JIMIN
Há alguns dias eu não vinha me sentindo bem.
Há exatas duas semanas, estou sentindo muito enjoo e tonturas.
Fui ao médico e fiz vários exames, meu noivo, Kihyun ficou bastante preocupado comigo, mas não pode fazer muita coisa, porque estava em uma viagem de negócios no Japão.
O resultado dos exames veio no mesmo dia, e foi trabalho do doutor Kim me explicar o que estava acontecendo comigo, e me acalmar, depois do meu surto logo após o resultado.
Estou grávido de 4 semanas, Kihyun ainda não sabe, deixei para contar quando ele retornasse, em dois dias.
Minha mãe, que mora em Busan, surtou quando soube, e se ela pudesse me bater por ligação, teria batido, mas depois de muita reclamação e gritos, ela começou a chorar de felicidade com a realidade de que logo, logo seria vovó.
Pedi para que não contasse nada para a família ainda, queria primeiro contar a kihyun.
Decidi fazer uma surpresa. Comprei uma roupinha de bebê, com o nome papai bem grande na frente, e coloquei em uma caixinha vermelha, em cima da cama. Quando Kihyun chegou a nosso apartamento, o recebi com um abraço cheio de saudade e um beijo gostoso.
— Senti sua falta. — ele disse rindo, deixando a mala de lado, e me abraçando de volta. — Como você está? Melhorou?
Assenti ainda abraçado nele, sentindo uma necessidade absurda de carinho.
— Vou tomar um banho, e pedimos algo para comer em seguida, ok?
Ele me deu um beijo na testa, e seguiu para o quarto.
O segui, louco para ver qual seria a sua reação.
Possivelmente choraria. Nós nunca conversamos a respeito de termos um filho, mas acho que a ideia não parece nada ruim. Acho que ele ficará feliz.
Assim que entrou no quarto, parei na porta, o observando. Ele olhou para a caixa, e olhou para trás, sorrindo.
— O que é isso? — segurou a caixa nas mãos.
— Abre. — Cheguei mais perto, sentindo minhas mãos tremerem em antecipação. Estava muito nervoso.
— É alguma peça de renda? Você sabe como eu amo ver você com elas né? — me beijou e sorri, negando.
— Abre logo seu safado. — ele me olhou uma última vez, e abriu a caixa.
No primeiro momento a reação dele foi neutra. Ele olhou para dentro da caixa, parado, por muitos segundos e me olhou sério. Depois sentou na cama, retirou a roupinha de dentro dela, e colocou na cama. Eu estava tremendo demais, me aproximei tentando tocá-lo, mas ele levantou rápido e se afastou.
— O que é isso? — perguntou de costas para mim, eu estava sorrindo, mas meu sorriso morreu no mesmo segundo. — Jimin, o que é isso?
O olhei assustado. Tentei o tocar novamente, mas ele segurou minhas mãos.
— Jimin... Nós não podemos.
Me afastei. Ele me olhou sério novamente.
— E-Eu pensei q-que nós...
— Não, Jimin, nós não podemos. Eu... não posso.
— Kihyun calma, eu-
— Não!
— E o que quer que eu faça? Kihyun, eu estou grávido. Estou com quatro semanas, amor.
— Quatro semanas? Mas como eu pude me descuidar assim... merda. Jimin eu vou arrumar um jeito ok? Não vou deixar esse... essa coisa mudar tudo.
— Essa coisa? — senti meus olhos se encherem de lágrimas. — essa coisa é nosso filho!
— Não, não pode. E-Eu conheço um ótimo médico que... que consegue arrumar isso. Nós-
— Eu não estou acreditando que está falando isso kihyun. — o interrompi sentindo minhas mãos trêmulas
— Eu estou! — começou a retirar as roupas para tomar banho. — Nós não podemos deixar isso acontecer. Amanhã mesmo nós iremos ao médico e resolveremos.
— Eu não irei a lugar algum. É meu filho.
— Eu não quero essa criança, Park! — falou mais alto, me dando um leve susto pelo tom de voz.
— Mas eu quero, Hyun! O corpo é meu, e nem você, nem médico algum irá tocar nessa criança! — gritei, estava tremendo muito, o que possivelmente não faria bem para o bebê.
Ele me olhou e sorriu de um modo completamente desconhecido por mim, vindo até onde eu estava e parando de frente.
— E como você irá criar essa criança sozinho? Esqueceu que você vive todo esse luxo graças a mim? Se quer que isso continue, será assim. Será assim até o fim.
As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. O homem no qual eu amo, e que estava pronto para formar uma família, estava me humilhando?
— Eu sou um artista e consigo viver com meus quadros. — disse em meio às lágrimas.
Ele riu negando. Meu sofrimento parecia o animar.
— Pare com esse choro, e eu já disse, eu não quero essa criança jimin. Está decidido.
— Eu não irei tirar! — gritei
— Então terá que me esquecer! — o olhei sem acreditar nas palavras. — ou fica comigo enquanto der, ou com esse... com esse bebê e sozinho no mundo.
Me levantei sentindo as lágrimas molharem todo meu rosto e parte do meu pescoço de forma desesperada e fui até o closet para buscar minha mala.
— Irá mesmo fazer isso? — Kihyun perguntou.
Ele estava bem atrás de mim. Abri a mala e coloquei em cima da cama. Voltando para o closet para buscar minhas roupas.
— Jimin, olha o que você está fazendo! Irá mesmo estragar tudo, por causa de algo tão pequeno? Eu te amo, podemos viver bem pelo tempo que temos, só nós dois.
— Você quem está estragando tudo! Você só pensa em você! — Gritei jogando as roupas dentro da mala e olhei-o — Esse era para ser um momento lindo kihyun. Sabe quantas vezes eu chorei em dois dias? Eu imaginei a sua melhor reação! Eu pensei que me amava, e que todas às vezes que disse que eu era a única família ao seu lado, fosse real! Mas não, para você eu sou apenas o namoradinho relaxado que vive do luxo que você proporciona.
— Eu não quis dizer isso, Minnie. Eu-
Passei as mãos pelo meu rosto, enxugando as lágrimas e olhando-o nos olhos.
— Eu tenho uma carreira também, pode não ser grande como a sua, mas é o meu orgulho. Eu estou indo, porque amo o meu filho. Eu o descobri a dois dias, mas já o amo muito e não desistirei de algo que quero por causa de você!
— Você está sendo tolo.
— Eu estou fazendo a coisa certa. Eu pensei que amava um homem, mas amo um covarde. Eu não fiz essa criança sozinho, Kihyun, mas irei cuidar dela, dessa forma.
— Jimin, por favor. — ele segurou meu braço quando fechei a mala, e a coloquei no chão, calçando meus sapatos em seguida.
— Eu venho buscar o resto das minhas coisas depois. — Avisei antes de sair.
Estava chorando, deixando-o para trás e seguindo com apenas minhas roupas, e o meu bebê.
Tudo o que agora eu tinha.
Continua...
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