A dor da perda era a mais cruel que alguém podia sentir, o espaço que Namjoon encarava da nave era a imagem de seu interior, um vácuo gélido e sufocante. De tão absorto em seus pensamentos, não notou que Jimin estava pegando em sua mão. Sem dizer uma palavra, o abraçou, apertado. Seus instintos não deixavam que por um minuto sequer, fosse perder novamente alguém que amava.
Mais um indivíduo entrou, era Min Yoongi, tossiu para atrair a atenção dos dois. “O conselho está pronto para vê-lo.” Namjoon seguiu o mestre, ele o levou até uma sala com os hologramas de vários mestres o observando. “Você possui um vazio no olhar.” Um mestre afirmou. Namjoon nada respondeu. “Nós do conselho jedi, decidimos lhe dar a chance de se redimir. Você estará sob os olhos da ordem a todo momento. Quando se mostrar digno, talvez, poderemos lhe dar um lugar a nossa ordem.” Namjoon curvou-se em agradecimento. A reunião terminou, Namjoon informou a Jimin a decisão do conselho. O abraçou de felicidade. “Prometo que irei conseguir o título jedi para estar ao seu lado.” Jimin deixou uma lágrima escapar. “Você é.”
※※※
Uma paz reinava no jardim localizado na estufa do templo, um subterfúgio para aqueles que queriam estar sozinhos com seus pensamentos ou à Força. Namjoon aproveitava para meditar ou estudar os manuscrito jedi com muita profundidade, querendo ter o máximo possível da sabedoria legada pelos antigos. A Força lhe mostrava todos os dias, segredos intermináveis sobre o universo, a vida e o sentido para os caminhos jedi. Mas agora era sobre o passado. Viu uma figura de capuz em frente ao mar com a mão estendida, logo um sabre apareceu, seu antigo sabre. Abriu os olhos abruptamente e desceu lentamente até o chão, sentia sua cabeça girar. Várias lembranças formavam um coro de sofrimento e dor, estavam trancadas num canto remoto de sua mente e com a chave jogada longe, porém, tamanha era a força com que conseguiram escapar. Namjoon tentava entender o que tinha acabado de ver, a figura era familiar, e quanto mais pensava em quem poderia ser, mais sua mente se negava a acreditar, se fosse real, significava que ainda havia pendências a resolver. Andava de um lado para o outro nervoso, pensando em várias táticas que poderia adotar para resolver essa situação. A força não costumava ser exata em suas visões mas a intuição de Namjoon dizia que estava correta, não poderia simplesmente ignorar essa possibilidade. Um medo o abateu, se sentiu desolado, era tão grande a sensação que, Jimin sentiu de longe, foi até o jardim e encontrou Namjoon andando em círculos.
"Joon." Pegou em sua mão para acalmá-lo, Namjoon retribuiu o carinho e o abraçou. Como era mais alto teve de se abaixar apoiando a cabeça no ombro dele. Jimin o abraçou na cintura, pôde sentir a tempestade que havia nele, estava no meio de um mar revolto até chegar nos recônditos lugares de seu interior. "Joon, o que aconteceu?" Desfez o abraço e olhou preocupado, notou que uma lágrima escorria na bochecha e a limpou com seu dedo. "Eu falo mais tarde." Deixou um selo casto nos lábios de Jimin. "Mais tarde me encontre na saída sul do templo." Namjoon o abraçou mais uma vez e saiu enxugando as lágrimas que não paravam de descer. Pelo resto do dia Namjoon não foi visto, pediu para ficar sozinho por não estar se sentindo bem, a líder do templo e mestre, Sunmi compreendeu e o deixou que ficasse em seu quarto. Jimin sentiu o vazio no assento de Namjoon durante a reunião do conselho.
"Um último assunto." Jimin rompeu com o silêncio. "Jungkook se considera apto à ter um assento no conselho jedi." Todos os pares de olhos estavam sobre ele, Jimin sabia que iriam rejeitar, por mais que fosse habilidoso ainda não estava preparado para assumir o posto de mestre. "Sei que Jungkook é habilidoso, mas não está preparado para o título ainda." Sunmi começou, reconhecia os talentos do garoto, mas ainda tinha um longo caminho para trilhar. "Disse o mesmo para ele, uma hora irá entender que ainda tem muito que aprender." Sunmi assentiu. A reunião foi finalizada. O céu noturno mostrava a lua e as estrelas. Ao sair da sala Jimin viu Yoongi. "O que aconteceu com Namjoon?" Foi direto ao ponto como sempre, Yoongi não gostava de rodeios. "Ele não me falou." Yoongi continuou analisando seu antigo aprendiz sabia que escondia algo mais, contudo, não importava o quanto tentasse não iria descobrir, por fim deu um aviso. "Mantenha-se fiel à quem você é agora no presente para não se deixar levar pelo passado." Jimin assentiu.
Até a saída sul do templo, Jimin encontrou Jungkook lendo um antigo manuscrito. "Mestre! Como foi no conselho?" O brilho de seus olhos mostravam a expectativa que logo seria cortada. "Você ainda não está preparado para o título de mestre jedi, sinto muito Jungkook." O mais novo fez uma carinha triste que partiu o coração amolecido com tempo, de Jimin, para o consolar sugeriu que treinasse e estudasse mais, Jeon voltou imediatamente a leitura, por mais que estivesse curioso sobre o por que de seu mestre estar se dirigindo para uma das saídas do templo optou por não perguntar por saber que não teria uma resposta. Jimin encontrou Namjoon olhando para o céu, Jimin foi até o seu lado entrelaçando os dedos. "Jimin, você se lembra de quando estávamos no antigo templo de Tokh?" Naquele dia Jimin decidiu mostrar a Namjoon o templo jedi abandonado. Lá Namjoon olhava para buraco que se formou no teto e a luz iluminava aquele ponto, o chamou para ver os pequenos pontinhos brilhantes que todos estavam acostumados a ver, mas o Kim disse-lhe algo que nunca iria esquecer: "Talvez, a razão desta noite ser tão bela, não é a luz ou as estrelas, mas nós."
Jimin refletiu por um breve momento. "Sim… eu te mostrei o holocron e… " Um pequeno silêncio pairou sobre os dois. "Depois fomos para o sistema Bora fazer uma pequena cerimônia fúnebre para meu antigo aprendiz. Mas hoje, enquanto meditava, tive uma visão. Viu alguém de capuz em frente a um mar revolto. Ele estava com a mão estendida, procurando algo, meu antigo sabre de luz." Namjoon hesitou por um momento, estava preso no meio da garganta o que diria a seguir, mas Jimin sabia o que era, uma parte inconsciente sua havia o preparado. "Ele está vivo…" Namjoon murmurou baixinho quase não acreditando em suas próprias palavras. "Namjoon você vai realmente fazer isso? Ir atrás…" Namjoon captou o tom preocupado de Jimin, independente do resultado seria um tormento voltar àqueles dias nebulosos, queria a todo custo que esse sofrimento não voltasse. "Minie, eu preciso saber…" Jimin concordou em ir, dentro da nave, prontos para decolar, encontraram Jungkook. "Para onde vamos?" Os dois mestres viraram ao mesmo tempo em surpresa diante do jedi mais novo. Antes que pudesse falar, Jimin foi interrompido. "Infelizmente não posso voltar para não gerar desconfiança." , "Deixe-o ir conosco, ele já sabe se virar sozinho." Jimin aceitou a contragosto, porém, não ia deixar passar despercebido esse incidente. Jungkook olhou por uns instantes para Namjoon e pensou em como se tornaram bons amigos, parecia algo distante e quase impossível.
Jimin deixou os controles no automático e foi ao encontro de Jungkook, imerso em seus pensamentos e na visão do hiperespaço, pensou em havia algo de peculiar em sua relação com Taehyung, era de respeito e confiança, o contrário de toda a história sith, em que o aprendiz tomava o lugar do mestre. Sendo sua natureza traiçoeira e ambiciosa, havia aqueles que fugiam à regra. Namjoon não se importava em dominar ou conquistar, tampouco Taehyung, os dois eram como folhas deixando o vento os guiar. Namjoon encontrou Tae encurralado por mercenários, ajudando-o a escapar ofereceu treinamento a ele. Tae além de aprendiz virou mecânico pessoal, era extremamente habilidoso e competente, criou um modelo especial para o braço mecânico de Namjoon. Um silencioso laço se formava entre os dois. Namjoon foi interrompido de seus pensamentos por Jungkook que se ofereceu para ficar em seu lugar. Namjoon sabia que Jimin o esperava, encontrou o jedi em pé, rente a janela, saíram do hiperespaço, Jungkook anunciou no microfone que haviam chegado nos territórios da Orla Exterior. Namjoon ficou ao lado de Jimin com as mãos dadas. Para Namjoon, o momento mais marcante que tiveram, foi o de terem acidentalmente parar em uma lua de um planeta distante das regiões desconhecidas. Foi difícil para Jimin ter de cooperar com um sith e para Namjoon com um jedi. Mas uma discussão fizeram os dois deixarem a racionalidade de lado e se separaram.
Namjoon agora não sabia o que sentir sobre a possibilidade de Taehyung poder estar vivo, na pequena cerimônia em seu planeta natal, seu corpo não foi enterrado de fato, por muito tempo pensou que seria capaz de senti-lo através da força, tentou procurá-lo mas nada achou. Talvez não fosse o momento certo, os desígnios da Força eram um mistério, poderia ser algo premeditado ou apenas a vida seguindo seu curso, fosse o que fosse, inúmeras perguntas o atormentavam, estaria Taehyung ainda um sith? Ou deixou de uma vez por todas os caminhos da Força. Namjoon se lembrou do momento em que Tae o estava levando para nave após a invasão jedi, Taehyung ficou para trás combatendo os invasores, o chão estava, sua última visão era de Taehyung, pronunciando suas últimas palavras que poderiam ser próximas de um amor, pelo seu elo tão singular As palavras do mestre Skywalker se cumpriram. Namjoon retornou ao outro lado após trair o seu mestre para salvar quem ele menos imaginava, Jungkook, aprendiz de Jimin. A dor de perder um aprendiz era imensurável e Namjoon não queria que Jimin a sentisse como ele sentiu.
Os três estavam em direção a lua oceânica de Endor, Kef Bir, de acordo com a visão de Namjoon, quando aterrissaram puderam ver apenas o mar revolto. Namjoon começou a andar até a borda, algo na água o chamava. Jimin e Jungkook o observaram. O mestre jedi andou até Namjoon que pulou na água. Os dois gritaram por seu nome, correram até a borda. Era impossível sobreviver àquelas águas turbulentas.
Namjoon lutava contra às águas, sabia onde deveria ir, usou à força como um meio de proteção, o que o chamava foi para sua mão, um sabre de luz. O ex-sith nadou de volta a superfície e escalou até os destroços da estrela da morte. Encontrou de pé seu aprendiz, Taehyung. Ele sorriu. Namjoon notou algo estranho, Taehyung nunca havia sorrido. Empunhou seu sabre pronto para se defender. “Olha só quem está de volta.” O sith de sorriso maligno o pressionava com seu sabre, Namjoon conseguia sentir o calor do cristal kyber perto de seu rosto. Vendo uma pequena brecha, foi para a ofensiva, deixando seu antigo mestre sem escapatória. “DEVIA TER SIDO VOCÊ!” O Lorde Sith riu. “Você sabe muito bem por quê temos apenas dois sith’s a cada geração.” Namjoon baixou a guarda e o Lorde conseguiu feri-lo. “Seu aprendiz o fez fraco.” As palavras atravessaram como estilhaços em seu coração. Taehyung não era sua fraqueza, mas o primeiro passo para sua redenção.
Jimin e Jungkook chegaram nos destroços da estrela da morte, encontraram Namjoon na ponte olhando para um sabre de luz e a lateral de seu quadril parcialmente dilacerado com a queimadura de um sabre. “Namjoon!” Jimin aproximou-se. “Você está ferido, venha.” Jimin o guiou. Viu novamente aquele olhar vazio, já sabia o que significava.
De volta ao templo, Namjoon não falava, não fazia contato e muito menos comia. Yoongi expressou diante do conselho a situação de Namjoon. Jimin o visitou em seus aposentos. Estava deitado dormindo. “Você não irá entrar?” Sua voz era fraca e quase inaudível. “Não queria acordá-lo.” Jimin andou até a cama e sentou-se. Como Namjoon ficou em silêncio a viagem toda, Jimin não pode dizer a Yoongi sobre o retorno de Vealous, deixando-o ansioso toda vez que se aproximava de alguém do conselho. “Eu o deixei ir.” Namjoon começou. Jimin por um momento estranhou, mas depois percebeu do que estava falando. Não deveria estar surpreso que Namjoon era um exímio usuário da força, mas, ser capaz de ler seus pensamentos estava fora de suas expectativas. “Ele estava caído no chão, derrotado, o orgulho não havia morrido dentro dele, era o que mantinha-o vivo. Ele aproveitou para fugir.” Jimin começou a acariciar seu cabelo. “Eu sei que ele irá voltar, estarei preparado”
※※※
O clarão que passava por seus olhos era as rajadas de lazer da nave que o perseguia. Fez uma manobra para tentar despistá-la, voou em meio a confusão que se instalou na estação que estava prestes a explodir. O suor escorria em seu rosto, precisava sair vivo a todo custo. Um leve tremor o atingiu, por sorte os escudos estavam ligados, mas outro tremor, e mais, e mais outro até os sensores apitarem todos de uma vez avisando que havia um dano no casco. Respirou fundo para manter a calma, para afastar os quaisquer pensamentos de que ali seria o seu fim. Deixou que a força o tomasse conta, fez outra manobra para escapar do radar dos inimigos, porém, um baque atingiu a parte esquerda da nave, todos os controles foram perdidos, o sistema de sua nave estava danificado, tentou ao máximo achar uma solução pressionando ou botões ou puxando uma alavanca mas nada funcionava.
Tudo que podia fazer agora era tentar realizar um pouso em que não fosse esmagado pela queda livre. Entrou na atmosfera do planeta e o que restou de sua nave ia desaparecendo. O pouso foi turbulento mas conseguiu aterrissar ao menos com vida, parou por um segundo para assimilar que ainda estava respirando, tinha alguns ferimentos mas não tão graves, ainda conseguia ficar de pé, saiu e pôde ver o rastro que a nave havia deixado. Antes de aterrissar se lembrou que estavam a caminho, não por escolha, de um planeta chamado Lothal após dar um salto no hiperespaço, como último recurso para escapar. Refletiu por uns momentos sobre o que faria agora, acalmou seus ânimos, a única opção que tinha era encontrar, primeiro, um lugar para ficar.
Olhou ao seu redor a paisagem, mais a frente havia o que parecia ser cadeias de montanhas, talvez o mais próximo de algum lugar que poderia chegar. Uma criatura local chegou ao seu encalço, era redonda com pernas e uma cauda longos, ela andou há alguns metros de distância, parou e observou Namjoon como se o esperasse, ele foi até a criatura, dentro de si, uma voz dizia para seguir o animal. A sensação era de ter atravessado todo o planeta, Namjoon sentia que suas pernas não estavam mais andando por vontade própria, todo o seu corpo parecia demasiado pesado para continuar a carregar. Seu corpo se desfalecer devido ao enorme cansaço, a vegetação afagava suas costas, seus olhos estavam se fechando e notou vários pares de olhos azuis celestes, eram como estrelas que orbitam nas irises destes seres. Não sentia mais o peso do próprio corpo, parecia estar levitando, sendo carregado por algo ou alguém.
Uma dor gritante nas costas o tirou do vácuo onírico. Viu que estava em uma caverna no alto de uma montanha. A mesma que o guiou estava ali, a seguiu novamente pelos corredores extensos. Chegou no que parecia ser o centro, lá havia enormes criaturas caninas, lobos, o observando, possuíam os mesmos olhos que havia visto anteriormente. "Vem." Uma voz falou em sua mente, estranhamente, a força era muito forte com os lobos que o trouxeram, dizia a Namjoon para confiar neles, e assim o fez, montou no lobo que se abaixou e começaram a correr contra o final da parede, Namjoon fechou os olhos, sua mente se esvaziou, depois que abriu estavam nos campos do planeta, mais lobos estavam ao seu lado, novamente outro portal, para outra caverna, ele desceu e uma sensação familiar tomou conta, deixou que a guiasse pela construção. Chegou em uma encruzilhada, havia várias entradas para escolher, a sensação o guiou até uma que não podia ser vista até então.
À sua frente encontrou uma pintura com três figuras uma ao lado da outra, estavam dispostas como se fossem uma família, Namjoon leu que na figura da esquerda estava escrito 'filha', ele moveu o braço para baixo, na figura escrito 'pai' moveu uma mão para cima, na figura da direita, 'filho' moveu o punho fechado para baixo, na altura do ombro. Luzes douradas preencheram os círculos ao redor da gravura, a mesma criatura pequena e redonda andou até um portal que se formou ao lado da gravura. Namjoon entrou nele e parecia estar no espaço mas ao mesmo tempo andava sobre um chão, havia incontáveis portais e estradas que levavam até eles. Era como estar fora do espaço ou além do tempo, novamente o gato-loth apareceu, estava em frente a um portal que dava para um campo de batalha.
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