bitterndsweet Lilac L.

Roseanne Park é uma universitária do curso de química que muda-se para Seoul com sua família aos vinte e três anos. Sendo muito bonita e com um ar angelical, não demora para atrair a curiosidade de seus colegas de turma e até mesmo dos veteranos, especialmente do estudante de doutorado, Lee Jong Suk. Falta apenas um ano para que Jong Suk termine qualquer contato que possa ter com a universidade e, durante quatro estações, Rosé e ele decidem viver um romance único com a esperança de poderem prosseguir depois disso.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

#nct #blackpink #rosé #yuta #lee-jongsuk #jennie #romance #drama
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Anjo Dourado

Rosé não tinha a menor vontade de sair de sua casa, o país que havia sido o lugar onde ela fora criada, educada, amada e feliz pela maior parte de sua vida agora era deixado para trás. Nunca tinha se imaginado deixando a Austrália e retornando para a Coréia do Sul, local de onde não guardava nenhuma memória significativa além da língua. Mas seus pais não haviam oferecido muitas opções além da mudança de país.

Ela havia nascido na Nova Zelândia e mudara-se para a Coréia com os pais aos dois anos de idade. Mas aos quatro sua família havia optado por retornarem para a Oceania, onde ela finalmente criara suas raízes. Amava a diversidade do país, as flores que cresciam em diversas casas, a estrutura dos prédios e conhecia intimamente as ruas que costumava percorrer todos os dias, com um ar de familiaridade única que não possuía com o país asiatico onde estavam suas origens. Então, estar desembarcando em Seoul para estudar na Universidade Nacional da Coréia não era uma ideia que lhe agradasse de verdade. Se ela fosse completamente honesta, o que mais sentia naquele momento era muito medo e receio.

Não queria correr o risco de ser uma caloura esquisitona. Não era como se ela fosse fora dos padrões. Na verdade, ela era até bem bonita, suficientemente magra, e sabia disso. Mas o fato de ter o cabelo loiro poderia fazer com que ela fosse… julgada. Coreanos gostavam de belezas naturais ou, pelo ou menos, fingiam gostar. Ela lembrava-se bem das histórias que sua irmã mais velha havia contado para si, sobre toda a pressão estética — que existia em todo lugar do mundo — e padrão irrealista, assim como a necessidade de sempre pesar menos do que 60 kg, independente da altura. Um padrão estrito e completamente inalcançável. Poderia ter consciência do quão bonita parecia, mas ninguém era realmente imune aos efeitos de palavras duras e críticas rudes.

Seus olhos perderam-se nos arredores da casa onde iria morar. Era tão próxima da faculdade que ela poderia ir e voltar andando sem maiores problemas. E ainda faltava uma semana para o início das aulas, o que lhe daria tempo de fazer um tour pelo campus e aprender onde estaria dia após dia. O apartamento onde iria morar era simples, o suficiente para uma jovem universitária. Dois quartos, sala e cozinha juntos, uma minúscula área de serviços, uma varanda ainda menor e um pequeno banheiro. Sua família não era pobre, mas dada as condições da maioria dos estudantes e considerando que os apartamentos ali presentes visavam aquele público, aquilo era o melhor que haviam conseguido arranjar para se ajeitarem confortavelmente.

Era uma questão de prioridade para os pais de Roseanne que ela voltasse para casa em horário seguro. E quanto mais cedo ela voltasse, mais seguro seria. Por isso, não haviam hesitado em se espremer um pouco.

O fato é que aquela semana de adaptação passara quase rápida demais, mais depressa do que teve tempo para realmente se adaptar a vida nova. O fim do verão trazia consigo um bafo quente e mesmo de shorts ela suava quase o tempo todo. Havia gastado os três preciosos dias que tivera depois de organizar os móveis ocupada com a papelada restante e a reposição das matérias que, notara pela ementa das disciplinas aproveitadas, ela não havia tido por qualquer razão.

Deste modo, Roseanne estava lá, na fila para receber os documentos normalmente destinados aos calouros. Primeiro de setembro. Sentia-se nervosa e um pouco agitada, de modo que mesmo com o cabelo preso sua nuca transpirava. O mesmo líquido se propagando em suas palmas, espalhando também o desejo de desaparecer do lugar.

— Seja bem-vinda! Me chamo Jennie! Eu estou um ano na sua frente, mas ela — Jennie apontou para uma garota alta e magra ao seu lado. Ela parecia-se com uma hipster —, bem, você pode chamá-la de Lisa. É da mesma turma que você!

— Obrigada… eu achei que não conheceria ninguém da minha turma tão cedo. — Rosé mostrou um meio sorriso, parecendo ansiosa, e afastou-se um pouco para o lado.

— Ela não é coreana, não é? Você não é coreana, é? — perguntou uma voz feminina e um tanto grave vinda de trás da loira.

— Wow! Daebaek! Ela é um anjo! Um anjo dourado! — o rapaz ao lado da garota parecia ter cerca de um e oitenta de altura e não demorou a se aproximar de Lisa, bagunçando os fios curtos da garota.

— Unni, dê um tempo para ela — o tom de Lisa era fofo, mesmo que ela tivesse dado uma cotovelada no garoto alto que bagunçara seu cabelo. — Está tudo bem, eu também não sou coreana. Nem o Jay aqui, bom ele finge, e muito menos o Yuta. Yah! Seu anime boy pare de encará-la — a garota repreendeu o jovem de cabelo comprido que estava parado atrás de Rosé.

— E de onde você é? — o tal Jay questionou-a com um sorrisinho. — Ah, você pode me chamar Yun Oh, se preferir.

— Nova Zelândia. Eu nasci lá. Mas cresci na Austrália. O que ela quis dizer com você fingir não ser coreano?

Jennie, Jisoo e Yuta cobriram a boca para evitar o riso. Mas não havia dado muito certo, até onde Rosé podia ver, eles achavam mesmo engraçado zombar do garoto.

— Eu morei um tempo nos Estados Unidos, acho que o meu caráter acabou sendo mais influenciado por eles do que pelo local onde nasci. Mas, francamente, acho que só Jisoo, Taehwan e Taeyong são daqui e passaram toda a vida aqui. Não sei porque o protótipo de Regina George está rindo.

A julgar pelo protesto de Jennie, ela era o protótipo de Regina George. Quando todos riram alto, Rosé sentiu-se um pouco melhor. Ela queria, no entanto, ter se dirigido para a parte onde iria ocorrer a integração. Mas foi impedida pela pergunta que partira de Yuta.

— Você tem um nome coreano?

— Hm? Ah. Sim! Chaeyoung. Park Chaeyoung. Mas eu prefiro que me chamem de Rosé. Chaeyoung… eu não sinto que sou eu — tratou de explicar rapidamente, embora suas bochechas estivessem vermelhas.

— Hm. Rosé-ssi, que tal você fingir que não é uma novata, pegar um dos casacos do departamento e ficar com a gente durante a integração? — sugeriu Jisoo, pegando um casaco azul e branco estilo old school com Jennie só para ofertá-lo para a loira.

Acabou concordando e recebeu o casaco com uma mesura, inspirou o ar profundamente antes de sentar-se ao lado de Jennie e aproveitar para conversar com os demais. Jisoo era a mais velha e tinha um namorado, Taehwan. Eles estavam juntos desde o fim do primeiro ano e eram o "casal visual" do departamento, seja lá o que isso significasse.

Jennie, por outro lado, havia começado a namorar com Yuta recentemente e, "de maneira honesta", ainda sentia-se tímida em ficar perto dele como namorados, por isso acabava evitando passar tempo a sós. Yuta era japonês e havia mudado-se por conta própria no ano anterior, mas ele estava na mesma turma que Taeyong, Jisoo e Taehwan.

Lisa e Jay, que ela descobrira ser uma abreviação de Jaehyun, eram amigos. Apenas amigos. Ambos eram estranhos demais para serem aceitos pelo resto da turma. Jay parecia um jogador de futebol americano e Lisa tinha um estilo peculiar. Eles estavam na mesma classe de Roseanne e garantiram para a garota que "se Jennie tinha amigos, ela com certeza os teria também". Ela quis perguntar o que queriam dizer com aquilo, mas Jennie apenas revirou os olhos.

— Você tem algum hobbie, Rosé? — o questionamento de Jennie a fez sorrir animada.

— Eu canto e toco. Toco praticamente qualquer instrumento. Mas prefiro piano ou violão.

— Você não bebe?

— Muito pouco… eu tenho baixíssima tolerância ao álcool e sempre fico de ressaca no outro dia. — torceu o nariz em desagrado ao lembrar-se das vezes em que bebera demais. Deus, ela odiava mesmo aquilo.

— Você pode pedir o Jaehyun aqui para te dar algumas aulas de como beber até morrer. — Lisa ofertou, soando muito animada com a ideia de consumir álcool.

— Acho que a ideia de beber até morrer não faz muito o meu estilo… — comentou timidamente, coçando a própria nuca.

Os garotos riram um pouco da expressão no rosto de Chaeyoung. Mas não falaram mais nada. Apenas ficaram todos ali, sentados, observando Jennie entregar a papelada e, vez ou outra, trocavam de lugar com ela para fazerem seu papel.

Rosé estava sentada no fundo, com a cabeça baixa enquanto mexia no celular. Tinha os olhos quase completamente fechados por causa do sol que incidia com força sobre a tela do aparelho.

“Como estão as coisas aí?”

“As pessoas são legais, mas eu ainda não sei quanto ao restante. Você sabe como professores universitários podem ser desagradáveis.”

“Achou alguém da sua turma?”

“Sim! Duas pessoas. Uma delas é estrangeira também, então não me sinto tão mal.”

“Certo, divirta-se aí. Nos falaremos mais tarde. Como estão o papai e mamãe?”

“Mamãe parece prestes a ter um surto. Mas o papai parece feliz como uma criança. Vai entender. De todo modo, até mais tarde.”

— Rosé, você vem? — a voz de Lisa a tirou de seus devaneios, fazendo-a sorrir um pouco. A loira assentiu e se colocou de pé, pegando uma das caixas para carregar até a sala de armazenamento. A colocou sobre uma mesa vazia conforme Jennie havia lhe orientado, mas quando foi virar-se para sair da sala, deu de cara com o tronco de alguém realmente alto.

Ela o observou com uma expressão de susto, mas o rosto dele era quase fofo enquanto ele, de maneira preocupada, a segurou pelos braços para evitar que caísse. — É a novata?

— Olá — Park deu um sorrisinho sem graça e moveu uma das mãos em um aceno. — Sou eu sim. Você é…?

— Lee Taehwan. Olá.

Jisoo parecia rir ao fundo, o que fez Rosé olhá-la com evidente confusão enquanto se afastava do namorado da garota. “Deus”, pensou consigo mesma. Taehwan era alto, muito alto. Talvez uns vinte centímetros maior que ela? E ele definitivamente não parecia ser mais novo que Jisoo. Não mesmo. Mas ela não ia dizer que ele parecia velho. Ele não era nem mesmo uma pessoa muito bonita, mas ainda assim, tinha um aspecto de urso de pelúcia. Embora, definitivamente, não fosse nada do que Rosé imaginara, especialmente depois de considerar a aparência de Yuta e Jaehyun.

Ela pensaria que ele seria alto, com um rosto jovem. Mas não. Ele parecia muito mais com um adulto do que com qualquer um deles. Não velho, só maduro.

A garota sorriu amigavelmente e pediu licença para sair da sala. Queria muito um tempo para si mesma, todas as informações que havia recebido estavam pesando naquele momento. Então, caminhou pelos corredores até o banheiro feminino e se encolheu próxima da pia. Inspirou e expirou profundamente.

Ela não era introvertida e nem antissocial, mas estava mesmo se sentindo nervosa por estar com tanta gente. Feliz, mas nervosa. Engoliu em seco por uma ou duas vezes antes de se colocar de pé e lavar o rosto com cuidado. Secou-se, passando novamente o protetor solar e o gloss de cereja com um tom rosado suave.

Estava saindo do banheiro quando esbarrou em outra pessoa. Dessa vez, forte o suficiente para realmente ir para o chão. — Aish, hoje não é meu dia de sorte — resmungou consigo mesma, começando a reunir os papéis que haviam ido para o chão no esbarrão. — Me desculpe, me desculpe. Eu realmente não estava esperando que-

— Você está bem? — a voz era suave e gentil, ela levantou o rosto para olhá-lo e não conseguiu impedir-se de arregalar os olhos. Ele era bonito, mas com toda certeza seria um professor ou algo do tipo. Engoliu em seco e assentiu sem dizer nada.

Ele usava um jaleco branco por cima da roupa casual com ar chique. Ela conseguiu ler o nome dele ao lhe entregar os papéis e um estranho arrepio subiu por seu braço enquanto segurava na mão que ele lhe oferecia para que se colocasse de pé. — Você é nova, não é? Nunca vi você pelo departamento e eu estou aqui desde… sempre. Como se chama?

Rosé, que ainda tinha a mão sobre a dele, recolheu-a delicadamente e fechou o punho ainda embasbacada com o seu azar e a beleza do homem. — Park Chaeyoung. — Fez uma mesura, comprimindo os lábios. — Eu acabei de me transferir e honestamente não acho que tenha sido uma boa ideia, porque tudo que eu consegui até agora foi ficar esbarrando nas pessoas e caindo como se eu tivesse algum problema de equilíbrio, o que eu não tenho, mas sabe como é.

O homem pareceu conter o riso enquanto ela falava rápido demais, como se alguma coisa a compelisse a falar daquele jeito. Talvez ela falasse rápido para suprimir a vontade de correr porque, a julgar pelo modo como ela estava se balançando para frente e para trás minimamente, passando o peso de uma perna para a outra como se fosse andar naquele instante, correr era realmente algo que ela desejaria fazer.

— Muito bem, Park Chaeyoung. Você realmente não se machucou, não é? — ela concordou com um aceno rápido, olhando-o nervosamente. — Meu nome é Lee Jong Suk. Eu sou estudante de doutorado. Seja bem-vinda. Você sabe onde é o auditório, certo? Está acontecendo a integração, poderia ser bom para você se fosse até lá.

— Hm-mm. Auditório. É… eu não sei onde fica. — Maneou um não com a cabeça, arrancando uma risada genuína do Lee.

— Se você me acompanhar, eu te levarei até lá. Só preciso deixar esses papéis na minha sala.

— Tudo bem. Eu acho. É, é. Tudo bem. Caramba, me desculpe mesmo. São suas anotações? Eu devo ter bagunçado tudo. Sinto muito, muito mesmo. Se você disser aos outros veteranos que eu fiz isso eles vão sair correndo. — Ela coçou a própria nuca, mas Jong Suk parecia não se importar nem um pouco com o caos causado na papelada. Embora ela soubesse que anotações de experimentos eram metódicas e deveriam ser mantidas de maneira organizada.

— Está tudo bem. Não se preocupe com isso, são só atividades e experimentos que tenho que passar para os alunos enquanto professor assistente. — O homem removeu o jaleco assim que colocou a pilha de papéis sobre a mesa do professor. Pendurou a peça de roupa no gancho próximo à janela e parou por um instante, permitindo-se observar a loira de modo minucioso, ainda que o rosto estivesse coberto pelo cabelo enquanto ela parecia brigar consigo mesma e suas próprias pernas por causa do desastre que vinha enfrentando naquele dia. — Eu estaria supondo errado caso eu diga que você já fez algumas amizades?

— Hm? Não! Não estaria. Mas é estranho. Eu me sinto estranha de ter conhecido pessoas tão rapidamente.

Jong Suk riu um pouco e assentiu de maneira serena, quase como se ponderasse o que estava para fazer a seguir. Mas apenas passou por Rosé e abriu a porta para que ela passasse. — Vamos para o auditório. Para a integração.

E ela foi. O homem não tentou conversar já que Rosé parecia imersa nos próprios pensamentos. Ela não conseguia deixar de pensar que era um imã para desastres e que por isso tinha esbarrado em um de seus professores. Professor assistente. Mas realmente teria aulas com aquele cara. E aí ela teria que ficar olhando para o rosto dele e pensando em como caiu no chão como se fosse um nada. Ele tinha músculos, apesar de ser magro. E também era muito alto. Pálido, com cabelo preto em um topete. Os olhos eram pequenos e de uma forma estranha, ele era bonito. E ela tinha esbarrado nele. Roseanne queria grunhir e desejava que o chão a engolisse completamente.

Ela torceu internamente para que ele apenas a deixasse na porta e saísse. Mas ele entrou. Entrou e ficou parado de pé ao lado de Taehwan, Jisoo, Yuta e de um rapaz que ela ainda não conhecia. Mas suspeitava ser o tal Taeyong. Jennie e Lisa arregalaram os olhos ao ver com quem ela estava e não demoraram a se aproximar, cumprimentando o homem com um sorrisinho e um aceno antes de puxá-la para longe.

— Por que você estava com o Jong Suk sunbae? — Lisa sussurrou próxima ao ouvido de Rosé.

— Eu esbarrei nele no corredor e ele me trouxe… por quê? Eu não devia andar com ele? A namorada dele é ciumenta?

— Bwo?! Ele não tem namorada! Ele é muito educado, mas nunca fala direito com as garotas, especialmente sozinho. — Jennie quem respondeu, rindo nervosamente. — Honestamente, todo mundo chegou a pensar que ele não fosse hétero, mas ele é só muito sério mesmo.

— Dizem que ele ficou aqui por muitos anos, até servir. Esse homem de farda é algo que eu adoraria ter visto.

— Lisa! Se ele te ouvir-

— Ele nem tá olhando pra gente, tá falando com o Taehwan.

Roseanne, em algum ponto, abstraiu-se da conversa de ambas. Era o melhor que ela poderia fazer naquele momento. Mas foi sacudida por Jennie quando sua cabeça pensava que deveria ir até a biblioteca no fim daquele dia para buscar alguns livros para seus estudos.

— … vocês falaram sobre algo?

— Ele só me perguntou de onde eu era. Só isso. E descobri que ele é nosso professor também.

As garotas deram uma risadinha, mas quando Jisoo bateu palmas para atrair a atenção, todos se calaram para olhá-la. — Olá! Eu sou Kim Jisoo, da turma de 2014 e estou aqui para auxiliar vocês. Os alunos novatos e transferidos podem dar um passo para frente e se apresentarem um de cada vez?

Chaeyoung arregalou os olhos, percebendo que Jong Suk ainda conversava com os rapazes. Ele parecia tranquilo e contente enquanto falava com os garotos, que riam e acenavam animadamente. Ela sequer prestava atenção nas pessoas que falavam seus nomes, sentindo-se intimidada pela beleza do homem. Por que ela tinha de ficar encarando? Não sabia. Mas de alguma maneira o ar sereno e bem humorado dele parecia simplesmente atrair seu olhar. Só percebeu que faltava apenas ela para se apresentar quando Jennie a empurrou com cuidado para frente. O burburinho que surgiu fez com que a conversa entre o Jong Suk e Yuta fosse interrompida ao que ambos viraram-se para olhá-la.

— O-olá! Meu nome é Roseanne- Park Chaeyoung. Eu fui transferida da Austrália e estarei junto da turma de 2016. Eu tenho facilidade com a parte geral e analítica da química, prometo ajudar no que puder. — Ela curvou-se, sorrindo sem graça. Mas os burburinhos que haviam estourado ao redor lhe intimidaram um pouco.

— Acho que gostaram de você — Lisa pontuou com um sorrisinho animado, cutucando a garota. Os sussurros e comentários não eram distinguidos por Rosé, mas quando o Jong Suk deu alguns passos para frente, ela sentiu-se quase eufórica demais para o momento.

— Bom, eu sou mais velho que todos vocês — alguns risos dos veteranos foram ouvidos — podem me procurar se precisarem de alguma coisa. Me chamo Lee Jong Suk e estarei auxiliando as aulas nos laboratórios de química geral e química orgânica. Espero vê-los por lá.

— E quando é que você vai sair da Universidade e arrumar uma namorada, hyung? — gritou alguém que Rosé não conseguiu encontrar. Novamente, mais risadas explodiram ao redor e ela sentiu-se grata por não ser mais o alvo da atenção.

Foi Taehwan, no entanto, que tomou a frente daquela vez.

— Muito bem, muito bem! Já vimos uma moça bonita e comentamos da vida amorosa do Jong Suk sunbaenim, então agora é o momento em que eu digo para comermos e, aos que gostam de umas bebidinhas, sintam-se à vontade para beberem! Basta se dirigirem para a mesa no fundo do auditório! Em breve teremos alguns jogos e brincadeiras! — ele bateu palmas, fazendo com que as pessoas se levantassem e começassem a se dispersar. Jennie e Lisa mantinham-se ao lado de Rosé com um sorrisinho, especialmente enquanto o grupo da turma de 2014 e Jong Suk aproximavam-se delas.

— Vamos comer juntos? — perguntou um garoto de cabelo quase branco, observando Roseanne com visível curiosidade.

— Acho que é uma boa ideia Taeyong. Por que você, Yuta e o Taehwan não vão pegar as comidas e bebidas? Aliás, onde foi que o Yun Oh se meteu? Ele disse que ia voltar rápido — Lisa murmurou a última parte, passando um dos braços pelos ombros de Rosé, a puxando para perto.

Todos encolheram os ombros em um claro indicativo de que não sabiam, mas a julgar pela falta de preocupação de todos, ele era dado a sumir sem deixar nenhum rastro ou notícia. Engraçado. Bem, Rosé pensava que sim.

— Então você é da Austrália? De onde, exatamente?

O súbito interesse de Jong Suk por alguém fez com que todos se olhassem como se perguntassem o que fazer com o comportamento atípico do mais velho.

— Morei uns bons anos em Melbourne. Mas me mudei bastante ao longo dos anos.

— E por que acabou aqui?

— Meus pais… eles iriam se mudar e minha irmã não ganhava o suficiente para manter nós duas. Fora a mensalidade da universidade, que iria pesar bastante.

O fato de ela ser tão honesta, não surpreendia os outros, mas Jong Suk parecia realmente surpreso. Entretanto, ela não via porque mentir ou omitir qualquer coisa. De todo modo, ela estava apenas cansada naquele instante e ainda sentia-se nervosa. Dessa vez por estar sob o olhar atento do homem mais velho.

— Quantos anos você tem?

— Vinte e quatro, aqui. Em idade coreana, eu digo.

— Oh, você sabe sobre as diferenças de idade, interessante.

Roseanne olhou para Jisoo como se pedisse socorro.

— Huh… sunbaenim, por que você a está interrogando desse jeito? Vai assustar a garota. Aish. — ela lhe deu um tapinha no ombro, balançando a cabeça em negativa.

Foi só então que Lee Jong Suk pareceu se dar conta da estranheza de seu comportamento. Ele murmurou um pedido de desculpas e saiu com a desculpa de ajudar os rapazes a trazerem as comidas e bebidas. Jennie e Jisoo trocaram um olhar rápido e riram baixinho.

— Ele gostou dela. Gostou mesmo.

— Jinjja… eu nunca vi ele tão interessado em alguém, unni. Rosé-ah — Jennie cantarolou o nome da recém chegada — acho que se você quiser pode realizar o desejo de meio departamento.

— Bwo?!

— Beijar o sunbae. — Lisa murmurou, olhando-a com um sorrisinho sacana.

A loira arregalou os olhos como se alguém tivesse lhe dado um beliscão. Olhando-o dali, o mais longe que havia estado de Lee Jong Suk desde que esbarrara com ele na saída do banheiro, ela acabou engolindo em seco e sorrindo nervosamente.

— N-não. Por que diabos ele iria querer me beijar? Eu acho que ele só deve estar procurando um meio de me conhecer o suficiente para saber como me repreender por ter derrubado todos os papéis dele. Bobagem.

“Mas talvez não seja. Admita, você o achou bonito”, uma parcela de sua consciência sussurrou, mas outra parcela de sua mente a repreendia, dizendo que era apenas seu primeiro dia e que não importava o quão bonito ele fosse. Ele era seu sênior e, pelo fato de dar aulas ali, ele devia ser bem mais velho.

Ela não poderia beijá-lo. Mesmo que ela, secretamente, tivesse achado a ideia bem atraente. “Eu devo ao menos tentar resistir, certo?”

E com esse pensamento, ela balançou a cabeça e tornou a olhar para suas amigas. Precisava de uma conversa que não envolvesse o veterano bonito. Ao menos, no princípio, porque ela não queria mesmo ter de se preocupar com sentimentos e relacionamentos, amorosos ou não, naquele instante. Não naquele começo, ao menos. Sua vida já seria um pouco mais complicada do que a vida de suas colegas que já estavam muito bem adaptadas àquilo, obrigada. Ela definitivamente não precisava da ajuda de Jong Suk para virar o centro das atenções também porque, aparentemente, eles estavam em igual nível de popularidade. Ele por ser um tipo de lenda do departamento e ela, por ser uma novidade, esperava sinceramente que, pelo menos, o seu nível de popularidade abaixasse um pouco.

13 Avril 2021 14:19 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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