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Jeon Jeongguk é um jovem normal de 22 anos, mas tudo muda na vida do homem quando um aluno novo na sua faculdade o faz sonhar e sentir coisas nunca antes sentidas por si, e fazendo descobrir sobre o amor e sobre sua vida passada.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

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Capítulo Único

Escrito por: NetunoDisse /NetunoDisse

Parceria com: SnowTK /snowtk_


Notas iniciais: oiii gente!! eu sou a @NetunoDisse e faço parte das novas escritoras do 2min mas estou estreando nos dois projetos que estão com essa parceria incrível. Quero também agradecer o @peartae/@peartae e pela capa maravilhosa, a @minie_swag/@minie_swag pela betagem e a @mindokyu/@mindokyu pela ajuda com o título! Muito obrigada anjinhos.

Chimera: sonho; resultado da imaginação que tende a não se realizar

Espero que gostem e boa leitura!

AVISO DE GATILHO: morte de personagem principal ⚠️⚠️


~~~~


— Tudo bem, pessoal. Por hoje, é só. Tenham um bom dia — falou alto o velho, ganhando a atenção de alguns alunos. Suspirei em sinal de alívio, já não aguentava mais aquela aula e sabia bem que o velho havia perdido algum tempo. Levantei da carteira, jogando meu estojo e livros dentro da mochila preta. Despedi-me de alguns colegas, e então finalmente saí da sala.

Saí do prédio do meu curso, caminhando entre as passarelas enormes que havia entre o jardim bem cuidado da universidade. Encolhi meu corpo quando senti um vento frio bater contra mim e encarei o céu infinito, agora coberto por nuvens carregadas que anunciavam a futura chuva. O inverno havia acabado há mais ou menos um mês, não entendia como ainda era possível todo aquele clima no auge da primavera. Apressei meus passos quando senti finas gotas de água caindo sobre mim, entrei no prédio de Gastronomia, procurando entre os tantos alunos, um em especial.

Kim Seokjin parecia imerso a tudo na sua volta, olhava para o celular ferozmente e parecia usar força demais para digitar. Chamei por ele, que me olhou finalmente.

— Onde você estava? Estou te esperando tem uns quinze minutos — resmungou, caminhando em minha direção. Apenas dei de ombros dando a mesma resposta de sempre quando atrasava por causa da aula do velho barbudo. — Vamos logo, a chuva vai engrossar rapidamente.

Saímos do prédio, caminhando em direção às passarelas que nos levaria em direção ao estacionamento grande do campus. Os poucos alunos que, assim como nós, estavam do lado de fora corriam em direção aos seus carros. Aumentei o passo juntamente com o mais velho, não queria pegar um resfriado ou ficar de cama. Estava chegando a época de provas e tudo que eu menos queria era ter que faltar às revisões.

Suspirei quando senti uma dor aguda na barriga, fazendo-me parar involuntariamente. Senti meu corpo mole e então meu rosto ser molhado pelas gotas finas, não só da chuva, mas também das minhas lágrimas que desciam involuntariamente pelo meu rosto. Senti-me fraco, uma dor no peito e uma dor no estômago mais forte ainda. Procurei pela única pessoa que podia me deixar naquele estado. Meus olhos varreram o lugar, encontrando com os olhos castanhos não muito longe de mim; o homem alto encontrava-se da mesma forma. Sentíamos uma dor que parecia com a morte, mas não conseguimos deixar de nos encarar.

— Jeongguk-ah? Precisamos ir. — Escutei a voz do mais velho, e depois meu corpo fraco foi puxado por si. Fechei os olhos, deixando que mais lágrimas caíssem, buscando sair dali o mais rápido possível. Encarei o rosto triste do homem — agora, não tão desconhecido — uma última vez, antes de ser arrastado de vez pelo moreno.

Tentei recuperar minhas forças, correndo com o homem em direção ao carro cinza que agora estava bem próximo a nós. Joguei minha mochila nos bancos traseiros e me sentei no do passageiro. Deixei meus sentimentos soltos, as lágrimas caindo mais rápido e mais grossas assim como a chuva lá fora. Coloquei minha mão sobre o lugar que mais doía, como se aquilo fosse amenizar um pouco a dor infernal que sentia.

Escutei a porta do motorista ser fechada e a presença do mais velho do meu lado. Seokjin soltou um suspiro cansado, ligando o carro e não falando nada, o que me deixou um pouco aliviado. Já havia se tornado muito constate aquela rotina estranha para nós; no começo, ambos ficamos confusos e tentamos buscar uma resposta para aquilo que acontecia, até fui ao médico uma vez para ver se tinha alguma problema de saúde que afetasse meu estômago ou a área próxima dele, mas nada, estou perfeitamente saudável.

— Talvez seja algo psicológico — falou ele, acabando com o silêncio que havia se formado no carro. Olhei para frente, encontrando já uma das avenidas e alguns veículos à nossa frente. — Sabe, algo da sua infância. Eu não sei. Isso está me assustando cada dia que passa.

Não falei nada. Seokjin não sabia que aquilo havia começado desde o primeiro contato que tive com o aluno novo. Não sabia sobre Taehyung, o homem triste dos olhos castanhos. Não sabia dos sonhos estranhos que eu tinha toda noite com outro homem. Eu não contava, eu não conseguia, alguma coisa sempre me travava. Aquilo tudo estava fodendo comigo, era tudo tão assustador.

— Talvez eu procure por um psicólogo — falei, cansado daquilo tudo. Olhei para a janela; várias gotículas de água que faziam uma dança aleatória sobre o vidro da janela. Suspirei, tentando me acalmar aos poucos. Precisava entender o que estava acontecendo comigo o mais rápido possível, antes que eu me machucasse de verdade.

Durante a noite, a chuva havia diminuído um pouco, e a temperatura também. Resolvi passar algumas horas aproveitando um bom chocolate quente enquanto revisava alguns trabalhos antes de mandar para os e-mails dos professores. Quando concluí, desliguei o notebook e joguei o resto do chocolate na pia da pequena cozinha do apartamento menor ainda. Tomei um banho rápido logo depois, apenas para relaxar um pouco minhas articulações que já doíam de tanto ficar na mesma posição por horas.

Vesti algo leve para dormir e deitei na cama quentinha, pegando meu celular que estava sobre a mesinha da cabeceira. Sorri quando vi as notificações, que me mostravam as mensagens que Seokjin havia mandando.

Jin Hyung [19:45]: seu pirralho, você tá melhor? Estou preocupado.

Jin Hyung [20:34]: quase uma hora já! Eu vou te matar, e atende minhas ligações.

Jin Hyung [20:58]: Jeon Jeongguk! Você vai ver! Se não me responder agora, nossa amizade acabou!

Jin Hyung [21:07]: ok, eu estava brincando. Por favor, me responde.

Jeongguk [21:26]: desculpa, estava revisando alguns trabalhos. Eu estou bem, só cansado.

Jin Hyung [21:28]: finalmente a bela adormecida apareceu. Que bom que está bem pirralho, vai descansar. Qualquer coisa me liga. Boa noite.

Jeongguk [21:29]: tudo bem, Hyung. Boa noite.

Olhei mais algumas mensagens dos grupos e de alguns colegas, e então acionei o alarme do celular, coloquei-o no mesmo lugar em que havia encontrado. Logo, me acomodei melhor na cama confortável.

Involuntariamente meus pensamentos foram de encontro ao homem que era culpado por todos aqueles sentimentos, dores e sonhos estranhos que eu sentia há semanas. Tudo aquilo me assustava, ainda mais os sonhos estranhos que eu tinha. Mas eu precisava lembrar, precisava descobrir sobre tudo aquilo.

Fechei meus olhos, deixando aos poucos as perguntas que martelavam em minha mente irem embora para qualquer que fosse o lugar e contribuindo para que mais perguntas — ou até quem sabe, respostas — aparecessem.

°°°


— Já tem um tempo. Eu senti sua falta — comentou o mais velho, encarando a cabeleira negra abaixo de si. Levou a mão até os fios bonitos, acariciando as madeixas macias. Escutou um murmuro do outro, e então sorriu. — Eu realmente sentia sua falta, Minnie.

A cabana pequena ficou em silêncio, apenas deixando que os sons que as faíscas da lareira e de suas respirações, agora calmas, se sobressaíssem. Engoliu em seco, sentindo as lágrimas encherem seus olhos aos poucos. Sentia-se um tolo por ser frágil com seus sentimentos. Não aguentava mais todo aquele universo estranho e assustador que estava virando sua vida.

— Eu também, meu amor. Muita. — Encarou o moreno. Os olhos bonitos estavam cheio de água, sua testa levemente franzida e um pequeno bico nos lábios. Jimin parecia tão frágil naquele momento quanto si próprio. — Me desculpa por podermos ficar juntos só agora. Eles quase não me deixam sair, acho que estão desconfiando de algo. Eu não quero que eles façam algo sobre nós... Eu te amo, Yoongi. Nunca vou deixá-los nos machucar.

Sentiu o corpo quente do outro em si, abraçando-lhe desajeitadamente, porém com firmeza. Deixou as lágrimas caírem finalmente, mas ainda chorando baixo, assim como o outro. Ele só queria ter o poder de parar o tempo e ficar daquele jeito com Jimin, e acabar com tudo aquilo.

O calor que o corpo do outro emanava trazia paz para si, o cheiro levemente crítico que o outro tinha o acalmava naquele mar tempestuoso. Queria ficar para sempre ali, seguro e amar Jimin, amar o homem de todo coração. Não importava o lugar, só queria aquele emanar de corpos juntos.

E então, tomou coragem para fazer uma pergunta que já martelava na sua cabeça há semanas. Olhou seriamente para o homem bonito, recebendo um olhar preocupado do outro. Tossiu levemente, portanto perguntou:

— Vamos fugir, Jimin. Vamos para o lugar mais longe, onde poderemos viver o nosso amor, onde nós poderemos nos amar. O que você diz?

°°°

Quando acordei, algumas lágrimas desciam pela minha face; havia chorado enquanto dormia. Pulei da cama, correndo na direção de onde ficava um pequeno diário que tinha para anotar todos os meus sonhos, agora querendo escrever algo que havia me deixado daquele estado. O nome Yoongi gritava na minha mente, fazendo-me chorar ainda mais. Céus, aquilo doía tanto.

A caneta na minha mão tremia, decorrente do meu nervosismo, e as letras saíam todas emboladas e confusas, mas aquilo não importava, contanto que eu conseguisse ler.

— Yoongi — sussurrei. Logo, um daquele sentimentos estranhos floresceram novamente em mim, fazendo o grito sair alto e a dor perto da barriga começar. Aquilo doía tanto.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular, a música alta preenchendo todo o ambiente. Segurei o diário perto do meu peito; queria proteger aqueles pedaços de papel como se fossem a minha vida, mesmo que não estivessem em nenhum tipo de perigo, mas aquilo era mais forte do que eu.

Peguei o objeto, atendendo sem mesmo olhar quem era.

— Onde você tá, Jeongguk? Eu estou há quinze minutos te esperando aqui embaixo. Nós estamos atrasados. — Seokjin tinha o tom de voz alto, parecia irritado. Arregalei os olhos, merda. Estava fodido.

— Eu… acho que o despertador não ligou, vou tomar um banho rápido. Dez minutos eu estou aí. — Desliguei, soltando o aparelho na cama e o diário também. Tomei um banho rápido, vesti qualquer roupa que vi no guarda-roupa e peguei a mochila.

Quando vi Jin no seu carro, corri em sua direção. Sentei no banco de passageiro, ganhando alguns sermões e logo tendo o outro ligando o carro, partindo em direção à faculdade.

[...]

— Merda, esqueci a porra do meu livro de Direito Tributário — resmunguei, olhando mais uma vez na mochila. Kim revirou os olhos, bufando impaciente. — Vou ver no meu armário. Por favor, me espera, eu só quero ir pra casa.

— Estou pensando em te deixar aqui. Vai logo, só quero chegar em casa. — Escutei o mais velho resmungar. Saí do carro, correndo em direção à multidão de aluno impacientes querendo sair logo dali. Entrei no meio de todos, indo para a direção de um dos corredores onde ficavam os armários.

Abri o meu, sorrindo quando vi o livro pesado entre os outros vários que estavam ali.

Fechei novamente o armário com os livros em mãos, e então corri novamente, entrando em mais uma das multidões de alunos. Senti meu corpo ser empurrado pelos alunos e alguém se segurando contra mim. O corpo quase abraçado o meu era pesado e parecia me puxar para baixo. Abri os olhos, encarando quem me puxava, e ali estava ele.

As pupilas dos olhos alheios estavam dilatadas e seu rosto tinha uma expressão de surpresa. Aos poucos, seus olhos enchiam-se de lágrimas assim como os meus.

Senti a costumeira dor perto da barriga e um peso sobre a área, olhei para baixo, vendo que a mão do outro estava ali. Voltei a minha atenção ao homem mais alto, esse olhava para baixo, encarando minha mão que estava em seu coração. Tirei-a rapidamente de si, encarando-o assustado.

— Você… — O timbre rouco chamou minha atenção, mas aumentou meu medo, tudo que eu quis foi sair dali.

— Eu preciso ir.

Saí dali, correndo na direção do estacionamento da instituição.

Respirei fundo quando finalmente cheguei no carro do Kim. Sentei no banco do passageiro, encarando o mais velho por míseros segundos.

— Você está bem? — O moreno tinha uma expressão preocupada, olhando nos meus olhos. Fechei os olhos, deixando mais lágrimas caírem e respirando pesado por conta da pequena corrida. — Hey, Gguk-ah…

— À noite… vai lá no meu apartamento, por favor. Eu preciso te contar algo. — O fôlego me faltava, mas tentei falar o mais claro possível. Abri os olhos, encarando os do mais velho. Jin concordou com um leve manear de cabeça ainda com a expressão de confusão, mas não deu muita importância, ligando o carro e partindo, deixando-nos em um silêncio pouco confortável.

[...]

Aquela noite em Seul estava fria do que o normal, talvez fosse consequência do inverno que se aproximava cada vez mais. Não demoraria para as ruas estarem cobertas de neve e as pessoas estarem usando seus casacos e cachecóis pesados. O moreno ao meu lado soltou um pequeno resmungo como resposta ao vento frio que soprou em nossa direção. Caminhei até a barra de proteção da pequena sacada, encarando a vista de uma Seul ainda acordada.

O silêncio entre nós agora era bastante confortável, o que me deixava mais calmo. Havia contado tudo que vinha sentindo para Seokjin, depois ele pediu um tempo para pensar e, bom, agora ele estava tendo aquele tempo. Demorado, mas ainda sim, um tempo.

Abracei meu corpo, sentindo o tecido quente do moletom encostar na minha pele por completo, antes de escutar tosses do homem perto a mim.

— Então você acha que é uma reencarnação? — A voz do outro era cautelosa, como se ainda estivesse tendo cuidado com o que falava.

— Não é isso, ou talvez. É complicado. — Suspirei, buscando as palavras certas para explicar para o mais velho o que diabos estava acontecendo comigo. — Mas desde que eu o vi, eu sinto isso, sonho com esses homens, sinto dores, choro como se alguém muito querido estivesse perto de mim. Parece loucura, eu sei.

— É uma loucura. — Virei, encarando o outro sentado na poltrona velha. Os olhos de Jin estavam levemente arregalados e sua expressão gritava perplexidade. — Quer dizer, você acha isso normal?

— Não.

— É isso — resmungou ele, colocando as mãos dentro dos bolsos de seu casaco grande. Olhou para mim novamente, agora dando de ombros e constando o óbvio. — O que isso pode ser? Você acredita que possa ser esse Yoongi? Céus, Jeongguk, isso é a coisa mais louca que você já me contou.

Ri, tentando descontrair o momento confuso entre nós. Dei de ombros, bom, talvez fosse, ou talvez fosse o outro. Jimin.

— Às vezes… às vezes, os sonhos são tão estranhos, como se eu estivesse dentro de Yoongi. Como se eu fosse ele. Eu sinto meu coração bater estranho, eu me sinto estranho quando Jimin aparece, como se eu o amasse. É o mesmo sentimento que tenho quando vejo o homem da faculdade. — Suspirei, abraçando mais meu corpo e saindo de perto da proteção fajuta da sacada.

— Taehyung — falou Seokjin o nome de homem baixo, como se fosse algo para não ser descoberto.

— Sim. Ele. Ainda não sei exatamente o que eu sinto, mas é como se já o conhecesse.

— Como se fosse de outra vida? É uma loucura, mas faz algum sentido. — Sentei próximo ao homem mais velho, sorrindo para ele e aceitando aos poucos aquela loucura.

— Sim, como se fosse de outra vida.

°°°

A neve cobria todo o lugar, as casas eram aquecidas pelas lareiras e os moradores no meio de cobertores quentes, dormindo enquanto aproveitavam a noite fria e boa para sonhar um pouco mais.

Yoongi estava em sua cama, mas sentado, batendo os pés no chão de madeira velha. A ansiedade corria nas suas veias, a adrenalina aos poucos ia aumentando em todo seu ser. Só queria que Jimin chegasse logo, só queria sair dali o mais rápido possível, desaparecer com o seu amado entre a noite fria.

Pulou da cama quando escutou barulhos de sapatos; sorriu, Jimin havia chegado. Pegou a mala pequena com algumas roupas e pertences valiosos, desligou aos poucos as luzes da velha cabana que agora não seria mais seu ponto de encontro, mas que sempre teria um valor importante para si.

Escutou um bater forte na porta, estranhou, mas deu de ombros. Jimin sempre esquecia as chaves: — Já estou indo, apressadinho.

Apagou as velas, vestiu o casaco grande e então pegou a mala, abrindo a porta com um sorriso mínimo. Tirou o sorriso do rosto quando viu seu velho conhecido o encarar.

— Senhor Park, o que faz aqui? — perguntou, o medo estampado na voz. Ele não deveria saber sobre aquele lugar.

— Min Yoongi, siga-me — A voz do homem era carregada de raiva, seus olhos transmitiam medo. O velho puxou seu braço, arrastando-o para qualquer lugar que fosse. Sentiu as lágrimas saindo aos poucos, seguindo seus gritos de terror.

[...]

Era difícil encarar a face chorosa do mais novo, ver as lágrimas grossas saindo do rosto bonito que agora tinha uma expressão de angústia. Queria abraçá-lo, falar que tudo ficaria bem. Queria poder beijar seu amado, sem medo — porém ambos sabiam o que iria acontecer.

As mãos e pés estavam doloridos pelas cordas apertando a carne sensível, a sensação de estar preso o deixava sufocado. Yoongi não sentiu medo da morte, mas ali, encarando Jimin em um estado pior que o seu, ele a temeu.

Pensou no que poderia ter vivido enquanto os gritos de ódio do velho eram despachados contra si e o mais novo. Imaginou como seriam felizes se tivessem falado sobre aquilo antes, como estariam se amando agora.

O velho aproximou-se dele, Yoongi gemeu de dor quando sentiu um soco ser desferido em seu rosto. O gosto de sangue em sua boca era ferroso, o olhar do homem em sua direção era de puro nojo, e os gritos de Jimin eram de súplica, de desespero.

— Você vai ganhar o que merece por tê-lo transformado em um pecador como você. — As palavras de ódio enchiam seus ouvidos, transformando-se em revolta. Yoongi queria poder gritar para o homem, xingá-lo o mais alto que podia, mas a única coisa que conseguia era soltar as lágrimas grossas.

O revólver posto bem à sua frente, a mira no seu coração. Fechou os olhos, escutando o barulho alto que preencheu todo o galpão ao qual estavam.

Gritos de desesperos, e então sangue. O corpo caindo no chão, perdendo aos poucos cada força que tinha. As lágrimas caindo do rosto pálido.

— Yoongi! Por que você fez isso? Por quê, seu desgraçado? — gritava Jimin, os olhos cobertos por lágrimas, a revolta em si. A dor intensa. A raiva.

— Cala boca, seu pecador. Eu não criei meu filho para ser um sujo. Eu não o fiz para matá-lo, Deus não compreende meu sentimento — gritou o velho, apontando a arma na direção de próprio filho. Sentia nojo do que seu filho havia se transformado, e agora teria que acabar com aquilo de uma vez. — Terá o mesmo fim que o seu namoradinho, quem sabe assim poderão ficar juntos no inferno.

Jimin olhou para o corpo do amado próximo a si; o rosto bonito agora era pálido e os olhos estavam fechados. Yoongi morria aos poucos. Sorriu para o mais velho, pensando apenas nas memórias boas que havia vivido com o amado.

"Ficaremos juntos na eternidade. Em outra vida nosso amor irá nascer, nós poderemos enfim encontrar a nossa paz."

O som alto do revólver transformou, em um segundo, uma vida em mero nada.

°°°

Os olhos castanhos me encaravam naquela manhã ensolarada, o olhar, antes misterioso agora não me transmitia mais medo ou qualquer coisa do tipo. Aos poucos, sua expressão neutra foi se transformando em um sorriso grande, os lábios bonitos tomando forma de coração. Sorri involuntariamente.

Ao meu lado, Seokjin reclamava sobre algum de seus professores, mas eu não conseguia tirar minha atenção do homem a alguns poucos metros de mim. Tirei meu olhar do homem alto por breve segundos, encarando o rosto do mais velho.

— Eu preciso resolver algo, volto em um minuto — respondi. Jin resmungou, mas concordou mesmo que relutante.

Saí de perto do mais velho, caminhando em direção do homem bonito.

Ainda era estranho tudo aquilo; todos aqueles sentimentos que enchiam meu peito, todas aquelas memórias de outras vidas, todos aqueles olhares — mas eu queria mergulhar naquele mar desconhecido, viver meu amor com Taehyung, assim como Yoongi viveu com Jimin. Viver aquele amor que estava grudado na minha alma.

Aumentei meus passos, indo de encontro ao homem de sorriso bonito. Olhei bem seu rosto bonito, decidido que estava aberto a viver tudo aquilo que o destino me reservava ao lado do homem que, agora, passaria a fazer parte da minha vida, mais do que já fazia.

— Oi — cumprimentei tímido, recebendo uma risada baixa do outro. Senti as bochechas corarem subitamente e as lágrimas tão rotineiras nascendo, mas agora elas tinham um significado diferente de todas as outras vezes.

— Oi. Eu… eu posso te abraçar? — A voz baixa do homem preencheu todo o ambiente pequeno do jardim da faculdade em que estávamos. Concordei com um leve manear de cabeça, surpreso com o pedido do homem.

Sentir os braços do homem em mim pela primeira vez foi reconfortante, como se aquilo já fosse normal. Como se aquilo já me pertencesse há muito tempo. Aquilo era tão certo, era isso que eu queria, ainda com as lágrimas nos olhos.

Escutei o outro fungar, chorando também. Aumentei o abraço, sentindo o seu corpo quente contra o meu e percebendo que aquilo finalmente fazia sentido, tudo aquilo era certo. Desde o começo do universo, desde a vida de Yoongi e Jimin, desde que, de alguma maneira, tudo aqui foi ligado.

O arrepio involuntário do meu corpo quando o homem passou o nariz no meu pescoço me deixou mole, e fiquei ainda mais quando suas palavras doces foram ditadas próximo ao meu ouvido, fazendo-me ter a certeza de que aquilo era o certo e que finalmente poderíamos ficar juntos:

— Eu senti sua falta, meu amor.


~~~~


Notas finais: Obrigada se você chegou até aqui, espero que tenham gostado!!

Comentários são muito bem vindos ❤️ fiquem bem anjinhos, lavem as mãos e fiquem em casa por favor 🏠

Até a próxima 💜❤️

16 Novembre 2021 20:09 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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