soulfaraway Fabiana Souza

Spin-off da novela "Devaneio de um escritor de meia-idade", onde Marina, a secretária do Dr. Felipe Manchão — o maior pesquisador de realidade virtual e inteligência artificial do país — configura uma experiência dentro de seu livro favorito: "Azul Estígio", o best-seller do protagonista da novela, Henrique Freire.


Histoire courte Tout public. © Todos os direitos reservados

#cheirodelivro #realidadevirtual #spinoff #romance
Histoire courte
8
8.1mille VUES
Terminé
temps de lecture
AA Partager

Azul Estígio

“FmC@v3!2021”


Marina digitou a senha para acessar os arquivos que alimentavam a CAVE, o ambiente de realidade virtual do Dr. Felipe Manchão, excelente e inovador profissional da área da saúde mental, de quem era secretária. O programa servia de suporte à terapia que o doutor desenvolvia para lidar com pacientes que enfrentavam bloqueio criativo.


Desde que o escritor Henrique Freire começara a tratar-se com o doutor, a curiosidade de experimentar a imersão em um de seus livros favoritos não a deixava. Então, secretamente, ela criou um programa de simulação para si mesma, com o enredo do livro. E, agora, ela ainda poderia usar o padrão racional e comportamental do próprio autor, que estava gravado no banco de dados da clínica, para enxergar tudo como ele mesmo enxergava — ou seja, da forma original, sem que nada fosse perdido no processo de interpretação do leitor. Ou quase nada, porque sempre havia algo que se perdia.


E então, num sábado, lá foi ela, arriscando ser demitida do trabalho, para experimentar algo que não tinha nenhuma autorização para fazer. Arrepios de excitação correram por seu corpo quando encaixou a coroa de realidade virtual e ativou os micropatches magnéticos. Na tela do computador, seu mapa cerebral foi sobreposto pelo dele e o ícone que mostrava o status da sincronização apareceu no canto inferior direito.


Ela já havia vestido toda a pesada roupa tátil para entrar na CAVE, e, quando os dizeres “sincronização concluída” apareceram, programou o início automático, levantou-se e abriu a porta para a câmara. Adentrou a escuridão silenciosa, que sempre lhe dava medo, e fechou a porta atrás de si. Contou até dez e esperou que as imagens se projetassem, do fundo até a frente, formando o cenário ao redor.


Estava num belo parque metropolitano, numa tarde ensolarada. Ouviu o canto dos pássaros e sentiu o sol aquecer sua pele. Fechou os olhos. O programa do doutor era incrível. Mais real que a própria realidade. Pensou em como a tecnologia era interessante. Imagens de alta resolução tinham tanta definição, que mostravam até mais do que os olhos conseguiriam captar naturalmente. As sensações que a CAVE proporcionava eram plenas, muito mais do que as que experimentava em sua vida real. Gostaria de viver lá dentro, mas sabia que não era possível.


— Ei, Cíntia!


Um rapaz a chamava. Abriu os olhos e o viu acenando, convidando-a para se sentar ao lado dele, à sombra de um fícus. Pela aparência e expressão, devia ser o jovem Melvin, o seu futuro marido. Mas, naquele ponto escolhido da história, ainda estavam na universidade e não haviam se casado. Meu Deus, não haviam nem se beijado! Era o beijo, o que tanto queria experimentar. A descrição mais linda de um beijo que ela já havia lido.


Examinou cuidadosamente os traços do rosto, à distância. Não era bem como havia imaginado quando lera o livro, “Azul Estígio”. Na época, era apaixonada por um colega de trabalho e imprimira muita coisa dele na imaginação. Aquele Melvin, ali, era o original? Parecia-se com Henrique, o autor, se fosse mais jovem. E comprovava a tese de que os ficcionistas sempre escreviam sobre si mesmos. Mas também tinha algo que lembrava o doutor. O padrão de interpretação dela ainda estava bem ativo, afinal. Aquela era uma impressão totalmente sua, vinda da paixão platônica que nutria pelo patrão.


Aproximou-se do rapaz e se sentou, colocando no chão a cesta que trazia no braço, e não percebera.


— O sol está forte. Você demorou. — Melvin colocou a mão na testa para bloquear a luz e conseguir olhar para ela. — Estava aqui brincando de criar cores imaginárias. Você está roxa.


— Ainda vai ficar cego assim — disse ela. De fato. Seus experimentos ópticos envolvendo a luz branca na formação de cores inexistentes acabariam por cegá-lo, pouco antes do final do livro. Mas, naquele momento, ele só brincava, intuitivamente, com a luz solar.


Marina, enquanto Cíntia, abriu a cesta e retirou a toalha xadrez que cobria os potes. Melvin ajudou-a, estendendo o tecido sobre a grama.


— Fiz sua torta favorita — disse ela. — E trouxe chá de hortelã na garrafa térmica, porque sei que gosta dele quente.


— Você é tão prestativa. Às vezes não sei como você ainda me dá corda. Inclusive, queria me desculpar pelo outro dia.


Ela balançou a cabeça.


— Não tem problema. Você estava pressionado, eu entendo.


— O professor Isaque é um verme. Ele me tira do sério. Mas eu não tinha direito de descontar meus problemas em você. — Melvin abriu a garrafa e serviu o chá para ambos, enquanto Cíntia abria os potes com os lanches. — Eu devia virar um eremita. Sempre acabo descontando o mau-humor nas pessoas que mais gosto.


— Se isolar do mundo não é a resposta. Vamos, coma. Tenho certeza de que não comeu nada hoje.


Ele riu.


— Não mesmo, “mamãe”.


A piada a fez sentir algo estranho. Além da admiração que tinha pelo personagem que estava à sua frente, e das projeções românticas que fantasiava com Felipe, o padrão comportamental do autor estava ativado. Então, uma mistura de amor platônico com amor de mãe realmente apareceu para ela. Afinal, Henrique Freire havia criado o personagem, e, como haviam conversado algumas vezes, tinha-os quase como filhos.


Não havia sido uma boa ideia, entrar na CAVE com o padrão de Henrique impresso no seu cérebro, enfim. Ela não conseguiria beijar Melvin, pensando que aquilo era uma espécie de incesto.


— Você está estranha. Foi algo que eu disse no meio daquele monte de besteira, na semana passada? Eu te magoei mesmo, não foi?


O rapaz tomou a mão dela com uma delicadeza incerta. Ela sabia o que ele estava sentindo. Havia lido aquela passagem dezenas de vezes. E o padrão de memória de Henrique também havia relido o trecho de forma obsessiva, como o autor perfeccionista que era. Sentiu-se zonza com as palavras se sobrepondo umas às outras, no seu pensamento. Fechou os olhos e não conseguiu mais abrir. Tudo estava escuro como breu.


Dois braços a sustentaram por trás, antes de dar-se conta de que estava caindo. Mas não eram os braços de Melvin, pois ainda sentia que ele segurava sua mão. Havia outra pessoa.


— Marina, o que está fazendo aqui? — A voz do Dr. Felipe Manchão soou na câmara escura.


A secretária retirou a coroa de realidade virtual e levantou-se, tateando os arredores.


— Luz.


Ante à ordem dada pelo padrão de voz que a CAVE reconhecia, as luzes se acenderam e os dois encontraram a saída.


— Me desculpe — Marina não tinha coragem de encarar o doutor e olhava para o chão. — Eu queria ter a experiência de entrar no livro de Henrique Freire. Sei que não tenho autorização para usar os arquivos do paciente, mas...


— Marina, você tem noção do risco que correu, entrando sozinha na CAVE? Se eu não estivesse próximo daqui quando recebi o sinal de alerta de uso da câmara, não teria conseguido chegar a tempo e você poderia ter tido um derrame lá dentro! Não estou preocupado com autorizações. Me preocupo com você! — O doutor segurou-lhe as mãos. — Nem pense em se arriscar dessa forma outra vez. Preciso de você. O que seria de mim sem sua ajuda?


— Ora, doutor, minha ajuda é irrelevante. Eu que não sei qual sentido teria a minha vida se eu não fosse sua assistente. — Ela ainda não tinha coragem para encará-lo. Ao invés disso, olhava para aqueles dedos, longos e finos, que tocavam os seus. — Me desculpe, fui estúpida. Isso não vai se repetir.


— Era a cena do beijo, não era? — Felipe perguntou, aumentando levemente a pressão nos dedos que segurava — Uma cena tocante, de fato.


Marina ergueu os olhos e encontrou os dele. O coração saltava no peito e fazia o resto de seu corpo tremer. O doutor perceberia seu nervosismo. Soltou as mãos, sentindo um misto de insegurança e vergonha. Gostava tanto dos livros porque não sabia reagir à realidade. Preferia manter o amor platônico, a ser rejeitada. A rejeição não tinha volta. Nunca mais poderia olhá-lo.


Mas ele insistiu em recuperar o toque interrompido. E foi além, segurando-lhe o rosto.


— Marina, olhe pra mim. — Ainda receosa, a secretária obedeceu e ele continuou: — Me preocupo com você e não quero que se machuque. Era só me pedir e eu te supervisionaria, para que fizesse isso em segurança. Sei o quanto gosta daquele livro e o trabalho que deve ter tido para subir o enredo no programa. Não vou me opor. Embora isso não seja uma autorização, podemos usufruir de algum benefício, permitido pela nossa posição, não podemos? Vá e eu controlo a experiência para você.


— Mesmo, doutor? Faria isso?


— Claro. Se vai te faz feliz e mantê-la em segurança... Eu não tenho família, Marina, você sabe. A pessoa mais importante para mim é você. Disse a sério, que não saberia o que fazer sem você. — Sem deixar as emoções transparecerem mais que essas palavras, Felipe dirigiu-se para a mesa do computador e sentou-se. — Mas vá sem sobrepor o padrão de Henrique, será mais seguro e você poderá usufruir melhor a experiência.


Marina sorriu e encaixou novamente a coroa de realidade virtual sobre a cabeça. Quando abriu novamente a porta da CAVE, estava feliz. O doutor não a rejeitava. Era uma paixão platônica de mão dupla. Podia lidar com isso. Aproximou-se novamente de Melvin e sentou-se ao seu lado, retomando a cena de onde tinham parado. Mas, agora, ele não tinha nenhum traço de Henrique Freire, ou do personagem original. Ali, na sua frente, estava o rosto do Dr. Felipe Manchão. E ela sabia o que ele estava sentindo. Já havia lido aquela passagem dezenas de vezes.

21 Avril 2021 11:31 27 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
13
La fin

A propos de l’auteur

Fabiana Souza Leitora de longa data. Escritora e ilustradora em horas vagas.

Commentez quelque chose

Publier!
Ronaldo Ventura Ronaldo Ventura
Está sendo bem interessante te conhecer. Obrigado. Gosto muito de temas que eu trabalho normalmente. Não vejo a hora de ler o livro. :D
April 27, 2021, 12:34

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Ei, Ronaldo! Agora que vi seu comentário! Seja bem-vindo ao Inkspired e vamos explorar juntos! April 28, 2021, 15:12
Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá, Fabiana! Primeiramente, gostaríamos de agradecer a sua participação no #cheirodelivro! Ter vocês, autores, nos apoiando com suas histórias incríveis e participando ativamente deste desafio nos deixou realmente felizes. Nesse desafio, cada história trouxe uma proposta diferente e a sua em principal foi um diferencial que unia a tecnologia e a forma com que a pessoa foi parar dentro do livro preferido. Foi uma empreitada diferente, mas que aqueceu nossos coraçõezinhos ao ver que a personagem também poderia viver na vida dela um romance. Você trouxe uma proposta criativíssima dentro do que foi pedido pelo desafio #cheirodelivro, cumprindo com os requisitos impostos. Com tantos avanços tecnológicos nos dias de hoje, e com a realidade virtual tornando-se parte ativa do entretenimento, usar desse recurso em sua história para que a personagem principal entrasse dentro de seu livro favorito foi uma sacada muito inteligente, bem elaborada e desenvolvida! Ficamos surpresos do outro lado da tela quando Marina assume o posto da personagem Cíntia, e pode usufruir de um momento romântico com o protagonista. Se um aparelho desses existisse na vida real, nós já estaríamos na fila para usá-lo, com certeza! E afinal, que leitor ávido não estaria disposto a ter uma experiência como essa? Azul Estígio tem uma dualidade interessante a ser observada no que se diz respeito aos personagens e suas relações: de um lado temos Marina e sua paixão pelo protagonista do best-seller, e de outro sua paixão platônica pelo seu chefe, quem desenvolveu a máquina que ela usa para adentrar seu livro favorito. Observar como essas relações se definem no decorrer da trama, o que consequentemente molda os personagens, foi uma parte intrínseca da história que a tornou ainda mais especial. Nos méritos da ambientação, conseguimos nos situar bem enquanto leitores. Você descreve o essencial das cenas para que possamos imaginá-las e percebê-las com clareza, nos guiando no decorrer da narrativa pelos sentimentos e percepções dos personagens, criando uma atmosfera agradável e uma leitura fluida. É claro, há aquele pequeno momento de aflição quando Marina é descoberta pelo seu chefe, o dr. Felipe Manchão, mas tal sentimento tão logo se dissolve em euforia quando o doutor mostra-se propenso a guiar Marina em sua fantasia; o que aos poucos sublinha que a paixão é recíproca. Com relação à gramática e ortografia, temos apenas que parabenizá-la. Você nos entregou um texto muito gostoso, de fácil leitura e compreensão, e com um cuidado tocante no que diz respeito às regras normativas da nossa língua. Estamos certos que sua obra servirá como porta de entrada para que muitos leitores possam conhecer sua história Devaneio de um Escritor de Meia-idade. Impossível ler sobre esse beijo e sentir a delicadeza da sua narrativa sem ter vontade de conhecer mais das suas obras. Obrigada pela sua participação, foi muito bom poder contar com você neste desafio e esperamos que nos agracie com suas obras em outros. Os resultados serão divulgados em breve nas nossas mídias sociais. Fique de olho e boa sorte!
April 23, 2021, 22:40

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Muito obrigada! Amei participar e ver o engajamento do pessoal! Com certeza vou participar de outros desafios e passar mais um tempinho nessa plataforma linda! Estou explorando ainda, mas encontrando muita coisa legal. Muito feliz de encontrar esse espaço! E o trabalho de vocês, embaixadores, é louvável! Obrigada! April 24, 2021, 01:08
Isís Marchetti Isís Marchetti
Olá, Fabiana! Mulher, que conto maravilhoso! Muito amor eu senti nessa realidade, haha. Eu gostei muito da ideia que voce teve em juntar a tecnologia para poder entrar no livro, achei genial e original, diferente de tudo que eu li até agora. Obrigada por participar do desafio e boa sorte! Abraços.
April 22, 2021, 22:03

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Oiê! Muito obrigada pela leitura e o comentário! Que bom que gostou! April 22, 2021, 23:14
O Marceneiro O Marceneiro
O homem tentando imaginar.cores que nao existe. Opa! Que interessante! Aqui eu vejo a mistura muito bem sucedida de gênero de amor com ficção científica. Admiro muito ambos os gêneros, inclusive tenho me proposto a escrever ficção científica nos últimos tempos por influência de amigos com os quais componho um coletivo de escritores (inclusive conheci o Ink através deles). Sua ideia de um "panorama cerebral" que replica emoções de um livro me encantou e me inspirou para um história de FC que estou escrevendo. Parabéns pela criatividade e, sobretudo, pelo romantismo muito bem conduzido".
April 22, 2021, 02:35

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Muito obrigada! São os dois gêneros que mais gosto. Mas acho que romance só romântico fica meio chato, então um tempero especulativo é o mais legal. Que bom que te inspirou, sinto-me honrada! April 22, 2021, 02:54
Joiwa . Joiwa .
Simplesmente maravilhoso, amei também por ter um toque de ficção científica, sou muita apaixonada por esse gênero. Sua escrita é tão maravilhosa, foi muito bem ter lido esse hino, sua criatividade é divina ❤
April 22, 2021, 02:23

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Ah muito obrigada! Fico lisonjeada com tanto elogio, hahaha. Um abraço! April 22, 2021, 02:53
Anne Claksa Anne Claksa
Olá! Adorei a sua escrita, adorei a história, adorei o casal e adorei também a criatividade na forma em que colocou o transporte da personagem para dentro do livro. O cuidado do doutor com Marina, foi muito fofo e acho que a fez sentir algo por ele. Parabéns pelo conto, Até a próxima!!!
April 21, 2021, 23:32

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Muito obrigada! Sim, a relação platônica dela com o doutor é bem fofa mesmo. *.* April 22, 2021, 00:14
Rhamanda Athena Rhamanda Athena
Que conto um tanto diferente, esse lance de realidade virtual me fez me lembrar do filme Arkade e Final Fantesy. Amei a história em contexto geral, parabéns! Um grande abraço!
April 21, 2021, 22:38

Luana Borges Luana Borges
Ahhhhhhhhhh eu amei ler esse conto spin-off, fiquei tocada com as emoções da protagonista. A forma que foi construída foi muito bela, parabéns pela escrita! Achei muito criativo, a máquina, a viajem e o amor platônico! Parabéns!!!
April 21, 2021, 19:50

Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Oiê! Eu já estava contente por você ter conseguido participar, mas depois de ler essa delícia de conto... Caramba! Fiquei mais feliz ainda. Eu amei o toque de ficção científica que você colocou na história - é um gênero que eu amo demais - e, apesar de não ser o foco aqui, foi valioso pro desenvolvimento de toda a trama. E, devo dizer, o romance inserido na história ficou tão leve e cativante, junto de todos os receios dos personagens, que foi impossível não os imaginar reais, vivenciando toda essa experiência. Parabéns pela participação ❤️.
April 21, 2021, 19:48

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Muito obrigada! Fiquei muito feliz de conseguir participar e conhecer tanta gente legal! April 21, 2021, 22:51
Max Rocha Max Rocha
Uma obra derivada de outra! Muitos enredos complementares a se descortinarem de uma criação; muitos vieses e pontos-de-vista alternativos. Essa é a magia da literatura. Não li a obra original, a qual parece impregnada de força ímpar, mas a emoção platônica da personagem secundária Marina emerge com força total neste relato que mistura ficção imaginativa e "realidade" compartilhada com o personagem Felipe, médico da área de saúde psíquica que trata com realidade virtual o escritor Henrique, padecendo de bloqueio criativo. Um enredo original e interessante, onde os personagens ganham vida própria e tentam se dissociar do criador, o que configura um paradoxo. Como isso seria possível? Mas é sempre o tema pulsante a rondar a questão da I.A. O eterno conflito criador x criatura. E aqui o desfecho foi mui poético e otimista. Prazer em te ler! Leitura envolvente e muita criatividade! Boa sorte no desafio e congratulações do Fantasma pela ideia iluminada de imergir em sua própria obra...
April 21, 2021, 19:14

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Ah, fico muito feliz com sua visita, leitura e comentário! Acho que o mais legal foi explorar essa meta-ideia da obra dentro da obra mesmo. Boa sorte também! April 21, 2021, 19:18
𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 . 𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 .
Oi, Fabiana! Como vai? ♡ Seja bem-vinda ao Inkspired, inclusive! Espero que tenha gostado de participar do desafio, porque eu decerto amei ler a sua participação. Azul Estígio lançou uma premissa muito original dentro do tema proposto pelo #cheirodelivro, e de cara já nos fez identificar com a Marina: afinal, quem perderia a oportunidade de entrar dentro de seu livro favorito através da realidade virtual, por mais que isso implicasse em alguns riscos? Eu admito que faria o mesmo sem pensar duas vezes. ( ̄▽ ̄*) Seu texto foi magnífico! A forma como você desenvolveu sua história foi tão sucinta quanto envolvente. Temos não somente a relação da protagonista com seu livro favorito, como somos apresentados à suas relações na vida real, sublinhando sua paixão platônica pelo seu chefe. E esse final foi de deixar a gente com o coração quentinho! Shippei os dois e muito. Meus parabéns pela sua história e muito obrigada por ter abraçado o desafio #cheirodelivro. Espero encontrar você em muitos outros. ♡
April 21, 2021, 15:53

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Muito obrigada! Com certeza vou participar de todos! Sou viciada em concurso de contos, hahaha! <3 April 21, 2021, 16:04
Welington Pinheiro Welington Pinheiro
Uma soft scifi! Eu adoro escrever neste gênero. Tenho vários textos nesta linha e fiquei muito satisfeito em ver os sentimentos humanos sendo desenvolvidos na narrativa através do argumento de ficção científica. Inclusive, faço parte de um blog de escrita neste gênero, junto com esse camarada aí embaixo - o Affonso Luiz - o nome é "Base Lunar FC", se quiser dar uma conferida, será super bem-vinda ao nosso espaço. Mas voltando à narrativa, você tem firmeza na condução da mesma. Não existem excessos no texto, ele comunica o que precisa comunicar, desvenda com clareza os sentimentos dos personagens e tem aquela coisa das histórias de amor, que nos faz revisitar momentos maravilhosos de romantismo das nossas vidas. "A cena do beijo". Não conheço a obra em que você se inspirou, mas sei o impacto que essas cenas têm, eu mesmo já escrevi um conto de amor onde revisitava a primeira vez que beijei de modo apaixonado uma garota na minha adolescência. São lembranças maravilhosas e sua personagem nos faz relembrar tais cenas. Sua escrita é gostosa de se ler, Fabiana. É leve, doce e flui muito bem. O texto não tem repetições gerando eco na leitura, a paragrafação ajuda o leitor a respirar e o enredo é apaixonante. Parabéns!
April 21, 2021, 15:40

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Ah, que comentário mais motivador! Vou conferir o blog de vocês sim! Que legal! O conto é original, e o livro está em outro livro meu, que estou publicando aqui e onde mais encontro vias de publicação. Aqui cheguei esse mês, não conhecia a plataforma mas foi uma descoberta muito feliz! April 21, 2021, 16:02
Afonso Luiz Pereira Afonso Luiz Pereira
Fabiana, gostei do seu texto, principalmente o recurso abordado para inserir a protagonista leitora no livro, respeitando a premissa do Desafio. Achei muito interessante, pois sou fã de Ficção Científica e você, mesmo que não seja apreciadora do gênero, conseguiu um bom caminho para desenvolver o seu enredo. Muito bom. Não havia pensando nisso. Bem... as narrativas romanceadas, vamos dizer, não são as minhas preferências literárias habituais, mas diante de uma abordagem assim, tão tecnológica, fiquei muito atento ao enredo da moça que se incorporou digitalmente em uma de suas personagens preferidas com o objetivo de sentir in loco as emoções conseguidas através da leitura. Gostei, também, da condução fluida e agradável da leitura e, feliz, por Marina ter conseguido seus objetivos, em muito mais. Parabéns pela criatividade.
April 21, 2021, 13:39

  • Fabiana Souza Fabiana Souza
    Obrigada pela leitura e comentário! Fiz só pra não ficar de fora. Ficção científica pura gosto apenas de ler, não tenho capacidade intelectual para escrever no gênero, hahaha. Mas o elemento especulativo é meu favorito na leitura. April 21, 2021, 14:01
~