Horror Cafeinado Suivre l’histoire

Encarei a face monstruosa do construto mutante, mas não consegui gritar. Junto aos destroços do laboratório, estavam os corpos dilacerados de meus colegas cientistas, que me ajudaram a trazer aquele ser terrível à vida graças ao milagre da clonagem. Uma tentativa de impedir a morte do Dr. Brown pelo câncer.

Que Deus nos perdoe pelo que fizemos.

Há apenas seis meses ele ainda estava conosco, bebendo seu café, que tanto gostava, que achava algo sagrado. Eu ainda lembro: bem quente e forte. Sem açúcar. Um de manhã e depois mais um à tarde. Ele sempre dizia: "Um homem sem café não é nada. Eis aqui a maior invenção da humanidade."

E depois tudo se tornou escuridão. Doença maldita... deveríamos tê-lo deixado partir, mas era nosso mentor e não poderíamos permitir que seu cérebro morresse.

Tudo deu errado. O cérebro foi transplantado para o novo corpo, mas então tudo começou a mudar. Escamas, chifres, dentes afiados. E com uma força descomunal ele se libertou e matou a todos em seu sangrento caminho para o corredor. Quando percebi o porquê, finalmente achei minha voz e gritei.

Estava indo para a cafeteira. Ainda cheia do líquido recém passado, fumegante e cheiroso.