIA NAAAY!

— O QUE FOI? — Ela gritou também, vindo correndo em minha direção. Apenas apontei para fora, mostrando a janela do apartamento vizinho. Nela estava a boneca da LadyBug, provavelmente conversava com o Adrian. — Hey, não é do mesmo desenho? Que susto que você me deu, Jimin. Por Deus!

— T-Tia Nay, é a Marinette! — Continuei pulando, ansioso e animado. — É a parceira do Adrian! Ela é a LadyBug, sabia?? Sabia, tia Nay?

— Sabia, é claro! Então quer dizer que ela estava conversando com o seu Adrian durante todo esse tempo? Devem ser amigos agora.

— E eu quero ser amigo dela também, tia Nay! Será que ela tem um dono também? Eu quero conhecer! Podemos ser amigos? — Formei um bico nos lábios, falando de forma mansa e manhosa, pois sei que assim consigo ganhar e conquistar tudo e todos. — Por favor, tia… Vamos lá.

— Não dá para você entrar em um prédio residencial assim, Jimin. Precisa conhecer a pessoa que está do outro lado. — Fiquei confuso. — Olha, que tal fazermos um cartaz bem grande, escrito: "Quer ser o meu amigo?"

— Ele vai ler?

— Vai! E então vai responder, se quiser.

— EU QUERO!!

— Ok, ok… Primeiro vamos comer para depois resolvermos isso, tudo bem?

— Não! — Franzi o cenho e cruzei os meus braços. — Quero agora!

— Depois do almoço e sem discussão, Park Jimin. Ou senão, irei avisar a sua mãe. — Rapidamente acatei o seu pedido e então olhei para a janela. — Ela não vai sair daí tão cedo, acredito eu, então vamos comer tranquilos e faremos um lindo cartaz depois, tudo bem?

— Tudo bem, tia Nay.

Depois do almoço, escovei os meus dentes enquanto a minha babá buscava alguns papéis e canetinhas para desenharmos. Ficamos muito tempo no tapete decorando a folha, mas ficou bem colorido e bonito. A tia Nay desenha muito bem, então ela fez os Kwamis. E só então conseguimos colocar na janela e deixar o Adrian sentado no mesmo lugar que antes.

— Tia Nay, será que ele vai ver?

— Claro que vai! Deixamos bem bonito, você não acha?

— Uhum… — confirmei enquanto balançava a cabeça. — Mas e se ele não quiser ser o meu amigo?...

— Ahá, quem não iria querer ser o seu amigo, Park Jimin? Você é a criança mais preciosa e fofa que eu já vi em toda a minha vida! É claro que ele vai querer — sorri com aquilo, a abraçando bem apertado. — Você vai ver, Nini, vocês ainda serão grandes amigos.

[...]


Sai do banho com a ajuda da Tia Nay, fui em direção ao meu quarto e, com pouca dificuldade, consegui colocar meu pijaminha do Chimmy. Amo ele, ele é um cachorro amarelo com língua para fora que é muito fofinho! Tenho até uma pelúcia dele.

Corri para a sala e andei até a janela para ver se meu amigo tinha me respondido. Dali eu enxerguei uma folha escrito "SIM" bem grande.

Uau! Ele disse sim? Eu tenho um amigo agora?

Comecei a pular de alegria, porque é o meu primeiro amigo depois da minha babá.

Sorrio e depois vejo que ele aparece na janela. Ele acena para mim e eu aponto para o parquinho, ele não entende de primeira, mas faz um jóinha com a mão e desaparece.

Estou tão feliz; vou finalmente brincar com alguém!

Corro para meu quarto e deito em minha cama. Pego meu ursinho e agarro ele. Pronto para dormir, vejo meus pais virem me dar boa noite antes de eu ir para o meu mundo dos sonhos. Lá eu posso ser o que quiser, até mesmo um rei com vários amigos!

[...]


Minha tia e eu estamos no parquinho, esperando há um tempão meu amiguinho chegar para brincarmos, mas ele está demorando tanto que dói no meu coração. A tia Nay falou que é ansiedade, mas nem sei o que é isso direito.

— Tia, por que ele está demorando? — pergunto. — Será que ele não vem mesmo? — Faço um bico, ficando muito triste.

— Calma meu anjo, ele vai vir brincar com você, sim! Talvez ele esteja na escola ou algo assim. Que tal falarmos pro porteiro que estamos procurando por ele? Daí qualquer coisa ele vai lá em casa, ou até mesmo vem brincar com você. — Ela indagou. Pensei bem e acenei positivamente com a cabeça depois de respirar fundo, magoado.

Queria muito brincar com ele hoje, porém talvez amanhã ele venha brincar comigo de Ladybug e Cat Noir.

Minha tia entrou no prédio ao lado, onde o meu amigo mora, e conversou com o porteiro, acho que pra conseguir informações, que nem uma espiã. Nay descobriu que ele fica no quinto andar e que o senhor vai avisar a mamãe dele sobre a gente.

— Agora ele vai vir brincar comigo? — perguntei, animado.

— Sim, eu conversei com o porteiro e parece que ele está na escola, por isso não veio. No entanto, ele será avisado e a mãe dele também. É bem provável que amanhã ele vá no parquinho.

— Ebaa! Tô muito feliz, tia!

Entro no meu prédio e começo a pular de alegria. Mesmo que hoje não possa ver ele, ele virá brincar comigo amanhã. Não preciso me preocupar agora, só separar os meus brinquedos para dividir com ele.

— Isso, agora vamos lá para cima, você tem que almoçar, ok? — assinto e vamos para cima. Confesso que estou muito ansioso para brincar com meu novo amiguinho. Agora vou comer e depois esperar minha professora vir em casa.

Eu lembro do dia que os meus papais falaram que eu ia começar a estudar em casa, e não na escola como as outras crianças. Foi depois que passei com a tia médica. Não é que eu não goste, mas não tenho muitos amigos por isso…

A mamãe me explicou que é por causa do TDAH que tenho que ter mais ajuda do que os outros, mas que não é motivo para me sentir diferente do resto do mundo. Eu acho que é difícil porque as outras crianças parecem felizes de irem para a escolinha. Tentei convencer ela, mas não mudou muita coisa.

Quando minha professora chegou, começou com as atividades que mais gosto, sempre usando exemplos de outras coisas que também gosto para fazer tudo ficar mais legal. Depois fomos para a parte difícil. Eu tenho muita sorte mesmo por ela ser paciente porque já levei muita bronca de outras pessoas. Mesmo sendo divertido, sinto falta de colegas.

Assim que ela foi embora, a tia Nay me deixou descansar depois de comer. Aproveitei para ir brincar, mesmo que minha atenção sempre fosse levada para a janela do vizinho. Mais tarde, meus pais voltaram e me despedi da minha babá após jantar com a gente.

— Mamãe, me coloca na escola? — Ela se virou para me encarar, parecendo um pouco surpresa. — Prometo que já tô crescidinho pra aprender sozinho! — Levantei o meu mindinho, querendo convencer ela.

— Amor, já conversamos sobre isso… — Se agachou na minha frente e segurou as minhas mãozinhas. Prestei atenção em seus anéis bonitos. — Olha pra mamãe. — A encarei, já frustrado por saber que teria uma resposta negativa. Tudo o que eu quero agora é ir dormir logo para encontrar o meu amiguinho amanhã. — O papai e a mamãe achamos melhor deixar você estudando em casa até estar um pouco mais grandinho, pelo menos.

— Mas mamãe, eu já tô crescidinho! — emburrado, exclamei. — Olha a minha altura agora!

— Mas infelizmente, na escola da sua idade, não há muitas pessoas para poder te ajudar. Eu falei que você precisa de uma atençãozinha especial. Se eu te colocar em uma escola agora, do nada, será difícil você se habituar, filho… — Depois das suas palavras, quis sair dali para voltar a assistir meu desenho favorito, porém fui segurado. Irritado, virei o rosto para o outro lado. — Jimin, olha pra mim. — Então o fiz, mesmo não querendo. — A mamãe vai conversar com o papai e vamos ver isso, tudo bem?

— S-Sério?! — Arregalei os olhos, a abraçando bem forte. Consegui ouvir a sua gargalhada. A risada da minha mãe é a melhor de todas. É ela que me faz parecer forte.

— Sério, meu amor. Mas, por enquanto, você continuará estudando aqui em casa, tudo bem? Vamos conversar certinho e resolver as coisas.

— Tá bom!

— Agora vai para o banho antes que essa catinga aumente — gargalhei. — Anda, anda!

Eu tenho muito medo de ir à escola, mas ter amigos parece ser muito mais fácil lá. Vamos poder fazer atividades juntos, ajudar um ao outro e brincar. Eu vou poder até mesmo mostrar os meus brinquedos! É o meu sonho usar uniforme também, e azul. Tem que ser azul porque ela é uma cor muito bonita.

[...]


No dia seguinte, fiz tudo de novo com a minha babá e fiquei ansioso quando chegou o momento de conhecer o meu amiguinho. Assim que chegamos no parquinho, procurei por ele até atrás das moitas, mas ninguém se escondia ali. Fiquei chateado e escondi o meu rosto no colo da tia Nay, querendo ir embora.

— Mas acabamos de chegar, Ji…

— Mas eu não quero! Ele não vem! Não quero mais amigos! — bufei, me negando a olhar em volta. Não queria mais ninguém comigo. Não gosto de amigos.

— Amigos também se atrasam e… — Parou de falar de repente. — Bem, acho que tem uma surpresa muito legal para você. — A olhei, confuso. — O seu amiguinho apareceu — sussurrou no meu ouvido.

— ONDE?! — Me virei e arregalei os olhos quando encontrei um menino um pouco longe de mim, segurando os bonecos do meu desenho predileto. Ele é muito bonito, mas parece ser mais velho por conta da altura. É magrelo, mas fofo. Muito, muito fofo. — Amigo? — Ele sorriu, mostrando os seus dentes grandes. — Você tem dentes que nem os dos coelhos!

— A mamãe sempre fala isso. — Tocou nos lábios após gargalhar. — Ela também tem. — Então olhei para a moça atrás dele que mantinha um sorriso bonito nos lábios.

— O porteiro me informou que tinha um menino querendo conversar com o meu filho. E então ele falou sobre o prédio vizinho e da folha na janela. — A adulta deu risada, continuando a encarar a tia Nay. — Resolvi vir com ele ver o que foi isso. Nunca se sabe, não é?

— Desculpa se passamos uma impressão errada, senhora. — Não entendi o porquê a minha babá estava pedindo desculpas, mas a minha atenção só estava no menino que não parava de sorrir. — O Jimin queria muito fazer um amigo. Quando ele viu o tal do boneco na janela, ficou doidinho. — Senti carícias no meu cabelo.

— Eu trouxe eles, quer ver?! — Me animei e peguei todos, deixando com que o menino pegasse. — Você tem a LadyBug, que bonita ela é!

— A gente pode trocar, se você quiser.

— Não passaram uma impressão errada, apenas foi estranho. Qual o seu nome, pequeno? — olhei para a outra tia e então sorri para ela.

— Park Jimin. A minha família é Park.

— E eu sou Jeon Eunji, mãe do Jungkook. Filho, se apresenta a ele.

— Eu sou o Jeon Jungkook. A minha família é Jeon. — Me imitou. Sorri com aquilo, ficando ainda mais animado com ele. — Você quer ser o meu amigo, né? — assenti freneticamente com a cabeça. — Então você é o meu amigo a partir de agora.

— Você demorou, sabia? — sorri para ele e peguei sua mão, o puxando para o parquinho.

— O Jungkook fica de manhã e de tarde na escola, por isso não conseguiu vir antes. — A mamãe dele explicou. — Você estuda onde?

— Em casa! — revelei, vendo ela e o meu amigo Jungkook ficarem confusos. — É a minha mãe que quis.

— O Jimin tem déficit de atenção e é hiperativo. Os pais dele acharam melhor ensiná-lo em casa já que estava tendo muitas dificuldades na escola. Então eu fico cuidando dele enquanto estão fora, acompanhando seus estudos com uma professora particular.

— Mas eu não gosto! Quero ir para a escola, né, tia Nay? Kookie, a minha mãe vai conversar com o meu pai para me pôr na escola.

— Eles ainda estão vendo isso, Ji.

— Mas eles vão conversar.

— O que é isso que você tem? — Quando ouvi sua pergunta, franzi cenho, me lembrando do que falar se alguém perguntar sobre isso.

— Eu tenho um pouquinho de dificuldade de fazer algumas coisinhas, mas ainda sou que nem todo mundo. — Fiquei com medo ao me lembrar dos meus pais conversando sobre pessoas ficarem afastadas de mim por conta disso. — Você ainda é o meu amigo?

— Você é igual todo mundo, porquê eu não seria? — sorri grande, vendo ele oferecer mais bonecos. Peguei todos, sentindo o meu coração pular no meu peito que nem louco. Parecia até mesmo que ele estava fazendo uma festa. — Vem!

[...]


Depois da primeira vez que conheci o Jungkook, ficamos muito amigos. Ele só tem a mamãe, porque o papai dele foi para o céu. A tia Ji ficou muito amiga dos meus pais, então quase todo sábado ela vem ver a gente com o meu amiguinho. Foi ela que começou a convencer os meus papais de me colocarem na escola junto com o filho dela, porque lá é muito bom!

Não importa quanto tempo eu conheça o Kookie, ele já é o meu melhor amigo. Teve uma vez que dormi na casa dele. Foi ele que me ajudou a dormir, porque não estava conseguindo. Sinto falta de casa quando estou lá, mas ele sempre me deixa muito feliz ao seu lado.

Hoje é o meu primeiro dia de aula na escolinha do Jungkookie. Ele veio me esperar na sala, bem cedinho, para irmos todos juntos para a escola. O meu pai não foi trabalhar para me acompanhar também. Eu tô tão nervoso que não consigo parar de me mexer ou falar sempre as mesmas coisas.

— Filho, se continuar assim, o papai não vai conseguir ajeitar o seu uniforme.

— Pai, o uniforme é azul! Ele fica muito bonito em mim! — comentei mais uma vez.

— Uhum, papai sabe. Pronto! Preparado?

— SIM!! — Mal esperei ele e corri até Jungkook, vendo-o brincar com os meus bonecos no chão da minha sala. — Kookie, vamos, vamos! Vamos!

— Tá indo pra onde sem pegar a sua mochila, Park Jimin? — Ao escutar o meu pai, me virei para trás e enxerguei a mochila em sua mão. Nem lembrei dela.

— Vamos agora?

— Você vai sem comer?

— Ah papai… — choraminguei.

Depois de comer, mesmo não querendo, descemos e entramos no carro do meu pai. Eu estava tão alegre que o Kookie teve que pedir para falar mais devagar e com cuidado. Tem vezes que troco as minhas palavras, mas acho que não é tão difícil de entender. Espero que os meus amiguinhos achem fofo isso, assim como o meu melhor amigo achou.

Depois que chegamos na escola, fomos em direção a sala de aula. A escola é muito linda, e eu tô ansioso para começar a estudar junto com todos os meus novos amigos.

Ao entrarmos na minha sala, a professora me apresentou para todo mundo. Posteriormente, sentei do lado do meu melhor amigo e começamos a fazer nossas atividades.

Só que diferente de casa, qualquer coisa dali estava chamando a minha atenção e dificultando tudo, principalmente as atividades. Afinal, a minha professora particular ensinava de uma maneira totalmente diferente dessa de agora.

— Tá tudo bem, Nini? — Parece que o Jungkook percebeu isso e veio falar comigo.

— Não tô entendendo muito, minha professora antiga me explicava diferente. — Faço um bico e ele sorri, parecendo não achar grande coisa. Porém, para mim é muito importante entender uma matéria, ainda mais agora que tenho amigos e estou na escola.

— Vou te ajudar — falou, me surpreendendo. Ele começou a explicar, mas novamente foi difícil. — Como que você aprendia, então?

— A minha professora pegava os meus bonecos e me fazia estudar usando eles. Eram todos da LadyBug. — Viajei nas minhas memórias. — Na verdade, tinham muitos outros de desenhos e filmes que eu gosto. Meus papais compram tudo! — expliquei, vendo-o acenar positivamente com a cabeça.

— Então eu vou fazer isso com desenhos, tá? Eu não sei desenhar muito, mas eu faço desenhos — sorri e concordei com a cabeça. E não é que funcionou? O meu melhor amigo é um grande amigo. Ele fez desenhos bonitinhos e ainda conseguiu me ajudar na lição usando eles.

— Obrigada Jungkookie! — O abraço e sou retribuído.

O dia estava sendo bom, mas teve momentos que não fiquei muito feliz. Tentei fazer novos amiguinhos, mas ninguém queria se aproximar de mim. Então só fiquei com o Jungkook, na hora do recreio e na sala.

Não que eu esteja triste com isso, só que eu não entendo o porquê ninguém quer ser o meu amigo. Alguns até me chamaram de esquisito, só que a mamãe sempre fala para pensar positivo, e foi o que eu fiz. Tem alguns personagens que são esquisitos, mas são os melhores! Então eu sou um esquisito bom, não é?

— Como foi a aula, filho? — A mamãe perguntou.

Ela foi me buscar na escola, e dessa vez o Kookie não veio comigo. A mamãe dele explicou que iriam sair juntos, mas amanhã nos veríamos de novo. Fiquei triste e até mesmo um pouco irritado, por isso que não quero pensar nele.

— Bem — respondi, olhando para os meus bonecos.

— Como foi os estudos? Conseguiu aprender alguma coisinha?

— Só um tiquinho, mamãe. Escola é muito difícil… — choraminguei, formando um biquinho nos meus lábios gordinhos.

— Eu vou resolver isso, tudo bem? Já conversei com a sua diretora e você vai conseguir uma tutora que te ajude durante as aulas.

Após isso, fomos para casa e eu jantei a minha comida favorita enquanto assistia LadyBug no celular da minha mamãe. Sinto falta da tia Nay, mas ela só vai voltar semana que vem porque teve que viajar. Diferente do Kookie, eu entendo ela. Eu sei que ela nunca vai me abandonar e me deixar triste.

[...]


Passou uma semana depois que comecei a ir para a escola. No começo era legal, mas agora tá muito chato e eu não gosto de ir. Meus pais ficaram muito bravos e quiseram saber o motivo, mas eu menti para eles. A tia Nay uma vez falou que eu tinha que resolver os meus problemas sozinho, como um homem ou como o Adrian, então eu vou fazer isso hoje.

Hoje vai ser o grande dia! Vou enfrentar os meninos que ficam falando coisas bobas sobre mim e também sobre o meu melhor amigo.

O Kookie não sabe de tudo isso, porque ele é amigo de quase todo mundo da sala e o preferido da professora. Ele é inteligente, bonito e muito gentil. Sempre andamos juntos, mas agora ele fica mais no clube do livro que faz parte. Eu quero entrar um dia, mas preciso ler vários livros e eu não gosto muito, é difícil.

— Esquisito, hoje tem prova e você vai tirar zero, sabia? — encarei um dos meninos que mexem comigo. Às vezes suas palavras são tão ruins que dói muito no meu coração. — Que nem a de ontem.

— A mamãe disse que eu tenho dificuldade em prestar atenção, então não sou esquisito, só especial. — Tentei explicar isso para eles, querendo ser tão forte e corajoso como qualquer super-herói da televisão.

— Isso é ser esquisito, dãr! Você é o único esquisito daqui. Ninguém gosta de esquisitos!

Respirei fundo e então me levantei do banquinho, deixando a minha lancheira de lado.

Mesmo querendo o Jungkook ao meu lado no intervalo, sei como ele gosta de ficar lendo, então não vou atrás dele como fiz no primeiro dia. O papai disse que eu tenho que deixar ele estudar também. Mas sabe o que é mais triste? Eles me chamam de burro e devagar e às vezes isso parece ser muita verdade.

— Você não pode me chamar assim, é feio!

— Você tá querendo me bater, esquisito? — O menino veio até mim e me empurrou um pouco forte, me fazendo ir para trás. Queria chorar, só que não fiz isso. — Tá chorando que nem bebê!

— Unhé, unhé, unhé! — Os outros imitaram.

— Não tô, não! — Passei as minhas mãos em meus olhos e tentei empurrar ele, mas fui empurrado de novo. — Para com isso!! Eu não sou um esquisito, sou muito legal, tá bom??

— Esquisito!

— Esquisito, esquisito, esquisito…!

Apertei os meus punhos e engoli o choro, querendo correr para a minha mãe e contar tudo para ela. Só que eu não quero parecer um bebê chorão, nem decepcionar alguém. Não sei o porquê aqueles meninos fazem isso comigo sendo que já tentei muito ser amigo deles.

Só que num vento super forte e com o sol brilhando, Jungkook apareceu e empurrou todos eles, ficando na minha frente e tampando a minha visão. O encarei com o meu coração batendo rápido, vendo o seu rosto super sério. Naquela hora, jurei ter visto brilho ao redor dele e uma capa em suas costas, como todos os heróis tem.

— Por que fez isso?! — O menino perguntou, se levantando.

— Porque ele é o meu amigo, e ninguém mexe com quem é meu amigo! Se vocês continuarem, vou contar pra professora!! — Quando os vi correndo dali, fiquei ainda mais assustado. O Jungkook é tão forte assim para terminar com essa situação muito rápido? Então ele se virou para mim, dessa vez sorrindo. — Você tá bem? Desculpa não chegar antes. Eles são uns chatos.

— U-Uhum… — Como agir, como agir??! O Kookie parece tão legal agora que minhas bochechas estão ardendo muito.

— Eles te bateram?! Tá vermelho aqui! — apontou para o meu rosto, mas neguei com a cabeça. — Então porquê? Você tá bem?

— Tô… É que… — Fiquei com vergonha de falar.

— O quê, Nini? Pode me contar que eu vou te proteger e nunca mais sair do seu lado! Nunquinha! Prometo de dedinho, coração e alma. — Levantou o seu mindinho e os meus olhos brilharam com a sua fala. Então sorri e entrelacei os nossos dedos.

— É que você é o meu grande herói, Kookie. — Deixei um beijinho em sua bochecha, vendo ele ficar vermelho e não se mexer.

Estava feliz demais por ter achado um super-herói depois de tanto tempo. Mas nunca achei que ele seria o meu melhor amigo.

O meu herói não usa capa e também não tem superpoderes, mas usa um uniforme azul e tem um cabelinho preto de tigela.

↫↫↫↫↫↬↬↬↬↬


O que acharam? Espero que tenham gostado dessa oneshot!

Queria agradecer muito a MarsGraphics e também pelo capista que foram muito pacientes e gentis ao entenderem a nossa demora para postar. Pequeno Herói era para ter sido postada mês passado, mas passamos por algumas complicações.

Não deixem de seguir a co-autora: sunshineggukie
Me sigam também: @sololunar

Até a próxima!
Amo-te infinitamente ♡.

24 Juin 2022 22:00 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Lia Staboli escrevo histórias de vários gêneros e shipps. Wattpad: SoloLunarC Spirit: SoloLunar twitter: lunar_solo

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