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Havia se passado seis anos desde que Min Yoongi foi morar em Paris, e Park Jimin já não estava mais sabendo lidar com aquele relacionamento à distância. Sentia-se decidido a pôr um fim naquela angústia que vinha lhe atordoando há meses, só não esperava que algumas semanas depois sua saudade estivesse prestes a acabar.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Eu e você;

Escrito por: @exuujhh


Notas iniciais: Cheguei, mas tô saindo fora


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Jimin despertou com o som irritante do alarme, esse que fazia questão de anunciar que mais um dia de luta se iniciava. Levantou-se, caminhando tranquilamente até o aparelho, enquanto pedia forças aos deuses para não meter o objeto na parede. Apertou o botão para que a música parasse e suspirou frustrado, somente queria mais alguns minutos entre seu edredom quente e sua cama macia, mas, ao invés disso, teria que enfrentar uma faculdade lotada.

Abriu a primeira gaveta da escrivaninha, retirando seu celular da mesma, desbloqueando logo em seguida. Entrou nas mensagens com Yoongi, percebendo que o namorado nem havia se dado o trabalho de lhe responder; era sempre a mesma coisa. Seguiu até a janela e afastou uma das cortinas, observando atentamente os pingos da chuva escorrendo pelo vidro.

Fazia seis anos e oito meses que o Min tinha ido embora da Coreia, indo morar na França. Desde então, Jimin e o mais velho mantêm um relacionamento à distância, a princípio o Park pensou que tudo seria fácil, contudo, depois que o tempo foi passando, o menor percebeu que as coisas só ficavam piores a cada dia.

Conheceram-se no Fundamental, demorou até que Yoongi tomasse a iniciativa de puxar assunto com o de fios rosados. Porém, depois que a primeira palavra foi dita, eles nunca mais se separaram. Uma amizade foi firmada, mas, ao entrarem no Ensino Médio, Jimin começou a sentir-se estranho em relação ao Min, algo dentro de si havia mudado com o tempo. Era algo grande, forte. Entretanto, só pode ter certeza do que realmente sentia, quando em uma das várias festas do colégio, o mais velho lhe beijou.

Naquela época, o menor encontrava-se perdido entre seus sentimentos, preso no seu próprio mundo. Tentou entender o porquê de o melhor amigo ter feito aquilo, todavia, não era como se achasse ruim, não mesmo. Havia gostado do beijo, dos toques, do calor que os corpos transmitiam. Quando finalmente concluiu sua linha de pensamento, descobriu-se apaixonado por cada mínimo detalhe de Min Yoongi e, exatamente no dia em que decidiu contar o que sentia, o moreno falou dos planos de ir morar em outro país.

Então, naquela ocasião, Jimin preferiu se manter calado. No entanto, duas semanas depois, o maior contou tudo que estava sentindo em relação ao melhor amigo, esse que sorriu sincero e respondeu apenas um: "É recíproco, hyung". A partir dali, estavam oficialmente juntos, prometendo sempre que nada e nem ninguém os separariam.

Sorrindo pelas lembranças de um começo de namoro feliz e presente, Park segurou o objeto com desenho de uma lâmpada, o qual mantinha fielmente no pescoço; o levou até os lábios, fechando os olhos e o beijando. E depois de seis anos, pela primeira vez, o garoto encontrava-se confuso com o relacionamento, claramente não estava satisfeito com o rumo da relação. Havia meios de amenizar a saudade, logo no começo se falavam todos os dias pelo Skype, tinha também as chamadas pelo WhatsApp, porém não era a mesma coisa de ter o toque, e Jimin aprendeu isso da pior forma.

Os dias iam passando e, a cada nova hora, Yoongi ficava mais distante. Não respondia as mensagens do namorado como antigamente, não ligava mais todos os dias, ficou ausente de absolutamente tudo. O de fios rosa achou que o namoro teria um fim naquele final semana, todavia, isso não aconteceu. Suspirou triste e mandou uma mensagem, desejando um bom dia para o outro.

Caminhou até o banheiro, despindo-se e adentrando o box, deixando que a água gelada caísse em seu cabelo, descendo por suas belas curvas. Permitiu-se demorar um pouco mais do que o normal no banho, pensando sobre tudo que estava sentindo e tentando refazer seus planos.

Quando saiu do quarto — já devidamente vestido —, passou rapidamente na cozinha, onde depositou um beijo na bochecha da mãe e afagou os fios da irmã, percebendo que o pai não estava mais na residência, retirando-se logo em seguida. Adentrou o carro, ligou na rádio e começou a dirigir pelas ruas de Daegu, não demorando para chegar em seu destino final.

Suspirou cansado ainda dentro do veículo, vendo que não teria opção, desceu e se pôs a caminhar para dentro da universidade, indo diretamente para o refeitório. Abriu o umbral, recebendo alguns olhares, procurou pelos amigos, avistando os mesmos na penúltima mesa do local. Sorriu fraco ao ver Hoseok acenando para si de um jeito nada discreto.

Aproximou-se rapidamente dos outros, sentando-se à frente do Jung e ao lado de Taehyung.

— Bom dia, Minnie — desejou o Kim. — Tudo bem?

— Sim, Taehyung, tudo bem — respondeu incerto, sabia que não era a verdade. — E com vocês?

— Você não sabe mentir, Jimin — falou Hoseok, encarando o garoto. — Vai mesmo fazer isso? — questionou, vendo o menor morder o canto do lábio inferior, enquanto direcionava sua atenção para outro lugar.

A verdade era que não sabia o que responder, muito menos o que deveria fazer. Todas as vezes que tocava no assunto, que pensava no pior, sentia-se sufocado, culpado. Era aterrorizante demais pensar em perder alguém com quem divide a vida há quase nove anos, e durante aqueles meses, Jimin soube exatamente como essa dor funcionava.

Saiba que a situação não era das melhores, no entanto, não achava outra saída para que tudo se acertasse. Tinha certeza que o namoro à distância foi uma das suas piores experiências. Girou a aliança que abrigava fielmente há seis anos seu dedo anelar na destra e sentiu os olhos arderem.

— E eu tenho outra opção? — perguntou em um sussurro, sem encarar os amigos. — Tenho feito de tudo durante esse tempo que ele vem se afastando de mim, todavia, nem eu entendo o que aconteceu. — O Kim encarou Hoseok, que permanecia observando o mais novo. Era doloroso demais ver o Park naquela situação e não poder fazer nada. — Não sei onde a gente se perdeu nesse longo caminho… — pronunciou baixo, deixando que a primeira lágrima desabasse.

— Sinto muito que vocês estejam passando por tudo isso, Jimin — disse Taehyung, abraçando o melhor amigo. — Principalmente você, mas a gente te ama muito e vamos fazer tudo ficar bem. Prometo! — Dito isso, eles ficaram ali até que o sinal tocasse, indicando o início das aulas.

[...]

Jimin olhava a tela preta do notebook, sentia que seu coração pararia a qualquer momento. Claramente não estava pronto para fazer aquilo, mas havia adiado tanto, aquela era a hora certa para dizer tudo que sempre quis. Passou meses engolindo tudo que pensava e tinha vontade de gritar, talvez tivesse chegado o momento certo.

Colocou as pernas em cima da cadeira, mesmo que ficasse ensaiando o que falaria, sabia que não conseguiria, não como planejou. A tela brilhou e o Park acabou se assustando, se ajeitou no lugar e atendeu a ligação, vendo o homem caminhando de um lado para o outro.

— Oi, meu anjo — falou o Min, sem nem parar para olhar o namorado. Jimin suspirou frustrado.

— Oi, hyung. — Encarou as mãos que estavam posicionadas em seu colo e mordeu o lábio. Respirou profundamente, tentando organizar as coisas para que pudesse começar a falar. — Precisamos conversar!

— Sim, pode falar, bebê.

— A conversa é séria, Yoongi, eu preciso que você se sente nesta cadeira e me escute! — pronunciou com a voz embargada, enquanto o maior parava de andar e lhe encarava. — Pelo menos uma vez, por favor.

— O que aconteceu, Jimin? — Percebeu os olhos marejados do mais novo. — Fala pra mim, meu amor…

— Aconteceu que eu ‘tô cansado, Yoon, eu ‘tô muito cansado! — O moreno elevou as sobrancelhas sem entender a fala do menor, esse que mais uma vez, apenas suspirou pesado e audível. — Tenho tentado como um louco te compreender durante esses meses que você vem se afastando de mim, eu juro que venho tentando!

— Não estou me afastando de você, meu amor, sabe que eu nunca conseguiria fazer isso.

Jimin riu baixo e encarou o teto do quarto, deixando que as lágrimas desabassem. Voltou a observar o homem que amava e mordeu a bochecha. Tinha tanto orgulho do Min.

— Olho pra você hoje e não consigo ver aquele menino pelo qual meu coração bateu tão forte e frenético, me causando até falta de ar. Tudo bem, as pessoas mudam, eu sei. — Desviou o olhar para seu dedo indicador, esse que ia e vinha na mesinha. — Já procurei erros em mim, tentei justificar as suas mudanças, porque nesses meses você vem apoiando coisas, falando sobre situações e dizendo que é normal, quando a gente sabe que não é.

— Vai realmente voltar nesse assunto? Amor, te disse que foi coisa de momento, eu só me interessei nele e passou.

— E quantos momentos como esse a gente vai viver? — A pergunta caiu como um trovão em cima do Min. O de fios rosa passou a língua nos lábios e engoliu em seco. — Seu silêncio me assusta, Yoongi.

— Não entendo por que está fazendo isso comigo, com o nosso relacionamento. A gente é feliz, não tem motivos pra tomar essa decisão! — O Park colocou a mão no queixo e negou levemente com a cabeça.

— Você fica online e não me responde mais, isso mesmo quando tem tempo! Se interessou por outra pessoa e me contou como se fosse algo normal, disse que não era traição. — Riu sem humor. — Tudo bem, continuar com você foi uma escolha minha, mas parando pra pensar, quantas vezes ainda terei que passar por isso? — Esperou a resposta do outro, essa que novamente não veio. Yoongi passou as mãos sobre os fios, seus olhos estavam fechados. — Eu te amo tanto, se você tivesse pelo menos noção do quanto… Contudo, você me destruiu muito ao me contar sobre isso e agir como se fosse algo que acontece a cada cinco minutos, estou acabando comigo nesses últimos meses por pensar tanto em tudo, a todo momento.

— Por favor, amor, não faz isso com a gente… Amo você, amo tanto... Sabe que eu nunca te trocaria!

O menor desviou o olhar do outro e encarou a janela, que estava aberta. Não tentou mais segurar as lágrimas, chorou vendo que o céu também lavava a alma. Respirou fundo, fechando os olhos na tentativa de acalmar o coração acelerado e a respiração falha. Sentia orgulho de si mesmo por finalmente ter iniciado o assunto, mas se sentia sufocado com o medo de não conseguir finalizar.

— Relacionamento à distância nunca foi o meu preferido, sempre tive certeza que não conseguiria enfrentar um. Achei que a gente nem ia durar, mas olha só, se passaram seis anos desde então — sussurrou. Enquanto isso, Yoongi já derramava as primeiras lágrimas. — Fomos felizes, muito, na verdade. No entanto, nada dura para sempre, não é? — Voltou-se para o mais velho, apoiando os cotovelos na mesa e colocando o queixo nas palmas das mãos. — Por fora você não mudou nada, meu amor, continua lindo... Seus olhos ainda refletem as estrelas, sabia? Tenho muitos defeitos, Min, porém, quero que saiba que eu te amei demais! Lutei para que esse dia não chegasse, porque não queria ter que dizer adeus…

— Jimin… Eu juro por tudo que sempre tento ficar com você, o máximo que posso. Desculpa, meu amor, não faz isso.

— Não precisa jurar por nada, hyung, sempre acreditei em você e no seu amor por mim. — Limpou o rosto, fungando em seguida. — O problema é que não importa o que diga ou faça, nosso relacionamento acaba aqui. É exatamente aqui que essa distância tem fim. Acabou, Yoongi, e é melhor assim — murmurou a última frase. Franziu o cenho e bateu os dentes. — Tentei muito, com tudo que eu tinha, porém não aguento mais, estou cansado para continuar.

Não esperou uma resposta do maior, apenas desligou a chamada e fechou o notebook. E pela primeira vez durante tanto tempo, não sentia mais um peso nas costas, estava leve, triste, mas leve. Deixou que o rosto fosse molhado sem piedade, as lágrimas escorriam quentes pelas bochechas coradas. Levou as mãos ao rosto inchado, tentando — falhamente — abafar os gritos que saíam de sua garganta.

Ouviu a porta sendo aberta calmamente, mas apenas continuou na mesma posição. Doía demais ter que deixar Yoongi ir embora, contudo, talvez amar fosse exatamente aquilo; permitir que a outra pessoa vá, por mais que doa, que machuque, que destrua. O sentimento de alívio que sentiria em alguns dias ou meses valeria a pena. Não escutou mais nada, nem mesmo passos, retirou as mãos dos olhos lentamente, tentando focar sua visão no ser que estava parado ao lado do umbral. E quando finalmente conseguiu, chorou novamente.

Sua mãe encontrava-se ali, olhando a cena com o coração partido. Nunca gostou de ver o filho chorando, sempre disse que faria de tudo para que Jimin não sofresse, porém seu menino cresceu e estava aprendendo sobre amores e superações. Sorriu gentilmente para o garoto, enquanto abria os braços, pedindo silenciosamente um abraço apertado, aquele capaz de curar.

Sem pensar duas vezes, o rosado correu até a mais velha, passando os braços pelo pescoço da mesma. Sohee suspirou fraco, apertando o filho, sentindo que o choro do menor somente intensificava.

— E-Eu… amo ele, mãe…

— Shh, meu príncipe, vai passar… — disse, sentindo os olhos arderem. — Eu te prometo.

O celular do garoto começou a tocar incessantemente, às vezes mensagens, às vezes ligação, mas Jimin não se deu o trabalho de pegar para olhar, sabia exatamente quem era. Apenas desligou o aparelho e o colocou na gaveta, voltando rapidamente para o colo quente de sua mãe. Queria ter palavras para explicar o quanto estava doendo, dizer como o seu corpo encontrava-se dolorido. Tinha certeza que a partir daquele momento, sua alma não seria mais a mesma.

Nem sequer percebeu quando sua irmã e seu pai adentraram o cômodo, só se deu conta ao sentir a mão do mais velho passando sobre seus fios, enquanto esse sussurrava um: "Te amo, filho, e vou cuidar de você". Abriu os olhos tranquilamente, sorriu pequeno para os outros. Deu leves batidas no colchão, pedindo para que a menor deitasse ao seu lado, essa que imediatamente fez o que o irmão pedia.

— Vai ficar tudo bem, Mini — falou a mais nova, recebendo um sorriso fraco do irmão.

— Pode ter certeza que vai, meu anjinho.

[...]

Haviam se passado duas semanas desde que tudo aconteceu, a cabeça do Park ainda girava entre querer que tudo voltasse e seguir em frente porque é a melhor opção. Sabia que passaria por essa fase por mais alguns dias, meses ou anos, contudo, não voltaria atrás.

Encontrava-se em seu quarto, tentando ao máximo produzir um trabalho que havia recebido naquela tarde, no entanto, não tinha nenhuma ideia de como colocá-lo em prática. Respirou fundo, desistindo por alguns minutos do afazer e se retirando do cômodo.

Desceu os degraus, colocou o cabelo para trás da orelha. Seus fios estavam com a cor retocada e passavam dos ombros, tinha ajeitado a franja dias antes. Sorriu enquanto se encostava no batente da porta da cozinha, observando sua irmã escrevendo, parecendo concentrada demais para notar sua presença. Ficou ali por alguns segundos, até que a menor prestasse atenção em si.

— Gosto assim, concentrada demais.

— Estou tentando fazer um trabalho, mas 'tá impossível — disse calmamente, observando o irmão caminhar até a geladeira.

— Estamos na mesma, então. — Retirou uma garrafa de água, indo para os copos. — Qual é o seu tema? — Virou para a mais nova, essa que hesitou em falar sobre o assunto. Jimin ergueu as sobrancelhas esperando pela resposta.

— É sobre tipos de relacionamentos.

— Ah, entendi, mocinha. — Colocou o copo na pia e andou até a outra, sentando-se ao seu lado. — Hm, do que você precisa, Jiwon?

— Jimin, não precisa fazer isso… Sabe, só tem duas semanas, é recente demais para você. — Encarou o maior, que apenas riu e assentiu lentamente. — Tudo bem, tudo bem! Vamos ver, hm… Me fala como foi pra você o relacionamento à distância.

— No começo a gente se falava todos os dias, ele ainda tinha tempo pra nossa relação, e eu acabei me iludindo achando que sempre seria assim. Aí o tempo foi passando e ele começou a fazer várias amizades, então surgiu o ciúme, a desconfiança… — falou, logo prendendo o cabelo em um rabo de cavalo. — Sinto que foi a partir daí que nos perdemos. Eu era muito ciumento, queria sempre saber onde ele estava, com quem, e não era pra ser assim… Ele não era meu prisioneiro. Acredito que a relação à distância foi um aprendizado, mas se eu pudesse escolher, não passaria por isso novamente. Então, pra mim o começo foi tranquilo, porém o restante foi extremamente complicado.

— Ele não sentia o mesmo por você?

— Sentia, entretanto, não era como o meu. Somos diferentes em algumas questões, e essa era uma delas.

— Como você lidava com a saudade? Sabe, a triste certeza de que o encontro teria um prazo de validade.

— Atrevo-me a dizer que a nossa saudade é diferente das pessoas que se relacionam e moram perto, entende? A nossa é aquela velha sensação de aperto no peito, uma falta de ar, coração acelerado. — Riu, lembrando de todas as vezes que se sentiu assim. — Bom, a gente só se viu duas vezes nesses seis anos. A primeira foi dois anos depois que ele se mudou para Paris, e a outra foi no nosso aniversário de namoro, acho que já fazia quatro, cinco anos que ele morava lá.

— Foi difícil se adaptar à nova rotina sem o Yoongi?

— Essa com certeza foi a pior parte, a gente se via todos os dias e, de repente, não mais. Chegava na faculdade e ele não estava me esperando; sentava com os outros no refeitório, mas ele não estava do meu lado. Eu me vi perdido durante muitos momentos, onde eu queria um colo, um abraço, e o Yoongi não podia me dar nenhuma dessas coisas. — Bateu os dedos no balcão. — Esses dias eram os piores…

— Imagino, Jimin. — Segurou a mão do maior, depositando um carinho na mesma. — Você adquiriu algum hábito depois do namoro à distância?

— Sim, passei a mexer no celular com mais frequência, simplesmente o dia inteiro, por qualquer motivo. Virou um vício irreparável, Ji.

A garota anotava tudo que o rosado falava, prestando bastante atenção em cada uma das palavras e tendo certeza que nunca aceitaria um relacionamento à distância. Porém, Jimin sabia que, por mais difícil e complicado, ele não poderia reclamar, amou e foi amado com tanta intensidade. Às vezes se esquecia que Jiwon já tinha seus dezesseis anos, ela ainda era sua menininha, a qual sempre defenderia. Lembra-se o quanto o Min era apegado à mais nova, essa que retribuía todo carinho e amor que recebia do cunhado.

— Acabamos, maninho, obrigada pela pequena entrevista. — Sorriu docemente, recolhendo seus materiais. Beijou a bochecha do mais velho antes de se retirar da cozinha.

Ela havia crescido muito rápido. Porém, sempre tiveram uma boa relação, desde que se lembra, sempre foram unidos. No começo não tinha um bom vínculo com os pais, principalmente com o mais velho, mas quando contou sobre seus sentimentos pelo Min, as coisas começaram a mudar. Lembra o quanto foi difícil fazer com que seu pai entendesse que nem tudo seria como ele planejou, como a convivência tinha ficado complicada nos primeiros dias, contudo, o tempo passou e os mais velhos entenderam que não era uma simples brincadeira. O que Jimin sentia por Yoongi era forte e sincero. Sohee nunca apoiou o relacionamento à distância do filho, mas sabia que eles estavam apaixonados demais, por isso nunca se intrometeu.

O Park riu ao recordar como foi trabalhoso para que a mais velha o deixasse passar duas semanas na casa de praia da família Min, afinal, ele e Yoongi só tiveram aquelas semanas para se despedirem. Levantou-se e seguiu de volta para o quarto. Pegou o celular, passando as notificações, dando conta que a maioria eram do ex-namorado. Respirou cansado e entrou na conversa, leu as mensagens rapidamente, mordendo a língua no meio do processo. No texto, o maior pedia para que o rosado fosse até a cafeteria que eles costumavam frequentar no começo do Ensino Médio, essa que ficava em frente ao colégio. O moreno dizia que era apenas para pegar uma encomenda e que depois disso deixaria o outro em paz.

Jogou os fios para trás e observou por alguns minutos o chat aberto. Vendo que não era o fim do mundo, apenas respondeu o horário que chegaria no local e perguntou quem entregaria o embrulho, recebendo apenas um emoji como resposta. O lugar não era tão longe, menos de uma hora e o menor já estaria lá. Tomou banho, separou uma roupa simples, ajeitou o cabelo, pondo os óculos escuros no rosto. Pegou o celular e a chave do carro, saindo logo depois.

Dirigiu calmamente entre as ruas movimentadas, parando em alguns faróis e suspirando cansado. Queria dar meia volta, se jogar em sua cama e esquecer de tudo, mas falou que ia buscar a tal encomenda, e agora iria cumprir com sua palavra. Estacionou o veículo e desceu, observando por alguns segundos o prédio de dois andares. Gostava tanto do lugar quando era adolescente. Deixou o ar sair forte pela boca, enquanto caminhava de encontro às duas portas de vidro, e mais uma vez o sininho acima das mesmas tocou.

Foi tirando o objeto de seus olhos vagarosamente, percebendo que o local não havia mudado em absolutamente nada, ainda era o mesmo ambiente aconchegante de anos atrás. Passou os olhos pelas poucas pessoas que estavam no estabelecimento, parando no balcão da recepção ao notar a mulher que já lhe encarava com um sorriso enorme.

— Noona… — chamou, se aproximando da mais velha. Jimin ergueu a mão, tocando sem pressa o rosto cansado da mulher, que repetiu o ato do rosado. — Quanto tempo!

— Sim, querido, já se passou muito tempo desde da última vez que nos vimos, mas você não mudou nadinha. — O Park riu, abraçando a outra. Saebom era muito importante tanto para Jimin, quanto para Yoongi. A mulher trabalhava de recepcionista no período em que os garotos frequentavam o lugar, além de ter sido a primeira a demonstrar total apoio ao relacionamento dos outros.

— Vim buscar uma encomenda do Yoongi, sabe me dizer onde 'tá, noona?

— Ah, sim, ficou na biblioteca — disse, separando o abraço. — Naquela mesinha em que vocês costumavam sentar, todas as vezes que vinham aqui, lembra? — perguntou simples, analisando o rosto sem vida do outro. — Depois vamos tomar um bom café e você vai me contar o que aconteceu, sinto falta do seu sorriso bonito. — Piscou para o menor, que apenas negou com a cabeça, vendo a mulher falar um: "Vai" sem emitir nenhum som.

Park saiu após assentir, seguindo pelas escadas calmamente. Sabia que não seria nada fácil contar para a mulher que seu relacionamento havia chegado ao fim. Saebom era como uma segunda mãe, daquelas que sempre tem uma palavra para confortar um coração dilacerado. Um abraço que acalma os sentimentos e te faz seguro de novo. Era a melhor pessoa que Jimin já teve o prazer de conhecer. Empurrou a porta da livraria, ainda sorrindo pelos pensamentos, logo adentrando o local. E mais uma vez, nada tinha mudado. Ainda eram as mesmas mesas, as enormes estantes cheias de livros e as cores neutras nas paredes.

Avistou uma caixa na última mesa, onde costumava ser seu lugar junto com Yoongi, começou a caminhar até a mesma. Segurou o objeto, abrindo-o sem pressa, dando de cara com um cartão e um livro, esse que era intitulado como: "Entre Onze Mil Quilômetros: Eu e Você." Franziu o cenho, pegando o cartão na cor rosa, onde dizia: "Leia em voz alta." Então, abriu e começou a ler.

"Devo começar pedindo perdão por tudo que te fiz passar, eu sei que errei feio com você e com o nosso amor, mas, meu bem, tem uma explicação para tudo. Essa é a minha: me afastei de você, te deixei sozinho várias vezes porque estava escrevendo um livro sobre você, sobre mim, sobre nosso relacionamento à distância. Nele, Jimin, retrato o quão forte e corajoso você é. Aceitou enfrentar essa relação ao meu lado, mesmo sentindo que não seria o melhor conto de fadas, você quis e ficou ao meu lado por quase nove anos. Peço perdão, eu amo tanto você, tanto, que, por sua causa, eu larguei tudo e não me arrependo. Você pode ir embora, mas antes, nós…"

— Precisamos conversar, Jimin.


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Notas finais: Quero agradecer a @Hwasaaya/pkmin pelas capas, muito obrigada. E a @jupteryoon/jupteryoon pela betagem, obrigada!

7 Décembre 2021 20:11 1 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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November 25, 2022, 01:30
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