shinyuutte Mu Shen

Com o passar dos anos, muitas histórias são enterradas no esquecimento. Em algumas casos, as pessoas da atualidade até mesmo teriam grande dificuldade de acreditar que, esses contos surreais, uma vez foram verdadeiros. Se lhe fosse dito que há milhares de anos atrás, uma luta entre dois imortais e um demônio poderia decidir todo o destino da humanidade, quem acreditaria? Essa é uma história sobre o que realmente ocorreu naquela época, sobre fatos que não foram descritos oralmente com o tempo. É a lenda de um renomado imortal, perdendo seu amado pelo futuro da humanidade. Um legado passado por gerações, que nem o cruel destino e o terror da espera foram capazes de separá-los.


Histoire courte Tout public.

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Histoire courte
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A ponte

Desde a antiguidade, existia uma trágica lenda imortal, pouco conhecida pela geração atual, mas que arrancaria suspiros de qualquer idoso apenas com a menção do nome.


A lenda narra dramaticamente uma triste história de amor, onde um renomado imortal perdia seu amado na batalha da ponte quebrada, ao ponto de tirar lágrimas dos ouvintes apaixonados.


Essa terrível batalha foi um marco decisivo daquela época, em que a humanidade pôde ter o futuro de paz que aspirava por milhares de anos, e mesmo assim, ambos os heróis haviam sido enterrados no marco do tempo, esquecidos por tudo e todos.


Tornando-se apenas uma mera história em que poucos crêem.


Embora a batalha fosse conhecida como 'ponte quebrada', há muitos anos, já foi reconstruída para a passagem de viajantes e comerciantes, fazendo com que a lenda fosse ainda menos popular e difícil de acreditar que uma vez foi verídica.


No entanto, atualmente, nestes anos em que todos desfrutam da paz, havia um lunático vivendo nesta ponte.


Aquele homem tinha uma aparência suja e bagunçada, seus cabelos longos arrastando-se pela lama, tornando sua imagem medonha para qualquer um que desejasse atravessá-la.


Este homem, olhava para o horizonte com olhos opacos.


E por causa de sua presença, a maioria fazia um desvio, apenas os corajosos se atrevem a passar pela ponte, e ainda assim, suas pernas tremiam.


Eles tinham medo de que aquele louco surtasse.


Isso não era algo incomum, muitas pessoas já haviam presenciado aquele homem gritar e chorar repentinamente.


Era muito aterrador.


Ninguém nunca soube quem era, ou por quê estava lá, assim como o motivo de sua dor.


Igualmente, ninguém nunca iria assimilá-lo à figura lendária do imortal.


Essa era uma história antiga, pouco conhecida, e que ninguém nunca ouviu os verdadeiros fatos antes.


Uma história que, caso divulgada, impressionaria a velha geração.


Aconteceu há mais de mil anos atrás, em uma noite chuvosa.


Começou com um estrondo de tremer a terra, os mortais estavam assustados, as crianças choravam e os animais fugiam.


Aquela noite ficou profundamente gravada na mente dos vivos da época.


Era o prelúdio do fim.


O fim da paz em que viviam.


As crianças choravam cada vez mais alto.


E onde houve o estrondo, havia duas figuras ensanguentadas.


Um trajado de branco, seu robe molhado esvoaçava com a brisa e a chuva, que pareciam cortar como pequenas lâminas seu belo rosto.


A expressão era séria, e ele ajustou a pose, apontando a espada para frente.


Este homem elegante passava uma sensação de confiabilidade, sem qualquer semelhança com a medíocre imagem daquele lunático.


Ao seu lado, havia outro homem com expressão bastante similar, vestindo um manto em adornos dourados, o ar ao seu redor passava uma sensação inexplicavelmente tranquilizante.


Ambos tinham a tez lívida e sangravam profundamente, manchando suas roupas brancas em tons visíveis de vermelho, sendo terrível de olhar, contudo, nenhum deles mostravam dor no semblante, enquanto olhavam para a mesma direção.


Lá, no meio da névoa causada pela poeira que subiu do impacto, uma figura negra gradualmente poderia ser vista.


Era um demônio.


Os olhos negros se destacaram na névoa, junto com as pupilas vermelho sangue que brilharam em um sorriso sinistro.


O demônio avançou.


A pressão avassaladora do cultivo demoníaco pressionou as duas figuras, que suaram frio.


Mesmo assim, ambos rangeram os dentes e enfrentaram.


Em menos de um segundo, milhares de golpes foram trocados, restando apenas o tinido alto das lâminas e pós imagens dos três.


No entanto, mesmo com o tempo cansando-os, nenhuma ferida foi proferida ao demônio.


Sua força estava muito acima quando comparado com os cultivadores justos.


Era uma batalha decisiva e mortal.


Por isso, as duas figuras brancas se recusaram a desistir.


Nem o pensamento era permitido.


Falhar era inadmissível.


Eles olharam um para o outro, acenaram com a cabeça e se separaram.


O demônio levantou a sobrancelha ligeiramente, com uma pitada de interesse no rosto.


Ambos pularam cada um para uma direção oposta, juntando suas espadas no centro, com os cabos apontando para o céu e as lâminas para a terra.


Era uma formação mágica.


Os cílios do demônio tremeram ligeiramente.


Ele já havia passado milênios selado, tudo por causa do sangue desses justos.


E depois de anos, quando finalmente conquistou a liberdade, novamente, entraram em seu caminho.


Ele deseja destruí-los.


Destruir tudo que era um incômodo.


O rosto do demônio escureceu, e em um grito de arrepiar a espinha e gelar a alma, correu para interromper a formação.


A direção era a da figura do homem de manto dourado.


O semblante do homem trajado de branco empalideceu.


No segundo seguinte, houve o som de carne sendo dilacerada, silenciando todo o ambiente.


O homem de branco congelou, atordoado com a cena adiante.


Ele podia ver a espada do seu companheiro Dao, de alguma forma, atravessada no ombro do demônio, tornando as roupas negras ainda mais escuras pelo sangue que saía da ferida.


Havia uma estranha sugestão de sorriso no rosto do homem de manto dourado.


Entretanto, no instante seguinte, o sorriso aterrorizante do demônio aumentou.


A mão do homem de branco tremeu e ele correu, infelizmente, chegando um passo atrasado.


Com o som abafado ao tentar conter um grito, a figura dourada voou em uma força assustadora, quebrando galhos e árvores que entravam em seu caminho.


O homem de branco sentiu seu coração afundar, sem pensar duas vezes, seguiu na mesma direção montado em sua espada.


O demônio deu um sorriso triunfante, levantando a palma manchada de sangue para lamber.


O líquido vermelho penetrou na língua, dando pouca satisfação à sua sede.


Era um gosto de ferrugem.


O gosto da morte.


O demônio soltou uma risada rouca e deslocou-se no ar.


Ele ansiava por mais.


A figura dourada voou em uma posição fetal, sua mão sem derrubar a espada, destruindo tudo que havia pela frente em alta velocidade.


Pouco a pouco, o impulso se tornou menor, sendo mais fácil de controlar, até que conseguisse aterrissar majestosamente a beira de uma ponte.


O homem de dourado borrifou um bocado de sangue, rapidamente passando o punho para limpar os lábios, olhando zonzamente.


O cenário parecia girar.


Mas não havia tempo para se importar com isso, ele tinha que persistir mesmo que todos os seus ossos fossem quebrados.


Ele pôde ver gradualmente a figura do homem de branco aparecer, inconscientemente estampando um sorriso nos lábios, que logo foi apagado ao sentir a presença do demônio.


"Continue!" Gritou com uma expressão séria.


Em um movimento circular, ambos voltaram para a mesma posição de antes em um entendimento tácito, efetuando uma sequência de movimentos de mão, que fez com que as espadas girassem no ar em uma velocidade extraordinária.


Este não era o momento para hesitar, eles resolutamente morderam o polegar, deixando que as gotas de sangue pingasse no chão, até que expulsassem um brilho carmesim.


O desenho de uma bela lótus foi gravado no solo, ao mesmo tempo em que moveram suas mãos para baixo.


"Vá." Gritaram em uníssono.


As espadas vibraram, e as lâminas foram cravadas no centro da lótus, soltando um brilho reluzente ao se aprofundarem, convergirem e fundirem.


A expressão do demônio mudou, seus olhos tingidos de vermelho encaram os dois cultivadores com ódio.


Ele não estava disposto a perecer naquele lugar.


Não sozinho.


Quando esse pensamento passou por sua mente, o demônio estampou um sorriso ardiloso, olhando para a figura dourada que havia acertado antes.


Basta de brincadeiras.


Então, mais uma vez, se aproximou.


Da última vez, esta mesma formação o selou por incontáveis anos, e durante este período, constantemente revisou em sua memória o que poderia ou não ser feito para evitar o mesmo resultado.


Essa formação terrível não é mais capaz de o prender.


O demônio levantou a mão, cravando as unhas na pele do pulso, perfurando e cortando a carne até que uma grande quantidade de sangue caísse.


Não era a cor usual do sangue dos humanos, seu sangue tinha uma tonalidade negra, como algo corrosivo, que daria uma careta a qualquer um que visse.


O demônio olhou para o próprio sangue e riu, correndo na direção da figura de dourado.


Como estava em processo de conclusão da formação, a proteção do homem estava baixa, para o demônio, era como um prato de carne sendo colocado diante de uma fera faminta, completamente desprotegido e apetitoso.


Bem, e mesmo que pudesse se defender, ainda seria impossível detê-lo.


O demônio levantou a mão intacta para agarrar o queixo da figura em dourado e forçá-lo a abrir a mandíbula.


O homem ficou chocado, mas não havia nada que pudesse fazer, nem mesmo tempo de dizer qualquer coisa, apenas vendo o demônio levantar o pulso ensanguentado até sua boca, forçando o sangue a rolar por sua garganta.


"Jin He!" Em um grito de desespero, o de branco chamou, com mãos atadas para impedir qualquer ação daquele terrível demônio.


Ele só podia dar o seu melhor para terminar a formação o mais rápido possível.


O homem de dourado tossiu violentamente, sua pele visivelmente mudando para uma cor extremamente pálida, quase acinzentada.


O demônio soltou uma risada rouca, então abaixou a mão e em um movimento frontal, perfurou o abdômen.


O homem arregalou os olhos, suas pupilas encolhendo quase em uma linha, nenhum som conseguindo ser proferido pela boca.


Sua figura balançou, como uma flecha no final de seu voo.


Sem perder tempo, o demônio lambeu o sangue da mão, correndo em direção do último que faltava.


A boca do homem trajado de branco tremeu, seus olhos encararam a figura coberta de sangue de seu companheiro Dao resistir em ficar de pé.


O som de cada gota parecia perfurar seu ouvido, mais do que qualquer outro barulho naquele local.


Ele pôde ver, mesmo com olhos turvos, o outro mover os lábios para sussurrar:


"Querida, eu estou bem."


O homem de branco fechou os olhos com força, sentindo a dor das feridas do amado na própria pele.


Seus dentes rangeram tão forte que poderiam quebrar.


Ao ver a figura do demônio diante de seus olhos, ele gritou com ódio e com todas as forças contidas em seu pulmão:


"Lótus de Nove Pétalas: Harmonia Eterna Rudimentar!"


A expressão do demônio mudou para raiva, no entanto, antes que pudesse fazer qualquer coisa, um brilho vermelho emergiu da terra e alcançou os céus.


Milhares de milhas foram iluminadas pela densidade da luz, confundindo muitos mortais ao acreditarem que o sol estava prestes a nascer.


O solo também foi terrivelmente abalado, e no momento seguinte, o som alto de grades foi ouvido por todos, como se o julgamento celeste estivesse para começar.


Era majestoso, mas também amedrontador, os de idade não sabiam se deveriam apreciar como um milagre divino, enquanto as crianças lamentavam por um medo instintivo.


Tudo durou apenas um instante, e novamente, a paz reinou na vida de toda a humanidade.


O céu escureceu em uma noite tranquila, as nuvens auspiciosas vieram em uma demonstração de bom presságio, e os animais voltaram à normalidade com segurança.


Os mortais ficaram em silêncio, alegrando-se depois do torpor.


A lenda terminava ali, com uma vida em troca da paz, infelizmente, no campo de batalha, o clima não era tão bom quanto fora, e estava longe do fim que já havia sido determinado pelos demais.


O homem de branco caiu de joelhos no chão, seu olhar recaindo no fluxo calmo de água do rio.


O demônio estava lá, selado, e a ponte havia sido destruída.


Logo depois, como se lembrasse de algo, levantou, correndo e tropeçando até certa direção.


Suas roupas brancas já não eram claras, sujas de sangue e pó, porém, isso não impedia que sua figura emitisse um sentimento heróico.


O homem correu até o corpo do seu companheiro Dao, imediatamente segurando o pulso para passar energia espiritual.


"Querida, está tudo bem." A outra parte falou fracamente, inconscientemente colocando um sorriso nos lábios sem cor, "...não vai adiantar."


Como se não escutasse, ele continuou seriamente passando energia espiritual, sem respondê-lo.


"Pare, é inútil." O outro ainda insistia, sem forças para afastá-lo, "Você também está fraco."


"Não desperdice energia." O homem de branco estava irritado.


Como ele não poderia compreender a situação? Seu parceiro sacrifício todo seu cultivo para que


Com uma risada fraca, que foi engasgada causando tosses, o de dourado se calou.


Mas isso não durou mais do que alguns minutos, até o semblante da figura de branco empalidecer ainda mais, "Seu núcleo..."


"Eu disse... é inútil." O homem de dourado tossiu, "Você também fez o mesmo, não é?"


O de branco não falou. Como não poderia compreender? Seu parceiro sacrificou todo o cultivo para o sucesso da formação mágica. Enquanto ele, em comparação, foi capaz de abrir mão apenas do que acreditava ser o suficiente.

E por causa disso, agora está incapaz de qualquer coisa.


Estava claro a dor e tristeza nos olhos do de branco, "Não sou tão louco quanto você."


"Querida, eu te conheço bem." Disse, estreitando os olhos em um sorriso genuíno, "Neste momento, o sangue do demônio corre em minhas veias."


A expressão do homem de branco não mudou, apenas seus cílios tremeram ligeiramente, completamente sem fala ou imperturbável.


"Não chore, querida." A figura dourada consolou, "Estou bem com isso, não tive escolha, mas não me arrependo."


"Não fale." Tentou impedi-lo.


"Deixe-me dizer." Continuou, esforçando-se para levantar a mão até que pudesse tocar o rosto da pessoa que amava, "Gosto de ver você."


O homem de branco não respondeu, e levantou suas mãos, pegando cuidadosamente o corpo do amado para pôr em seu colo.


Seus joelhos imediatamente foram encharcados pelo sangue fresco.


"Veja..." O homem de vestes douradas engasgou ao tentar dar um sorriso, "Querida, eu disse para não chorar."


"Não fale..." O homem trajado de branco apertou o corpo nos braços, "Por favor, não fale."


"Não diga isso." Uma linha de sangue escorria entre seus lábios, "Machuca."


"Logo vai parar de doer." O homem de branco abaixou a cabeça, encostando sua testa no outro, "Eu não vou deixar você partir."


"Isso me lembra o passado..." Ele o olhou diretamente, "Você costumava se irritar com o 'querida'."


"Você vai poder me chamar assim quantas vezes quiser no futuro."


"Que pena..." O homem com manto dourado contraiu os lábios, "Querida, estou com sono."


"Então descanse." Ele falou em um tom baixo, afastando os cabelos bagunçados da testa do outro, "Amanhã será um novo dia, vou fazer bolinhos para você."


"Querida, isso é injusto..." Antes que a frase fosse terminada, uma sequência de tosses o impediu, até que um bocado de sangue fosse cuspido, "Eu quero ver você."


"Eu estou aqui." O homem falou baixo, "Eu nunca sai do seu lado, Jin He."


"Que bom..." Sussurrou, sua voz fraca, "Isso é muito bom..."


O homem abaixou a cabeça, beijando o centro da testa do amado.


"Querida..." O homem de dourado fechou os olhos, sua pele visivelmente cansada, "Obrigado."


"Pelo que?" O de branco perguntou.


No entanto, não houve nenhuma resposta.


"Jin He, pelo que?" A expressão do homem era antônia, "Você pode falar."


"Jin He, fale. Por favor, fale."


"Não fique em silêncio, você não costuma ser assim."


"Jin He!"


"Apenas uma palavra..."


O homem de branco segurou o rosto que sorria do companheiro, sua garganta ficando seca.


"Fale comigo..." Suplicou, seus olhos embaçados umedecendo a pele branca com lágrimas frias, "Seja bom e não me deixe..."


E mesmo assim, não havia resposta.


Era como se uma tribulação estivesse passando por sua cabeça, seus ombros caíram e abraçaram o corpo nos braços.


Suas mãos cobriam desesperadamente a ferida ensanguentada do abdômen, com os lábios contraídos, todo seu corpo tremia.


Ele podia sentir a vida se esvair desse corpo.


A alma de seu amado estava deixando-o.


Seus olhos instantaneamente encolheram em um ideia maluca.


Ele precisava impedir isso, não importa o preço.


Eles deveriam ficar juntos, foi o que ambos juraram perante os céus.


Angustiado, o homem tirou uma ferramenta peculiar das mangas com os dedos trêmulos e sujos, colocando entre o corpo deles.


Se ele pudesse por parte da sua alma no corpo do outro, até que cultivasse e purificasse uma alma completa...


Ele abaixou a cabeça, depositando um leve beijo no centro da testa novamente ao sussurrar.


"Vai ficar tudo bem..."


Eu vou trazê-lo de volta.


Sentado na beira da ponte, o lunático olhou para o horizonte. Suas mãos seguravam uma Miosótis murcha e um pouco danificada, mesmo assim, por algum motivo, se recusava a soltá-la.


Havia muitos outros arbustos com centenas delas, mas todas não apreciam entrar nos olhos sem vida do homem, apenas aquela em sua mão que se recusava a soltar.


Ele não entendia o porquê.


Olhando para as águas claras do rio, podia ver o reflexo da própria aparência terrível, do rosto sem expressão e da falta de humanidade em si mesmo.


Por que ainda vivia?


Por que está aqui?


Qual o objetivo de continuar aqui, dia após dia?


Ele não entendia nenhuma dessas perguntas, só que se recusava a sair.


Ele nem mesmo sabia quem era ou de onde vinha.


Então o que o motivava?


Os olhos do lunático pararam na flor e sua visão ficou turva.


Sem entender, levantou a mão e tocou o canto dos olhos.


Lágrimas...


Mais uma vez, estava chorando.


Ele podia sentir seu coração doer ao ponto de sangrar, parecia haver um enorme buraco, um enorme vazio a ser preenchido.


Por quê?


Por quê? Me diz, por quê?


Pelo que?


O que é?


O que falta?


O lunático agarrou os cabelos, a flor maltratada caindo no rio, sendo levada pela correnteza.


Era irritante.


Machucava.


Doía.


E irritava.


Isso o deixava louco.


O lunático berrou, seu grito em uma mistura de choro e lágrimas podia ser ouvido a distância.


Devolva.


Devolva para mim.


Infelizmente, ninguém parecia atender às suas preces.


O lunático caiu no chão, batendo sua cabeça na madeira até que a dor física substituísse sua dor emocional.


Constantemente, todas as noites, ele sonhava.


Sonhava com uma noite chuvosa.


Com vestes manchadas de sangue.


Era um pesadelo.


Sempre quando lembrava, a dor aumentava e o deixava mais louco.


O lunático bateu a cabeça até que o sangue escorrendo cobrisse seus olhos.


Agora ele não via nada além de vermelho.


Como nos sonhos.


O lunático gritou até que a garganta doesse.


Ele não aguentava mais.


Apenas encontre o que busca.


Ache o que procura.


Devolva o que roubou.


Apareça o que espera.


Apenas, deixe-o saber onde pertence.


Era como estar preso no abismo escuro, no sofrimento eterno, em um pesadelo perpétuo.


Quem era ele?


O lunático não sabia de nada, mas não conseguia dar um passo para longe dessa ponte.


Essa era sua corrente, sua prisão.


Ele gritou novamente, sua voz já estava rouca.


As lágrimas não paravam de escorrer.


"Querida, é suficiente..."


Abruptamente, o movimento do lunático parou, até mesmo seu choro cessou.


Ilusoriamente, esse sussurro era como se pudesse acalmar todas as suas preocupações, mesmo que não soubesse o porquê ou de onde vinha.


Os cílios úmidos do lunático tremeram, seus dentes por algum motivo rangiam, o coração se afogando em uma tristeza ainda maior.


"Querida, estou aqui..."


Era uma voz masculina e baixa, só que suave e amorosa como uma melodia. O lunático fez uma longa pausa, seus olhos piscando com confusão.


Era como se uma pergunta estivesse estampada em seu rosto: Não é uma alucinação?


Como se para adivinhar seus pensamentos, a voz soltou uma risada baixa.


"Querida, vire."


O lunático lentamente abaixou as mãos dos cabelos, seu corpo com receio de seguir a voz e virar para descobrir que não havia nada atrás de si.


Mesmo assim, algo naquela voz fez seu coração bater forte.


"Querida..."


Antes que esta frase fosse terminada, o lunático repentinamente virou.


Na entrada da ponte, uma figura vestida de branco e dourado estava parada, olhando-o à distância com um sorriso nos olhos, sua boca ligeiramente aberta de surpresa por interromper a frase, mas que logo foi substituído por um sorriso.


"O que aconteceu com você? Venha até mim."


Ao mesmo tempo, os olhos opacos do lunático se arregalaram, um brilho inexplicável passando por eles.


Era isso...


Era isso que esperava.


O lunático deu alguns passos instáveis para trás, caminhando para frente logo depois, totalmente confuso no que deveria fazer.


Era como se seu coração tivesse sido preenchido, nem que fosse apenas um pouco, só que sendo o suficiente para ter certeza do que queria.


Era aquela pessoa...


Contudo, seu corpo tremia e seus olhos ardiam.


Ele tinha medo de descobrir que era falso.


Enquanto estava nessa indecisão, a própria figura dourada se aproximou, metros sendo diminuídos com um salto.


Foi magnífico, até mesmo o lunático ficou maravilhado.


O homem de dourado parou à sua frente, sorrindo como um deus imortal e brilhando à luz do sol.


Ele olhou para o lunático, sua voz dizendo suavemente.


"Sou eu."


Gradualmente, um vislumbre da figura daquele renomado imortal pôde ser vista nos olhos e aura do outro, mesmo que fraco, como se quisesse dizer.


"Bem-vindo de volta, Jin He."


"Estive te esperando..."


"Você finalmente voltou."


"Voltou para meu lado."


- Fim -


Curiosidade: A flor Miosótis significa recordação, fidelidade e amor verdadeiro, e também é conhecida como "Não-me-esqueças".


Explicação: Fazendo essa parte para quem não entendeu bem... e eu tbm não foquei em explicar oq tava acontecendo.


Mas o demônio havia dado seu sangue para o Jin He, o que também tornaria seu cultivo Demoníaco, por isso ele usou o núcleo para completar a formação e não poderia sobreviver aos ferimentos.


O de branco ao perceber isso, principalmente quando o parceiro morreu, ele "viu" que a alma estava deixando o corpo dele e colocou parte da própria, na intenção de manter o Jin He "vivo" até que pudesse ter todo o cultivo e alma de volta...

Ao mesmo tempo que sua própria alma tirasse o sangue demoníaco do corpo do outro.


Como resultado, ele perdeu parte das memórias e emoções, apenas seguindo um "instinto" de esperar, mesmo que não soubesse o por quê.


Quando o Jin He voltou, principalmente no final, quando ficou bem próximo dele, a parte da alma que tava nele se "completou", e o lunático pôde lembrar por um pequeno momento sua própria identidade, que deu origem as palavras do final.


Espero msm que tenham gostado da leitura XD.




25 Mars 2022 02:37 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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