Meu corpo quente se arrepia com o vento gelado do ventilador, conforme me dirijo para a beirada da cama. Olho para o chão em busca da sua camiseta e vejo que a bendita está na beirada da porta, pois foi a primeira peça de roupa que tirei de você. Assim que coloco a camiseta cinza banhada de seu perfume, encaro o abajur e dou uma risada alta. Você, até então consumido pela pequena-imensa morte, levanta a cabeça e encara a peculiar situação.
— Sua calcinha não combina muito bem como chapéu de abajur. — Você concluiu, rindo.
Volto para a cama, me aconchego em seus braços e digo:
— Não faço ideia de como ela foi parar ali.
— Você é uma ótima arremessadora quando o assunto é tirar a roupa.
Dou um tapinha de leve em seu peito, enquanto você deixa escapar uma risada.
— Essa foi a conversar pós-sexo mais estranha que já tivemos. — Digo, ouvindo minha barriga roncar.
— Provavelmente, mas se as conversas fossem normais, não seria nós dois. — Você responde, assim como sua barriga responde a minha em um gesto de companheirismo.
— Será que ainda dá tempo de almoçar?
— Talvez. São só quatro da tarde ainda.
Enquanto nossas barrigas clamavam por comida simultaneamente, o abajur fazia minha calcinha de chapéu, o vento do ventilador ficava cada vez mais gelado e as nossas roupas enfeitavam o chão em uma perfeita bagunça, nossos corpos não se moveram nem um centímetro para fazer algo a respeito. Permanecemos deitados, enroscados um no outro em um confortável silêncio, enquanto nossas mãos se completavam. O mundo podia esperar pelas resoluções, mas o nosso amor, não, pois ele era composto pela necessidade do agora.
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