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Park Jimin é um amante de rock, tendo Pink Floyd como banda preferida. Em um mundo cheio de possibilidades, o adolescente nunca imaginaria que em sua escola haveria um garoto com os mesmos gostos musicais que os seus. Feliz ao ver alguém usando uma camisa estampada com a marca de sua banda favorita, Jimin procura arrumar um jeito de puxar conversa com o garoto isolado de sua sala, não entendendo o porquê da confusão do mesmo. A verdade é que ambos nem imaginariam as diferentes experiências que iriam viver ao lado do outro.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

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When you showed me your eyes

Escrito por: @Eunbi_Moon / EunbiMoon


Notas iniciais: Hey! Aqui é a Eunbi e aqui está mais uma história. Confesso que foi um pouco complicado de escrever mas eu fiz tudo com carinho.


OBS: Fanfic betada por @Honeyboy__ / Honeyboy__ e capa por @peartae / peartae .



~~



**

Blur - Song 2 era a música que tocava no último volume em meus fones de ouvido. Encarava o caminho a minha frente enquanto dançava descontraidamente pela calçada, ajeitando a minha mochila em apenas um lado de meus ombros.

Hoje era mais uma segunda-feira comum em minha rotina. Para ser sincero, todos os dias pareciam iguais. Nada era novo.

Fitei os meus pés e sorri ao notar que continuava com uma sequência animada de passos, como se fosse uma dança planejada. Mesmo com toda essa mesmice, eu continuava a sorrir.


[…]


Após algumas quadras, eu, enfim, passava pelos portões da escola, soltando um suspiro baixo.

Sejamos francos, eu odeio esse lugar. As matérias são cansativas, alguns professores são um pé no saco e parece que o ano não acaba nunca. Sem contar os alunos daqui. Parece que todos acordaram com o pé esquerdo, metendo a bicuda na quina de um móvel ou uma parede em uma sexta-feira 13 depois do cantar de um galo doente.


Ok, viajei demais na maionese.


O lance é: todos aqui carregam uma carranca feia pra chuchu de manhã. Sério, esses caras me assustam.

Eu me espantei ao ouvir um som de batida forte, junto de uma sincronia aguda de toques. Estava tão alto que parecia vir dos alto-falantes do corredor.


Ah, as músicas desse lugar.


Pois é. Para mim, ninguém aqui tem um bom gosto musical. Todos os dias sou obrigado a ouvir gêneros que não fazem o meu estilo e melodias que às vezes não passam de poluição sonora. Isso é tão frustrante.

Música é uma das minhas únicas paixões; eu amo e sou movido a base dela. A única coisa ruim é que meu gênero favorito é o rock.

Claro, na verdade, isso não é problema aos olhos da maioria, mas aos meus, sim. Por gostar de rock e me dizer rockeiro, quase todos os alunos daqui me enxergam como um cara sem alma que adora a dor dos outros, curte tatuagens de caveiras, ama couro e esse tipo de coisa, o que é um absurdo. Quando me conhecem direito, é bem claro que sou do tipo que ama unicórnios e algodões doces.


Esse lance de generalizar alguém pelo gosto musical é mó’ caô, cara.


Alguns têm até medo de falar comigo, chega a ser hilário.


Mesmo com tudo isso, eu sou do tipo que ama conversar e puxar assunto. Conheço todo mundo daqui. Claro, não devo ser considerado um popular, até porque não sou um, mas estou na média só pelo fato de que muita gente gosta de mim.


Modesto.


Não, mas sério! Sou como um amigão da vizinhança e...


Eu me assustei ao ouvir o som de antes mais alto e bufei.


— Mas quem é o animal, inferno?! — Olhei para os lados com o cenho franzido.


Ok, ok. Amigão da vizinhança não é pra tanto.


— Upa, upa, pocotó! — cantou alto enquanto caminhava em minha direção — Qual é a boa, Jiji?! — Hoseok cumprimentou com aquele sorriso animado de sempre. Ele carregava uma caixa de som que ecoava aquela música horrível.


— Então é você o animal. — Assenti.


— É o quê? — Franziu o cenho.


Apresento-lhes Jung Hoseok, um dos integrantes do meu grupo de amigos.

Hoseok era e sempre será o que anima o grupo. Não importa se o seu dia está um lixo, Hobi te fará feliz em segundos.


O único problema era seu gênero musical favorito.


— Funk às sete da manhã, Hoseok? — Arqueei uma sobrancelha.


— Ué, 'caraio? — Franziu o cenho. — Desde quando tem hora 'pra música?


— Desde que isso deixou de ser música! — Aponto para sua caixa de som.


— Ai, Jimin! Isso é atualidade, cara. Eu lá tenho culpa que tu é um velho e só curte rock de uns anos 'antigaço aí? O meu negócio mesmo é coisa atual, saca?


— Aish… Quem sou eu para discutir? Pelo menos sei que tenho bom gosto.


Hoseok revirou os olhos com um sorriso e desligou seu aparelho. Assim, começamos a caminhar em direção à nossa sala de aula.


[…]


— Jungkook… você já arrumou isso cinco vezes — Taehyung resmungou enquanto encarava Jeon sentado sobre uma carteira qualquer da nossa sala de filosofia.


— Benzinho, você vai falar na frente da sala toda… Não quero você parecendo um maluco — Jungkook resmungou enquanto ajeitava a gravata de Kim.


— Já pedi pra você não me chamar desse jeito em público… — Pude notar o rosto do outro tomar um tom avermelhado.


— Prefere pomponzinho, é? — O Jeon arqueou a sobrancelha e cruzou os braços.


— Quanta viadagem, meu pai — Jin reclamou abafado, já que estava com a cabeça enfiada em seu braço que estava apoiado na mesa do professor.


— Tá reclamando por quê? Isso é inveja! — Jungkook retrucou e encarou Seokjin.


Jin ia reclamar novamente quando Namjoon entrou na sala de forma apressada, jogando a mochila em uma cadeira qualquer.


— Boa, boa, família! Eu podia 'tá matando, eu podia 'tá roubando, mas 'tô aqui humildemente pedindo as respostas da lição de casa de história.


— Puta que pariu! A lição de história, danado! — Hoseok se levantou de sua cadeira num pulo.


— Gente, que lição porra?! — foi a vez de Jin gritar.


Eu sorria fraquinho ao ouvir meus amigos naquele caos todo enquanto tirava uns cadernos de minha mochila.

Todas as manhãs eram desse jeito. Eu e meus amigos éramos os primeiros a entrar na sala de aula antes do sinal tocar, para termos esses poucos minutos de bobeira.


Ah, sim, meus amigos.


São os melhores que eu poderia ter sem sombra de dúvidas. Todos tínhamos uma ótima sincronia, embora todas as personalidades daqui fossem um pouco diferentes.


— Galerinha… Hoje nem tem história. — Jungkook franziu o cenho enquanto prendia suas madeixas castanhas com algumas presilhinhas coloridas. — Mas não acredito que não fizeram a atividade! Vocês deviam se envergonhar… E se o professor resolvesse tirar pontos de vocês?! — sussurra.


É incrível a forma que Jungkook é considerado como a mãe do grupo inteiro, mesmo agindo como uma criança às vezes, ele é o que toma conta da gente quase todos os dias, e eu acho isso muito fofo.

Ele é um cara bastante extrovertido, de bem com a vida e também está sempre disposto a ajudar, isso é algo incrível nele. Ele é um ótimo amigo.

Além disso, Jungkook também chama atenção com suas roupas diferentes, está sempre usando um cropped masculino ou calças rasgadas com meias arrastão por baixo, essa é uma das coisas que fazem ele ser…


Bom, ele.


— Caralho, e eu aqui preocupadão à toa — o Jung bufou e se sentou sobre uma das carteiras.


Hoseok nunca se preocupou muito com as atividades escolares, desde que eu o conheço. Ele sempre foi do tipo que faz tudo de última hora e ainda por cima consegue tirar um 10. Ele irrita muitas pessoas da sala por conta disso.

Mesmo não tendo muitos alunos que gostam dele, parece que não há tempo ruim para Hope. É incrível.

Sim, ele é o cara que sempre irei admirar, provavelmente pela sua autoconfiança e também pelo seu bom humor, além dele ser um ótimo melhor amigo. Sei que ele sempre estará lá quando eu precisar de uma força.


— 'Cês são umas porras, eu estava quase cochilando. — Jin bufou e se arrastou até Jungkook, sentando-se ao lado dele.


Digamos que hoje Jin não parece estar de bom humor, mesmo que em boa parte do tempo ele seja gente boa.

Jin é o nosso jogador do time de vôlei da escola e, sinceramente, ele é o melhor e o mais adorado dali por ter um ótimo senso de humor e ser prestativo com os jogadores novatos. Também é incrível a forma como ele se destaca nos treinos, muitos o admiram e isso o torna um aluno deveras popular.


— Tá, mas, de qualquer forma, alguém aí fez essa porra? — Namjoon voltou a perguntar.


Eu dei risada e peguei o meu caderno com a tal tão mencionada lição e entreguei para Nam, que sorriu agradecido e até mesmo aliviado.


— Valeu, irmãozinho! — disse o mais alto e correu para o fundo da sala.


Irmãozinho.


Sorri ao me lembrar que Namjoon sempre me chamou assim desde que nós nos conhecemos no Fundamental. Eu sempre o admirei de longe por ele ter uma autoestima alta, muito diferente de mim na época. Ele era engraçado e escrevia letras de músicas, uma pena que agora deu uma parada com isso.

Suas músicas e seu jeito extrovertido eram incríveis, eu me senti tão feliz quando nos tornamos amigos. Namjoon e Hoseok fizeram de mim o que sou hoje.


— Às vezes eu me pergunto como foi que me tornei amigo de bobalhões como vocês — Taehyung brincou e afrouxou sua gravata, fazendo Jungkook soltar um suspiro em derrota.


Taehyung e o Jeon formam um casal fofo e engraçado, mas até que bem diferentes. Taehyung é mais fechado e não é do tipo que gosta de sair e conversar com todo mundo — sinceramente, eu nunca pensei que íamos nos tornar amigos, até que um dia eu, enfim, resolvi puxar papo e vi o quão doce e gentil ele era.

Claro, seu vocabulário não era nada igual ao meu, e eu ficava perdido em algumas palavras que ele soltava, mas, ainda assim, eu o acho um excelente amigo hoje em dia e ótimo companheiro para o Jeon.

Jungkook e ele são um casal há quase dois anos, tendo liderança do posto de casal mais grudento do nosso grupo.


Na verdade, eles são o único casal, mas é irrelevante.


Ter um casal assumido de gays na escola gerou uma repercussão anos atrás, mas isso nunca foi um problema para Jungkook, e muito menos para Taehyung. Eles sempre demonstraram carinho e amor na frente de todos, algo surpreendente vindo do Kim, que é todo tímido e prefere ficar no canto dele na maioria das vezes.

Os dois são uma inspiração para mim e, às vezes, sinto vontade de saber como é ter alguém ao meu lado.


Não é como se eu nunca tivesse tido um relacionamento sério, até porque eu já tive.


Namorei uma garota por alguns meses e com um cara pelo mesmo período de tempo, mas nada que tenha me marcado muito. Sinceramente, acho que era mais pela prática esportiva do bom e velho sexo do que pelo amor em si.


Pensando nisso, faz eu me questionar sobre algo:


Eu já amei?


Claro, eu amo meus pais; amo meus amigos e amo a música, mas, no sentido romântico da coisa, eu realmente já amei alguém?


Acho que para isso a resposta é não. Mas, ainda tenho tempo, certo?


A pessoa certa para mim pode estar do outro lado do mundo ou talvez até mesmo próximo a mim agora mesmo.


— Tá com essa cara de idiota aí por quê? — perguntou Hoseok ao parar do meu lado.


Ok, não. Definitivamente não.


As primeiras quatro aulas passaram tão lentamente que eu quase agradeci aos céus quando o sinal do intervalo tocou. Observei meus amigos deixarem suas cadeiras com emoção e virem até mim.


— Você vem com a gente, Ji? — perguntou Jungkook com um sorriso no rosto.


— Vão indo na frente, eu vou guardar minhas coisas. Da última vez que deixei tudo espalhado, me furtaram um estojo inteiro. — Encaro meu material.


— Tudo bem! — Sorriu doce e começou a caminhar junto dos outros.


Soltei um suspiro baixo e, quando notei a sala enfim vazia, tirei meus fones do meu bolso da calça preta e peguei meu celular.


Dei uma olhada em minha playlist de músicas rapidamente, mas acabei colocando Appetite for Destruction dos Guns N' Roses para tocar.

Eu me levantei com pressa e passei pela porta sem prestar muita atenção, acabando por quase esbarrar em um cara, este que freou bruscamente os seus passos assim que me viu e piscou algumas vezes.


— Foi mal aí — me desculpei com um sorriso de canto.


Acabei por analisar o garoto de cima a baixo. Seus tênis All Star vermelhos chamavam a atenção nos seus pés; sua calça preta apertada marcavam as suas coxas e seus óculos redondos ficavam na pontinha de seu nariz. Ele era fofo.

Mas, havia uma coisa que me chamava a atenção em seu corpo. Uma camisa com a estampa do Pink Floyd.


Uma camisa com a estampa da minha banda favorita.


Senti meu coração acelerar e uma animação me consumir.

É muito difícil encontrar alguém com os mesmos gostos musicais que eu por aqui, o que significa que não tenho ninguém para conversar.


— Relaxa — negou com a cabeça e ajeitou seus óculos, voltando a caminhar em seguida.


— Hã, espera! — pedi alto, correndo até ele.


O garoto me encarou com aqueles olhos redondinhos que pareciam até mesmo cristais pretos e brilhantes em seu rosto.


Céus, que pensamentos boiolas.


— O que foi? — Franziu o cenho e me encarou.


— Legal sua camisa! — Sorrio largo. — Qual sua música favorita deles? Para ser sincero eu curto muito a Hey You, mas…


— Desculpa, hã… Do que diabos você está falando? — perguntou com o cenho franzido.


— Ué, estou perguntando sua música favorita deles. — Dou de ombros.


— Deles? Deles quem, cara? — Riu desentendido.


Arqueei a sobrancelha e encarei sua camisa.


Eu não estava louco, reconhecia aquela imagem em qualquer lugar.


— Pink Floyd! Essa imagem é de The Dark Side of the Moon! Você não gosta deles? — perguntei de uma vez, apontando para a estampa em sua peça de roupa.


— Ah, o que? — Arqueio a sobrancelha — Na verdade, eu não pensei que era isso…


— O que mais seria, cara? — Dei risada. — O Pink Floyd é a minha banda favorita.


— A imagem faz referência ao experimento do Isaac Newton, sobre a composição da luz. — Dá de ombros.


Encarei-o um pouco perdido e, sinceramente, acho que isso era bem visível na minha cara, já que o garoto riu assim que encarou meu rosto.


— Vai me dizer que não sabia disso? — perguntou com um sorriso ladino.


— É claro que não! Quem é que decora ou pesquisa sobre isso?!


— Eu — respondeu simplista. — E você também deveria. Nunca quis saber o que isso significava?


Fiquei bons segundos em silêncio, sem saber muito o que responder.

Ele estava certo, oras bolas. Eu nunca nem mesmo fui pesquisar sobre o que a imagem queria dizer. Eu me sinto um tolo.


— Você tem um bom ponto, ganhou a discussão — voltei a dizer, dando um sorriso grande.


— E desde quando isso é uma discussão? — Piscou algumas vezes e franziu o cenho.


— Eu sou Park Jimin! — Resolvi mudar de assunto e estendi a minha mão. — Como você se chama?


Ele me encarou um pouco perdido, mas, ainda assim, agarrou minha palma, e eu chacoalhei nossas mãos, agora, juntas.


— Min Yoongi — murmurou seu nome de modo baixo e sorriu pequeno.


— É um prazer, Yoongi.


Sorri grande e me afastei, ainda fitando seu rosto.


Meus olhos acabaram parando em uma garota que passava tranquilamente enquanto comia um lanche, o que me fez lembrar dos meus amigos e que eu ainda não havia comido.


— Ok, eu preciso ir! — Aponto para o Min. — Mas a gente se esbarra por aí!


Ele concordou com um aceno de cabeça, e eu comecei a caminhar rapidamente até a cantina.


[ … ]


— E aí eu comecei a perguntar umas coisas e ele ficou perdidinho, coitado — falei enquanto sugava o canudo da caixinha do meu suco de abacaxi.


— Você podia ter pelo menos perguntado antes se ele gostava da banda, criatura — Namjoon disse enquanto se sentava em frente à porta da sala de aula que se encontrava trancada.


Eu e meus amigos tínhamos sempre um canto da escola específico para ficarmos durante o intervalo das aulas. Era legal porque mais ninguém ficava por ali sem ser a gente.


— Eu não tenho culpa, valeu? — me defendo.


— Mas quem é o garoto? — perguntou Jin.


— Hm… Min Yoongi — penso um pouco.


— Oh, eu estudei com ele. Ele era da minha sala de física ano passado. — Jungkook sorriu enquanto fechava sua pequena marmita.


— Ele parecia se dar bem com a matéria, já que estava usando aquela camisa por ter se confundido, sei lá. — Dou de ombros. — Mas estou indignado, como assim ele nem mesmo sabe quem são eles?! Até o Hoseok sabe.


— Claro que sei, seu quarto é cheio de pôsteres e você só escuta isso naquele rádio muito louco quando vou dormir na sua casa.


— Aquilo é um toca-discos, Hoseok! — Cruzo os braços.


— Mas que porra, menino! A gente tá no século XXI!


— Por que você não tentou conversar com ele sobre? Já estavam ali mesmo — Taehyung disse enquanto me encarava.


— Acho que fiquei… sei lá, sem graça. — Dou de ombros.


— Você? Sem graça? — Namjoon riu e cruzou os braços. — Essa é nova.


— Não começa, vai. Vamos mudar de assunto — falei com os braços cruzados após revirar meus olhos.


Seguimos conversando sobre uma fofoca boba que havia se espalhado nessas semanas e nem vimos o tempo passar, até que finalmente voltamos à sala de aula.


[ … ]


A volta para a casa foi tranquila e, sinceramente, não prestei muita atenção no caminho já que estava concentrado demais nos meus fones de ouvido e nas músicas que passavam nos mesmos.

Entrei em casa assim que tirei minhas chaves da mochila e encaixei a certa na fechadura da porta da frente.

Ao chegar na sala, eu sorri para meu pai que se encontrava na frente da televisão, bufando irritado.


O que é que há, velhinho? — perguntei enquanto jogava a mochila no sofá e me aproximava do outro.


— Essa droga de TV de novo! Todo dia fica com essa tela preta no meio da minha novela!


— Já disse que é melhor comprar uma nova, mas você nunca me escuta — minha mãe grunhiu enquanto descia as escadas de casa.


— Mas o meu pai que deu pra gente. — O mais velho se sentou no chão e cruzou os braços.


— A gente não pode viver com uma televisão velha para o resto da vida, amor. — Acariciou a cabeça do meu pai, e ele assentiu, suspirando.


Realmente, parecia que vivíamos em outro ano com todas as antiguidades que tínhamos em casa. Era engraçado e sempre rendia piadas e brincadeiras dos meus amigos quando eles vinham aqui.

Mas, na minha opinião, o melhor de tudo era meu quarto. Meu avô gostava muito de mim e, assim que, infelizmente, faleceu, me deixou todas as suas coisas que gostava.

Ele quem havia me ensinado sobre o rock quando pequeno. Ele me apresentou seus grupos favoritos e, sempre que podia, me dava alguma coisa que já usou em sua infância. Ele era o melhor avô do mundo!

Sinceramente, acho que é por conta dele que gosto mais das bandas antigas. Várias músicas me trazem lembranças e fazem com que eu me lembre dele sempre.


— Filho, o seu carro chegou da oficina hoje de manhã! — Minha mãe me encarou e sorriu.


— O quê?! Jura? — Dei um sorriso largo.


— Sim, eu coloquei na garagem 'pra você. — Foi a vez do meu pai sorrir.


Assenti com a cabeça animado e corri até a porta da cozinha que dava para a garagem, abrindo a mesma com rapidez.


Sorri largo ao ver Queen, meu Opala vermelho, bem ali, estacionado.


Não é um dos melhores e mais novos carros da geração, mas peguei muito carinho por ela quando a comprei com minhas economias.


Sim, ela. É a minha garota.


Peguei meu celular do bolso da calça e disquei o número de Hoseok rapidamente, sendo atendido após alguns segundos.


Fala tu, Jiji! — Pude ouvir sua voz do outro lado.


— Hobi! A Queen voltou do mecânico! — Dei um sorriso animado.


Jura?! Que foda!


— Vamos sair hoje? Podemos ir ao shopping, sei lá.


Puts! Nem vai dar, mano. A gente tem prova de física daqui uns dias, lembra? Preciso estudar essa merda hoje ou minha mãe arranca meu couro no chinelo.


Arregalei meus olhos e me apoiei em meu carro.


— Prova?! Que merda de prova?!


Uai, doido?!


Revirei meus olhos.


Falaram hoje na última aula.


Justo a aula na qual coloquei meus fones de ouvido e esqueci do mundo?!


Eu estava fodido.


Eu não sou um aluno ruim, até diria que sou mediano, mas sempre tem uma matéria que fode o aluno todinho sem dó nem piedade, e essa matéria para mim era física.

Teve um momento na minha vida que eu simplesmente desisti e comecei a não ligar para as aulas, algo que não recomendo fazer, aliás.


— O que eu faço?! — perguntei desesperado. — Quem vai me ajudar a colar?!


Colar?! Toma jeito, macho! — gritou do outro lado. — A última vez que o professor te pegou colando, ele deixou bem claro que iria te deixar com zero na média. Você precisa estudar.


Baguncei meus cabelos, desfazendo assim o meu penteado.


— Eu tomei no cu, cara! Quem vai me ensinar a matéria inteira em menos de alguns dias?!


Olha, a prova é na próxima segunda-feira… Pode procurar um tutor na escola, o que acha?


— Você acha que eu consigo isso como?


Hm… Pode falar com alguém da direção amanhã e pedir um urgentemente. Eles verão quais alunos estão disponíveis.


Suspirei até um pouco mais aliviado e concordei com a cabeça.


— Obrigado, Hobi. Farei isso amanhã, sem falta.


Muito bem! Vai dar tudo certo, ok? Agora preciso desligar, vou esquentar o almoço.


— Certo. Tchau, eu te amo.


Também te amo.


E assim, a chamada foi finalizada.


Soltei um resmungo inaudível e encarei Queen, aproximando-me da mesma.


— Viu só? Não siga os passos do seu pai, ele tem chances de se tornar um vagabundo porque se deu mal em física!


Comecei a falar com meu carro, aproveitando para desabafar um pouco sobre como a matéria era tediosa e desinteressante para mim.

Depois do almoço, o dia passou depressa e finalmente o amanhã chegou. Estava nervoso.

Não é do meu costume ir falar com algum funcionário da escola, ainda mais para pedir alguém para me ensinar.


É engraçado, isso parece coisa de filme.


Corri até a sala da direção e bati na porta, aguardando pacientemente que alguém me atendesse.


— Jimin? Olá — disse a própria diretora quando abriu a porta.


Por incrível que pareça, a diretora já decorou o meu nome pelo tanto de vezes que vim parar aqui uns anos atrás.


Eu não era um aluno fácil.


— Hã, eu posso conversar com a senhora? Por uns minutos. — Sorri doce.


Assim que me foi dada a permissão, eu passei pela porta e fui direto para uma cadeira ali.


— Diga. — A mais velha sentou-se na cadeira em minha frente.


— Hm, a minha sala vai ter uma prova de física, e… sendo totalmente sincero, eu sou um caso perdido nessa matéria.


Ela acabou por rir de mim e negou com a cabeça.


— E então…? — me incentivou a continuar.


— Hã… Eu meio que preciso urgentemente de um tutor e… queria saber se tem alguém que pode me ajudar.


— Eu sinto muito, Jimin. Todos os alunos que eram tutores estão sem tempo livre por causa dos projetos escolares.


— Oh…


Puta que pariu! O que eu faço agora?! Meus pais vão me quebrar em pedacinhos!


— Pode pedir para algum amigo seu te ajudar, ou algum professor.


Essas seriam ótimas opções se meus amigos não fossem piores que eu na escola e também se algum professor fosse com a minha cara.

Eu apenas concordei com a cabeça e me levantei para sair da sala, tentando pensar em que merda faria para salvar a minha pele agora.

Claro, se eu tivesse estudado no começo do ano, estaria tranquilo tomando até mesmo uma água de coco agora, mas estou nessa fria!

Que droga, como posso estudar sem ajuda nenhuma nesse meio tempo?!


Eu me sinto um burro.


Bufei enquanto caminhava pelo corredor da escola, ainda perdido em meus pensamentos. Quando me dei conta, já trombava com alguém que parecia tão perdido quanto eu.


— Hã, desculpa, eu estava… — Cocei a nuca e pisquei algumas vezes ao encarar Yoongi em minha frente. — Oi! Nos esbarramos de novo. — Sorrio ladino.


— Literalmente eu acho. — O menor riu sem jeito.


O Min dessa vez trajava uma camisa branca quase totalmente coberta por um colete de tricô vermelho; uma calça preta cobria suas pernas e seus tênis All Star combinavam com a cor de seu colete.


— Eu 'tô um pouquinho aéreo, foi mal — volto a me desculpar.


— Parece um pouco preocupado, o que aconteceu? — Franze o cenho, ajeitando seus óculos redondos.


— Meio que eu tenho uma prova de física e… não manjo nada disso. Se eu me der mal nessa prova, posso ficar de recuperação — resmunguei.


— Oh. — Assentiu. — Por que não pede ajuda a algum amigo?


— Então, meio que todos nós estamos perdidos. — Rio. — Preciso dar um jeito nisso, e nenhum tutor pode me ajudar por causa dos projetos da escola.


— Entendo… Bom, eu espero que consiga se resolver. — Sorriu e voltou a caminhar, ajeitando a mochila em seu ombro.


Eu concordei com a cabeça e coloquei as mãos na cintura, encarando o nada. Fiquei parado ali por uns segundos até arregalar meus olhos ao notar algo.


É tão óbvio!


Comecei a correr atrás de Yoongi e segurei seu braço, assustando-o automaticamente.


— Me ajuda! — Aponto para si.


— O-O quê…? Como assim, cara? — Ri desentendido.


— Ontem você mostrou que sabia ou gostava um pouco desse lance de física, deve saber me ajudar!


— Hã… Na verdade, eu sou bem ruim ensinando e minhas notas não são tão boas, Park — disse meio incerto. — Não acho que eu seja a melhor pessoa para te ajudar.


— Eu te dou algo em troca! — Dei um sorriso.


— Hm… Algo em troca? — Arqueia a sobrancelha. — O quê?


Ok, ele pareceu interessado. Só preciso pensar rápido.


Anda, Jimin! Use essa cabeça para alguma coisa!


— Eu… eu te apresento mais sobre o rock! — ofereço.


— Hã… por que eu ia querer isso? — Franze o cenho. — Não é muito a minha vibe e não me agrega em nada.


— É, eu sei, mas posso te mostrar e ensinar tudo que sei sobre e… prometo fazer isso ser bem divertido. — Sorrio. — Eu garanto a você! Durante essa semana, você me ensina e eu faço você se divertir enquanto aprende um pouco sobre um gênero musical incrível.


O outro pareceu pensar um pouco, já que ficou parado em silêncio.


— Não precisa me responder agora. Pode ir à minha sala no final das aulas hoje e você me diz o que acha. — Afastei-me de si, ainda sorrindo.


— Hm… Tudo bem. Pode ser — concorda. — Me fale qual é sua sala e… te darei a resposta — afirma.


— É a última do corredor A! Eu te espero então.


— Certo… — ele respondeu meio tímido e começou a caminhar sem se despedir.


Logo, comecei a saltitar feliz da vida até a minha sala de aula, já que talvez eu tivesse encontrado um ponto de luz que fosse me ajudar.


[ … ]


— Embora eu esteja animado pra isso, não vou me divertir muito — Jungkook resmungou enquanto guardava algumas canetas em seu estojo.


— Nem sei porque você se ofereceu pra esse bagulho de comitê ou sei lá o que, cara. É um baile de formatura! Tu tem que se divertir, homem — Hoseok retrucou enquanto encarava o moreno.


— Nem o Taehyung se preocupou em participar disso, e ele é do Grêmio — foi minha vez de dizer.


Como tradição, todos os anos nossa escola organiza um baile superenfeitado e bem planejado de formatura para os terceiros anos, estes que estão no último ano do Ensino Médio e logo vão para essa loucura toda de faculdade. E adivinhem só? Esse é o meu último ano.


Pois é, esse é o meu último período no colégio e chega a ser estranho dizer que faltam só alguns meses para tudo isso acabar.


Chega até parecer coisa de fim de série da Netflix.


— Se você quiser, posso te ajudar em tudo, amor, eu não me incomodo. — Tae sorriu e acariciou a cabeça do namorado, que sorriu doce.


— Que melação, gente. — Jin franziu o cenho e resmungou.


— Vocês me fazem pensar que vou morrer sozinho — Hoseok resmungou enquanto guardava suas coisas na mochila.


— Enfim, Gguk… Se precisar de ajuda, estaremos aqui.


— Obrigado. — Sorriu mais ainda.


— Esta coisa de provas finais não traz a vocês uma tristeza? É como se tudo que vivemos aqui fosse desaparecer — Taehyung disse enquanto se sentava sobre a mesa.


— Sim, cara! — Namjoon concordou. — Mas se a gente acabar se afastando depois, eu soco a cara de cada um.


— Eu não ficaria preocupado com isso; nos aguentamos por vários anos juntos, não vai ser agora que isso vai mudar.


— Hm, o Jin está certo — concordei. — Inclusive, o que acham de tocarmos alguma música na formatura? Podíamos formar uma pequena banda e falarmos com algum responsável.


— Eu gostei! Podíamos formar a mesma banda que formamos no ano passado naquele evento! — Seokjin sorriu empolgado.


— Aquele da batalha de bandas? — Hoseok franziu o cenho.


— Isso! — Sorrio apontando para si.


Eu sempre gostei muito de tocar guitarra desde que minha mãe me ensinou, e, sinceramente, eu sou muito bom.

O dia do evento da batalha de bandas foi o que eu mais me empolguei, já que estava tocando com meus amigos e me divertindo enquanto fazia o que gostava.


— Achei massa! Eu fico na bateria, o Jin no teclado, o Ji na guitarra e o Jungkook na guitarra e no vocal! — Namjoon também pareceu empolgado.


— Mas… eu tenho que cuidar de tudo… — Jeon resmungou chateado.


— Eu estou com você, uh? — Taehyung o abraçou e sorriu. — Vou te ajudar e vamos dar um jeito.


— Que baitola! — Hoseok exclamou, e todos rimos.


— Então combinado! Vamos tocar na formatura. — Assinto. — Quer dizer, isso se eu passar nessa prova, né? — resmungo.


— Ah, Ji. — Jungkook me encarou. — Encontrou alguém para te ajudar em física?


— Na verdade, eu não sei — nego. — Eu… estou esperando para receber a resposta hoje.


— Hm, então é por isso que nos fez esperar nessa sala vazia enquanto podíamos muito bem estarmos em casa almoçando? — Namjoon cruzou os braços.


— Exatamente. — Faço um coração com os dedos.


— Porra, e quando essa resposta vai vir, hein?! Eu tô com fome! — Hoseok choramingou em seu lugar.


Quando eu ia responder, ouvimos um bater na porta da sala e meu olhar se dirigiu até lá. Sorri ao encarar Yoongi ali parado e me levantei, indo até ele.


— Oi, eu… — Encarou-me. — Eu vim avisar que tenho a minha resposta. — Sorriu fraquinho.


— E aí? — perguntei, sentindo os olhares dos meus amigos queimando as minhas costas.


— Bem, hã… Eu aceito sua proposta. — Assentiu. — Vim te perguntar quando podemos começar.


Eu sorri contente ao ouvir aquilo e evitei um suspiro aliviado.


— Quando você puder! — Assenti com a cabeça.


— Ah… — Deu risada. — Amanhã depois da escola, que tal?


— Certo! — Eu sorri mais ainda.


— Então até amanhã, Park. — Curvou-se rapidamente e começou a caminhar, ajeitando a mochila em suas costas.


Eu suspirei e me virei, pronto para ir até o meu lugar de novo, até que me deparo com todos os meus amigos me lançando um sorriso safado.


— Que porra é essa? — pergunto.


— Tá de peguete novo, é? — Namjoon riu.


— Esse é o meu tigrão! — exclamou Hoseok enquanto batia palmas.


— Ei! Ei! O moleque só vai me ajudar nos estudos! Todo mundo aqui sabe que eu sou uma merda em física. — Bufei levemente irritado.


— Por que não pediu ajuda pra gente? — quem perguntou foi Jungkook.


— Quer mesmo que eu responda? Nem mesmo o Taehyung tem notas boas nessa matéria.


— Estou magoado, mas você não deixa de estar errado. — Fez bico.


— Enfim! Preciso ir para casa agora — disse enquanto ia atrás das minhas coisas e as guardava de qualquer jeito na mochila. — Desculpem fazer vocês ficarem aqui tão tarde.


— Relaxa, bebê. Mas agora vamos pra casa — foi a vez de Jin dizer e ele se levantou.


Logo, todos nós saímos da sala de aula para, enfim, voltarmos aos nossos lares.


[ … ]


A semana parece estar passando em apenas um piscar de olhos, e isso me assustava. Tenho um grande problema em lidar com ansiedade, e as datas importantes se aproximando depressa não ajudavam em nada.


— Jimin, você está prestando atenção? — O Min cutucou meu braço.


Pisquei algumas vezes e, quando dei por mim, reparei que estávamos na biblioteca da escola, com vários livros e alguns cadernos espalhados pela mesa que nos encontrávamos.


— Desculpa. — Soltei um pigarro. — Está meio difícil de me concentrar esses dias.


— Eu estou percebendo... — Suspirou. — O que podemos fazer para melhorar isso?


— Eu não sei. — Cocei a nuca. — Acho que só… preciso desfocar um pouco. — Dei um sorriso.


— Faltam poucos dias para a prova, Jimin — resmungou.


Realmente. Depois que Yoongi aceitou ser o meu tutor, nós começamos a estudar todos os dias depois da aula essa semana, e até que isso estava dando certo, mas agora consigo me distrair facilmente com coisas inúteis.


— Eu sei… Sinto muito. Prometo prestar atenção agora.


O menor concordou com a cabeça e voltou a ler um dos livros.

Soltei um suspiro e meu olhar caiu em si. Hoje ele usava um suéter da cor amarela, uma calça branca e seus tênis All Star dessa vez eram amarelos, para combinar com a blusa.

Uma coisa que reparei em Yoongi depois que começamos a nos encontrar todos os dias é que ele sempre fazia questão de combinar as cores dos tênis com as cores das camisas ou blusas que usava. Isso era extremamente fofo!

Ele parecia até mesmo um bonequinho de uma criança que sempre que podia trocava as suas roupas e…


Estou viajando de novo.


— Jimin! — Minha atenção foi chamada novamente pelo Min e eu encarei seu rosto.


— Desculpa, desculpa, desculpa! — peço, ajeitando-me na cadeira ao seu lado.


— Aish… Isso não está dando certo. — Fechou o livro que usava e se levantou.


Acompanhei-o com os olhos e me senti um pouco mal. Sei que sou um caso perdido, mas ver as pessoas desistirem assim de mim todas as vezes me deixa magoado.


— Vamos para outro lugar! — disse.


— O quê? — Franziu o cenho. — Como assim?


— A biblioteca não é mais um lugar onde você pode se concentrar. É bom mudar de ares de vez em quando. — sorri.


— Oh… — Levantei-me. — Tem algum lugar em mente?


— Hm… — Nega com a cabeça. — Para onde normalmente gosta de ir?

Eu soltei um sorriso largo.


— Já sei! Você vai adorar! — Começo a caminhar.


— Como tem tanta certeza disso? — Ri, acompanhando-me.


— Bem, se não gostar, ao menos finja que sim — resmungo.


Ele riu mais ainda e concordou de novo.


[…]


Viemos parar no estacionamento, e eu fui até Queen, abrindo a porta do passageiro para Yoongi.


— Esse carro é seu? — Riu baixo. — Sempre pensei que fosse de… sei lá, algum professor.


— O quê? Por quê? — Coloco as mãos na cintura.


— Ele é antigo e é bem a vibe do meu professor de matemática. — Riu.


— Bem, ele é importante pra mim, e consegui o comprar com meu próprio dinheiro. — Dei um sorriso ao entrarmos no carro.


— Isso é bem legal, Jimin — disse enquanto colocava o cinto de segurança. — Mas enfim, para onde vamos?


— Vai saber quando chegarmos.


Dei partida no carro e foi fácil sair dali, já que não havia quase nenhum outro veículo estacionado.

Precisei dirigir por quase meia hora. A viagem foi um pouco silenciosa, mas sempre que podia, eu tentava puxar algum assunto com Yoongi, que já provou para mim que é um pouco tímido.


— Uma sorveteria? Jura? — Ele me encarou ao sair do carro.


— A melhor que tem! — Segurei seu pulso e comecei a caminhar até o comércio, carregando com outro braço dois livros e um caderno. Minha mochila também estava suspensa por uma alça em meu ombro esquerdo.


— O que tem de tão especial? — perguntou enquanto passávamos pela porta de vidro.


— Ela é decorada fielmente com coisas e referências dos anos 80. As músicas também são dessa época — expliquei com um sorriso.


— Isso é… incrível. — Olhou em volta, um pouco impressionado. — Nunca visitei um lugar assim antes.


Nós nos sentamos em uma mesa próxima a uma janela, e eu fiquei em frente a ele ali. Eu o vi depositar um caderno e os livros ali e fiz o mesmo.


— Você gosta muito dessas coisas, não é? — Ele me encara. — Digo, dos anos oitenta, setenta… Gosta muito do rock antigo também, ao que parece, você só fala disso.


— Gosto. — Sorri doce. — Meu avô quem me fez gostar muito disso tudo. Ele sempre fazia questão de me contar histórias de como o rock mudou a sua vida e tudo mais! Era incrível.


— É por isso que gosta tanto?


— Em boa parte. — Assenti. — Essas coisas, principalmente o rock, faz com que, de alguma forma, eu me sinta próximo do meu avô de novo.


— Vocês não conversam mais? — Franziu o cenho.


— Ele não está mais aqui… Não está mais aqui comigo.


Sempre que toco no assunto do meu vô, uma parte de mim parece querer desmoronar.

Éramos verdadeiramente muito próximos e todos os dias me perguntava o porquê de ele partir.


— Sinto muito — lamentou quando pareceu entender. — Hm, aquele dia que nos falamos pela primeira vez, você disse qual era a sua banda favorita.


— Uhum. — Sorri. — É o Pink Floyd. Meu quarto está cheio de pôsteres e minha estante tem bastante CDs… Ah! Eu tenho alguns discos também!


O moreno sorriu enquanto me encarava.


— Nunca ouvi uma música deles, eu acho.


— Jura? — Franzi o cenho. — Eu resolvo!


Ao dizer isso, eu abri rapidamente a minha mochila e tirei dali um walkman azul escuro.


— Jimin, o que é isso? — Riu com o cenho franzido.


— Nunca viu? O meu pai que me deu. — Estendo-lhe os fones. — Mesmo sendo um presente precioso, eu gosto de andar com eles na mochila. — Sorri. — Às vezes abandono meus fones, e acho que a experiência pra você vai ser mais legal.


Ele pegou as partes do fone com cuidado e os colocou nas orelhas após encaixar em sua cabeça.


— O meu pai fez questão de gravar algumas músicas da banda nessa fita — expliquei enquanto encarava a caixinha.


Dei play na música e enfim ela começou. Analisei Yoongi, que pareceu prestar atenção na melodia e acabei por sorrir.


Passamos algumas horas ali tomando sorvete, escutando músicas, conversando sobre algumas bandas e, sim, acabamos por esquecer de estudar. Assim que notamos que começou a escurecer, resolvemos que era hora de voltar.


— Eu me diverti hoje, Jimin. — Sorriu doce, olhando-me pela janela do carro. — Mas da próxima vez vamos nos concentrar nos estudos, ok?


— Sim, senhor! — concordo. — Até amanhã, Yoonie.


Ele pareceu surpreso com o apelido e apenas deu um sorriso e encarou o chão.


— Até amanhã, Ji — respondeu baixinho e começou a caminhar até a porta da frente.


Eu dei um sorriso bobo e neguei com a cabeça, dando partida no carro em seguida.


[ … ]


— Aish… Já é nossa quarta aula e eu ainda não consegui fazer você entender isso — Yoongi resmungou enquanto apontava para um dos livros em nossa frente.


— Sinceramente, o problema não é você, Yoon. Já te disse, eu sou meio burro. — Dei de ombros.


— Você não é burro, Jimin — repreendeu-me. — Só… preciso pensar em outra coisa.


Eu concordei com a cabeça em silêncio, um pouco chateado por ver que estava o fazendo se esforçar tanto.

Nós dois resolvemos estudar em uma praça próxima a escola, mas, mesmo parecendo, aqui não é um bom lugar para se concentrar. Quando eu percebo, já estou encarando fixamente algum passarinho ciscando o chão e…


— Já sei! — o menor exclamou.


— Ai, diacho! — Levo uma mão ao peito. — Já sabe o quê?!


— Dessa vez vamos ao meu lugar favorito — Sorriu, levantando-se.


Eu franzi o cenho e me levantei também, ainda um pouco perdido.


— 'Tá legal…? — Coloquei as mãos nos bolsos da jaqueta assim que pegamos nossas mochilas.


Depois que fomos até onde Queen estava estacionada, logo pegamos estrada enquanto Yoongi me indicava o caminho que deveria pegar. Desde que começamos a andar e estudar juntos, não estou chegando tão cedo em casa justamente por causa dessas saídas espontâneas que damos de última hora.

Não sei quanto tempo levamos para pararmos o carro em frente a um planetário. Confesso estar bem surpreso.


— Por que aqui? — Encaro-o.


— É um bom lugar para ensinar, vai? — Sorriu. — E… sei lá, é um lugar novo, vou ficar feliz se ficar comigo.


— Hm… tudo bem. — Assenti.


Assim que entramos, não deixei de olhar tudo em volta. Havia várias coisas para prestar a atenção, mas Yoongi já parecia conhecer tudo, já que só caminhava direto para algum lugar.


— Não acho que tenha muita gente aqui agora… Vou te mostrar uma coisa legal. — Puxou-me pelo braço e me arrastou até uma grande porta.


Assim que entramos, eu arregalei os olhos ao notar que estávamos dentro de uma grande esfera escura, e logo no meio havia uma espécie de reprodutor. A sala estava vazia, talvez justamente pelo horário, assim como Yoongi disse.

Observei várias cadeiras espalhadas pelo vasto local, e Yoongi voltou a me arrastar até que eu me sentasse em uma.


— Hm… Eu devia perguntar o que vamos fazer?


— Fique quieto.


— Mais delicado que isso só um coice — murmuro.


Observei-o enquanto ele se sentava ao meu lado e me assustei quando as luzes fracas dali se apagaram totalmente. Franzi o cenho por longos minutos, até me surpreender quando notei tudo em volta tomar um tom azulado e vários pontinhos brancos começaram a aparecer. Era um céu estrelado.


— Que foda! Ai! — Fiz um bico ao sentir Yoongi me acertar um tapa no braço e acariciei o local atingido.


— Precisa prestar atenção! Sua prova terá esse assunto, Ji — repreendeu-me e voltou a olhar para o céu falso.


Após concordar como um cachorrinho, eu também voltei a prestar atenção e pisquei algumas vezes ao ouvir uma voz masculina e um pouco robótica ecoar pelo local. Logo, algumas coisas começaram a ser explicadas por aquele moço, e eu sorri por acabar me lembrando das aulas que dormi.


Seria muito mais irado se as outras aulas fossem assim.


Não evitei dar uma espiadinha em Yoongi, e este se encontrava com seus olhos de cristais brilhando enquanto ouvia e observava tudo com atenção com um sorrisinho discreto no rosto.


É tão fofo!


Eu me assustei quando seus orbes se direcionaram a mim, pegando-me no pulo, já que eu ainda estava o olhando. Por algum motivo, ficamos nos encarando por sei lá quanto tempo. Eu me sentia hipnotizado. Logo, ambos sorrimos juntos e voltamos a prestar atenção na aula.


[…]


— Você gosta bastante desse lance de estrelas, céu e essas coisas, né? — perguntei enquanto caminhava ao seu lado em direção ao meu carro.


A "aula", se é que posso chamar assim, foi bem divertida e interessante. Estava surpreso em ter ficado tão fascinado com nosso universo.

Agora saímos do planetário juntos, já estava tarde. O céu tinha aquele famoso tom alaranjado e as nuvens pareciam ser cor de rosa. Era uma boa vista.


— Astrofísica é bem divertida e interessante. Meus pais sempre gostaram disso, e eu acabei me apegando também… Fico feliz que o conteúdo da sua prova tenha um pouco sobre isso — disse com um sorriso. — O universo é tão vasto e cheio de coisas para descobrir… Talvez eu queira isso para o meu futuro.


— Olha, tenho certeza que você se daria bem. Sua paixão pelo céu parece ser a mesma paixão que sinto pela música. — Dei um sorriso e fui retribuído.

— O que quer fazer no futuro, Ji? Digo… depois da escola.


— Hm, boa pergunta… Eu nunca pensei sobre isso, acredita? Mas não estou preocupado… Prefiro levar um dia de cada vez enquanto curto o meu presente, já que não tenho certeza do futuro.


— Oh… — Pisca algumas vezes. — Que profundo. — Riu baixo.


— Tenho quase certeza que vi essa frase no Pinterest. — Franzi o cenho, provocando uma gargalhada no Min.


Eu sorri e encarei meu Opala vermelho ali, parado em nossa frente.


— Hm… Acho que agora preciso te levar para a casa — murmurei ao encarar o mais baixo.


Ele concordou com a cabeça e sorriu fraquinho.


— É… — Ajeitou os seus óculos.


Ficamos um tempo parados em silêncio, como se não quiséssemos sair dali.


E, de fato, eu não queria que fossemos embora agora. Ultimamente tem sido sempre assim, acho que Yoongi se tornou alguém importante para mim e sua presença me agrada.

Conhecê-lo aos poucos enquanto fazemos coisas aleatórias e divertidas juntos me faz feliz.


O Min se tornou um… bom amigo.


Olhei para o céu e algo me surgiu à cabeça.


— Antes… — Pigarreio. — Quer ir em um lugar comigo? — perguntei baixinho com um sorriso.


Ele pareceu me encarar curioso e sorriu pequeno.


— Quero! — aceitou sem hesitar. — Aonde vamos?


— Você vai ver. — Abro a porta do carro para o moreno e o vejo sorrir mais ainda.


Depois de entrarmos no carro, eu dei partida e seguimos o caminho.


[ … ]


— Você me trouxe para o meio do mato? — perguntou o mais baixo enquanto olhava pela janela do carro — Estou com uma impressão que você vai me matar e esconder meu corpo, Jimin.


— Talvez — resolvi brincar e o encarei.


Ele me olhou por uns segundos em silêncio e me acertou um tapa, o que me fez rir.


Depois de um tempo dirigindo, viemos parar em um parque aberto e pouco iluminado. Yoongi ainda estava um pouco perdido, sem entender. Quando parei o carro em meio a um campo aberto, eu tirei o cinto de segurança e abri a porta.


— Aonde você vai…? — perguntou com o cenho franzido.


Depois de pegar minha mochila, meu celular e meu fone dali, sorrindo para o Min, fui até o lado do passageiro e abri a porta para ele.


— Vem. — Estendi uma mão.


— Hm… — Segurou a minha mão e saiu dali.


Logo, eu subi em cima do carro sendo acompanhado pelo olhar de Yoongi e me deitei sobre o teto do veículo. Após rir, o Min me acompanhou e fez o mesmo que eu, ficando ao meu lado.


— Por que quer ficar aqui? — perguntou ao virar o rosto e me encarar.


— As estrelas ficam bonitas aqui. — Apontei para o céu.


— Jimin… — Sorriu ao olhar para onde eu apontava.


— Toma. — Entrego-lhe um lado dos fones. — Aquele dia não pudemos ouvir música juntos porque queria que ficasse com meu walkman, então decidi que hoje vamos ouvir no meu celular mesmo.


— Tudo bem! — Colocou o fone no ouvido e sorriu fraquinho.


Eu o encarei disfarçadamente e sorri ao ver que seus olhos brilhavam enquanto seus lábios formavam um sorriso doce e talvez… feliz?


Ele virou a cabeça e apoiou um pouco a mesma em meu ombro, o que fez meu coração acelerar repentinamente. Não liguei para aquilo e só soltei um suspiro, mordendo o interior da bochecha em seguida.

E o restante do nosso tempo juntos foi assim. Eu e o Min deitados juntos, em cima do teto de Queen, enquanto víamos as estrelas e ouvíamos a minha playlist inteira do álbum The Wall do Pink Floyd.

Eu gostava da companhia de Yoongi, gostava de como nos dávamos bem juntos e eu não queria perder isso.


[ … ]


Depois daquele dia, eu me revirava em ansiedade. Faltava pouco para aquela maldita prova de física, e eu não aguentava mais aquele nervosismo.


— Jimin, fica calmo — Jungkook estava tentando me tranquilizar enquanto afinava sua guitarra.


Eu, ele e Hoseok estávamos na sala de música da escola.


— Você não precisa ser excelente, firmeza? Precisa do mínimo para passar — foi a vez de Hoseok me acalmar.


— Mas aí só vou provar que sou burro mesmo. — Encaro minha guitarra em minhas mãos e suas cordas.


— Ei! Não é porque não se dá bem numa matéria que você é burro, Jimin! — o Jeon me repreendeu. Ele odiava quando eu mesmo me colocava para baixo.


— Não vai ser uma prova que vai determinar a sua inteligência, Jiji. Você está se esforçando, e essa matéria realmente é um saco. — Hope sorriu.


— Sei que vai se sair muito bem! Você é bem mais do que uma nota — o Jeon acrescentou e também deu um sorriso.


— Puts, por um pouquinho eu não choro. — Ri e voltei a dar atenção ao meu instrumento.


— Mas e aí? Como está indo com o Yoongi?


— Hm? — Encarei-o. — Ah! Muito bem! Saímos bastante e ele é simplesmente adorável, cara! Eu adoro quando…


— Acho que Jungkook quis dizer como estão os estudos com ele. — O Jung me olhou e sorriu de lado.


— Oh… — Concordei com a cabeça e ri sem graça.


— Hm, não sabia que estava gostando do seu tutor… Você realmente não conta nada pra gente.


— O quê?! Eu não estou gostando dele! — Franzi o cenho indignado.


— É, e o Jungkook detesta presilhas. Nós dois sabemos que não é verdade.


O Jeon riu e deu um tapa em Hoseok.


Que bobagem! Eu não estou gostando do Yoongi. Apenas aprecio a companhia dele e o acho fofo.


Somos bons amigos.


Colegas.


Brothers!


[ … ]


— Deu para entender? — o Min perguntou enquanto se ajeitava em minha cama.


Dessa vez, nós dois não pudemos sair para algum lugar diferente por conta da chuva, então decidi chamar Yoongi para vir almoçar em casa e estudar comigo por umas horinhas.


— Eu acho que sim. — Balancei positivamente a cabeça enquanto encarava fazia anotações em meu caderno.


— Está nervoso com a prova? — Colocou uma mão em meu ombro e eu encarei a mesma.


Aquilo que Jungkook e Hoseok disseram mais cedo não saía da minha cabeça por algum motivo, mesmo sendo algo bobo.


— Bem, um pouco sim… Tenho medo de acabar te decepcionando.


— Me decepcionar? — Franziu o cenho. — Por que eu me decepcionaria?


— É que… está me ensinando há tanto tempo e se dedicando tanto, me preocupo em acabar indo mal, sabe?


Eu me sentia enjoado por algum motivo. Só em tocar no assunto da prova, eu ficava estressado e com um mal-estar.


— Park, que bobagem! — Sorriu enquanto negava com a cabeça. — Não se preocupe com isso, eu gosto de te ensinar e estou gostando do tempo que estamos passando juntos.


Sorri fraquinho enquanto encarava um ponto aleatório.


— Fico… feliz. — Suspirou.


— Ah, você por acaso quer que eu te ensine no final de semana? Sinceramente, acho que não precisa mais das aulas. Você está mandando bem e acho que entendeu o que precisava. — Sorriu doce.


— O quê?! — Franzi o cenho — É claro que eu quero! N-Não pode me deixar! E-E se eu desaprender tudo e…


Meu corpo inteiro estava uma confusão.


Minhas mãos tremiam e parecia que a qualquer momento eu iria vomitar. Meu coração batia aceleradamente de forma dolorida e isso estava me deixando louco.


— Jimin, está tudo bem? — Franze o cenho. — Sério, o que foi?


— E-Eu não sei… — resmungo. — Desculpa.


Eu nunca fui de me importar muito com provas ou com a escola, eu sempre acabava deixando de me importar e só pedia cola depois, mas agora tudo depende somente de mim.


Não me considerava um aluno ruim antes, mas agora…


Sinto-me ansioso todas as vezes que penso na prova e parece que tudo vai dar errado. Sempre que não entendo algo de primeira, eu me sinto burro e parado no mesmo lugar.


Que droga estava acontecendo?!


— Ok, tudo bem… Você só está sobrecarregado, isso é normal.


Sua mão foi até a minha nuca e começou a acariciar aquela região. Meu coração pareceu desacelerar aos poucos e voltar ao seu ritmo normal assim que senti o Min.


— Vamos desfocar um pouco dos estudos, ok? Vamos… sei lá, conversar. — Assente.


Eu encarei seus olhos e sorri fraco, assentindo com a cabeça.

O Min olhou em volta e pareceu focar na minha guitarra no suporte que ficava no chão.


— Você toca?


— Uhum. — Assenti com a cabeça e me levantei, indo até meu instrumento e pegando o mesmo.


— Eu posso ouvir?


Ri com o pedido e deixei a guitarra de lado para tirar o suéter que já me esquentava.

Ajeitei a camisa branca de manga curta em meu corpo e concordei com a cabeça, tentando pensar no que tocaria, já que estava um pouco enferrujado.

Como quero me apresentar para todos na escola no final do ano, sendo que nem ao menos ensaiei um pouco?

Pelo menos vamos ter duas semanas depois das provas para ensaiar o quanto quisermos.

Eu, que antes já estava viajando em meus pensamentos, encarei Yoongi, que estava encarando um ponto fixamente.


Sabe aquela cena do desenho do Máskara quando seus olhos saem e voltam exageradamente? Pude ver exatamente essa reação da parte dele ao perceber minha tatuagem cobrindo a costela.

Minha camisa era um tanto quanto transparente, por isso a escrita grande e permanente ficava um pouco visível.


— Você tem uma… tatuagem? — perguntou quando me encarou novamente.


— Tenho. — Concordei com a cabeça, começando a afinar a minha guitarra.


— Ah… — Pisca várias vezes — O que está escrito…?


— Nevermind — resmunguei concentrado.


— Qual é a tradução? — perguntou.


Ele parecia curioso.


— "Deixa pra lá".


Ele pareceu confuso e ainda mais intrigado, pude notar isso por sua expressão.


— Por quê…?


— Nevermind é o nome de um álbum do Nirvana, e esse foi o último que escutei com meu avô. Ele gostava bastante — expliquei com um sorriso fraco.


Yoongi ficou um pouco em silêncio. Parecia tentar escolher as palavras certas para encaixar em uma frase adequada.

É algo fofo nele, ele pensa bastante antes de dizer algo, diferente de mim.


— Entendo. — Sorriu fraco. — Acho bacana como fala do seu avô. Ele com certeza foi alguém muito legal.


— Ele me ensinou muito e era incrível em tudo que fazia. — Dei um sorriso nostálgico. — Sinto saudades.


— Imagino que sim. — Acaricia minhas costas. — Eu sinto muito.

Neguei com a cabeça e soltei um pigarro.


— Já sei o que tocar! — disse com o objetivo de mudar de assunto.


— O quê? — Ajeitou-se e me encarou com atenção.


Soltei um suspiro e segurei a palheta da guitarra entre meus dedos, deslizando-a pelas cordas e iniciando uma melodia conhecida por mim.

O Min me encarava com atenção e com um lindo e largo sorriso nos lábios.


— De que música é essa melodia? — perguntou.


— Se chama Late night do Pink Floyd.


Essa música, por algum motivo, sempre me vinha à mente quando Yoongi estava comigo. Talvez, de alguma forma, a letra me lembre dele.


Mas, por quê?


É uma música romântica, certo?


Aish, isso estava me deixando louco.


— Como é a letra da música? — Tirou-me de meus devaneios com a pergunta.


— Hm? Ah… — Pensei um pouco e voltei a tocar desde o início, recordando-me da letra aos poucos. — When I…


Quando ia começar a tocar, fui interrompido por minha mãe abrindo a porta do quarto para alertar que os pais de Yoongi estavam ali para buscá-lo.


— Talvez outro dia. — Encarei-o com um sorriso.


O Min soltou um suspiro e concordou com a cabeça, levantando-se e ajeitando suas coisas.

Depois desse dia, o final de semana passou rápido como um raio. Eu e Yoongi estudamos um pouco juntos e, de certa forma, eu estava seguro com relação a prova, mas, mesmo assim, não podia evitar o meu estômago de se revirar inteiro. A qualquer minuto eu vomitaria.

Esperava ansiosamente as provas serem entregues aos alunos da minha sala de física enquanto mordiscava todas as unhas de meus dedos, sem exceção. Pensava em qualquer coisa que pudesse me acalmar, mas tudo falhava.


Até que certa pessoa me veio à cabeça e eu sorri inconscientemente.


Todos os passeios e conversas que tive com Yoongi vieram à minha cabeça e eu soltei um suspiro, sentindo meu coração se acalmar aos poucos.

Quando dei por mim, a minha prova já havia sido entregue e eu me apressei em responder.

Cerca de meia hora se passou e finalmente finalizei a minha avaliação, assim, resolvi que seria melhor sair da sala de aula para espairecer um pouco. Ainda estava nervoso e com medo do resultado final, mas, antes de tudo, estava aliviado por enfim tudo ter acabado.

Passando pela porta, me deparei com Yoongi ali sentado no chão do lado de fora da minha sala e, quando ele me viu, se levantou rapidamente.


— Oi!


— Oi… O que você está fazendo aqui? — perguntei com um sorriso e coloquei as mãos no bolso.


O menor piscou algumas vezes e coçou a nuca.


— Ah, eu… queria saber se… N-Na verdade, eu estou horário vago de aula e… — Ele pareceu se enrolar enquanto encarava tudo, menos o meu rosto.


Eu dei um sorriso contente e me aproximei, abraçando-o de um jeito apertado.

O Min pareceu confuso já que demorou algum tempo para retribuir o abraço, mas seus braços logo alcançaram meu pescoço e, quando notei, já estávamos como dois idiotas abraçados na frente da porta de uma sala de aula. Com certeza, qualquer um nos olharia estranho.


— Por quê…?


Sua pergunta alcançou meus ouvidos e eu sorri mais ainda.


— Obrigado, Yoon. De verdade — falo com um sorriso.


Ele apertou meus ombros, e eu acariciei suas costas.

Poderia ficar ali o resto da minha vida inteira que jamais reclamaria.

O Min me deixa bem e confortável. Nós nos aproximamos tanto em apenas uma semana inteira e, por algum motivo, meu coração batia forte só de pensar estar com ele.


Isso é bem louco.


Estar com ele é louco.


Sentir meu coração pulsar fortemente em meu peito só por estar próximo a ele é louco.


Acho que eu quem estou ficando maluco.


[ … ]


— Falta uma semana para a formatura e para a festa, como vocês se sentem sabendo que já, já seremos formados no Ensino Médio? — Namjoon perguntou enquanto se ajeitava atrás de sua bateria.


— Acho que nunca pensei que íamos sair daqui. Porra, eu nem sei o que fazer depois — Jungkook comentou enquanto se ajeitava no chão da sala de música.


— Gente, deu de tristeza por hoje. Ainda falta mais uma semana pra aproveitar tudo aqui, cara. Relaxem um pouco — Jin tranquilizou os dois e deu um sorriso.


Eu, que estava mais perdido que azeitona em boca de banguela, já que não prestei atenção em nada por estar aéreo, resolvi nem comentar.

Nesses dias, o baile de formatura é a coisa mais falada na escola inteira, afinal, é um evento muito importante para os alunos.


Mas, tinha algo que me deixava encucado.


— Com quem vocês vão pra festa de formatura? — decidi perguntar.


— 'Carai, boa pergunta. — Joon franziu o cenho e cruzou os braços.


— Não tenho ninguém pra chamar… Acho que vou sozinho — Seokjin disse indiferente e deu de ombros.


O Kim o encarou por uns minutos e silêncio.


— Aí, Jin! Quer ir comigo ao baile?! — Namjoon perguntou com um sorriso.


— Tá me estranhando, fi?! — Franziu o cenho.


— Não como um casal, porra! Como amigos! Assim a gente não fica sozinho.


— Hm… — Pensou um pouco. — Falou… Então vou com o Namjoon.


— E eu com o Jin! — Sorri.


Eu e Jungkook demos risada, e eu o encarei o citado em seguida, esperando uma resposta, mesmo que já fosse óbvio.


— Taehyung vai me acompanhar. Temos bastante coisa pra resolver, mas ainda podemos curtir um pouquinho a festa. — O Jeon sorriu doce e voltou a afinar a sua guitarra vermelha. — Com quem você vai, Ji?


Aquela pergunta fez meu corpo ficar todo coisado.


Meu coração acelerou e eu senti uma sensação de várias mariposas no estômago.


Mariposas?


Tenho quase certeza que algo 'tá errado.


— Hm, eu… Bem, seria maneiro chamar uma pessoa aí, mas… — murmurei enquanto brincava com as cordas da minha guitarra.


— E quem é essa pessoa? — Joon perguntou com um sorriso de canto.


— Alguém aí — resmungo.


Era idiota tentar disfarçar, já que estava bem na cara.

Eu queria convidar o Yoongi. Seria divertido se fossemos juntos e, aish! Só de imaginar passar a noite inteira com ele sendo meu par já me deixa de novo com lagartas no estômago.


Lagartas?


Ainda acho que esse negócio não tá certo.


Mas enfim, como o chamaria? Se eu chamasse, eu já deixaria na cara que talvez eu estivesse sentindo algo por ele? E se ele não se sentir assim? Porra! Eu nem sei se ele gosta de caras!

Estava prestes a bagunçar meus cabelos em frustração quando lembrei que dei muito duro pra manter meu penteado.


[ … ]


Quando parei de querer acabar com penteadinhos indefesos, decidi que seria melhor só chegar em Yoongi e perguntar de uma vez se ele quer ser meu par. Por isso mesmo que, depois do ensaio da banda, eu procurava o indivíduo em tudo que é canto dessa escola como um psicopata, o que é bem preocupante na verdade.


O foda é que não o encontrei em lugar nenhum.


— Cadê esse homem?! — Franzo o cenho, colocando as mãos na cintura ao parar de caminhar.


— Oi, Ji.


Ao ouvir uma voz familiar, eu quase pulei de susto no mesmo lugar.

Encarei Yoongi, que antes estava atrás de mim, e sorri um pouco abobado quando notei suas roupas.

Ele vestia um sueterzinho verde, combinando (para variar) com seus tênis All Star também da mesma cor.


Parando pra pensar, esse cara deve ter uma coleção infinita de All Star em casa.


Ok, Jimin! Foco!


— Oi. — Dei um sorriso de canto e coloquei minhas mãos dentro dos bolsos da minha jaqueta.


— Parecia procurar alguém agora pouco.


— Hm? Ah, pois é… — Dei uma risada fraca. — Esse alguém é você. Tenho algo para te perguntar.


— Sério…? — ele me perguntou isso e, por algum motivo, seus olhos começaram a brilhar.


Ele parecia estar com esperança de algo.


Não sei bem o quê.


— Hm… Eu…


Céus, encarar essa coisa pitiquinha na minha frente enquanto tento a chamar pra um baile é bem mais difícil do que imaginei.


— Você, por acaso… — Suspiro.


E se ele disser não? E se ele não gostar de mim ou achar estranho? São tantas coisas!


Eu não me preparei pra isso!


— Você, por acaso, vai ao baile de formatura? — perguntei a primeira coisa que me veio à cabeça.


Um sorriso grande apareceu em seus lábios.


O que deu nele hoje?


— Vou! — Balança a cabeça várias vezes positivamente. — Você vai?


— Vou. — Cocei a nuca, ficando em silêncio em seguida.


Céus!


— Você… estava me procurando só para perguntar isso? Não tem… mais nada? — quebrou aquele desconforto silencioso com uma pergunta.


— O quê? Ah, tem sim, hã... Tu tem gato? Moleque, meu gato 'tá vomitando umas 'bola de pelo, e eu ‘tô preocupadão, sabe? Eu nunca vi essas coisas.


— Mas… você não tem um gato. — Franze o cenho.


— Puts! Eu não tenho um gato! Então problema resolvido, é isso, tchau! — Sorri sem graça, começando a caminhar rapidamente.


Foi assim que deixei Yoongi para trás, mais perdido do que cego em tiroteio.


Eu sou um idiota!


Idiota!


[ … ]


— E aí pum! Fogos de artifício! — Hoseok gesticulou as mãos ao céu.


Uma semana já se passou, e eu ainda estava em meio a minha missão de chamar o Yoongi para o baile, algo que estava se tornando impossível de ser executado sozinho, por isso mesmo fui pedir ajuda aos meus amigos.


Foi uma péssima ideia.


Desde minha última tentativa, devo dizer que o Min parecia mais surtado do que eu. Semana passada, por exemplo, ele chegou com suas orelhas vermelhinhas gaguejando algo como "você... quer" e foi embora!


Tudo bem que acho que não posso falar nada depois do lance do gato vomitando.


— E o Jimin vai arrumar dinheiro pra isso tudo como, Zé? — Namjoon retrucou.


— Ah, é — resmungou e se sentou no chão da sala de música.


— E se o Jimin só pedisse de um jeito simples? — o Jeon comentou, cruzando os braços.


— O simples é chato — dessa vez, foi Jin quem reclamou.


— Hm, o Jimin deveria enviar somente uma mensagem perguntando, isso evitaria um constrangimento. — Taehyung também resolveu fazer parte dessa loucura de ideias.


— Vocês vão me deixar louco! — Bufei e baguncei meus cabelos, já que não estava usando nenhum penteado hoje.


— Tu tem que parar de ser medroso e só ir fundo, cara! — Hoseok disse, encarando-me. — E outra, se ele não aceitar, muita gente ficaria feliz em te acompanhar.


— Mas… eu queria ir com ele. — Faço um bico chateado.


— Ownt… Você está gostando dele. — Jungkook sorriu bobo.


Revirei os olhos e senti meu rosto esquentar.


— Tudo bem, clã! Vamos pensar em algo para ajudar nosso menino a convidar o boy dele! — Jin disse, já empolgado.


Eu sorri e voltei a prestar atenção nas ideias malucas e inovadoras dos meus amigos, até que encarei o nada e pensei por uns minutos.

Meu coração acelerou ao pensar em algo e eu dei um sorriso largo.


— Acho que tive uma ideia! — soltei, chamando a atenção de todos.


[ … ]


Finalmente o tão esperado dia havia chegado, e eu me sentia nervoso. Fazia um bom tempo que não me apresentava, mas sabia que, quando começasse a tocar, toda essa agonia ficaria para trás.


— Tudo bem, vamos tocar daqui a pouquinho, então espero que todo mundo venha logo — Jeongguk resmungou enquanto se aproximava de mim no palco, deixando sua guitarra num canto.


Eu sorri ao encarar novamente suas roupas.


Jungkook trajava uma camisa social branca com mangas que quase cobriam suas mãos inteiras, nem mesmo o blazer da cor rosa claro combinando com sua calça era capaz de cobrir as mangas da camisa. Em seus pés, encontravam-se tênis All Star pretos, não chamando muita a atenção.


— Você desfez de novo essa gravata? — Cerra os olhos em minha direção.


— Ela aperta muito, Jungkook! Pareço até um cachorro em uma coleira — choramingo.


— Ai, eu desisto. — Suspirou.


Eu vestia uma calça justa preta, uma camisa social da mesma cor com os dois primeiros botões abertos, botas pretas cano alto e uma gravata borboleta vermelha desfeita em meu pescoço.

Claro que Jungkook e minha mãe queriam que eu estivesse todo engomadinho feito um príncipe (ou quase) da Disney, mas esse negócio não é muito comigo.


Mas, de qualquer forma, eu sou bonitão e é isso que importa.


Eu queria ver como Yoongi está antes do show começar.


— Você acha que ele chegou? — Olhei para Jungkook, que deu de ombros.

— Já tem muita gente… Vá ver, eu cuido de tudo e espero os outros. — Sorriu.


Após também dar um sorriso e sair às pressas do palco por uma escadinha ali, começando a caminhar por aquele tanto de gente, fiz um bico chateado, já que demoraria séculos para achar o Min com tudo isso de gente.


— Jimin?


Estou começando a achar que, quando pensamos no nome de Yoongi, a gente acaba invocando ele sem querer.


— Yoon! — disse ao me virar e encarar seu rosto, quase soltando um grito de pura boiolice ao vê-lo com mais clareza.


Ele usava uma camisa branca com as mangas um pouco dobradas, uma calça jeans da cor preta e seus famosos pares de All Star da cor amarela. Algo fofo que chamava a atenção era a pequena rosa amarela de plástico que enfeitava o bolso lateral de sua camisa.

Seus cabelinhos um pouco grandes estavam meio ondulados e ele não usava óculos hoje.


Tenho vontade de tomá-lo em meus braços e não largar mais!


Que inferno!


Ok, perdão o surto.


— Você está… incrível — disse com um sorriso e achei fofo seu rosto ficando um pouco vermelho.


— Você também, Ji. — Sorri doce.


Ficamos ali, encarando-nos com sorrisos bobos feito dois completos idiotas.


— Hm… Você veio com alguém? — resolvi perguntar, já que não havia visto mais ninguém com ele.


— Na verdade, eu vim sozinho. Queria ter uma certa pessoa de acompanhante, mas… Ela não me pediu, e também não tive coragem de pedir. — Sorri sem graça. — Você veio com alguém?


— Não. — Nego com a cabeça. — Também não… tive coragem de pedir pra uma certa pessoa me acompanhar, e ela também não me pediu.


Encarei seus olhos de cristais e meu coração acelerou.

A música alta, as pessoas, tudo pareceu desaparecer em instantes. Éramos só eu e ele, e foi aí que percebi o quão rendido eu estava.

E, depois de nossas declarações a segundos atrás, tudo pareceu ficar tão óbvio.


Queríamos estar juntos. Queríamos ser um o par do outro.


Claro, eu também posso estar biruta.


Talvez isso seja coisa da minha cabeça, mas…


E se não for?


Isso só me enchia de mais esperanças.


— Você vai ver o show, certo?


— Hm? Oh, claro. Quero ver vocês tocando. — Sorriu fofo.


— Então vem, não vai ver nada aqui.


Eu segurei a sua mão e comecei a puxar o outro na direção do palco, para que pudesse ficar pertinho dali.


— Eu vou precisar subir agora, mas… Logo estarei com você, tudo bem? — Dei um sorriso de canto e o vi concordar com a cabeça.


— Vou te esperar.


Eu suspirei com aquela frase e rapidamente fui até as escadinhas, subindo ali e vendo Namjoon, Jin e Jungkook já com seus instrumentos.


— Tá bonitão, hein? — Esse foi Jin, que sorria para mim.


O Kim vestia uma camiseta roxa de mangas curtas, uma calça jeans rasgada e um suspensório escuro que ligava ambos.


— Você também. — Dei um sorriso e fui até minha guitarra.


No momento, ninguém estava prestando atenção no palco, afinal, estavam ocupados demais prestando atenção na música e em dançar e conversar. Apenas conseguia notar uma pessoa em específico olhando diretamente para nós.

Não que eu seja a pessoa mais concentrada do mundo — aliás, eu realmente me pergunto se eu tenho algum problema de foco. Enfim, foco.

Já estava nervoso por tocar na festa, mas vocês já tentaram afinar uma guitarra com um Yoongi pitico todo bem vestido observando cada movimento seu? Aqueles olhinhos minúsculos seguiam cada mínimo passo que eu dava, não sei como não fiquei desidratado com seu olhar.


Vamos lá, Jimin, foco.


Eu soltei um suspiro quando Jungkook me encarou, como um pedido silencioso para darmos início ao que tínhamos planejado.

Eu concordei com a cabeça, tentando evitar sair correndo dali como um gatinho assustado, voltando a prestar atenção em minha guitarra.


— Antes de começarmos a tocar a primeira música, um dos integrantes tem uma surpresa especial para alguém aqui — Jungkook anunciou, acabando por chamar a atenção de todos os demais.


Yoongi franziu o cenho e me encarou. Logo o microfone foi passado a mim junto do pedestal e eu sorri ladino, sentindo que logo mais meu coração sairia do peito.

Meus dedos seguraram firmemente a palheta que deslizou pelas cordas e a melodia da música, enfim, alcançou meus ouvidos.

Começamos a tocar Late Night do Pink Floyd, fazendo o Min piscar algumas vezes e sorrir fraquinho ao provavelmente reconhecer o começo da música.


When I woke up today — comecei a cantar próximo ao microfone.


Ai, Jimin! Você nunca disse que sabia cantar!


Pois é, mas eu também nunca disse que não sabia.


Sendo sincero, as vezes que cantei foram mínimas, mas eu não sou ruim, e achei que eu quem deveria assumir ao menos essa música.


And you weren't there to play. — Encarei Yoongi em meio às pessoas, com um sorriso no rosto e brilho nos olhos. — Then I wanted to be with you…


Fiz questão de descer do palco assim que andei um pouco e peguei o microfone do pedestal, deixando de tocar minha guitarra.

Caminhei tranquilamente pelos recém-formados na direção de Yoongi, este que me olhava enquanto ria.


When you showed me your eyes. — Encarei seus olhos e sorri ladino.


Meu coração estava a mil. Nunca pensei que faria uma coisa dessas na frente de tantas pessoas.

Céus, eu nem sei como não saí correndo em nenhum momento.


When I lay still at night seeing. — Fechei meus olhos por um momento ao me envolver mais na música. — Stars high and light…


Ao voltar a encarar o rosto de Min, pude notar suas bochechas vermelhinhas, e o brilho de seus olhos ainda permanecia ali.


— Spark of love just to stay with you


Nós nos encaramos fixamente enquanto eu cantava a letra da música.

Assim que encerrei a cantoria com o último verso, pude notar que meus dedos tremiam e eu apertei o braço da guitarra, mordendo o interior da bochecha.


— Yoongi, você quer… — Pigarreei, percebendo que ainda estava falando próximo ao microfone. — Quer ir ao baile comigo? — perguntei enfim, dando um sorriso sem graça.


Ele riu e concordou várias vezes com a cabeça.


— Eu quero! — Ele me abraçou fortemente após eu deixar a guitarra ao lado do corpo.


Senti meu coração desacelerar aos poucos e eu soltei um suspiro aliviado. Quando nos afastamos, eu resolvi fitar novamente os seus olhos, sorrindo ladino e um pouco bobo.

Eu segurei o seu rosto com carinho, mordendo o interior da bochecha e, sem pensar muito, eu juntei nossos lábios.

Pude sentir seus dedos apertarem com força a minha camisa e eu me tornar um misto de emoções que não conseguia decifrar.

Eu me sentia feliz e nervoso ao mesmo tempo, mas, ainda assim, estava em paz de certa forma. Era confuso, mas engraçado.


Poderia soltar fogos de artifício agora mesmo.


Nunca pensei que teria coragem de beijar um garoto na frente da escola inteira, mas... o que tem?


Nunca mais verei ninguém aqui, nada mais importante.


Estar desse jeito com Yoongi me fazia ter certeza de que haveria mais.

Aquilo era o início de um começo, mas não tinha certeza do que seria de nós no futuro. E sinceramente?


Não estou nem um pouco preocupado.


~~


Notas finais: Obrigada por ler até aqui, comente o que achou se quiser~

29 Septembre 2021 21:00 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
2
La fin

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