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Jimin era uma fada convencida e não aceitava ouvir que cometia erros. Ao se deparar com um dos seus piores problemas, porém, e acabar trocando de corpo com Min Yoongi, o bruxo transferido, ele se sente culpado por ter um orgulho maior do que o próprio talento. Mas estava tudo bem. Ele conseguiu tirar uma coisa boa de toda a confusão que criou: a paixão, às vezes, vem de situações inesperadas.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Magic Kiss

Notas iniciais: Agradeço a oportunidade de fazer parte de uma equipe tão grande, e por todo o apoio e ajuda que recebi.

Espero que possam me acolher, boa leitura! <3


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O senhor e a senhora Park eram conhecidos como a família mais sem graça e distante de Sallandra, e se lhes fosse questionado o motivo de tamanha reclusão social, ambos diriam orgulhosamente que não ter amigos era o mesmo que evitar problemas e que, só sendo livres, poderiam ter o sucesso que quisessem, sem que olhos gordos os tirassem, aos poucos, as conquistas.

Não muito distante da ideologia dos pais, Park Jimin, uma fada de dezessete anos, vivia pelas sombras, abraçado pela escuridão e solidão. Só que, diferente dos progenitores, algo a mais do que somente o orgulho beijava os lábios fartos e róseos do jovem: Park Jimin era egocêntrico e nada, nem ninguém, conseguia colocar em sua cabeça cegada pela vaidade que ele também cometia falhas — mesmo que fosse o aluno número um da escola de magia Jude.

Talvez estivesse acostumado a uma rotina esplendorosa e um tanto quanto carregada de privações e, por este motivo, tornar-se o número um tenha subido à cabeça, uma vez que os pais sempre disseram que, em Sallandra, eles eram as pessoas mais importantes.

E entre uma situação e outra, há quem se atravesse a contrariá-lo nos momentos em que as aulas de substituição se prolongavam mais do que o habitual por culpa do ruivo, mas a única ação feita pelo dito cujo era cruzar os braços e erguer o nariz, cuspindo prepotências e elogios carregados de narcisismo e uma falsa perfeição.

Não aceitava perder, não havia nascido para ficar atrás de ninguém.

Rodeado por garotas de castas inferiores à sua, Jimin ficou conhecido como “O devorador de corações” — apenas um adendo aos mais de dez apelidos no qual fora enquadrado — e, desde então, ninguém nunca mais tentou uma aproximação com ele, por mais sorrateira e cautelosa que fosse. As pessoas o consideravam um tanto quanto frio e distante, parecendo desejar estar sempre sozinho com a própria aura de perfeição. E não era bem uma mentira.

Dono de uma pele tão pálida como os flocos de neve no período de Tol, lábios cheios como a lua solitária e olhos castanhos, o Park tinha não só uma inteligência invejável, como também havia sido presenteado por Afrodite e se tornado seu sucessor. Era tão belo quanto o feitiço de Lótus, que conseguia reviver e embelezar o mais deplorável dos ambientes.

Com livros de Magia III rente ao peito e usando óculos redondos sem um grau aparente, ele caminhou em direção à classe para ter — finalmente! — a última aula do dia e ir para casa, desperdiçar o tempo livre matando Cacotis.

Porém, o ambiente escolar também parecia não ser o suficiente para acolher alguém como ele, que esbanjava superioridade. As paredes pintadas em vermelho vinho e o piso de madeira eram apenas mais algumas das inúmeras marcas padronizadas em lugares responsáveis por abrigar mágicos e, um tanto quanto deprimente, eram vistos com os mesmos olhos que se enxergava uma flor. Para o menino fada, aquele clichê já estava mais, muito mais além do momento de inovação. Precisavam quebrar a caixa de “criada a partir do livro de um menino que é convocado por uma coruja para estudar em uma escola de magia” — embora isso muito se assemelhasse com a própria história.

Talvez as paredes ficassem melhores no tom azul cadete, mas ninguém daria ouvidos às suas sugestões e ninguém tinha o bom senso de pensar em inovação.

Sentado de forma elegante em uma das carteiras, os braços cruzados e o olhar afiado para quem quer que aparecesse, Jimin surpreendeu-se, perdendo a pose de autocentrado durante breves instantes, quando um bruxo trajando vestes pretas e foscas entrou pela porta acompanhado do professor.

Ele tinha os cabelos azuis, olhos verdes e uma aura aterrorizante, como se estivesse prestes a transformar todos os demais estudantes em presas indefesas. A pele era tão, mas tão branca que as veias saltavam de maneira convidativa sob as costas das mãos, e uma cicatriz na bochecha era mais do que o suficiente para despertar uma curiosidade afincada.

Sob a ordem do Mr. Macgyver, apresentou-se como Min Yoongi, o primeiro bruxo a ganhar um pergaminho de premiação fora de Sallandra e o único progênie sobrevivente da família Shtew, vítimas de um furto seguido de assassinato. Os Shtew possuíam livros raros de feitiços poderosíssimos e acreditava-se que foi o segredo para tanto poder que os matou.

A voz grave arrepiou os pelos de Park, que, sem saber de onde vinha toda aquela palpitação estranha, acuou-se pela primeira vez em toda a sua vida quando o bruxo se sentou na carteira em frente a sua e o cheiro de Kitu invadiu o seu sistema respiratório.

O mundo girava devagar enquanto aquela sensação torturante se alastrava pouco a pouco em cada e minúscula parte de seu corpo. O olhar não conseguia focar em nenhum lugar específico e, sempre que iam em direção ao bruxo, Jimin apertava-os fortemente e tentava respirar fundo, mas então, novamente, o maldito cheiro o inebriava.

Que inferno!

— Hoje a atividade de vocês será em dupla e, desta vez, farão uma magia de troca mais complexa. Antes de explicar a todos o que será feito, sortearei as duplas — o professor disse, a varinha levantada, a ponta verde neon brilhando.

Em poucos minutos, a caixa cor-de-rosa estava centralizada, flutuando, e os nomes dos alunos saídos de pequenos papéis eram escritos automaticamente na lousa. Jimin sentiu uma pontada estranha na barriga e, ao constatar que seus questionamentos estavam corretos, sentiu calafrios.

Estava com ele... Yoongi. Yoongi, o bruxo que, inexplicavelmente, fazia com que se sentisse pequeno.

Após uma eternidade de milésimos, todas as duplas estavam formadas e juntas. Com o coração na garganta e Yoongi do lado, Park Jimin obedeceu às ordens do professor e caminhou junto com seus colegas de classe até a sala de treinamento de feitiços no subterrâneo do colégio e, sentindo o olhar pesado do outro sobre si, encolheu os ombros.

Yoongi, por outro lado, soltou um riso soprado quase imperceptível. Era aquele miúdo a quem tanto chamavam de devorador de corações e maquiavélico?

[...]

Se houvesse um papel semelhante ao tratado de paz mágico, com folhas amareladas e amassadas, preenchido com escrituras feitas pelas finas pontas de uma pena mergulhada em tinta preta e que passasse a mensagem de que ser bom não significava ser perfeito, o nome de Park Jimin estaria dentre as maiores letras como exemplo de que empinar o nariz não era a maneira correta de se viver.

O ruivo alimentava, com muita frequência, o pensamento de que tirar as melhores notas dava a ele o direito de se intitular como o melhor mágico de toda Sallandra, mas se esquecia do desastre ambulante no qual se transformava quando precisava participar das aulas de troca e substituição e, não interessado em dar ouvidos aos resmungos de seus colegas, andava por aí com a prepotência de alguém confiante em excesso.

Com os olhos desafiadores de Min Yoongi preso dentro de seu corpo, porém, Jimin se sentiu como uma donzela indefesa — embora fosse essa apenas uma descrição machista e idiota dentro de seus profundos pensamentos — e que, ao invés de ir até lá para salvá-lo, o príncipe estivesse ali apenas para acordá-lo com um choque de realidade, o qual sequer imaginou existir dentro da bolha na qual vivia.

E, com certeza, se desastre tivesse um nome, ele se iniciaria com J e seria concluído com imin. Só que o ponto principal da tragédia não era o fato de o menino-fada ser um completo narcisista, e sim, que a aula já havia terminado e, a pedido de Yoongi, eles não solicitaram a ajuda do professor para voltarem aos próprios corpos.

— Ouvi alguns rumores sobre você ser um péssimo aluno em aulas de substituição — começou o bruxo, sentando-se com as costas rentes à madeira velha e descascada de uma árvore Sar. — Mas nunca imaginei que fosse assim tão ruim para, ao invés de trocar uma coruja e um gato de lugar, nos trocar.

Jimin não olhou diretamente para ele, mas inflou as bochechas e negou com a cabeça, fazendo com que Yoongi comprimisse o rosto em uma expressão de nojo ao ver o próprio corpo agindo de tal maneira.

Eles estavam sentados embaixo de uma grande árvore aclamada pela população de Sallandra, pois estava viva e esbanjando beleza há mais de 400 anos. Ajudantes espirituais voavam alguns quilômetros distantes, e se a situação não fosse por si só desesperadora e agoniante ao nível de fazer com que Jimin tivesse vontade de roer as unhas com os dentes pontiagudos, a ambientação bela e simpática poderia ser considerada o cenário perfeito para uma história de amor.

— Estarmos assim a princípio é culpa minha, mas estarmos assim até agora, não. Foi você quem não me deixou pedir ajuda ao professor, dizendo que conhece formas de nos livrar dessa confusão caótica.

— Se tivéssemos recorrido a ele, teríamos perdido metade da nota, além de que todos os outros alunos falariam cada vez mais sobre a sua falta de habilidade em trocar as coisas de lugar. Fiz um favor a nós dois, não gosto de tirar menos do que o máximo em nada.

O Park adquiriu uma expressão de descaso, porém não tinha nada a acrescentar àquela conversa sem sentido e cansativa. Talvez ficassem para sempre presos dentro do corpo um do outro e, embora os pais tivessem muito orgulho dele, Yoongi fosse um filho melhor, já que tinha mil habilidades a mais do que ele. Só que esse tipo de pensamento não fazia parte de sua cabeça orgulhosa e, de pedaço em pedaço, ele começou a acreditar que a presença de Yoongi fazia consigo o mesmo que ele costumava fazer com os outros: lhe dava a sensação de ser menor, e isso o incomodava.

— Então a gente vai ficar assim pra sempre? — questionou retoricamente, esperando que a resposta tivesse um tom tão negativo quanto na própria cabeça.

O bruxo reprimiu um sorriso sapeca e, como se estivesse se preparando para dar a notícia mais trágica e depreciativa de todo o mundo, segurou Jimin pelos ombros e olhou no fundo dos olhos dele, um falso desespero que fez com que a espinha de Park congelasse. Yoongi se divertia com todas as sensações e pensamentos controversos que circulavam pela mente do rapaz e, sem dúvida alguma, se divertiria ainda mais com o desespero dele em relação a uma incerteza que sequer conhecia ainda.

— Acho que sim, Jimin. Só tem duas coisas que podemos fazer para retornarmos ao nosso lugar de origem, mas…

— Mas o quê? Vamos fazer tudo o que a gente conseguir, eu quero meu corpo de volta!

Então, Min Yoongi sorriu, como se fosse seu último dia de vida.

— Ok. A primeira alternativa é coletarmos a saliva de três dragões de fogo e criarmos uma poção com as penas das cinco corujas noturnas e a outra é… bom, a gente tem que se beijar.

A primeira reação que Jimin teve foi de arregalar os olhos e permanecer estático, como se luzes ofuscantes estivessem cegando aos poucos sua visão, e, após permanecer petrificado durante segundos que se assemelharam a horas, ele tirou as mãos dos punhos de Yoongi e as colocou ligeiramente sobre as próprias pernas cobertas por um manto preto que não lhe pertencia.

Em todos os seus dezessete anos de vida, onde passou tempo demais escondendo sua sexualidade e vivendo apenas para ser o número um, nunca pensou que teria o primeiro beijo devido a uma falha a qual nunca deu a real importância de tentar mudar. Jimin nunca cogitou que seria beijado por um bruxo — embora vivesse cercado por eles — em uma situação um tanto quanto desprezível.

Logo uma luz pareceu piscar dentro de sua cabeça, e se lembrando que Yoongi disse ter as soluções para livrá-los de tamanho caos, Jimin suou frio e tentou livrar os pensamentos que vinham de longe até sua nuvem de conclusões precipitadas, o que geralmente chamava de cérebro. Yoongi queria beijá-lo e, por este motivo, não permitiu que recorressem ao professor para deslindar tamanho erro? Estaria ele interessado em si — ainda que se considerasse atraente, não tinha confiança em um possível interesse vindo de Min Yoongi — tanto quanto estava nele e desejando que pudessem trocar esse tipo de contato tão repentinamente?

Olhou para o outro com receio.

— Você quer me beijar? — Sentiu o rosto queimar quando a expressão confusa de Yoongi deu lugar a um defeito nas engrenagens dentro de seus próprios pensamentos. — Quer dizer… eu nunca beijei ninguém antes e, você sabe, estamos no inverno, os dragões de fogo não aparecem e…

— Jimin, você quer voltar para o seu corpo? Eu quero voltar para o meu, e está tudo bem se você não se sentir confortável com isso, a gente pode pedir ajuda para Macgyver depois, acho que tudo tem uma primeira vez e ninguém consegue ser perfeito ao todo; talvez por isso digam que a perfeição não existe.

Então, toda a personalidade de cara perfeito e maravilhoso pareceu cair por terra e Jimin sentiu que era a pior fada do mundo. Se tivesse sido aberto às críticas antes e corrido atrás de fazer delas um motivo para melhorar, Yoongi não estaria passando por isso e também não precisaria estar cedendo as próprias metas para ajudar alguém como ele. Não merecia ser ajudado, muito menos socorrido por alguém que tinha um pergaminho de premiação fora de Sallandra.

A verdade é que sequer merecia ganhar pontos naquele trabalho em dupla e, por mais que soubesse disso, se abrisse o jogo e fosse verdadeiro com todos pela primeira vez, Yoongi também pagaria o preço e com certeza ele se sentiria mil vezes pior por: primeiro, assumir estar errado e, segundo, por carregar Yoongi junto consigo em sua mala de fracassos acumulados conseguida através de teimosia e arrogância. Era uma mala nova, e ainda assim, ele tinha a certeza de que a carregaria durante longos e dolorosos anos. Quiçá, de tanto cometer erros, esta ficasse na obrigação dos filhos, que ainda pequenos teriam de carregar o peso dos equívocos do próprio genitor.

Recusou.

— Não quero quebrar a sua linha de objetivos por uma irresponsabilidade e um erro meu. Não deve ser tão difícil encaixar duas bocas. — Viu o bruxo desviar o olhar para outro lado enquanto tapava a boca, as bochechas rosadas e os pés aflitos, movendo-se freneticamente. Jimin bancou o inocente. — Eu acho…

“... Park Jimin, uma fada de dezessete anos, vivia pelas sombras, abraçado pela escuridão e solidão. Só que, diferente dos progenitores, algo a mais do que somente o orgulho beijava os lábios fartos e róseos do jovem: Park Jimin era egocêntrico e nada, nem ninguém, conseguia colocar em sua cabeça que ele também cometia falhas — mesmo que fosse o aluno número um da escola de magia Jude…”

Só que, pego de surpresa pelo destino e preso em uma armadilha causada pelo próprio ego, ele se via na obrigação de resolver as coisas, pela primeira vez, visando a mudança desconfortável que causou na vida de outra pessoa, ao invés de enxergar somente o próprio nariz empinado. Pela primeira vez em toda a sua existência e criação, Jimin aceitou deixar de lado o seu orgulho e estava disposto a quebrar as barreiras que construiu e ser um garoto melhor do que já era, para, enfim, poder dizer que a vaidade que carregava era sadia e que tinha motivos coerentes para existir.

Então, posteriormente a muito tempo em silêncio sentindo o coração palpitar fortemente à medida que as mãos — que não eram suas — com os largos dedos banhavam-se em suor, ele permitiu que tudo escurecesse e esperou que o inevitável acontecesse, os olhos fortemente fechados e os lábios sendo mordiscados abundantes vezes enquanto o bruxo não chegava perto o suficiente.

Ele paralisou, como se água recém-descongelada estivesse sendo derramada sobre seu corpo desnudo, uma tremedeira difícil de controlar e uma respiração lenta, quase que imperceptível, um acovardamento que sequer conseguia medir. E quando Yoongi finalmente juntou as bocas em um contato assustado, praticamente inexistente, Jimin oscilou, a barriga com uma sensação estranha, como se borboletas estivessem presas e desesperadas para sair; gaiolas invisíveis as cercavam assim como a sensação estranha da boca de Yoongi cercava os lábios carnudos e róseos de Park Jimin.

Ele perdurou amedrontado durante muito tempo, mas, quando o peito se acalmou e uma sensação gostosa — exatamente da forma que imaginou — começou a subir pelo estômago, como se dedos macios acariciassem sua pele de maneira carinhosa, ele jurou ter visto fogos de artifício e passou a retribuir o beijo quase que automaticamente. Por consequência disto, as mãos de Yoongi circularam sua cintura e o puxaram para mais perto com diligência, os estalos confusos e perdidos sendo o único som, além da saliva se misturando, que ambos conseguiam escutar.

E, inebriados por um sentimento bom e um desejo ardente, os dois se esqueceram que estavam em um lugar público e que poderiam estar fazendo parte de um espetáculo incomum, que as pessoas talvez os olhassem com descaso e repulsa, porque os anos se passavam, entretanto, as ideias preconceituosas pareciam nunca morrer.

E se esqueceram também, que antes de estarem hipnotizados por aquela sensação embriagante, estavam discutindo sobre quem era o culpado, e Jimin pareceu diluir a ideia de se sentir pequeno perto de Yoongi, porque acolhido nos braços dele como se fosse um tesouro que precisava ser protegido, ele sentiu como se fosse ainda maior do que antes; parecia que nada seria capaz de derrubá-lo, e ele adorava a sensação de estar preso em meio aos braços do outro.

Portanto, quando o ar faltou e eles precisaram — tristemente — se separar, Jimin percebeu que havia voltado para o próprio corpo sem sentir efeito nenhum de deslocação e que admirar a pele pálida do bruxo de tão perto deveria ser considerado o mesmo que alimentar os olhos com a beleza de uma obra de arte.

A respiração dos dois era sôfrega e, comicamente, a vontade de juntar os lábios novamente — ainda que não precisassem mais fazer isso — gritava dentro das cabeças silenciosas como alertas de perigo.

Yoongi riu um tanto quanto envergonhado.

— Agora você pode voltar a empinar o nariz por aí e dizer às pessoas que é o cara mais inteligente daqui, ninguém sabe o que aconteceu.

Jimin arqueou as sobrancelhas em uma careta brava, o que inflou seus lábios. Min Yoongi quis muito mordiscá-los, mas se conteve.

— E você também voltou com toda essa aura de perfeição… — rebateu ao que o outro sorria, vivendo novamente uma sensação gostosa na boca do estômago. — Pelo menos não vamos perder pontos na nota.

— Sim.

— Isso não combina com você, sabia? — soltou de repente, parecendo querer fugir das ideias fora do comum que o atormentavam como vagalumes de poeira mágica.

— Isso, o quê? — questionou verdadeiramente confuso, pois não sabia sobre o que estavam falando naquele momento.

Jimin sorriu vitorioso, voltando a empinar o nariz como sempre fazia quando queria se sobressair sobre outra pessoa. Provavelmente ele demoraria mais do que o esperado para perder a mania de querer estar sempre por cima e, quem sabe, essa não fosse apenas a primeira das situações divertidas e atrapalhadas que tivesse — de preferência com Min Yoongi — para errar e quebrar a cara até que pudesse finalmente parar e pensar nas próprias atitudes antes de trilhar um caminho em direção a qualquer lugar que estivesse interessado em chegar.

Respondeu com sarcasmo, tentando encobrir toda a timidez que o abraçava como um todo:

— Fingir que a única solução que tínhamos fosse nos beijar — soltou debochadamente, olhar confiante. — Você se esqueceu que, em Sallandra, não se misturam turmas com magias diferentes? Eu também posso ler os desejos das outras pessoas.

O azulado corou.

— Vergonha também. Estar envergonhado não combina com você, porque essa sua aparência de cara malvadão e retraído desaparece, e então, tudo o que eu consigo me lembrar ao ver suas bochechas coradas é de um ajudante mágico com menos de um metro de altura... É engraçado, porque a única imagem que vem na minha cabeça em seguida é você, miúdo, com esse cabelo azul, carregando um caldeirão de lava quente para a preparação de poções antienvelhecimento.

O bruxo, pasmem, ficou observando a fada sem expressão alguma e sem decretar nada, apenas achando engraçado o fato de que um cara menor do que ele enxergava graça em falar sobre o seu tamanho, como se tivesse lá dois metros e meio de altura.

— Você também não está muito diferente, não — defendeu-se do comentário maldoso, afastando-se dos lábios fofos e convidativo do ruivo e voltando a se encostar preguiçosamente sobre a árvore, buscando fugir de sua falha ao se esquecer que possuíam o mesmo poder. — Está suado e com o rosto todo enrubescido, fora que é baixinho por natureza e eu não preciso te imaginar como um ajudante mágico, porque você já se parece com um, embora seja uma fada com mais de quatorze anos!

Jimin virou o rosto para o outro lado com os braços cruzados, deixando que o “rum” falsamente ofensivo fosse a única resposta a ser ouvida. Olhou para os dedos finos de suas mãos e procurou esconder um sorriso abobalhado, pois sentia o peso de um olhar sobre seu corpo magricelo. Havia sido seu primeiro beijo e, se soubesse que beijar era tão bom, teria feito antes. Mas, alimentava também a ideia de que Yoongi talvez fosse a pessoa certa e que, por esse motivo, havia passado tanto tempo sem se interessar por outro alguém.

Demoraria muito tempo, talvez séculos, para que ele assumisse também estar atraído fortemente por Min Yoongi, ainda que tivesse certeza que ele já sabia desse fato. Tardaria demais para que Jimin deixasse escapar entre palavras que se sentiu espichado como um imã desde que Yoongi entrou pela porta da classe e, mais ainda, para que pedisse a ele que não saísse com outra pessoa caso se sentisse da mesma forma, caso a barriga também formigasse e as mãos tremessem de nervosismo.

Não deixaria que a máscara de superioridade caísse tão cedo, mas não perderia o bruxo tão facilmente, não fugiria de seus sentimentos para sempre. Sabia que não tinha coragem, porque nunca se sentiu tão vivo antes.

De outra perspectiva, Min Yoongi o olhava como se fosse a questão mais difícil que já precisou resolver e nem mesmo as provas de invocação pareciam suprir a incógnita que Park Jimin era. Ele carregava pureza, ainda que fosse cercado e alimentado por um sentimento que todos consideravam ruim, e ele tinha uma aura inocente, mesmo que toda gente o chamasse de “O devorador de corações”.

Só que, de um modo engraçado, ele se parecia com um real devorador de corações, porque Yoongi sentiu como se o seu coração houvesse se transformado em geleia barata no momento em que os dois grudaram como chiclete. Mas estava tudo bem para o bruxo ser devorado por alguém tão belo e singelo como Park Jimin, que por fora demonstrava ser a pessoa mais arrogante e bruta de Sallandra, mas que por dentro vivia em conflito sobre o que sentia e o que deveria ou não fazer.

Soube da enorme bola de discussões internas quando entrou na sala e pôde sentir o interesse dele fluir sobre si, e conseguiu constatar que estava certo quando ele tentava não o olhar enquanto o coração gritava para que, de alguma forma, Yoongi fosse seu.

Portanto, para a sorte de ambos, eles haviam caído juntos em uma aula que Jimin era péssimo, e Min Yoongi fez questão de deixar que a prepotência dele tomasse as rédeas para que o inevitável acontecesse; ele era péssimo substituindo, não podia negar.

Sorriu quando Jimin olhou para seu rosto e permaneceu o encarando durante alguns segundos. Talvez ele não descobrisse o real motivo para terem tanta atração acumulada, e estava tudo bem.

Yoongi fez menção se aproximar outra vez e o ruivo automaticamente se preparou para ser beijado novamente.

O que duas mentes não conseguem enxergar, duas bocas são capazes de demonstrar.

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Notas finais: Quero agradecer a @YOONIERIS/yoonieris pela capa linda e a @formynamjoonie/@formynamjoonie pela betagem. :3

Espero que tenham gostado! <3

25 Janvier 2022 22:25 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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