lethamber Letha Amber

Onde Chanyeol, após um ataque a sua alcatéia que resultou na morte de sua omega e de dois filhotes de sua ninhada, se vê perdido rio abaixo, em terras que nunca esteve. Perdido, fraco e com um recém nascido para cuidar, o ultimo sobrevivente da ninhada, o alfa se vê aceitando a ajuda de um omega selvagem que diz que pode leva-los de volta para sua alcatéia. Fanfic betada por @Baekkkiejagi


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

#exo #omegaverse #abo #chanbaek #slowburn
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Pelagem Negra

Ele sentia como se tivesse uma corda presa em seu pescoço e a outra ponta estivesse presa nela, quanto mais ela se afastava por causa da queda, mais ele sentia que não podia respirar.

Ele podia ver o pânico no olhar da loba conforme ela se afastava, cada vez mais próxima das correntezas violentas do rio. Suas pernas estavam bambas, ele estava paralisado pelo horror, sentiu sua garganta queimar quando ela não atingiu as águas do rio, mas algumas rochas na margem do mesmo.

Totalmente desnorteado, um zumbido incessante em seus ouvidos o impedia de ouvir qualquer coisa ao seu redor, zumbido esse que era provocado pelos seus próprios gritos de dor. Não sentiu quando o outro lobo também o empurrou para o penhasco, quando se deu conta, suas patas já não tinham mais o apoio do chão, em câmera lenta ele viu o lobo parado onde ele estava antes e jamais esqueceria do olhar presunçoso que o mesmo tinha enquanto o assistia cair.

A última coisa que viu foram seus filhotes, recém-nascidos, com apenas algumas horas de vida, serem arremessados também, antes de finalmente sentir o impacto da água gelada em suas costas e perder a consciência.

Chanyeol acordou arfando, amaldiçoando-se ao notar que havia dormido novamente. Ele não podia mais se dar o privilégio de dormir, não quando essas memórias eram tudo que se passava pela sua cabeça quando estava inconsciente.

Já haviam se passado três dias desde que ele havia acordado na margem daquele mesmo rio, completamente encharcado e congelando com ar frio que soprava violentamente. Três dias desde que perdeu tudo o que tinha, toda a razão que tinha para continuar vivendo, mas também, se passaram três dias desde que encontrou uma pequena esperança em meio a todo aquele desespero.

Ele a sentiu antes de vê-la ou sequer ouvi-la, atrás de algumas pedras, alguns metros de distância dele, estava ela, a única sobrevivente de sua ninhada que havia sido arremessada para a morte com ele. Chanyeol não tinha a menor ideia de como ela havia sobrevivido às correntezas do rio sem se afogar, muito menos como havia parado na mesma margem que ele após quilômetros rio abaixo.

Desde então, Chanyeol não pôde voltar à forma humana uma vez sequer, mesmo com a imensa vontade de aninhar a filhote em seus braços para mantê-la aquecida, ele não podia se tornar vulnerável, não enquanto estivesse em um local totalmente desconhecido por si.

Chanyeol passou os últimos três dias com sua atenção totalmente voltada à pequena filhote, fazendo tudo a seu alcance para mantê-la segura e aquecida, passando dias e noites inteiras ao lado dela, constantemente lambendo-a para mantê-la limpa e para ter certeza que estava consciente. O único momento em que deixou seu lado foi no primeiro dia, quando avistou um cervo com seu filhote, e ele decidiu que sua filha não poderia ficar muito mais tempo sem se alimentar.

Após matar o filhote, Chanyeol fez o cervo de "refém", mantendo-a viva para que sua filhote pudesse se alimentar do leite dela. Infelizmente, ela só durou apenas dois dias antes de morrer de fome e sede. Já não servindo para nada, Chanyeol, estando faminto, devorou a carcaça e levou o resto para o mais longe possível, para que o cheiro não atraísse atenção indesejada para o esconderijo deles dentro de uma fenda em um paredão de pedras.

Desde que despertou na margem, o alfa não dormiu nem relaxou um minuto sequer, mas, após se livrar do cervo e finalmente conseguir fazer a filhote cair no sono, a exaustão o atingiu em cheio e nem notou quando adormeceu.

Agora, já acordado, notou que a pequena chorava e gritava alto, como se chamasse alguém. Percebendo que ela provavelmente estava com fome novamente, sabia que estava chamando pela mãe ômega. Chanyeol sentiu sua garganta fechar, mas se obrigou a não deixar a tristeza tomar conta, ele tinha uma filhote para cuidar, não tinha tempo para chorar a perda de sua ômega, por mais que doesse.

Ele a pegou pelo cangote e trouxe para mais perto de si, e prosseguiu a lambe-la, tentando consolá-la. Não havia nada que ele pudesse fazer para saciar sua fome, ele duvidava que fosse encontrar outro cervo que estivesse amamentando por ali, o primeiro foi muita sorte.

Foi quando ele sentiu, um cheiro familiar que imediatamente despertou todos os alertas de perigo em sua cabeça. Tendo uma ideia do que se tratava, ele lentamente se levantou, pegou a filhote e a escondeu atrás de uma pedra ao seu lado. Olhando para fora, ele não demorou a localizar o vulto em meio às árvores, a luz da lua refletia nos olhos felinos da criatura.

Cauteloso, ele se aproximou da entrada do esconderijo, rosnando para a criatura em forma de alerta, mas o passo confiante que ela deu em sua direção mostrava o quão faminta e desesperada estava. O alfa tinha o dobro do tamanho do felino, a vantagem era sua, qualquer um teria se afastado depois de notar seu tamanho.

Apesar de saber que poderia matar o felino em piscar de olhos, ele não conseguia parar de pensar em sua filhote, ele não podia se afastar muito da fenda, ela continuava chorando incrivelmente alto atrás dele, podendo chamar a atenção de outros predadores que estivesse por perto, até mesmo uma raposa seria um grande perigo se Chanyeol se afastasse muito do local, mesmo que apenas alguns passos.

O alfa rosnou ainda mais alto ao notar que o felino se preparava para dar o bote para cima dele, ele não conseguiu acompanhar o movimento com os olhos, mas logo que a criatura pulou para cima dele, ela não chegou a alcançá-lo, sendo jogada para o lado por outro vulto vindo do lado esquerdo de Chanyeol.

Ele assistiu as duas criaturas se embolarem no chão, uma bagunça de pelos negros e pelos castanhos logo cobertos de sangue. O alfa rapidamente notou que o puma havia sido pego por outro lobo de pelagem escura. Esse mesmo conseguiu imobilizar o felino, prendendo sua cabeça entre suas mandíbulas enquanto o puma atacava a cabeça e o pescoço do lobo, tentando se livrar da morte iminente. Chanyeol já imaginava que ele fosse quebrar o pescoço do felino, mas se surpreendeu quando o lobo simplesmente esmagou o crânio do puma com sua mordida, o corpo do felino rapidamente parou de lutar, agora sem vida.

O lobo não pareceu notar a presença do alfa ali, se notou, o ignorou e prosseguiu em começar a comer a carcaça do felino. Mantendo sua atenção no lobo, Chanyeol o observou com atenção, a pelagem negra e mal cuidada dele já indicava que era um rogue, fazendo o alfa dobrar sua atenção nele.

Havia diversas cicatrizes espalhadas pelo corpo magro dele e devido aos ataques do puma, seu pescoço e cabeça estavam encharcados de sangue. Ele era maior que o puma, mas devia ter somente um terço do tamanho de Chanyeol, provavelmente um beta.

Querendo confirmar sua suposição, o alfa farejou o ar, mas novamente foi pego de surpresa ao não conseguir sentir nenhum odor ou feromônio vindo do lobo, apenas o cheiro de sangue. Outra coisa que ele notou foi que ele estava comendo com suas costas viradas para Chanyeol, era como se ele soubesse que o alfa não iria sair da fenda.

Depois de alguns segundos assistindo-o se empanturrar com a carne do puma, ele percebeu que sua filhote já não chorava mais e isso instalou um pânico dentro de si. Sem pensar duas vezes, deu as costas para o lobo, voltando para onde ela estava.

Felizmente, ela ainda respirava, mas parecia ofegante, devia estar exausta de tanto chorar. Ela soltou mais alguns lamúrios quando sentiu o alfa lambe-la, sinalizando que ela não estava mais sozinha ali. O cheiro de sangue ficou mais forte fazendo Chanyeol olhar para trás, vendo que o lobo agora estava parado na entrada da fenda, ele mostrou os dentes como alerta e o mesmo rapidamente abaixou as orelhas, sinalizando que não tinha nenhuma intenção de atacá-lo.

"Vocês não são daqui, não é?" Chanyeol se assustou ao ouvir a voz do outro, seu tom era cauteloso, mas seus olhos azuis o encaravam com curiosidade. "Se quiser, posso ajudá-los a voltar para a matilha de vocês."

Chanyeol apenas inclinou a cabeça para o lado, não confiando nas palavras do Rogue.

"Eu conheço essa região melhor que ninguém, posso guiá-los de volta." Dessa vez ele soava com mais convicção.

"Por que você faria isso?" O tom seco de Chanyeol fez o lobo dar um passo para trás.

"Porque é a primeira vez que vejo um alfa sozinho com seu filhote," sua voz estava carregada de preocupação, "vocês não estão seguros longe de sua alcateia, me deixe ajudá-los."

"E porquê você quer nos ajudar? Quais são suas intenções?" Chanyeol rosnou, fazendo o lobo se abaixar, deitando submisso.

"Porque eu posso," o lobo mantinha os olhos grudados no alfa, "não tenho intenções contra vocês. Eu juro pela minha vida. E mesmo que eu tentasse fazer alguma coisa, eu não teria chances contra um alfa."

Foi então que Chanyeol notou o cheiro, o lobo negro era um ômega e não um beta como ele imaginava. Ele já ouvira falar de ômegas Rogue antes, eles geralmente estavam envolvidos com sequestros de filhotes e a divergência de alfas de suas matilhas. Mas nada daquilo passava por sua cabeça naquele momento, ele era um ômega e isso significava que ele poderia ajudar sua filhote. Ele iria ajudar sua filhote, querendo ou não.

"Vem aqui." Chanyeol chamou, o ômega pareceu surpreso, mas cautelosamente entrou na fenda, mantendo sua cabeça baixa. "Deita ai," o ômega fez como mandado, "qualquer movimento brusco e eu vou quebrar o seu pescoço." Ameaçou antes de se virar, pegar a filhote pelo cangote e colocá-la de frente para a barriga do ômega. "Você vai amamentá-la ou ela não durará nosso caminho de volta."

"Eu nunca amamentei antes." O ômega respondeu cauteloso, sentindo o filhote desesperadamente se agarrar a um de seus mamilos.

"Tem sua primeira vez para tudo." Foi a resposta seca que Chanyeol deu para ele. Ele não disse mais nada e aproximou seu focinho para farejar a filhote, mas o movimento arrancou um rosnado do alfa e ele se afastou, virando o rosto para o outro lado.

Chanyeol se sentou ao lado dos dois, os observando com toda sua atenção, sua filha chorava em desespero enquanto sugava o peito seco do ômega, o mesmo encarava o fundo da fenda, tentando ignorar o olhar de Chanyeol sobre si.

O alfa se lembrava de um acontecimento em sua alcatéia quando era mais novo, havia uma velha ômega que sofria de uma doença que a impedia de ter filhotes, pelo que sua mãe lhe contou, ela sofreu sua vida adulta inteira por causa disso, seu alfa deixou a alcatéia, a trocando por um ômega de um alcatéia vizinha. Um ômega que não pode conceber é um ômega que não serve para nada na natureza, e isso trouxe grande sofrimento para a loba, já que para ser completamente saudável o ômega conceber pelo menos uma vez na vida, constando que ele é saudável tanto fisicamente quanto mentalmente.

E sua incapacidade de conceber rapidamente deteriorou sua mente. Durante um inverno, época em que os ômegas normalmente se tornam mais férteis tendo a maior parte de seus cios acontecendo nesse período, a ômega passava a maior parte de seu tempo rondando as fronteiras do território, tentando chamar a atenção de algum alfa. Ela era assistida de perto pelos betas, que eram os encarregados da patrulha nessa época do ano, eles garantiram que nenhum rogue a atacasse estando tão vulnerável.

Devido ao tempo que ela passou exposta ao frio e a neve, a ômega adoeceu, causando a deterioração de sua saúde ainda mais. Todos tentaram ajudá-la, mas ela recusava qualquer tentativa. Estava delirante e acreditava que finalmente estava grávida, que finalmente iria conceber filhotes.

Ela tinha todos os sintomas de um ômega que estava para conceber, mas não havia filhotes, sua barriga não crescia, ela amamentava, mas não tinha quem amamentar. Chanyeol tinha cinco anos quando isso aconteceu, a ômega permaneceu 'grávida' por cinco anos, até que o excesso de hormônios de gravidez em seu organismo começou a fazer mal para ela e ela finalmente veio a falecer quando Chanyeol completou 10 anos.

O curandeiro da alcatéia chamou aquilo de Gravidez Imaginária, uma condição psicológica que afeta o bem-estar do organismo do ômega. Aparentemente, aquilo já havia acontecido com alguns em outras alcateias. Então, Chanyeol sabia, sabia que se estivesse algum tipo de estimulação ele conseguiria enganar o organismo do ômega à sua frente e ele amamentaria sua filhote acreditando ser seu próprio.

Levou algumas horas, o sol já estava nascendo no horizonte, o ômega havia caído no sono em algum momento, mas finalmente sua filhote parou de chorar e Chanyeol conseguia ouvir o barulho dela engolindo o leite. Era como se um enorme peso tivesse sido tirado de suas costas e ele finalmente conseguiu respirar direito.

Sentindo a exaustão tomar conta, ele foi em direção à entrada da fenda e deitou atravessado, bloqueando a saída do ômega e a entrada de qualquer outra criatura.

Respirando fundo, ele finalmente decidiu ceder ao sono e ao cansaço.

17 Mai 2021 12:46 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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