T
Tris R. M.


“Eu não sabia até quanto tempo eu conseguiria fingir que o meu passado em Seattle não existia. Recomeçar uma nova vida na Califórnia, ao lado da minha mãe e da minha prima, me pareceu uma boa maneira de começar a tentar.” Bronagh quer se desvencilhar das amarras que a impedem de ser plenamente feliz. Ela faz de tudo para viver a vida normalmente e concentrar suas energias nos seus estudos da faculdade, como uma aluna de mérito. Não é seu objetivo chamar atenção depois de tudo que viveu na sua cidade natal, por isso a jovem arma suas defesas quando conhece Taylor Holden, um cara que atrai pra si justamente toda a atenção que Bronagh está tentando evitar. Mas não mandamos no coração, e a duras penas, Bronagh aprende que se afastar só fará Taylor desejá-la ainda mais. Ele acha que não é bom o bastante pra ela. Ela acha que não pode deixar ninguém descobrir seu segredo. Um mal entendido os coloca em convivência, fazendo com que ambos tenham que lidar com seus novos sentimentos e antigos jeitos de ser. Bronagh e Holden estão destinados à felicidade? Ou serão apenas protagonistas de um lindo caos destruidor?


Romance Romance jeune adulte Interdit aux moins de 18 ans.

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Capítulo 1

— Você tem certeza de que a investigação acabou pra você? Quer dizer... sabemos quem estava por trás de tudo, pegaram ele. Mas as coisas que foram feitas no processo permanecerão imutáveis. Aquilo vai deixar marcas, isso é indiscutível. A investigação pôde finalmente chegar ao fim, mas as sequelas que ela trouxe, não. Seria melhor se você procurasse ajuda psicológica, só para ter certeza de que isso não a afetará de forma irreversível. Promete, ao menos, pensar no assunto?


— Prometo pensar - respondi, pelo que parecia ser a milésima vez, mordendo uma maçã. A superfície da casca fria contra meus dedos pela refrigeração da geladeira. - Mas não vejo como relembrar algo complicado semanalmente pode ser util aqui. Prometo que vou pensar no assunto, mas não é como se eu visse coerência nisto. Eu sempre fui ciente do que aquilo significava e eu não era realmente próxima daquele cara. Tudo que ele fez foi horrível, sem dúvidas, mas não está me afetando como você pensa - Tentei tranquiliza-la. Minha prima era um mês mais velha que eu, mas desde que o meu pai se fora, às vezes ela agia como se precisasse me supervisionar com a mesma frequência que a minha mãe. Somente quando ela percebia que eu não estava chorando pelos cantos ou murmurando algo depreciativo sobre a minha vida era que ela parava de me cercar. Ela e a minha mãe tinham muito medo de que a morte do meu pai - e o motivo dela - me afetassem da mesma forma que afetava elas. Ficavam visivelmente mais aliviadas quando concluíam que não era dessa forma.


— Obrigada. - Sam substituiu a carranca por um sorriso discreto que crescia conforme ela se aproximava de mim, ansiosamente. - Como se sente em relação à amanhã? Deve estar nervosíssima! - Ela estava entusiasmada, seus cabelos curtos e negros balançaram na altura do queixo quando ela deu alguns pulinhos. Seus olhos, igualmente escuros, eram bem desenhados, tão profundos quanto um poço infinito, e estavam sempre em alto contraste com o tom pálido de sua pele. Era uma tez delicada, bem cuidada. Seu corpo atlético era magro de estatura mediana, quase alta. Sam era dois ou três centímetros mais alta que eu, embora essa não fosse nossa única divergência física.


Afastei-me dela na intenção de jogar o miolo da maçã devorada no lixo. A janela acima da pia estava aperta e permitiu que a brisa fresca da manhã de primavera afastasse meus cabelos para trás. Enquanto me virava para responder minha prima, puxei um elástico do bolso da calça e me posicionei em frente à parede espelhada ao lado do balcão marmorizado da cozinha.


— Bom, não é como se fosse a minha primeira vez levando um projeto para a coordenação analisar. - Comecei, fazendo um rabo de cavalo alto em meu cabelo castanho - Bem, o corpo docente inteiro já aprovou. Precisamos do consentimento do reitor.


— Ah, ele vai aceitar. Ele adora estudantes como você - Sam olhava pra mim através do espelho - E, mesmo que você não fosse esse tipo dedicada e responsável, ele ainda teria de admitir o quão boa essa ideia é. Promover uma interação com o basquete no festival anual foi uma ótima jogada. Podemos mesmo conseguir a atenção dos olheiros para os atletas da nossa universidade. O Sr. Titus queria uma ideia que desse mais visibilidade para os jogadores de basquete da UCLA, colocar esse jogo como a atração principal do festival supre perfeitamente isso.


— Bom, eu espero que ele pense como você, já que o portfólio está todo montado e vou falar com ele amanhã, antes da primeira aula.


— Eu vou dormir aqui hoje, está bem? Precisa ficar aqui comigo. Eu não entendi nada sobre o que aquela professora maligna disse sobre Romeu e Julieta não ser uma história de amor! Como pode não ser? A palavra “amar” significa literalmente “eu morreria por você”.


Estreitei os olhos em sua direção.


— Romeu e Julieta não é uma história de amor. Foi um relacionamento entre uma garota de treze anos e um garoto de dezessete que durou três dias e causou seis mortes.


— Você também! - Ela fez cara de choro e correu para se jogar dramaticamente sobre o encosto do sofá, arrastando o corpo até cair no assento como uma pilha de roupa abandonada. - Pelo menos tente me convencer sem parecer tão cética em relação ao amor.


— Pensar em Romeu e Julieta é como pensar em duas famílias chorando de funeral em funeral, cheias de olheiras escuras e um estoque enorme de lenços de papel. Se eu tivesse seis funerais em três dias não iria lembrar-me daquilo como um momento apaixonante. É de uma violência atroz, baseada em conflitos sociais e políticos, e não uma épica história romântica. - Eu disse, atravessando a sala enorme até me encontrar com ela ainda jogada sobre o sofá branco em L. - E eu não sou cética com o amor. Eu nunca senti nada por ninguém, mas não quer dizer que eu acredite que nunca irei. Eu apenas… não estou procurando.


Sam aninhou a cabeça no meu colo quando me sentei ao lado dela. Encolheu as pernas como se fosse uma criança e seu cabelo curto foi afastado para fora do rosto enquanto ela falava e gesticulava com as mãos, ainda que estivesse deitada.


— Aquela aula de literatura faz muito sentido ser opcional. Estou cursando economia, ora! Eu deveria ter procurado algo menos enfadonho pra preencher a carga-horária. - Ela reclamava - Você tem talento pra compreender textos, afinal, eu tenho certeza que será uma roteirista mundialmente conhecida. - Ela ergue o queixo para olhar para mim e dar uma piscadela, fazendo um sinal de “ok” com os dedos - vou assistir todos os seus filmes, ok?


— Obrigada. Vou dedicar o pior deles a você.


Sam fez uma careta, mas logo em seguida seis olhos se arregalaram e eu soube imediatamente que ela estava prestes a mudar completamente o assunto.


— Você também vai dormir aqui hoje? Se for voltar para os dormitórios tente pegar minha escova com Dalla. Já faz uma semana e ela nunca mais disse nada sobre estar com ela.


— Por que emprestou sua escova pra ela? Achei que não se davam bem.


— Não é que não nos damos bem. Só acho que ela é muito chata e mandona e não faço questão de esconder isso dela. Deixei minha escova lá da última vez que eu e você nos maquiamos juntas e ela pediu pra usar, porque queria pentear o cabelo para dormir. Mas nunca mais devolveu. - Sam fez um bico - E ainda fez comentários desdenhosos sobre estarmos saindo tarde.


Minha colega de quarto era bem conservadora e estudiosa, mas falava o que pensava e não era a maior fã de Sam também.


— A minha mãe não vem pra casa hoje. Ela me ligou há meia hora. Vai precisar viajar por alguns dias pra fora do país. - Expliquei. Saber que minha mãe estava viajando não era novidade. Ela era diplomata e formada em relações internacionais. Sempre precisavam dela para alguma situação governamental externa ou simplesmente tomar um café em alguma embaixada no exterior. Ela nunca esteve muito presente, mas não era culpa dela. Eu e meu irmão nos virávamos bem até ele decidir fazer faculdade no Alaska há alguns anos.


Desde então, não nos falamos muito. Ele diz que tem pouco tempo para visitar e fala com a gente de forma mais natural nos feriados comemorativos e nossos aniversários. Éramos mais próximos antes, mas Ethan escolheu se afastar. Bom, tudo bem também. Ele tinha que ter a própria vida, foi o que ele dissera.


Eu tentava não me magoar com o fato de que ele parecia não ligar mais para nós.


— Eu vou voltar aos dormitórios - eu disse - Falarei com Dalla por você.


Depois de mais alguns minutos conversando com Sam sobre os assuntos mais triviais, retirei-me para fora da casa da minha mãe. Eu a amava, mas aquela casa me fazia sufocar, indo totalmente contra ao fato dos metros quadrados dela serem bem significativos.



22 Avril 2022 22:26 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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